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Não se iluda, nem todo restaurante em que você pede salmão e atum, se come o salmão original - o de água gelada - ou o atum de verdade. Especialistas apontam que na maior parte dos restaurantes que servem a iguaria oriental, substituem os peixes tradicionais por outros semelhantes e de qualidade não tão boa quanto.

No caso do salmão, o peixe vendido é a espécie criada em cativeiro ou até mesmo a truta salmonada - outro peixe, que se alimenta de uma ração que muda a cor de sua carne. Já o 'atum' que comemos é a Albacora, conhecido como o atum de águas quentes. 

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Um dos especialistas ouvidos pelo LeiaJá foi o professor do curso de gastronomia do Senac, Victor Borba. “Nem todo salmão que chega no estado e em grande parte do Brasil é o salmão verdadeiro, o selvagem, e sim o de cativeiro, que vem direto do Chile. Ou ainda a truta salmonada, mais encontrada nas águas do litoral nordestino. Dificilmente o consumidor vai encontrar algum salmão que não seja de cativeiro. O salmão selvagem é muito mais caro e poucos estabelecimentos que servem sushis têm acesso a ele”, explica.

Na mesma linha de opinião, um chef de cozinha, que preferiu não se identificar, afirma que a troca de produto é comum. “É normal que os restaurantes substituam o salmão selvagem e o atum por outros tipos de peixes, como a Truta Salmonada (no lugar do salmão) e a Albacora (uma das espécies do atum de menor classificação). Não é todo lugar que você chega para comprar salmão, que você vai encontrar. É mais difícil conseguir. Eu posso afirmar que de fato, quando você vai consumir esse peixe em um restaurante, na maioria das vezes, não é salmão ou atum”, afirma. 

Para o professor do Senac, não se pode aceitar que um estabelecimento adquira truta salmonada e repasse para o consumidor como sendo o legítimo salmão. “O salmão de cativeiro é bom, não é ruim. Mas não deixa de ser perigoso como qualquer outro peixe servido cru. A forma de armazenar, de cortar é o que interfere em um bom sushi. Mas seria bom que os restaurantes esclarecessem para os consumidores no cardápio que o salmão fornecido é o salmão de cativeiro, não o selvagem”, aconselha Victor Borba.

Victor ensina também a forma mais prática de identificar se o peixe ali servido é atum ou albacora é na cor. "A albacora é uma espécie de atum muito comum no nordeste, e é mais clara que o atum, que é bem vermelho. Já a principal diferença entre o salmão e a truta salmonada é o brilho e o tamanho. A truta é bem menor e mais opaca". 

Restaurantes

Procurado pelo LeiaJá, o gerente do Tepan, Wellington de Almeida, afirma que o estabelecimento serve realmente o atum da melhor qualidade, mas o salmão é o de cativeiro. “O atum eu conheço bastante, por que eu vendo atum. Albacora e atum são o mesmo peixe, a diferença é que o atum é o peixe já adulto, e a albacora é o peixe mais novo. Nós servimos o atum, o peixe adulto”, afirma. “Nós servimos o salmão de cativeiro, mas no nosso cardápio não tem descrito. Colocamos que é o salmão. Hoje eu acredito que nenhum restaurante descreve e até mesmo serve o salmão selvagem”, conclui. 

Os restaurantes Udon e Zen também se pronunciaram. De acordo com Hugo Albuquerque, o Udon não fornece a truta salmonada, e sim o salmão de cativeiro. E o atum é o de melhor classificação. Já o Zen disse que compra o atum mais caro. "Fornecemos o melhor para os nossos clientes. Compramos o salmão de cativeiro que vem do Chile, mas não é a truta salmonada”, afirmou um dos sócios da empresa, Renato Tapel.

Propaganda enganosa?

Danielly Sena, gerente jurídica do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor – PROCON, esclareceu o que o consumidor deve fazer. “No primeiro momento, se o consumidor já consegui analisar a olho nu que não é o tipo do peixe escolhido, de imediato deve ser chamado o responsável do restaurante e fazer a reclamação para ver se é resolvido. Se não resolver, solicitamos que o cliente procure o PROCON para fazer a sua reclamação”, aconselha.

Em caso de denúncia, a gerente jurídica lembra que é interessante que o cliente tenha algum comprovante de pagamento ou do pedido, entre outras coisas que possam ajudar na hora de provar o ocorrido. "É muito importante que o cliente consiga o máximo de provas possíveis, inclusive fotos do cardápio e do prato para que facilite o processo”, afirma Sena.

Para abrir uma reclamação, o interessado deve comparecer à sede do órgão, no Bairro de São José, no Recife. “É um direito de o consumidor cobrar. Denuncie, essa é uma forma de a gente coibir para que outras empresas sirvam de exemplo e não venham praticar essa violação. Se você não denuncia, não só você está sendo pacífico e perdendo seu direito”. 

Na noite deste sábado (28), mais precisamente das 19h48 às 19h51, dois homens chegaram de moto ao restaurante Tepan, no bairro da Encruzilhada e, armados, anunciaram um assalto. No intervalo de três minutos, eles passaram nas nove mesas que estavam ocupadas e levaram os pertences dos cerca de 50 clientes que consumiam as iguarias do local.

As informações foram confirmadas pelo gerente do estabelecimento, Wellington de Almeida. Ele revelou, também, que a polícia foi acionada logo após o ocorrido, chegando após 10 minutos. Até o momento, os assaltantes não foram localizados. 

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“Eles anunciaram o assalto e disseram para todos permanecerem nos seus devidos lugares, colocando seus pertences em cima da mesa, para eles ‘recolherem’. Levaram carteiras, celulares, relógios e joias”, contou. E complementou: “A polícia veio hoje ao Tepan e solicitou as imagens da nossa câmera interna. O próximo passo é conseguir as gravações da câmera de segurança instalada na rua, bem em frente ao restaurante”.

De acordo com Wellington, que trabalha no Tepan há 11 anos, será feito o registro oficial da ocorrência nesta segunda-feira (30). Além disso, o restaurante tentará ressarcir seus clientes pelas perdas através de um seguro. Diante dos fatos, o estabelecimento publicou, através de sua página no Facebook, uma nota de esclarecimento. Confira abaixo na íntegra:

“Nota de esclarecimento:

Queridos amigos e clientes, 

Sentimos muito pelo fato ocorrido nesta noite de sábado dia 28 de maio no Restaurante Tepan.

Estamos todos ainda muito abalados com esse acontecimento.

Em todos esses 21 anos de serviço que vocês conhecem, o Restaurante Tepan nunca havia sido assaltado, o que torna o fato ainda mais frustrante para toda a nossa equipe.

O nosso segurança noturno trabalha em parceria com a ronda da patrulha do bairro da Encruzilhada, além do sistema de câmeras presente em todo o restaurante como medida de evitarmos ocorrências como esta e proporcionar maior segurança a todos que frequentam a nossa casa.

Todavia, sabemos que nossa cidade encontra-se precária em segurança, tornando cada vez mais difícil o nosso trabalho e a exclusão desse tipo de acontecimento, pois não só o nosso estabelecimento foi alvo de assaltos nesse sábado.

Mais uma vez lamentamos junto com nossos clientes esse momento triste para a nossa história como restaurante. 

Medidas mais severas serão tomadas, e a segurança do Tepan será redobrada para garantir toda a nossa proteção.

Atenciosamente,

Restaurante Tepan.”

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