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Há 214 anos, na primeira semana de janeiro 1808, era instalada a primeira tipografia oficial do Brasil, no Rio de Janeiro. A tecnologia foi instalada oficialmente após a chegada da corte portuguesa no país, publicando os decretos da Imprensa Régia. Existem registros de escritórios tipográficos em funcionamento em outras localidades no país antes disso, porém eram considerados  uma atividade ilegal na época, pois funcionavam sem autorização de Portugal.  

Tipografia é o nome dado ao processo realizado na impressão de textos. Para isso é necessário escolher uma fonte, o estilo de como serão as letras do alfabeto no material impresso. O Leia Já conversou com Alessandro Camilo e Daniel Herrera, professores do curso de Design Gráfico da UNG e o designer gráfico Manuel Lorena sobre as quais são as fontes mais usadas atualmente, confira:

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O professor Alessandro Camilo revela que não possui uma fonte favorita, mas costuma usar as fontes sem serifa (sem pernas desenhadas). Em primeiro a Avenir, segunda opção a Gill Sans e a terceira Helvetica, esta última para coisas clássicas, com visualização limpa. “Gosto por ter uma família grande (vários tipos, itálico, bold, semibold, light, etc). Pois assim utilizamos uma com várias variações”, explica. 

Já nas encorpadas, Camilo usa a Impact. Ele indica a Times New Roman quem gosta de serifas (com borda). Sobre as fontes que os clientes mais pedem ele responde: “Não temos uma preferência, mas sempre recomendamos que tenha "Legibilidade", ou seja, que seja legível. [...] As mais comuns são a Times e Arial. Mas sempre tem variações, pois os clientes querem que aquilo cause um impacto, é nisso que vem o conhecimento de unir a fonte com cores, forma visual, percepção e outras técnicas que o designer executa para que se gere o impacto que o cliente quer”.

“Sempre orientamos ao cliente o que determinamos como o melhor para ele. [...]. Mas cabe a ele decidir o que e como quer. Neste caso, aceitamos, mas não nos responsabilizamos pelo resultado diferente do esperado. Pois fazemos tudo respaldado pelo método do design”, finaliza. 

Já Daniel Herrera prefere a Montserrat hoje em dia. Com mais de 15 anos na área do Design, ele diz que houve um tempo em que preferia usar Futura e Swiss 721. No dia-a-dia da profissão as que ele mais utiliza são: Inter, Roboto, Lato e Arboria. Esta última é do Adobe e as três primeiras do Google - as quais Herrera prioriza por serem acessíveis a todos. Entre as que seus clientes mais pedem estão as Sans serif e Display: Open Sans, Poppins, Comforta e Bebas Neue. 

Por outro lado, Manuel Lorena gosta de utilizar a família Garamond, na versão tradicional e o redesign feito pela Apple, usada na sua comunicação corporativa. Em segundo lugar, a família Avant Garde e terceiro a Futura com todas as variações. 

Os três concordam que a fonte mais difícil ou complicada de trabalhar é a cursiva (manuscrita), devido à dificuldade de leitura, espaçamento e aplicação limitada. Camilo diz que como alternativa ela pode ser utilizada como título. Lorena acredita que são mal desenhadas e que possuem poucas opções de variação e algumas faltam caracteres. “O espaçamento é difícil pois o desenho de cada letra não leva em conta isso (par de kerning), tem curvas com concordância mal feitas, em textos (mesmos pequenos). São as mais difíceis, disparadas”, explica.

Considerado o primeiro livro brasileiro sobre desenho tipográfico a tratar o assunto em detalhes, "O Mecotipo - Método de Ensino de Desenho Coletivo de Caracteres Tipográficos" ganha edição comemorativa de 10 anos apresentando conteúdo atualizado e ampliado. A autoria é do mestre em design, fundador da Tipos do aCaso e idealizador dos cursos de Design Gráfico e de Produto da AESO-Barros Melo, Leonardo Buggy. O lançamento acontecerá nesta quinta-feira (13), às 16h, no Centro Cultural Barros Melo, na Cidade Alta, em Olinda.

A obra foi lançada, originalmente, em 2007 e rapidamente tornou-se referência na área, ajudando na aplicação de experiências em sala de aula, como também auxiliando no ingresso de profissionais no universo da tipografia. A segunda edição do livro foi produzida com financiamento coletivo resultante de campanha que atingiu o dobro da meta inicial e mobilizou designers de todo Brasil.

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"A união de várias pessoas em prol de um ideal é o coração deste livro e motor de todas as ações que eu tenho promovido em torno da tipografia desde 2007. Dezesseis designers, entre estudantes, professores e profissionais de mercado, trabalharam em conjunto para criar e diagramar a obra com fontes digitais brasileiras. Um esforço coletivo ímpar, que produziu este projeto gráfico impactante e inovador", detalha Buggy.

Entre as novidades da nova versão está o método renovado com exercícios; síntese duas vezes maior, repleta de novas informações e referências; e sistema de avaliação. Durante o evento, o autor fica disponível para assinar dedicatórias nos exemplares à venda. A programação também conta com palestra sobre os novos conhecimentos da criação e desenvolvimento de tipos, ministrada por Buggy, além de coquetel para networking entre os presentes.

Serviço

Leonardo Buggy lança livro em Olinda

13 de junho (quinta-feira) | 16h

Centro Cultural Barros Melo, Rua de São Bento, nº 200, Varadouro, Olinda

Entrada gratuita

*Da assessoria

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