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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o Instituto Butantan a utilizar a Coronavac no lugar de placebos nos testes clínicos da Butanvac, a vacina brasileira contra a Covid-19 em desenvolvimento pela entidade paulista. De acordo com a Anvisa, o Butantan solicitou a alteração no estudo clínico alegando dificuldades na mobilização de voluntários para estudos com placebo.

Na prática, o grupo que receberia a substância sem efeito farmacológico receberá uma "vacina de comparação" - no caso, a Coronavac, fruto de parceria do Butantan com o laboratório chinês Sinovac.

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A Butanvac é candidata a ser a primeira vacina nacional contra o novo coronavírus e, de acordo com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também protegerá contra o H1N1. A ideia do governo paulista é utilizar o imunizante já em 2022, quando pretende revacinar a população contra a covid-19.

Os testes da Butanvac devem envolver seis mil voluntários com 18 anos ou mais e ter duração de 17 semanas.

A Justiça Federal revogou, nesta sexta-feira (13), a exigência de teste negativo para Covid-19 ou comprovante de imunização completa para embarque em voos com destino ao aeroporto de Fortaleza. A medida havia sido determinada na última quarta-feira (11), para dificultar a entrada de passageiros contaminados com a doença no Ceará e conter o avanço da variante delta, mais transmissível. O protocolo, porém, não chegou a ser implementado.

A reversão da exigência atende a pedido da União e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Não é a primeira vez que a gestão Jair Bolsonaro tenta derrubar medidas de restrição impostas pelos gestores locais. Em maio, o presidente chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra medidas de quarentena e toque de recolher dos governos do Paraná, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. Nesta sexta, o presidente cumpre agenda de entrega de residenciais em Juazeiro do Norte, no interior cearense. O chefe do Executivo poderia ter se vacinado há pelo menos quatro meses, em abril, mas disse no último dia 4 que será o último a tomar o imunizante em solo nacional.

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Sobre as restrições a viajantes proposta pelo Ceará, segundo a Anac, "não existe embasamento técnico ou científico sobre a premissa do Estado do Ceará de que o transporte aéreo de passageiros doméstico contribui para a disseminação das novas variantes". Para embasar o processo, a agência também argumentou que o decreto seria prejudicial ao transporte de carga aérea.

O desembargador Edilson Pereira Nobre Junior, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), considerou que a medida era "ineficaz e inviável materialmente". Em sua decisão, ele afirmou que a determinação não impediria que pessoas contaminadas embarcassem. Avaliou ainda que as disposições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a prevenção do coronavírus, como distanciamento social e uso de máscaras, são o protocolo que deve ser adotado pelos passageiros nos voos e aeroportos.

A pedido do governo do Ceará, a 5.ª região da Justiça Federal havia deferido, esta semana, que a permissão para embarcar para o Estado se desse mediante apresentação de certificado de imunização completa contra a covid-19 ou exame RT-PCR (teste molecular, considerado mais preciso) com resultado negativo feito até 72 horas antes do embarque. Na ocasião, o juiz federal Luiz Praxedes Vieira da Silva pediu à Anac que tomasse as providências para limitar a entrada de quem viesse de outros Estados ou países e não comprovasse estar sem o vírus.

Também na quarta-feira, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou o primeiro caso de transmissão comunitária da cepa no Estado e emitiu alerta para que a população reforce os cuidados sanitários. Na semana anterior, quando o Estado entrou com o pedido na Justiça, o governador Camilo Santana (PT) criticou a falta de ação federal. "Como não há essa decisão, para que os voos que cheguem ao Ceará, as pessoas lá na origem devem comprovar que tenham testado negativo para covid ou que tenham tomado as duas doses", disse em transmissão nas redes sociais, no dia 6.

Segundo a Secretaria de Saúde do Ceará, 80% dos casos da variante delta registrados no Estado são provenientes do Rio. O Ceará registrou 925.06 casos de covid e 23.779 mortes desde o início da pandemia. Até o momento, foram identificados 16 casos da variante delta no Estado, sendo 15 de transmissão importada - por viajantes de outros estados brasileiros - e um de transmissão comunitária.

Passageiros de voos, tanto domésticos quanto internacionais, só poderão embarcar para o Ceará mediante apresentação de certificado de imunização completa contra a Covid-19 ou exame com resultado negativo feito até 72 horas antes do embarque. A decisão é da 5ª Região da Justiça Federal, que atendeu nessa quarta-feira (11) uma solicitação feita pelo governo do Ceará.

O juiz federal Luiz Praxedes Vieira da Silva deferiu a urgência da tutela e determinou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) "tome as providências no sentido de somente autorizar o embarque em voos com destino ao Ceará e desembarque de voos particulares (quando não for possível a aferição por ocasião do embarque), provenientes de outros Estados do País, de passageiros que, por ocasião do embarque na origem, apresentem, alternativamente: 1) comprovante de vacinação atestando a integralização do ciclo de imunização, com a aplicação das duas doses ou dose única, a depender das especificações do imunizante utilizado; 2) resultado negativo de exame de antígeno ou RT-PCR realizado em até 72 horas antes do horário do voo".

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O magistrado também alega na decisão que "não se trata de restrição de livre locomoção pelo País, nem restrição ao direito de liberdade, mas de proteção à vida, que é um direito de alta relevância". Na sexta-feira, quando o Estado ingressou com a ação na Justiça Federal, o governador Camilo Santana (PT) afirmou em live transmitida pelas redes sociais que "essa é uma medida que o País tinha de tomar, teria de ser uma decisão a nível nacional, mas como não há essa decisão, para que os voos que cheguem ao Ceará, as pessoas lá na origem devem comprovar que tenham testado negativo para covid ou que tenham tomado as duas doses".

Procurada, a assessoria de comunicação da Anac afirmou não ter sido notificada até o momento sobre como a fiscalização será feita. A Fraport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Fortaleza, também não foi notificada e afirma aguardar as orientações da Anac.

Situação no Ceará. Desde a última flexibilização no decreto que rege o funcionamento de atividades econômicas no Ceará, no dia 6 de agosto, o número de novos casos e óbitos se mantém estável, com tendência de queda. De acordo com a ferramenta IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará, o número de novas contaminações confirmadas permanece abaixo de 70 por dia, enquanto o de óbitos está abaixo de 10 desde 29 de julho. Até a tarde desta quarta-feira, o Estado tinha confirmado 924.654 contaminações, sendo 641.968 recuperados e 23.775 óbitos. A taxa de ocupação de leitos de UTI voltados para pacientes com covid-19 era de 41,77% e de 21,01% para leitos em enfermaria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um levantamento inédito da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) traçou o perfil e os principais sintomas das pessoas que buscam testes de farmácia para saber se estão com covid-19 ou se já foram infectadas pelo vírus. Conforme o estudo, feito em parceria com a plataforma Clinicarx, a procura é feita principalmente por adultos de 18 a 39 anos (49%).

Entre os resultados de teste de antígeno positivo, os principais sintomas relatados foram tosse (68,7%), nariz escorrendo (53,6%) e dor de garganta (49%). Outras queixas foram dificuldade para respirar (18,1%), febre (11,9%) e perda de olfato (9,5%). Esses sintomas eram mais frequentemente ligados à covid no primeiro ano da pandemia. Mas um estudo científico divulgado em junho mostrou que os sintomas podem apresentar diferenças de acordo com as variantes. Dor de cabeça e garganta, além de coriza, são sintomas mais associados às variantes Delta e Gama e os sinais do corpo têm ficado mais parecidos com os de uma gripe forte.

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A análise considerou 3,3 milhões de testes realizados no primeiro semestre deste ano em 2.608 farmácias do País. Desde maio do ano passado, as redes já realizaram mais de 9,1 milhões de testes, dos quais quase 2 milhões foram positivos.

Atualmente, as farmácias oferecem os testes sorológicos, para verificar se a pessoa já foi infectada pelo vírus, e os de antígeno - realizados com saliva ou secreção nasal -, que indicam se a pessoa está com o vírus no momento do teste. A pesquisa mostrou ainda que 10% dos clientes que testaram positivo para covid-19 não tinham sintomas da doença.

Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, diz que o estudo é importante para mostrar que um farmacêutico treinado, seguindo protocolos corretos, pode ajudar a gerar dados para entender a pandemia e orientar os pacientes a procurar ajuda médica. "Toda vez que uma pessoa vai a uma farmácia fazer um teste é porque está com sintomas ou está cuidando de alguém que está com covid, se expôs de alguma maneira e quer tirar a dúvida", afirma.

"No fundo, é um serviço de autogestão das pessoas, da saúde, e a gente tem de evoluir para as pessoas se testarem, ter capacidade de se isolar e de acompanhar sua doença até se restabelecer. Esse painel mostra o poder que se tem quando a gente entrega uma ferramenta como o teste rápido e quando tem um profissional que indica que a pessoa vá ao hospital para o atendimento necessário", acrescenta o médico.

Criticados

Os testes de farmácia são fortemente criticados desde a sua introdução no País e ainda carregam o estigma. Mas também atraem por serem mais acessíveis - entre R$ 70 e R$ 100 - que o RT-PCR, que pode superar os R$ 400. Segundo Barreto, os testes evoluíram e, atualmente, oferecem precisão no diagnóstico. "Todo mundo foi aprendendo muito ao longo da pandemia. A solução que a indústria encontrou até foi rápida, mas os primeiros kits tinham um número de falso-positivo grande", pondera.

Presidente da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Gouveia adverte que a urgência da situação fez com que um grande volume de testes fosse aprovado no Brasil. Em abril de 2020, a CBDL criou uma força-tarefa para analisar a qualidade das opções disponíveis. "Chegamos a ter 633 testes diferentes autorizados, mas nem todos eram diferentes. E já analisamos mais de 16 mil amostras."

O professor Paulo Lotufo, da Medicina da USP, adverte que, com o avanço da vacinação, esse tipo de teste não traz contribuições para a população em geral. Para ele, a opção nem deveria ter recebido aprovação. "Esses testes não têm nenhum sentido para a pandemia, porque têm acurácia baixa. Além disso, com a vacina, não tem sentido fazer esse tipo de teste." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O popular streaming de músicas Spotify começou a testar uma nova modalidade de assinatura. Com um número limitado de usuários, o Spotify Plus é um plano mais barato e que mescla recursos e limitações das versões gratuitas e pagas.

Com o preço fixado em US$ 0,99, o equivalente a R$ 5,10 na cotação atual, o novo serviço permite ao usuário pular quantas músicas quiser em todos os álbuns e playlists do catálogo. Ademais, é possível escolher qual faixa musical ouvir ao invés de ficar limitado às canções aleatórias disponíveis na modalidade gratuita.

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O diferencial, no entanto, é que o pacote apresenta anúncios publicitários. Sobre a possibilidade da versão Plus ser expandida para outros usuários, a empresa declarou ao site The Verge que realiza, ao mesmo tempo, inúmeras experiências e testes, sem necessariamente torná-los um produto comercial.

A publicidade é uma das principais formas de arrecadação de receita no streaming. Bastante atingido pela pandemia no ano passado, o segmento conseguiu se recuperar e alcançou uma receita de € 275 milhões (R$ 1,68 bilhão), um aumento de 110% com relação ao ano anterior.

Autoridades da cidade de Wuhan, no centro da China, anunciaram nesta terça-feira (3) que farão testes em toda sua população, após a detecção de novos casos de Covid-19 pelo primeira vez em mais de um ano.

A cidade de 11 milhões de habitantes, onde o vírus foi descoberto em 2019, está "implementando rapidamente testes de ácido nucleico para todos os seus residentes", disse Li Tao, um alto funcionário local, a repórteres um dia depois que sete casos de Covid-19 foram detectados.

As infecções foram detectadas em sete trabalhadores migrantes na cidade, dos quais quatro não apresentavam sintomas.

A China ordenou o confinamento de moradores de cidades inteiras, suspendeu o transporte interno e realizou testes massivos nos últimos dias para combater seu maior surto de coronavírus nos últimos meses.

O país relatou 61 infecções locais nesta terça-feira, com um surto da variante Delta, de rápida disseminação, que atingiu dezenas de cidades após uma série de infecções entre funcionários do aeroporto de Nanjing que causou uma cadeia de infecções em todo o país.

Grandes cidades, incluindo Pequim, testaram milhões de residentes e isolaram prédios residenciais para conter o surto do vírus.

Em espaços pequenos e apertados, os coelhos ficam imobilizados: objetos de metal impedem os animais de fecharem os olhos, assim é possível aplicar as substâncias diretamente em suas córneas. Sem anestesia, o Teste de Draize, criado na década de 1940 para avaliar a irritação ocular que certas substâncias podem causar em humanos, faz parte do conjunto de experimentos realizados em animais com o objetivo de impulsionar as indústrias de cosméticos, agrotóxicos, fármacos, medicamentos e vacinas.

Com registros que atravessam a antiguidade, a experimentação em animais com fins científicos foi regulamentada no Brasil a partir da Lei Arouca, em 2008, apesar de já ser utilizada antes. A lei é um desdobramento do ativismo iniciado há mais de duas décadas pelo sanitarista e ex-deputado federal Sérgio Arouca (1941-2003). Em 1995 ele apresentou um projeto de lei propondo mecanismos de uso mais ético e racional em atividades de ensino e pesquisa no país, usando como exemplo a legislação estrangeira.

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O projeto tramitou por 13 anos no Congresso até ser aprovado, culminando na lei n° 11.794 [Lei Arouca], que instituiu bases para a formação de uma rede reguladora de métodos alternativos, como o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM), no Rio de Janeiro. A legislação também criou o Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal  (Concea), cujas resoluções se deram todas por intermédio do BraCVAM. 

O que justifica a prática de experimentação animal, de acordo com a explicação da bióloga e mestranda em Biologia Animal pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Patricia Marques, são as semelhanças dos animais, que costumam ser mamíferos, com os seres humanos. 

“Basicamente, quando um produto é novo na indústria farmacêutica e cosmética, por questão de ética e de risco à saúde, ele não é diretamente aplicado em seres humanos. E uma forma de tentar identificar quais são os efeitos das substâncias no nosso organismo é testar em animais que possuem semelhanças genéticas, a exemplo dos mamíferos”, disse, citando ainda o caso dos camundongos, com cerca de 70% de genes em comum com humanos.

Além do roedor, macacos, cachorros, coelhos, bovinos, aves e porquinhos-da-índia também são algumas das espécies mais utilizadas em laboratórios. A fácil reprodução e baixo custo dos animais também costumam ser levadas em consideração. Ainda que setores da ciência argumentem sobre as vantagens envolvidas nos experimentos, eles são cada vez mais questionados por entidades da sociedade civil.

“Existem muitas técnicas que podem substituir os testes em animais, tão eficazes quanto os testes ou até mesmo mais eficazes, a exemplo de cultura de células, o uso de tecidos humanos produzidos com tecnologia 3D, softwares capazes de analisar os efeitos colaterais através de fórmulas, entre outros”, assegurou Marques.

Regulamentação à brasileira

Embora os testes em animais não sejam proibidos no Brasil, para realizá-los os laboratórios devem cumprir uma série de normas. Desde setembro de 2019, por exemplo, as indústrias de cosméticos, medicamentos, brinquedos e até materiais escolares foram obrigadas a adotarem alguns métodos alternativos nos procedimentos com cobaias, conforme determina a resolução normativa do Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (Concea). O Concea faz parte do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Os métodos alternativos são técnicas baseadas em ao menos um dos princípios dos 3 Rs: do inglês, reduction (redução), refinement (refinamento) e replacement (substituição). Os termos têm como objetivo diminuir o número de bichos utilizados, aperfeiçoar as metodologias para reduzir o sofrimento animal e substituir, gradualmente, o uso de cobaias.

No Brasil, pelo menos 24 métodos alternativos foram validados, ou seja, têm eficiência comprovada pelo BraCVAM. O Centro Brasileiro é o primeiro da América Latina a validar e coordenar estudos de substituição, redução ou refinamento do emprego de cobaias em testes de laboratório.

As regras determinam também que todo laboratório, seja ele industrial ou acadêmico, que realiza testes em animais ou métodos alternativos, precisa estar cadastrado no Concea. Para que o registro ocorra, é necessário que cada instituição crie uma Comissão de Ética no Uso de Animais (Ceua), que aprova projetos de pesquisa envolvendo bichos e deve ser formada por cientistas e ao menos um veterinário e um representante da sociedade civil. O mecanismo é considerado um dos maiores avanços da legislação brasileira de proteção animal.

As empresas ou institutos públicos que não cumprirem a determinação podem perder a licença para realizar pesquisa, além de receberem uma multa que varia e R$ 5 mil a R$ 20 mil. Apesar disso, se os métodos alternativos não apresentarem resultados que garantam a segurança do consumidor, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pode exigir o procedimento com cobaias.

Caminhos menos cruéis

Um dos exemplos mais emblemáticos da criação de alternativas menos cruéis na indústria cosmética foi a inauguração, em setembro de 2019, do primeiro laboratório do Brasil e da América Latina voltado para a “criação” de pele humana para substituir animais em testes científicos de universidades e empresas. 

Citada pela bióloga Patricia Marques, a iniciativa do Centro de Pesquisa e Inovação da L’Oréal, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na capital fluminense, é especializada em produzir tecidos do corpo humano em 3D. Além de pele, é possível replicar olhos, gengivas e até partes do intestino.

“Essa é uma das opções palpáveis da indústria e funciona como uma prova de que a iniciativa privada consegue desenvolver métodos alternativos, é só querer”, pontua Marques. Para ela, que atua como pesquisadora, as mudanças de comportamento no ambiente educacional público enfrentam obstáculos financeiros. 

A bióloga ressalta que “dentro das indústrias, tendo em vista o alto capital envolvido nos processos produtivos, as justificativas para a não implementação de métodos alternativos são poucas”. Já no ambiente acadêmico, os recursos financeiros podem ser limitados em virtude do sucateamento das instituições públicas. “Às vezes, o uso de outras opções para além dos animais tornam-se inválidas por conta do orçamento limitado e falta de investimentos nas universidades”, desabafou.

Substituição no Brasil e no mundo

Estima-se que pouco mais de 190 milhões de animais foram usados para fins científicos no mundo em 2015. No Brasil não há um número consolidado. China, Japão e Estados Unidos são os que mais usam cobaias animais na ciência. Na direção oposta e apontando o caminho, a Europa se destaca pelo número decrescente de cobaias.

A Diretiva 2010/63/EU, que em 2013 estabeleceu regras para o manejo de animais em biotérios e promove testes que causam o mínimo de dor e usam um número mínimo de animais, é responsável pela mudança de comportamento do bloco europeu. 

Nesse mesmo sentido, nos Estados Unidos o governo tem pressionado as agências federais de financiamento, como os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), para que explorem alternativas ao uso de animais em pesquisas. A exigência se estende ao FDA (agência reguladora de alimentos e medicamentos do país), que nos próximos cinco anos deve apresentar um plano para a redução e aposentadoria de seus macacos.

Além da legislação brasileira de 2008, que estimulou ainda a formação de grupos de pesquisa especializados na criação de métodos alternativos ao uso de modelos de animais, alguns estados criaram seus próprios mecanismos reguladores. Norteados por princípios ligados à proteção da fauna e o crescente movimento “cruelty-free” (sem crueldade), Pernambuco, São Paulo, Amazonas, Espírito Santo, Amazonas, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pará, Minas Gerais e Rio de Janeiro passaram a legislar e a proibir os testes em animais.

É certo que o uso de cobaias segue indispensável em determinadas pesquisas, todavia, o avanço das tecnologias parece certeiro em confirmar: o bem-estar animal é, também, uma questão de ciência.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta quarta-feira (14), em Brasília, a realização de pesquisas clínicas de duas novas vacinas contra o novo coronavírus (covid-19). 

Uma é desenvolvida pelo Instituto de Biologia Médica da Academia Chinesa de Ciências Médicas (Imbcams, na sigla em inglês), da China, e a outra é produzida pela empresa AstraZeneca.

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A primeira pesquisa realizará ensaio clínico de fase 3, controlado por placebo, para avaliar a eficácia, segurança e a imunogenicidade da vacina do Imbcams, que usa a tecnologia de vírus inativado.

O estudo, a ser realizado no Brasil, integra parte de uma pesquisa maior que também está sendo realizada na China e em outros países. Farão parte dos testes adultos de 18 anos de idade ou mais que receberão duas doses, com intervalo de 14 dias entre a primeira e segunda dose.

“O delineamento de um estudo controlado por placebo ainda é considerado metodologicamente adequado para avaliar a segurança e eficácia da vacina, considerando também que ainda há uma grande parcela da população não vacinada, desde que se leve em conta a possibilidade de acesso dos voluntários às vacinas disponíveis em um curto período”, informou a Anvisa.

Aproximadamente 34.020 participantes serão recrutados no Brasil, Malásia, Bangladesh, China e México. Desse total, 7.992 participarão dos testes no Brasil, que serão realizados no Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina e São Paulo.

AstraZeneca

Já a segunda pesquisa clínica aprovada testará a vacina (AZD2816), desenvolvida pela AstraZeneca com a tecnologia de vetor de adenovírus recombinante, a mesma utilizada no imunizante anterior e que é aplicado no Brasil.

A vacina será fabricada pela empresa Symbiosis Pharmaceutical Services, sediada no Reino Unido, e é uma nova versão do imunizante aplicado no país (AZD1222). Ele foi modificado para também fornecer imunidade contra a recém-emergente cepa da variante B.1.351 da covid-19, identificada primeiro na África do Sul, em abril.

O estudo, de fase II/III parcialmente duplo-cego, randomizado, será aplicado em adultos de 18 anos de idade ou mais, previamente vacinados e não vacinados para determinar a segurança e a imunogenicidade da vacina candidata.

A AstraZeneca quer verificar a eficácia do imunizante, que atuaria como uma espécie de terceira dose para indivíduos soronegativos para SARS-CoV-2, que receberam anteriormente uma vacinação primária de duas doses contra a covid-19  SARS-CoV-2 com a vacina atualmente em uso (AZD1222) ou de uma vacina que utiliza a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) contra a covid-19, como as da Pfizer e da Moderna.

Também será verificada a eficácia da candidata a imunizante sendo aplicada como vacinação homóloga primária de duas doses para pessoas soronegativas para SARS-CoV-2 que não estão vacinadas”. 

Nesse caso, os pesquisadores querem testar uma espécie de esquema misto, com a aplicação de uma primeira dose da vacina da AstraZeneca já utilizada no país e a segunda dose da nova versão do produto.

A empresa planeja testar esse esquema em 2.475 participantes no Brasil, Reino Unido, África do Sul e Polônia. Aqui está prevista a participação de 800 pessoas no Distrito Federal,  Bahia, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

O desenvolvimento em tempo recorde de várias vacinas contra a Covid-19 parece ter dado o impulso que faltava para a criação de um imunizante contra o HIV. Quarenta anos depois do início da pandemia de aids, o mundo parece estar perto de ter um produto eficaz na prevenção da infecção.

Um estudo com mais de 6 mil pessoas está sendo conduzido em vários países da África, Europa, América do Norte e América Latina, inclusive no Brasil. Para especialistas, é o mais promissor em quatro décadas.

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O estudo está dividido em duas frentes. A primeira delas, na África Subsaariana, testa 2.637 mulheres heterossexuais. Uma segunda, chamada de Mosaico, conduzida na Europa, na América do Norte e na América Latina, está testando 3.600 voluntários, entre homens homossexuais e pessoas trans. No Brasil, o estudo ocorre em oito centros de pesquisa em São Paulo, no Rio, em Minas e no Paraná.

A pesquisa está na fase 3, que testa a eficácia em larga escala. As fases 1 e 2, com menos voluntários, determinam a segurança do produto e a dose apropriada. Numa fase anterior, em macacos, o imunizante apresentou uma proteção de 67% contra a infecção. É por conta deste número que os cientistas estão otimistas. Até hoje, o candidato a vacina contra a aids mais eficaz já testado no mundo apresentava proteção de 30% - e sua pesquisa foi deixada de lado.

"Nas fases 1 e 2, a vacina se mostrou muito segura. Os efeitos colaterais são parecidos aos da AstraZeneca contra a covid: dor local, febre por um dia, dor de cabeça", afirma o infectologista Ricardo Vasconcelos, coordenador da fase 3 no Hospital das Clínicas, em São Paulo. "A imunogenicidade do produto, ou seja, o quanto ele conseguiu induzir uma resposta imune, foi considerada muito satisfatória. Resta saber se essa resposta é capaz de reduzir a incidência da infecção."

A vacina está sendo aplicada em pessoas soronegativas que tenham o risco aumentado de exposição à infecção. Os voluntários serão acompanhados por 30 meses. Metade receberá placebo e a outra metade, o imunizante. Cada um tomará quatro doses, com intervalos de três meses entre cada uma.

Mutações

A grande capacidade de mutação do vírus HIV - muito superior à do Sars-CoV-2 - sempre foi o maior obstáculo para a criação de uma vacina eficaz. A tecnologia usada no novo imunizante é similar à da AstraZeneca desenvolvida contra a covid-19. Um adenovírus inativado é usado como um 'cavalo de Troia' para levar fragmentos genéticos do HIV para dentro da pessoa a ser imunizada, "treinando" o seu sistema imunológico a combater o vírus real. A diferença é que, neste novo produto, estão sendo usados milhares de fragmentos genéticos.

"São muitos tipos diferentes de vírus circulando pelo mundo, a ideia é conseguir cobrir o maior número possível de variantes", explica Vasconcelos. "(Essa pesquisa) se chama Mosaico porque reúne milhares de fragmentos de HIV."

Mas, afinal, por que várias vacinas contra a covid foram desenvolvidas em menos de um ano e ainda não se chegou a um imunizante contra o HIV? "A principal resposta é que são vírus diferentes. Não é porque chegamos rápido a uma vacina contra o coronavírus que poderemos chegar na mesma velocidade a um imunizante contra outro vírus", pondera Vasconcelos. "Muitas pessoas pegaram covid e se curaram. Ninguém se curou da infecção pelo HIV. Ou seja, de partida, sabemos que é possível curar a covid. A resposta imune contra o HIV é muito menos eficaz."

Por outro lado, a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 pode ser desenvolvida em menos de um ano porque a plataforma do adenovírus já tinha sido desenvolvida na Universidade de Harvard, em 2015. Sem falar, é claro, do interesse político e do alto investimento financeiro. Agora, as plataformas de RNA mensageiro inéditas, criadas para a covid, podem facilitar, num futuro próximo, o surgimento de mais candidatos a imunizante contra a aids.

"Foram 40 anos de evolução nas pesquisas, houve várias tentativas, pelo menos seis estudos muito grandes", diz o infectologista Bernardo Porto Maia, coordenador da pesquisa Mosaico no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. "Mas o HIV é um vírus com uma capacidade de mutação muito grande. A diversidade genética inviabilizava a criação de uma vacina, sobretudo com as tecnologias antigas que tínhamos."

Atualmente, 38 milhões de pessoas vivem com HIV no planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Até hoje, pelo menos 33 milhões de pessoas morreram vítimas da infecção. Com a evolução nas técnicas de prevenção e nos tratamentos, a mortalidade caiu de 1,7 milhão em 2004, no pico da epidemia, para 690 mil em 2019 - uma redução de 60%. A taxa de infecção também caiu. De 2,8 milhões de novas infecções ao ano em 1998 para 1,7 milhão em 2019, queda de 40%.

"Os avanços mais recentes, como a profilaxia pós-exposição, estão mudando o rumo da epidemia. A situação melhorou, mas é inaceitável termos quase 700 mil mortes ao ano por uma doença que sabemos como prevenir e como tratar", afirma Maia. "Nada melhor que a imunização em massa para combater uma pandemia."

Confiança

Ativista do coletivo Colid, em prol da diversidade, o pesquisador de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro Thauan Carvalho, de 26 anos, é um dos voluntários brasileiros do estudo Mosaico, que testa o mais novo e promissor imunizante contra o HIV já desenvolvido em 40 anos de pandemia. A fase 3 da pesquisa tem a participação de 3.600 voluntários em oito países da Europa, da América do Norte e da América Latina, incluindo o Brasil.

Carvalho tomou no dia 2 de junho a primeira dose do imunizante - no total, são indicadas quatro para a vacina. A próxima está prevista para agosto.

O cientista já teve um relacionamento sorodiscordante (em que uma pessoa é soropositiva e outra é soronegativa) e sabe o quanto a aids é cercada de estigma e preconceito. Ele acredita que seu gesto pode ajudar a reduzir esses danos. "Para combater o preconceito, precisamos de conhecimento", diz o pesquisador, que está concluindo um doutorado. "Vivemos em meio a um negacionismo muito forte, um obscurantismo muito grande. Me senti muito feliz de poder ajudar."

Em macacos, o novo imunizante conseguiu reduzir a infecção em 67% dos casos, um marco na pesquisa da vacina contra a aids. "Estou muito confiante de que teremos boas notícias vindas da ciência", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador João Doria (PSDB) participou ontem de manhã do início dos testes clínicos da vacina Butanvac, no hemocentro do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. Produzido pelo Instituto Butantan, o imunizante é um dos candidatos a vacina com fabricação 100% nacional. No evento, Doria e Dimas Covas, diretor do Butantan, reforçaram a importância do produto para contribuir com a revacinação dos brasileiros em 2022.

Na cerimônia de ontem ainda não houve aplicação de doses. Seis voluntários começaram a passar por exames para poder receber a Butanvac, que começará a ser aplicada em participantes dos ensaios clínicos nos próximos dias. Na quarta-feira, a Anvisa autorizou o início dessa etapa após o Butantan encaminhar novos documentos que a agência havia solicitado. Até o fim dos testes para a liberação da vacina, o número de voluntários deverá chegar a ser dez vezes maior que o atual.

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Nesta primeira etapa, os voluntários estão divididos em quatro grupos. O grupo 1 será vacinado com um micrograma; três microgramas serão aplicados no grupo 2. Já o grupo 3 vai receber 10 microgramas. O quarto grupo é vacinado com placebo. Os voluntários não ficam sabendo em que grupo estão. A partir daí, passam a ser avaliadas a segurança da vacina e qual a dosagem do imunizante que será incorporada à vacina definitiva.

Nas etapas seguintes, a Butanvac será avaliada em relação à resposta imune que produz. A previsão é de que os estudos levem aproximadamente 17 semanas. Como o Estadão mostrou, o Butantan quer encurtar a Fase 3 dos ensaios. A Anvisa, no entanto, afirma que ainda não há "consenso científico" sobre esse novo modelo de testagem.

A Butanvac pode ser a primeira vacina com o princípio ativo, o IFA, produzido no Brasil. Para a produção da Coronavac, por exemplo, esse componente precisa ser importado da China. Além de facilitar a produção no País, a novidade deve reduzir bastante o custo de produção dessa vacina. O Butantan já tem 10 milhões de doses prontas para aplicação.

Coronavac

No evento, Covas voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro, que tem divulgado mentiras sobre a Coronavac, também produzida pelo Butantan. O diretor do instituto ressaltou estudos recentes, no Chile e na Turquia, que apontam a eficácia dessa vacina. E Doria comentou a pesquisa Datafolha divulgada anteontem, que aponta alta rejeição ao presidente da República. Segundo ele, Bolsonaro "está recebendo o que merece: o desprezo da população".

Como serão os testes?

Vacinas brasileiras mais adiantadas, como a Butanvac, serão testadas na comparação com outras que já estão no mercado. Dessa forma, todos os voluntários que participarem do estudo receberão vacinas - uma parte será vacinada com um imunizante que já existe (como a Coronavac) e a outra parte com a nova vacina que se quer testar. No caso da Butanvac, a primeira fase do ensaio clínico ainda usará placebo nos voluntários, mas nas fases posteriores todos receberão vacina (ou Coronavac ou Butanvac).

Como ter as doses?

Uma das dificuldades ao se fazer estudos comparativos, neste momento, é conseguir as doses para o grupo controle. Se todos os voluntários vão receber vacinas, será preciso então ter doses disponíveis dos imunizantes que já existem no mercado para fazer os testes. Ocorre que as doses hoje aplicadas no Brasil são exclusivas para o Plano Nacional de Imunização (PNI). Não é possível, simplesmente, deslocar doses do PNI para os ensaios clínicos. Os cientistas já estão esbarrando nessa dificuldade antes mesmo do início dos testes em humanos. Uma das vacinas mais adiantadas, a Spintec, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), deve ser testada de modo comparativo a outro imunizante que já existe. Os ensaios em humanos vão começar só no ano que vem, mas a Anvisa sugeriu que experimentos com animais já fossem desenvolvidos de modo comparativo - ou seja, que os cientistas usassem doses de vacinas disponíveis no mercado nos animais, para comparar com a Spintec. Os pesquisadores acreditam que, no ano que vem, o cenário mude com a vacinação completa da população e que os imunizantes fiquem mais disponíveis para as pesquisas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que, na segunda-feira (28), foi realizada uma reunião com técnicos da agência e do Instituto Butantan para discutir a vacina Butanvac contra a Covid-19. Segundo a agência, o protocolo de pesquisa clínica já está aprovado, mas ainda faltam dados específicos para iniciar os testes em humanos.

Em nota, o órgão regulador afirma que o objetivo da reunião foi avaliar as informações já apresentadas pelo Butantan. "Mas para que a vacina comece a ser aplicada em seres humanos é necessário apresentar dados específicos, que ainda estão sendo gerados pelo Butantan", afirma. Segundo a Anvisa, um exemplo dos dados faltantes se refere à inativação do vírus utilizado na vacina.

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Em 9 de junho, a agência autorizou o início da pesquisa clínica do imunizante. À época, a Anvisa disse que 400 pessoas com mais de 18 anos devem participar da primeira etapa do estudo. Já nas demais, há expectativa que 6 mil voluntários recebam a vacina. A administração da Butanvac, que acontece em duas doses com intervalo de 28 dias, acontecerá no Hospital das Clínicas (FMUSP) e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

No dia 14 de junho, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou que os testes clínicos da vacina Butanvac deveriam começar até o fim do mês. Segundo Doria, as três fases de testes clínicos devem ser concluídas em 120 dias. Depois disso, os dados são submetidos a uma nova avaliação pela Anvisa.

A assessoria de imprensa do Butantan informou que os dados solicitados pela Anvisa estão sendo providenciados e que, enquanto isso, o pré-cadastro para voluntários continua aberto. Mais de 93,7 mil pessoas se inscreveram no site da Butanvac para participar dos testes da vacina.

O Governo Federal deve enviar a Pernambuco, nos próximos dias, parte de um estoque de mais de seis milhões de testes do tipo RT-PCR em posse do Ministério da Saúde. O envio será feito após a pasta atender ao pedido formalizado em ofício e enviado pela deputada federal Marília Arraes (PT-PE), através da Coordenação Geral de Laboratório de Saúde Pública, que já enviou nota técnica para o gabinete da parlamentar, solicitando a indicação de locais para o envio dos testes, de acordo com os pré-requisitos necessários e com a disponibilidade de testes em estoque. A quantidade de testes enviados não foi especificada.

Segundo consta no documento, de número 001/2021, a solicitação foi enviada em 5 de janeiro de 2021, ainda sob a gestão de Eduardo Pazuello, já exonerado do cargo.

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Os testes moleculares (ou RT-PCR), feitos a partir da coleta de mucosa do nariz e da garganta, permitem a detecção do vírus já nos primeiros dias da doença. A orientação é de que sejam coletados entre 3 e 7 dias após o aparecimento dos sintomas. Eles são os mais recomendados e considerados, por entidades de saúde, também os mais precisos para mapeamento da doença.

"São milhões de testes que podem salvar a vida de centenas de brasileiros. Com os testes, essas pessoas podem se prevenir da doença e passar por todos os protocolos de isolamento necessários. O envio desses testes para Pernambuco é muito importante para a luta contra a doença no nosso Estado", afirma Marília.

O Ministério da Saúde cobra algumas especificações para o envio dos testes ao local escolhido: o local deve possuir laboratório, aparelho de extração e amplificação e local de armazenagem de -20ºC.

“Ao fim do ano de 2020 foi veiculada pela imprensa a notícia de que o Governo Federal possuía um estoque de mais de seis milhões de testes de diagnóstico para COVID-19 do tipo RT-PCR prestes a perder a validade, testes parados e que poderiam estar ajudando no diagnóstico de milhares de brasileiros. As festas de fim de ano provocaram reuniões e com isso devemos começar a verificar uma crescente de novos casos [...]. Venho solicitar por meio deste o envio de parte desses testes ao estado de Pernambuco, que já possuía uma defasagem de testes anteriormente e mesmo assim foi destino de milhares de turistas de todo o Brasil. Nosso sistema de saúde encontra-se sobrecarregado e a testagem precoce permite que menos assintomáticos transitem pelas ruas, assim como dar início à medicação necessária”, argumentou Arraes em ofício.

A Espanha voltará a exigir um teste anticovid-19 negativo dos turistas britânicos que visitarem o território, devido ao aumento dos contágios em seu país - informou o presidente do governo, Pedro Sánchez, na segunda-feira (28).

O anúncio acontece depois de o governo britânico colocar as Ilhas Baleares na "lista verde" de destinos turísticos. Isso significa que, a partir de 30 de junho, os britânicos que forem para este popular destino turístico não precisarão cumprir quarentena em seu retorno.

A medida faz prever um grande fluxo de britânicos para o arquipélago mediterrâneo. No último ano antes da pandemia, em 2019, eles representaram 3,7 milhões dos 13,7 milhões de turistas recebidos pelas Baleares.

Os britânicos que visitarem o restante do país terão de continuar respeitando a medida de permanecerem isolados em seu retorno durante dez dias, um requisito que dissuade muitos deles.

Referindo-se a uma "evolução negativa" dos contágios no Reino Unido, Sánchez disse na rádio Cadena Ser que os turistas britânicos que viajam para as Ilhas Baleares precisarão "ou da vacinação completa ou de um PCR negativo".

"Vamos aplicar em um prazo de 72 horas (a partir de quinta-feira) e, assim, os operadores turísticos e os turistas britânicos poderão se adaptar, efetivamente, a estas novas regras que estou anunciando", completou Sánchez.

Sánchez ressaltou que a medida era para os britânicos que viajarem para as Baleares, mas, posteriormente, a ministra das Relações Exteriores, Arancha González, esclareceu no Twitter que a medida engloba todos os turistas procedentes do Reino Unido que visitarem qualquer lugar da Espanha.

Na tentativa de reativar seu setor turístico, crucial para o país e devastado pela pandemia do coronavírus, a Espanha havia levantado desde 24 de maio a exigência de que os britânicos apresentassem um PCR negativo para entrar no país.

Os britânicos eram o primeiro contingente de visitantes estrangeiros à Espanha em tempos normais (18 milhões em 2019).

A Espanha abriu suas fronteiras em 7 de junho a todos os turistas do mundo que já tenham sido totalmente vacinados. Os europeus que ainda não se enquadram nesta categoria podem entrar no país, apresentando um teste negativo para Covid-19.

O Governo de Pernambuco anunciou, nesse domingo (20), que ultrapassou a marca dos 2 milhões de exames realizados para a detecção do novo coronavírus no Estado. Ao todo, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, foram feitos ao longo da pandemia 2.002.108 testes, entre os de biologia molecular (RT-PCR), testes rápidos de anticorpos, sorologias e, mais recentemente, testes rápidos de antígeno.

Dos 954.243 exames de RT-PCR realizados, 708.640 (74,2%) foram processados no Sistema Único de Saúde (SUS), seja no Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) ou nas unidades parceiras ou conveniadas à rede pública estadual. O exame de biologia molecular é considerado pelos especialistas como um dos procedimentos padrão ouro, por detectar a atividade viral em sua fase aguda, ou seja, quando há maior capacidade de transmissibilidade.  

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"Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Secretaria Estadual de Saúde, por determinação do governador Paulo Câmara, tem investido fortemente na oferta de exames para detecção da Covid-19. Para fazer um comparativo da ampliação, saímos de uma capacidade de processamento semanal de 770 testes no Lacen no início da pandemia para 21 mil nos últimos meses. Modernizamos a infraestrutura do nosso Laboratório Central, reforçamos a rede com mais de 10 mil profissionais para absorver a demanda crescente e ampliamos a possibilidade de realização do exame para todas as pessoas com sintomas sugestivos da Covid-19, independente de casos leves ou graves, além dos contatos de casos confirmados. Somente com a vigilância adequada do vírus, conseguimos monitorar e combater a disseminação da Covid-19 em Pernambuco", pontua o secretário estadual de Saúde, André Longo.

Outra frente de vigilância do vírus no Estado tem sido os testes de antígeno, opções eficientes para detecções oportunas e em grande escala de infecções ativas pela Covid-19. Assim como os de biologia molecular, esse tipo de exame também detecta a presença do vírus na fase mais aguda da doença, possuindo a vantagem de ter um tempo de resultado muito menor, de aproximadamente 20 minutos, desde a coleta até a entrega do resultado. Até este domingo (20), a rede pública de Pernambuco já havia realizado 16.579 testes rápidos de antígeno.

Nos próximos dias, o Governo de Pernambuco disse que distribuir 82,2 mil testes de antígeno na rede de atenção à saúde. Deste total, 70 mil serão destinadas para 62 cidades pernambucanas, localizadas nas II, IV, V, VI, VII, X e XI Gerências Regionais de Saúde (Geres), que estão com a maior representatividade de ocorrência de casos ativos do novo coronavírus.

"Essa iniciativa é fundamental para a interrupção das cadeias de transmissão do coronavírus, fortalecendo a testagem e a busca dos contactantes dos casos positivos. Nós temos, inclusive, um processo para aquisição de mais 500 mil testes rápidos de antígeno para dotar os municípios dessa detecção mais rápida da presença do vírus para buscar o isolamento e evitar que haja um aumento da contaminação", ressalta Longo.

*Da assessoria de imprensa

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (16) que o Instituto Butantan abriu o pré-cadastro para voluntários da primeira fase dos testes clínicos da vacina contra a covid-19 Butanvac. Segundo o governador, 418 pessoas acima de 18 anos devem participar do estudo.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, voltou a afirmar que o imunizante seria "uma versão 2.0" das vacinas já em uso. Segundo ele, a produção do fármaco utiliza a mesma plataforma que os imunizantes contra a gripe. "E isso tem enormes vantagens. Primeiro, ela pode estar disponível em grande volume para o mundo e o segundo é custo", afirmou Dimas Covas.

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As próximas etapas do estudo de fase clínica devem contar com a participação de 5 mil voluntários. De acordo com o governador paulista, o Instituto Butantan já produziu e estocou cerca de 8 milhões de doses do imunizante. A expectativa é que 40 milhões de unidades da vacina estejam prontos até o final de outubro.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (14) que os testes clínicos da vacina Butanvac, imunizante contra a Covid-19 desenvolvido pelo Instituto Butantan, devem começar até o fim deste mês e que já há seis países da América Latina interessados na importação da vacina, caso ela seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após a conclusão dos estudos.

Na semana passada, a Anvisa autorizou o início dos testes clínicos da Butanvac. Nessa etapa, o imunizante, que já foi testado em laboratório, passa a ser aplicado em seres humanos. De acordo com Doria, os testes devem começar até o fim deste mês, iniciando pelo município de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, por meio da Universidade de São Paulo (USP).

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A Butanvac é uma das vacinas desenvolvidas pelo Brasil. Outros imunizantes também estão sendo testados em universidades federais brasileiras, mas esbarram na escassez de verbas, conforme mostrou o Estadão. As vacinas brasileiras são uma aposta diante da eventual necessidade de revacinar toda a população brasileira contra a covid-19 no ano que vem.

Segundo Doria, as três fases de testes clínicos devem ser concluídas em 120 dias. Depois disso, os dados são submetidos a uma nova avaliação pela Anvisa. Já há 7 milhões de vacinas da Butanvac produzidas e estocadas. Serão feitas 18 milhões até o dia 31 de julho, segundo o governador, e 40 milhões até 30 de outubro.

"Tão logo a Anvisa faça a aprovação, São Paulo poderá disponibilizar 40 milhões de doses. Seja para completar a vacinação no Brasil, seja para a vacinação da nova etapa, a etapa 2022, quando precisaremos novamente ter a vacina", disse Doria, após um evento para lançar um programa de distribuição de absorventes nas escolas.

O governador afirmou ainda que a Butanvac será oferecida para compor o Plano Nacional de Imunizações (PNI) se o Ministério da Saúde desejar. "Se não desejar, São Paulo vai usar na sua própria vacinação e vai exportar também. Temos seis países da América Latina que já solicitaram ao Butantan. Tão logo tenhamos a aprovação, eles têm interesse na aquisição, com vista ao novo processo vacinal do ano que vem." Doria não detalhou quais são os seis países interessados no imunizante.

Segundo o governador, "vários Estados e cidades" também manifestaram interesse na aquisição da Butanvac, caso ela se mostre eficaz. Entre os Estados, há oito interessados. A Butanvac custará, segundo Doria, R$ 10 por dose, quatro vezes menos do que a Coronavac, imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Butantan.

Depois da morte de uma leoa vítima da Covid-19, uma reserva florestal do sul da Índia realizou testes em 28 elefantes, anunciaram as autoridades nesta quarta-feira (9).

A leoa asiática, de nove anos e pertencente a uma espécie ameaçada, morreu no início de junho no parque zoológico Arignar Anna em Chennai (antigamente conhecida como Madrás), no estado meridional de Tamil Nadu, segundo a imprensa local.

Essa foi a primeira morte de um animal na Índia atribuída ao vírus.

Por meio de uma triagem, as autoridades descobriram que a leoa e mais oito felinos, dois deles em estado preocupante, eram portadores do vírus, informou na semana passada o jornal The New Indian Express de Chennai.

"Depois que os leões do zoológico de Vandalur (o Arignar Anna) deram positivo para covid, pedimos para testar os elefantes por precaução", declarou nesta quarta-feira à AFP um guarda florestal do parque nacional de Mudumalai, no sul de Tamil Nadu.

As análises das amostras coletadas de 28 elefantes, entre eles dois filhotes, serão realizadas pelo instituto indiano de pesquisa veterinária do estado de Uttar Pradesh (norte), e seus resultados devem ser anunciados em uma semana.

"Os animais não têm nenhum sintoma, é só por precaução", reiterou o guarda florestal.

"A coleta de amostras não apresentou nenhuma dificuldade", acrescentou, exibindo as imagens de um vídeo gravado durante o processo.

Cerca de vinte tigres do parque de Bhagwan Birsa, no estado oriental de Jharkhand, também foram submetidos a testes de covid após a morte de um felino de 10 anos que teve febre muito alta, segundo a imprensa local.

A agência de notícias Press Trust of India, citando responsáveis da reserva, informou que o teste de antígeno realizado nesse tigre deu negativo, mas que estão à espera do resultado de um teste PCR.

O WhatsApp segue desenvolvendo a ligação com detecção automática para verificação de cadastro de novos aparelhos. O rumor que já circula há meses foi confirmado pela WABetaInfo no último domingo (6), que revelou ter encontrado um método alternativo de verificação de login na versão beta do mensageiro para Android.

A novidade será exclusiva no sistema operacional nesse primeiro momento. A plataforma pretende utilizar o registro de chamadas para verificar o recebimento e daria sequência ao login, sem depender do fornecimento de códigos de autenticação.

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De acordo com a publicação, o recurso denominado “Chamadas Flash” está presente na versão 2.21.11.7 do WhatsApp Beta e é oferecido ao usuário sempre que ele precisar verificar a sua conta. Ao entrar na tela de solicitação do código de verificação de seis dígitos, o app pede permissão para ler o registro de ligações do smartphone.

Ao conceder a permissão, o WhatsApp irá ligar para o telefone com o objetivo de verificar se o número é o mesmo do envio do código numérico. Trata-se de uma chamada curta, que será encerrada automaticamente, permitindo o login no serviço a seguir.

O método é significativamente mais seguro que o fornecimento do código de seis dígitos, já que é mais complicado interceptar uma ligação telefônica do que persuadir usuários a dar o código através de mensagens falsas. Ainda assim, a ferramenta não substituirá a autenticação padrão, já que depende da autorização para acessar o histórico de chamadas (algo que pode não agradar os mais preocupados com privacidade) e é exclusivo do Android.

Entretanto, a permissão para acessar o registro de chamadas não deve ser utilizada em outro momento senão durante a autenticação. Portanto, se isso for motivo de preocupação, é possível revogar a autorização a qualquer momento após o cadastro a partir das configurações do Android.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta que os testes para diagnóstico de Covid-19 disponíveis no mercado não devem ser utilizados para atestar o nível de proteção contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) após a vacinação contra a doença. Isso porque estes testes não têm essa finalidade. 

Segundo a Anvisa, é importante informar a população que os produtos atuais registrados no Brasil possibilitam apenas a identificação de pessoas que tenham se infectado pelo Sars-CoV-2. “Os testes disponíveis não foram avaliados para verificar o nível de proteção contra o novo coronavírus”. A Agência ressalta também que, mesmo quando usados para a finalidade correta, os resultados fornecidos pelos testes só devem ser interpretados por profissionais de saúde.

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A Agência reforça, ainda, que não há embasamento científico que correlacione a presença de anticorpos contra o Sars-Cov-2 no organismo e a proteção à reinfecção. Sendo assim, nenhum resultado de teste de anticorpo (neutralizante, IgM, IgG, entre outros) deve ser interpretado como garantia de imunidade e nem mesmo indicar algum nível de proteção ao novo coronavírus. 

Acesse aqui a nota técnica divulgada pela Anvisa sobre os testes para diagnóstico de Covid-19.

*Com informações da Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira (25) o início dos testes do soro anti-Sars-CoV-2, desenvolvido pelo Instituto Butantan, de São Paulo. Com a decisão, o Butantan poderá começar a aplicação do soro em voluntários da pesquisa. Esta será a primeira vez que o soro será testado em humanos.

Em 24 de março, a agência aprovou a realização da pesquisa, mas condicionada à assinatura de um termo de compromisso que previa a entrega de informações complementares, que ainda não estavam disponíveis naquele momento.

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A autorização de hoje foi concedida após o Butantan submeter à agência o novo protocolo clínico com as adequações necessárias para que o estudo pudesse ser iniciado em humanos.

O soro é um concentrado de anticorpos contra o novo coronavírus e pode ser aplicado assim que o paciente apresentar manifestações clínicas da doença. Em março, o Butantan tinha informado que o estudo clínico incluiria pacientes transplantados do Hospital do Rim e com comorbidades do Hospital de Clínicas, ambos da capital paulista.

Segundo a Anvisa, a avaliação da proposta de pesquisa foi feita integralmente pela agência, sem a participação de outras agências estrangeiras, já que as fases iniciais de testes clínicos do soro serão feitas apenas no Brasil. "Como esta é a primeira vez que o soro do Butantan será testado em pessoas, isso exigiu da Agência uma avaliação criteriosa dos aspectos técnicos e de segurança do produto", pontuou, em comunicado oficial. Até o momento, o soro foi testado somente em animais.

Também hoje, a Anvisa recebeu um novo pedido de importação da vacina Covaxin contra a covid-19. O pedido é referente à importação de 20 milhões de doses e foi protocolado pelo Ministério da Saúde na segunda-feira (24).

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