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O julgamento do ex-presidente Omar al-Bashir e de outras 27 pessoas acusadas de terem participado do golpe de Estado de 1989 que lhes permitiu chegar ao poder teve início nesta terça-feira (21), em Cartum.

"Este tribunal ouvirá cada um deles, e daremos a cada um dos 28 acusados a possibilidade de se defenderem", disse o presidente do tribunal.

Omar al-Bashir e vários acusados podem ser condenados à pena de morte pela queda do governo democraticamente eleito do primeiro-ministro Sadek Al Mahdi há 31 anos.

Três juízes vão dirigir este julgamento sem precedentes no mundo árabe, dado que na história recente o autor de um golpe de Estado bem-sucedido nunca foi processado.

Médicos do governo sudanês amputaram um pé e uma mão de um homem, na aplicação de uma pena por roubo, informaram organizações de defesa dos direitos humanos esta quarta-feira, descrevendo a sentença, pouco comum, como tortura.

A amputação da mão direita e do pé esquerdo de Adam al Muthna ocorreu seguindo uma ordem da justiça no hospital al Rebat do ministério do Interior em Cartum, em 14 de fevereiro, informaram estas organizações, citando "fontes confiáveis".

Muthna, de 30 anos, foi condenado por roubo a mão armada depois de atacar um caminhão que transportava passageiros, informou a organização Human Rights Watch em um comunicado publicado também em nome das organizações African Centre for Justice and Peace Studies, REDRESS e Physicians for Human Rights.

"A amputação cruzada é uma forma de tortura avalizada pelo Estado", afirmou Vincent Iacopino, conselheiro médico em chefe da ONG Physicians for Human Rights, sediada nos Estados Unidos.

No passado foram proferidas penas de amputação no Sudão, em virtude da Sharia (lei islâmica), cuja entrada em vigor em 1983 desencadeou duas décadas de uma devastadora guerra civil.

No entanto, desde 2001 não se informou nenhum caso de execução desta pena, segundo as organizações.

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