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As discussões sobre uma mudança do nome da varíola dos macacos, que alguns países e especialistas consideram humilhante, começaram com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou na semana passada que anúncios devem ser feitos o mais rápido possível sobre o tema.

O objetivo não é apenas mudar o nome do vírus, que já foi registrado em mais de 40 países, mas de suas diferentes cepas.

As cepas são nomeadas com base nas regiões ou países africanos onde estão localizadas pela primeira vez. Por exemplo, a cepa da África Ocidental ou a da Bacia do Congo (mais letal).

No início do mês, mais de 30 científicos, a maioria deles africanos, publicaram uma carta aberta na qual exigiam a mudança de nomenclatura para que "não seja discriminatória nem estigmatizante".

De acordo com estes cientistas, levando em consideração que desde maio uma nova versão do vírus circula pelo mundo, este deveria ser denominado apenas hMPXV (h por humano).

Após uma onda inicial em 10 países africanos, 84% dos novos casos foram detectados este ano na Europa e 12% no continente americano.

Quase 2.100 casos deste tipo de varíola foram detectados desde o início de 2022 no mundo.

Denominar a doença como varíola do macaco implica relacioná-la basicamente com países africanos, criticam alguns especialistas.

"Não é uma doença que realmente possa ser atribuída aos macacos", declarou à AFP o virologista Oyewale Tomori, da Universidade Redeemer na Nigéria.

A doença foi descoberta por cientistas dinamarqueses na década de 1950 em macacos enjaulados em um laboratório. Mas os humanos contraíram o vírus principalmente de roedores.

O continente africano tem sido historicamente associado a grandes pandemias.

"Vimos isso com o HIV na década de 1980 ou o vírus Ebola em 2013, e depois com a covid e as supostas 'variantes sul-africanas'", declarou à AFP o epidemiologista Oliver Restif.

"Este é um debate mais amplo e está relacionado com a estigmatização da África", completou.

O cientista critica inclusive as imagens que são utilizadas pela imprensa para ilustrar as notícias sobre a doença.

Muitas vezes são "fotografias antigas de pacientes africanos", quando na realidade os casos atuais "são muito menos graves", afirmou.

Primeiro africano a liderar a Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, que deve ser reeleito nesta terça-feira (24) para um segundo mandato, apresenta-se como um homem de paz, marcado por uma infância imersa na guerra.

Especialista em malária, graduado em imunologia e doutor em saúde comunitária, o Dr. Tedros, como gosta de ser chamado, foi ministro da Saúde e das Relações Exteriores de seu país.

Aos 57 anos, este rosto familiar da luta contra a covid é o único candidato.

O seu mandato, como destacou recentemente, foi marcado pelos conflitos no Iêmen e na Ucrânia.

Acostumado a ir para o front, visitou hospitais ucranianos bombardeados.

"Muito mais do que pandemias, a guerra mina e destrói as fundações sobre as quais repousam sociedades anteriormente estáveis" e os conflitos deixam "cicatrizes psicológicas que podem levar anos ou décadas para cicatrizar", disse Tedros recentemente, para quem "a paz é essencial para a saúde".

É algo que ele viveu na própria carne.

"Sou filho da guerra", disse Tedros na abertura da 75ª Assembleia Mundial da Saúde, que reúne os Estados membros da organização.

- Medo e dor -

"Estive no meio da guerra quando era muito jovem", contou Tedros.

Quando sua mãe ouvia tiros à noite "ela nos fazia dormir debaixo da cama (...) na esperança de que estaríamos protegidos se uma granada caísse em nossa casa".

Anos depois, quando a guerra ressurgiu na Etiópia em 1998, "esse medo" voltou quando foi a vez de seus filhos "se esconderem em um bunker".

"Não sou apenas um filho da guerra, mas ela me segue em todos os lugares".

Sua infância também foi marcada pela morte de um irmão por falta de medicamentos.

Tedros é muito apreciado, especialmente pelos africanos, por ter feito a comunidade internacional olhar mais para o continente, principalmente durante a pandemia.

No entanto, seu próprio país o acusa de ter "abusado de suas funções" após comentários sobre a situação humanitária em Tigré.

A chegada do democrata Joe Biden à Casa Branca, que marcou o retorno dos Estados Unidos à OMS, deu-lhe um novo impulso após ser constantemente atacado por Donald Trump, que havia cortado financiamento à organização, acusando-a de administrar mal a pandemia.

O tom crítico de Tedros em relação à China, que ele acredita não ser suficientemente transparente sobre a origem da pandemia, rendeu-lhe algumas advertências de Pequim, mas o gigante asiático ainda apoia sua reeleição.

Um escândalo de violência sexual na República Democrática do Congo envolvendo funcionários de sua organização rendeu a ele uma série de críticas de vários países-membros, que consideraram sua resposta muito branda.

Após um primeiro mandato marcado pela covid, que expôs as fraquezas da OMS, Tedros terá que vencer o desafio de reforçar a agência da ONU, principalmente para melhor prevenir e gerenciar futuras epidemias.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, é o único candidato na disputa a sua própria sucessão - informou uma fonte diplomática nesta sexta-feira (29).

Especialista em malária e ex-ministro da Saúde e das Relações Exteriores da Etiópia, Tedros, de 56 anos, foi o primeiro diretor-geral da OMS a ser eleito, em 2017. Seu mandato termina em agosto do ano que vem.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes com a hidroxicloroquina, medicamento para malária, em pacientes com covid-19 em razão de questões de segurança, informou nesta segunda-feira (25) o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A hidroxicoloroquina tem sido apontada pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e por outros como um possível tratamento para a doença causada pelo novo coronavírus. O presidente norte-americano afirmou que estava tomando o medicamento para ajudar a prevenir a infecção.

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"O grupo executivo tem implementado uma pausa temporária do ramo da hidroxicloroquina no estudo Solidarity, enquanto os dados de segurança são revisados ​​pelo conselho de monitoramento de segurança de dados", disse Tedros em uma entrevista online.

Ele afirmou que os outros ramos do estudo – uma importante iniciativa internacional para realizar testes clínicos de possíveis tratamentos para o vírus – continuavam.

Anteriormente, a OMS já havia recomendando contra o uso da hidroxicloroquina no tratamento ou prevenção de infecções pelo coronavírus, exceto como parte de ensaios clínicos.

Mike Ryan, chefe do programa de emergências da OMS, disse que a decisão de suspender os testes com hidroxicloroquina tinha sido tomada por "muita cautela".

Brasil

Na semana passada, o Ministério da Saúde incluiu a cloroquina, e seu derivado hidroxicloroquina, no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves de covid-19 no Brasil. De acordo com o novo protocolo, cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.

*Com informações de Michael Shields, repórter da Reuters

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a fazer ameaças à Organização Mundial da Saúde (OMS) em uma carta de quatro páginas enviada para o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Se a OMS não se comprometer com substanciais melhoramentos nos próximos 30 dias, tornarei definitiva a minha decisão temporária de suspender os financiamentos dos EUA à Organização Mundial da Saúde e reconsiderarei a nossa adesão à OMS", escreveu o mandatário.

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Para Trump, a entidade está "excessivamente" ligada à China e tem "uma alarmante falta de independência" ao governo chinês. O presidente norte-americano ainda exigiu que seja feita uma reforma estrutural na organização porque "não há tempo a perder".

Desde o dia 14 de abril, Trump cortou o investimento que seu país fazia na entidade mundial, que está em cerca de US$ 400 milhões por ano, sendo os maiores contribuintes da OMS. A justificativa para o corte foi a mesma usada na carta, com críticas à gestão da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e uma suposta atuação nesse momento crítico favorável aos chineses.

Por sua vez, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que a carta enviada por Trump "engana a opinião pública" e tenta "transferir a culpa da resposta mal dada" pelo governo de Washington durante a pandemia da Covid-19.

Atualmente, de acordo com dados do Centro Universitário Johns Hopkins, os Estados Unidos contabiliza mais de 1,5 milhão de casos da doença e 90.369 mortes relacionadas, sendo a nação mais afetada do mundo. 

Da Ansa

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu nesta quarta-feira ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump para "não politizar o vírus", referindo-se às críticas do americano sobre a relação entre a organização e o governo chinês.

Ele também pediu a Washington e Pequim que "juntem forças para combater esse inimigo perigoso", referindo-se à pandemia de COVID-19.

Trump acusou nos últimos dias que a OMS "parece ser muito tendenciosa em relação à China", depois de lembrar que, no início da pandemia de coronavírus, a organização apontou que proibir viagens ao gigante asiático, epicentro do surto viral, não era aconselhável.

"Isso não está certo", disse Trump, lembrando que uma de suas primeiras medidas, em janeiro, foi proibir voos da China.

"A OMS realmente errou", escreveu ele. "Por alguma razão, é amplamente financiada pelos Estados Unidos, mas muito focada na China. Vamos dar uma olhada mais de perto", acrescentou.

"Não devemos perder tempo culpando os outros", disse Tedros em uma conferência de imprensa virtual em Genebra. "É como brincar com fogo", ressaltou.

"É como brincar com fogo", disse o líder etíope, que também agradeceu aos Estados Unidos por seu apoio contra a pandemia.

Trump deu a entender que suspenderia as contribuições financeiras dos EUA à OMS.

O secretário-geral da ONU, Antoónio Guterres, endossou Tedros. "Estou convencido de que a OMS deve ser apoiada, porque é absolutamente essencial para os esforços do mundo para vencer a guerra contra o COVID-19", afirmou em comunicado.

Uma vez derrotada a pandemia, "haverá tempo para voltar", disse Guterres. "Agora não é a hora. Agora é a hora da unidade", acrescentou.

A pandemia do COVID-19 afeta cerca de 1,5 milhão de pessoas em 192 países e territórios e até agora causou mais de 86.000 mortes.

O Covid-19, já declarado como uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), abala os grandes atores econômicos do planeta, que investem dezenas de bilhões de dólares numa tentativa de evitar um desastre.

O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira (11) que o novo coronavírus agora pode ser descrito como uma pandemia e denunciou "níveis alarmantes de disseminação e "inação" em todo o mundo.

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"Nunca vimos uma pandemia causada por um coronavírus", disse o chefe da OMS.

"Nos próximos dias e semanas, esperamos um aumento de casos, mortes e países afetados", previu.

O novo coronavírus perturba cada vez mais a vida diária da população em muitos países.

Depois de Wuhan, capital da província chinesa de Hubei e epicentro do coronavírus, onde quase 57 milhões de pessoas estão isoladas, a Itália agora é o principal foco do surto no mundo e o primeiro da Europa, com medidas preventivas cada vez mais draconianas e abandonada por turistas e companhias aéreas.

Até o momento, foram registrados no território italiano 12.462 casos (2.313 novos) e 827 mortes -196 a mais que no dia anterior, o que faz do país o segundo em número de diagnósticos positivos no mundo.

Toda Itália está proibida sair de casa a menos que seja para trabalhar, comprar comida ou ir ao médico.

Do Coliseu à Torre de Pisa, o governo italiano fechou as portas de todos os museus e monumentos. Os bares e restaurantes fecham às 18H00.

124.101 infectados

O número de pessoas infectadas com Covid-19 no mundo chegou a 124.101, das quais 4.566 morreram em 113 países e territórios, segundo um balanço da AFP baseado em fontes oficiais divulgados até as 17H00 GMT (14H00 de Brasília) desta quarta.

Nas últimas 24 horas, 6.761 novas infecções e 315 mortes foram diagnosticadas.

Em número de casos, a Itália é seguida pela Espanha (com 2.140 e 48 mortes), França (1.784 e 33 óbitos), Alemanha (1.567 e 3) e Suíça (642 e 4).

No resto do mundo, 43.323 casos de pessoas infectadas (6.737 novas infecções) foram registrados até as 17H00 GMT, dos quais 1.408 faleceram (293 novos).

Por região, a Ásia teve 90.535 infecções (3.236 mortes), Europa 22.307 (930), Oriente Médio 9.876 (364), Estados Unidos e Canadá 989 (29), América Latina e Caribe 148 (2), Oceania 129 (3), África 117 (2).

O medo do coronavírus também esvazia hotéis e locais turísticos na capital da França, outro foco importante da epidemia na Europa e diminui os passageiros em voos de empresas aéreas que, dia após dia, anunciam a suspensão de atividades.

Um total de 363 milhões de estudantes estão em férias forçadas em 15 países, segundo a Unesco.

Bilhões de dólares

Para combater a pandemia, a Itália anunciou uma ajuda excepcional de 25 bilhões euros (28,3 bilhões de dólares).

O Banco da Inglaterra (BoE) anunciou na quarta-feira uma inesperada redução nas taxas de juros, que passou de 0,75% para 0,25%, a mais importante desde o início de 2009, durante a crise financeira.

A Comissão Europeia anunciou a criação de um fundo de resposta a coronavírus de até 25 bilhões de euros e espera-se que na reunião de política monetária do Banco Central Europeu na quinta-feira sejam anunciadas medidas vigorosas para mitigar os efeitos devastadores na economia do Covid-19.

Nos Estados Unidos, o governo Donald Trump garantiu que em breve apresentará um plano para apoiar a economia, enquanto o Canadá anunciou uma ajuda milionária para sustentar a sua própria situação econômica.

Depois da forte queda da segunda-feira, as bolsas de valores da Europa voltaram a fechar em vermelho, com exceção de Milão, que subiu apenas 0,33%.

China suaviza as medidas, enquanto outros reforçam

A China (sem os territórios de Hong Kong e Macau), onde foi declarada pandemia no fim de dezembro, registra 80.778 casos, com 3.158 vítimas fatais. Nas últimas 24 horas, foram diagnosticados 24 novos portadores da doença e 22 falecimentos.

Em um sinal de normalização progressiva em Wuhan (centro), berço da epidemia isolada desde 23 de janeiro, as empresas começam a retomar suas atividades um dia após a visita do presidente Xi Jinping à cidade, que disse que a pandemia está "praticamente contida".

No Japão, onde o coronavírus contaminou 568 pessoas e deixou 12 mortos, cancelou as cerimônias em homenagem às vítimas do tsunami de 11 de março de 2011.

Na América Latina, onde existem cerca de 140 casos e duas mortes, as medidas são redobradas. O Panamá registrou sua primeira morte e Honduras e Bolívia registraram os primeiros casos.

A Colômbia isolará quem chegar da China, Espanha, França e Itália, enquanto a Argentina também incluiu na lista viajantes provenientes dos Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul, Japão e Irã.

A Bolívia pediu a todos que chegam dos países afetados que "auto imponham o isolamento" por 14 dias.

El Salvador e Chile tomaram medidas sanitárias extremas com pessoas da Espanha e da Itália, enquanto a Costa Rica ordenou o cancelamento de reuniões públicas.

Nos Estados Unidos, com 1.001 casos e 28 mortes, a Guarda Nacional delimitará uma "área de confinamento" com um raio de 1,6 km em New Rochelle, uma cidade de 80.000 habitantes que é o foco principal do coronavírus no estado de Nova York.

Pela primeira vez nas últimas três décadas, a chama olímpica dos Jogos de Tóquio 2020 será acesa sem a presença de espectadores, na quinta-feira em Olympia e as famosas festas Las Fallas na cidade espanhola de Valência foram suspensas pela primeira vez desde a Guerra Civil (1936-1939).

O medo em relação à propagação do vírus também chegou ao Conselho de Segurança da ONU, que determinou que as reuniões agendadas para março serão "reduzidas".

Isso significa "reduzir o número de participantes para cada delegação, mantendo consultas a portas fechadas, não mais na sala (menor) dedicada a ela, mas na sala maior do Conselho", onde são realizadas reuniões públicas, disse Zhang Jun, representante da China, que ocupa a presidência rotativa da entidade.

O objetivo é "ter mais espaço e menos pessoas", acrescentou.

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