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No mês em que se celebra a arte circense - dia 27 de Março é a data em que se comemora o circo -, os artistas que dedicam suas vidas à essa cultura estão impedidos de fazerem o que mais amam: trabalhar. Impossibilitados de fazer apresentações e também de viajar entre as praças (como chamam as cidades por onde passam), palhaços, mágicos, malabaristas e trapezistas precisam lidar com a ausência do aplauso do público e a falta de recursos para sobreviver. Para ajudá-los, a Comissão Setorial de Circo de Pernambuco está fazendo uma campanha para arrecadar doações para essas famílias.

Os circos itinerantes são, muitas vezes, o primeiro contato com arte para várias pessoas. Passando de cidade em cidade, algumas, às vezes, que nem dispõem de qualquer equipamento cultural, os circos levam entretenimento e diversão por onde passam. É o que faz Tita Alves, de 51 anos. Proprietária do Circo Alves,  ela vive da arte circense perpetuando o legado de seu bisavô. “Meus netos estão nascendo no circo e tenho fé em Deus que meus netos também nascerão aqui. A gente tem tanto orgulho de ser dessa cultura. O circo pra gente não é uma profissão, é uma tradição, além de profissão, ele é tudo”, disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá.

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O Circo Alves tem uma equipe de 15 pessoas, entre crianças e adultos e, agora, se encontra parado em Caruaru, no bairro de Fernando Lira. Com uma plateia que comporta até 400 pessoas, o circo está impedido de realizar espetáculos ante a proibição de se promover eventos que provoquem a aglomeração de pessoas, em prevenção à disseminação do coronavírus. Tita conta que, agora, precisa contar com a solidariedade do público. “Nós estamos impossibilitados de nos mexer, são pessoas que nasceram pra isso e vivem disso com a família. Nós não estamos acostumados a pedir, mas estamos vivendo de doações”. Esta é a primeira vez que a circense suspende os trabalhos por tanto tempo, em cinco décadas de dedicação a essa arte.

Assim como Tita e o Circo Alves, muitos outros artistas circenses se encontram na mesma situação. Para ajudá-los, a Comissão Setorial de Circo de Pernambuco pede a ajuda do público. O movimento já conta com a ajuda de de algumas prefeituras, artistas, movimentos culturais e sociais e  ONGs. As pessoas também podem ajudar levando doações de alimentos e outros materiais de primeira necessidade diretamente aos circos.”Com as orientações de evitar circulação não colocamos um ponto central (para a coleta dos itens)”, explica Williams Sant'anna, coordenador da comissão.  “Agora é a hora da gente ser agraciado na retribuição daquela alegria que a gente leva”, espera Tita. .

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