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O clima de paz entre clubes e Federação Pernambucana de Futebol durou pouco. Depois do encontro na sede da CBF, que pareceu esfriar os ânimos, uma atitude nesta quinta-feira (25) veio para mostrar o oposto. O Trio de Ferro acionou a Justiça para revogar a decisão da FPF quanto aos clássicos com torcida única.

Demonstrando certa união – que não parece haver devido aos últimos acontecimentos – Náutico, Santa Cruz e Sport protocolaram “medida inominada junto ao Tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco (TJD-PE) solicitando a presença das torcidas visitantes nos clássicos do Campeonato Pernambucano”.

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Para os clubes, a “arbitrária determinação, imposta pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e sem qualquer consulta aos órgãos públicos, infringe o Regulamento Geral da própria FPF, além de ferir a essência do futebol”.

A intenção dos grandes de Pernambuco é que a liberação ocorra já no Clássico das Emoções – como é chamado o derby entre Santa Cruz e Náutico - deste sábado (27), no estádio do Arruda.

O duelo entre Ponte Preta e Ceará, marcado para as 11h de domingo, terá apenas torcedores pontepretanos nas arquibancadas do estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. A decisão foi tomada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que puniu o Ceará antes mesmo do início da Série B do Campeonato Brasileiro.

O STJD havia determinado que o clube nordestino jogasse oito partidas sem torcida devido a uma briga generalizada que aconteceu no duelo contra o Cuiabá, pelo Brasileirão do ano passado.

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Durante esse período, o Ceará não terá direito a carga de ingressos para os visitantes, assim como está acontecendo agora contra a Ponte Preta. O time campineiro foi notificado pela CBF apenas nesta sexta-feira, quando os ingressos visitantes já haviam começado a ser vendidos.

Por isso, em uma nota oficial, a Ponte Preta afirmou que "os torcedores do Ceará, que adquiriram ingressos pelo sistema online, terão o valor estornado de seus cartões". Enquanto isso, os ingressos para a torcida pontepretana seguem sendo vendidos normalmente. De qualquer forma, o setor visitante ficará fechado por determinação da Polícia Militar.

No duelo, a Ponte irá buscar a segunda vitória seguida em casa para subir na tabela da Série B. Já o Ceará chega no embalo do título da Copa do Nordeste, conquistado neste meio de semana, nos pênaltis, sobre o Sport.

O Governo de Pernambuco anunciou, nesta quarta-feira (22), um recuo em relação a proibição de torcidas visitantes em jogos de Sport, Náutico e Santa Cruz na Copa do Nordeste. Agora, estão barrados somente integrantes de torcidas organizadas.

A gestão estadual só não esclareceu como serão identificadas essas pessoas que estão vetadas nos estádios do Estado. Procurada pelo LeiaJá, a SDS afirmou que não vai revelar como fará o filtro.

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"Informamos que a Inteligência das forças de segurança está atuando de modo a identificar pessoas que pertencem a esses grupos. Não será detalhado como esse trabalho é feito para não prejudicar essa ação preventiva", informou a SDS.

O veto a todos os tipos de torcedores visitantes seguirá valendo para os Clássicos estaduais envolendo os três grandes do Recife, seja no Campeonato Pernambucano ou na Copa do Nordeste.

"Para os jogos da Copa do Nordeste, quando os jogos envolverem os três grandes clubes locais contra times de outros estados, o acesso está proibido apenas para integrantes de torcidas organizadas visitantes", diz a nota do GT de Futebol da Secretaria de Defesa Social. 

Segundo a SDS, a nova regra vale para a partida desta quarta-feira (22) entre Sport e Bahia, que ocorre na Ilha do Retiro, a partir das 21h30, pela Copa do Nordeste. A entrada de torcedores visitantes, no entanto, já havia sido determinada pelo STJD.

A medida que impõe torcida única não foi bem recebida no primeiro clássico em Pernambuco, com a nova norma imposta pelo Governo do Estado. Náutico e Sport duelaram em campo, no último sábado (11), e antes da bola rolar, o LeiaJá ouviu dos torcedores, no caso, apenas dos alvirrubros, o que eles acham de um jogo sem os rivais.

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Foi quase uma unanimidade. Apenas um entrevistado afirmou ter uma necessidade na aplicação da regra, por conta da violência. Mas mesmo dizendo isso, Eduardo Albuquerque, reconhece que a violência é um mal maior, que vai além dos estádios

“Ela pode até diminuir (a violência), mas a gente sabe que os torcedores mesmo não podendo ficar no estádio ficam nas redondezas perturbando, provocando, é um problema social e o governo tem que tomar providencia”, disse. 

No geral, porém, quem estava nos Aflitos afirmou que preferia ter ali a torcida do rival. Outro ponto em que houve concordância entre os entrevistados foi o fato de que as brigas e confusões geralmente acontecem fora, e às vezes até longe dos estádios, o que na visão da torcida torna o pedido de torcida único inválido. 

O ambiente dentro do jogo também é mais um fato que coopera para a rejeição a medida. “Clássico é mais gostoso quando você tem a torcida adversária para provocações sadias do futebol, para mim é triste vir hoje e não ter a torcida adversária no estádio”, disse a alvirrubra Ivanna Albuquerque.

O Governo do Estado de Pernambuco, através do GT de Futebol, grupo de trabalho que envolve Secretaria de Defesa Social, PMPE, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Ministério Público, anunciou, nesta segunda-feira (30), uma série de medidas de segurança.

 Entre as decisões adotadas, está a adoção de torcida única nos clássicos do estado e nos jogos de Sport, Santa Cruz e Náutico na Copa do Nordeste. Os clubes também devem instalar catracas com reconhecimento facial nos estádios.

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“Um conjunto de esforços, de medidas tomadas por todos esses representantes, pelo bem do futebol pernambucano e da segurança do cidadão”, disse o secretário executivo de Defesa Social, Alexandre Alves. 

Outro ponto também será a criminalização de associação criminosa para aqueles que se passarem por torcedores para cometer crimes contra patrimônio público, particular, lesões corporais e qualquer crime deste teor.

O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, anunciou ainda uma parceria com o disque denúncia, na qual a pessoa que der informações concretas sobre criminosos ganhará uma recompensa.

Charangas e bandeiras

O GT do Futebol também liberou a volta das charangas aos estádios. “Vamos retomar as charangas. Serão regulamentadas, a FPF vai encaminhar o nome dos integrantes, os instrumentos para ter controle”, disse Alexandre Alves.

Já os mastros e bandeiras seguem proibidos, mas com a promessa de discussão sobre o tema: “As bandeiras vamos tratar mais adiante, primeiro tratamos sobre a charanga, vamos tratar sobre isso de forma técnica”, completou o secretário-executivo.

Através de um ofício endereçado à Federação Pernambucana de Futebol, nesta quarta-feira (30), o Santa Cruz solicitou a presença da torcida visitante para a semifinal do Campeonato Pernambucano contra o Náutico, nos Aflitos, sábado (2).

No ofício, o Santa Cruz listou alguns motivos que, no entender do clube, justificariam a liberação dos torcedores corais. Como afirmar que a violência é algo corriqueiro em todo país; que Pernambuco não pode ser exceção (em São Paulo também é praticado a torcida única); e que as torcidas são pacíficas e que não podem ser punidas por atos de "delinquentes".

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Questões socioeconômicas também foram levantadas no ofício, além da afirmação de que a presença de 10% da capacidade do estádio deve ser destinada à torcida visitante, conforme diz o Regulamento Geral das Competições. Lembrando que a presença de torcida única é uma determinação da Federação Pernambucana que foi acatada pelos órgãos competentes. 

Pernambuco recebeu seu primeiro jogo com torcida desde a proibição no último fim de semana em partida da semifinal da Copa do Nordeste entre Sport e CRB na Arena de Pernambuco. 

O primeiro clássico pernambucano desde que o público foi autorizado a voltar aos estádios vai ser de torcida única. A determinação partiu da Federação Pernambucana de Futebol, segundo o presidente Evandro de Carvalho, em entrevista à Rádio Clube, nesta quinta-feira (27).

Evandro contou que a decisão está tomada, restando apenas resolver as questões burocráticas com Secretaria de Defesa Social, CBF e Liga do Nordeste. A medida passa a valer já neste fim de semana e afeta o duelo entre Sport e Náutico pela Copa do Nordeste, na Ilha do Retiro, no sábado (29). Na partida, apenas rubro-negros poderão entrar no estádio.

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“De minha parte, está absolutamente consolidado (torcida única). Ainda estou tomando questões mínimas, inclusive eu tenho que informar à SDS, ao secretário Humberto Freire. Tem alguns detalhes técnicos junto à Liga do Nordeste e à CBF, mas está tudo encaminhando “, disse Evandro. 

“Quando Santa Cruz, Sport e Náutico jogarem com equipes de fora do estado, na Copa do Nordeste, teremos torcida única para evitar o que aconteceu com a torcida do Campinense, que se reuniu com remanescentes de uma torcida organizada já extinta do Sport e gerou todo aquele problema. Jogarão apenas com a sua torcida”, completou.

A partida entre América-RN e Sport, pela quinta rodada da Copa do Nordeste, neste sábado (22) será com polêmica. Em nota, o Leão afirmou que acionou a Federação Pernambucana de Futebol, a Confederação Brasileira de Futebol e a Liga do Nordeste em relação a decisão do presidente do clube potiguar de não vender ingressos para visitantes no dia do jogo. 

O comunicado da equipe rubro-negra trouxe um descontentamento relação a decisão: "Salientamos que este artigo do regimento geral das competições nunca é acionado pelos clubes que prezam e valorizam um bom relacionamento". 

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O Sport também chamou a decisão de 'autoritária e antidesportiva’. O fato não proíbe a presença da torcida pernambucana, mas impede a venda de ingressos no dia do jogo. No comunicado, o clube rubro-negro acusou Leonardo Bezerra, presidente do América-RN, de ter a intenção de torcida única. 

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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) comunicou neste sábado que a Justiça estadual determinou que o duelo entre Cruzeiro e Palmeiras seja disputado com a presença de torcida única, a do clube mandante, neste domingo, no Mineirão, pela última rodada do Campeonato Brasileiro.

"Cruzeiro x Palmeiras com torcida única. A Justiça atendeu o pedido do MPMG e determinou que CBF e FMF realizem a partida desse domingo, pelo Brasileirão 2019, apenas com torcedores do time mandante. A medida se fez necessária por questão segurança", afirmou o MPMG em publicação em seu perfil no Twitter.

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A decisão da Justiça Minas Gerais de dá após o Ministério Público entrar com Ação Civil Pública com pedido de liminar para que fosse determinada a realização do confronto com a presença apenas da torcida mandante, o que agora foi acatado. O jogo pode culminar no rebaixamento do Cruzeiro à Série B e há preocupação com a segurança.

A decisão também determina que o Cruzeiro seja multado em R$ 10 mil por ingresso vendido para a torcida visitante. Porém, o próprio clube defendia a adoção da torcida única no confronto.

A Justiça também determinou que seja expedido ofício à Polícia Rodoviária Estadual para monitoramento de eventual deslocamento da torcida do Palmeiras para Belo Horizonte, além de outros à Polícia Militar e à Polícia Civil de Minas Gerais para a adoção de medidas que se fizerem necessárias para o cumprimento da decisão.

A decisão da Justiça mineira contraria o que tinha sido determinado pelo STJD na sexta-feira. Afinal, o tribunal esportivo havia rejeitado pedido do Cruzeiro para que o confronto com o Palmeiras fosse disputado com torcida única.

Naquela oportunidade, o presidente do STJD, Paulo César Salomão Filho, havia avisado que se o Cruzeiro considerasse que não há segurança para a realização do jogo com a presença dos torcedores dos dois clubes, deveria disputá-lo com os portões do Mineirão fechados. Mas precisaria arcar com efeitos dessa medida drástica, como uma eventual punição pelo tribunal esportivo.

O Cruzeiro e o Ministério Público de Minas Gerais consideram o confronto de alto risco por alguns cenários, sendo o principal deles o risco de rebaixamento do time, que precisa vencer o Palmeiras e ainda contar com uma derrota do Ceará para o Botafogo, domingo, no Engenhão, para permanecer na Série A.

Além disso, há histórico de inimizade entre torcidas do Cruzeiro e a Mancha Alviverde, principal organizada do Palmeiras. E Máfia Azul e Pavilhão Celeste, principais torcidas do Cruzeiro, já entraram em conflito diversas vezes.

Recentemente, também, o clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG terminou em confusão nas arquibancadas de diferentes setores do Mineirão. Os clubes chegaram a perder mando de campo no STJD, mas apresentaram recursos para que voltem a ser julgados.

A torcida única em confrontos no futebol brasileiro é rara, tendo sido adotada em alguns clássicos estaduais, especialmente no futebol paulista. Na semana passada, porém, o confronto entre Palmeiras e Flamengo, no Allianz Parque, pelo Brasileirão, teve a presença apenas de torcedores do time paulista, com o aval da CBF.

Após a vitória deste sábado (30) diante do Confiança pela Copa do Nordeste, o Santa muda seu foco para a Copa do Brasil. Na próxima quarta (3), os tricolores iniciam a decisão em dois jogos contra o ABC, no Franqueirão, em Natal. O técnico Leston Júnior projeta um duelo difícil contra os potiguares, mas confia na experiência do elenco para passar de fase.

"Vamos ter muita dificuldade contra o ABC. Mantiveram uma base com o Ranielle Ribeiro, com forma de jogar. Um jogo aéreo forte com Adalberto e Maurício. Aqui, na Copa do Nordeste, eles venderam caro para a gente", disse Leston Junior.

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Para o primeiro confronto, o técnico coral espera contar com força máxima. "Esse grupo vai viver a primeira decisão em 180 minutos. Quando se tem jogadores que já vivenciaram isso, dá mais segurança. Fico feliz em ganhar alguns que estão saindo do DM e da transição, além de reforços que chegam com ambição de se estabelecer", afirmou.

Sem apoio em Natal – A pedido do ABC, torcedores corais estão impedidos de ir ao primeiro jogo da decisão diante do ABC. Leston Júnior criticou duramente a determinação. "Torcida única é falência do Estado. Não conseguir dar garantia de segurança. Duas torcidas no estádio são a essência do futebol. Mas vivemos um momento complicado enquanto sociedade".

Enquanto os órgãos de segurança de São Paulo celebram a queda dos confrontos entre torcedores nos clássicos desde a adoção da torcida única em 2016, os clubes e a FPF afirmam que o modelo não é o ideal, mas se conformam com a determinação. A partir das semifinais do Campeonato Paulista, serão disputados seis clássicos até a definição do título. Todos terão a presença de uma só torcida.

"Neste momento é o que pode ser feito. É o que querem a Polícia Militar e o Ministério Público. Os índices de paz melhoraram. Não é o ideal, mas é o que se pode fazer", afirmou o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, ao Estado.

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O presidente corintiano Andrés Sanchez reafirma sua posição contrária à torcida única. Nas semifinais, seu clube vai enfrentar o Santos em Itaquera neste domingo. No dia 8 de abril, uma segunda-feira, os dois times se reencontram no Pacaembu. "Essa é uma situação que já tem três anos. Não vai mudar. Não tenho mais o que dizer. Eu sou contra, mas não vou conseguir mudar", reclamou o presidente.

Para José Carlos Peres, presidente do Santos, a presença de apenas uma torcida nos clássicos é um mal para o futebol. "Havia um tempo em nós assistíamos ao jogo todos misturados e não havia problema. Depois, começaram a dividir e sempre temos leões que querem brigar. A divisão aumentou o número de brigões. Se você liberar tudo, não vai ter briga. É o que acontece com o alambrado grande, cheio de policiais, para evitar invasões de campo. Hoje, a proteção é de 1,50m, mas ninguém pula. Isso inibe. Ninguém suja o metrô, por exemplo", diz o dirigente.

A adoção da torcida única foi uma medida de segurança imposta nos estádios da capital desde abril de 2016. A mudança foi uma resposta aos confrontos entre integrantes das torcidas Mancha Alviverde, do Palmeiras, e Gaviões da Fiel, do Corinthians, em vários pontos da cidade. Os conflitos deixaram dezenas de feridos e um morto.

O promotor Paulo Castilho, do Ministério Público de São Paulo, afirma que a volta de duas torcidas nos clássicos seria um retrocesso. O posicionamento do órgão está apoiado em pesquisas da PM que apontam a queda dos índices de violência nos estádios. "As medidas implementadas no estado de São Paulo vêm promovendo efeitos positivos há anos. Temos redução drástica dos índices de violência", diz o promotor.

Estudo realizado pela seção de Planejamento e Operações do 2º Batalhão de Choque de Polícia Militar, responsável pelo policiamento nos estádios, mostra uma queda no número de confrontos entre torcidas rivais desde a implantação da torcida única. A redução foi de 43% entre os 44 clássicos realizados antes e os 44 realizados depois da medida. Os conflitos passaram de 21 para 12. Paralelamente, o estudo mostra aumento do público nos clássicos. No mesmo recorte de 44 clássicos, o aumento do público foi de 33%.

Além da adoção da torcida única, outros fatores podem ter influenciado nos números, como a modernização das arenas, que atraem torcedores com diferentes perfis, como as mulheres, por exemplo.

A economia com a PM se deve ao deslocamento de agentes de segurança que fariam o policiamento nos estádios para outros locais da cidade. Castilho afirma que a torcida única continuará a ser utilizada por tempo indeterminado. "A intenção do estado de São Paulo é que tenhamos torcida única no Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro e Libertadores. Os resultados são altamente satisfatórios. Temos consciência de que não é o ideal, todos gostariam de ver o estádio com duas torcidas, mas temos de ver o custo que isso traz para o Estado e para a sociedade", afirma o promotor público.

A possibilidade do jogo entre Náutico e Santa Cruz que acontece no sábado (9), no estádio dos Aflitos pela Copa do Nordeste ser com torcida única, depende agora única e exclusivamente do Ministério Público. A informação é do presidente do Náutico, Edno Melo que confirmou que o pedido foi realizado nesta segunda feira (4).

“Foi realizado ontem, a gente solicitou ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), ao Batalhão de Choque, Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e Confederação Brasileira de Futebol (CBF)”, comentou Edno.

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Segundo presidente, a solicitação foi enviada para quatro órgãos. O clube já tem em sua posse um plano para caso a solicitação tenha um parecer favorável. Caso contrário, Edno lembra que o clube fez a sua parte e cita que a decisão foi tomada para que o torcedor não se afaste do clube e não tenha medo de ir aos Aflitos.

Lembrando que no jogo da Copa do Nordeste, contra o Fortaleza, realizado nos Aflitos no dia 15 de janeiro, foi repleto de confusão dentro e fora do estádio. Até uma tentativa de invasão a sede do clube foi relatada, o que com certeza assustou o torcedor. Alguns relatos confirmaram a presença de alguns participantes de organizadas ligadas ao Santa Cruz, o que deve ter pesado na decisão do clube. Na ocasião o Náutico perdeu por 3x1.

 “O que a gente poderia fazer era isso. Solicitar, resguardar, agora não depende do Náutico. Estamos tentando evitar qualquer tipo de situação que possa tirar o torcedor de dentro do campo”, ressaltou.

Não existe ainda um prazo definido para a resposta a solicitação do clube, mas o presidente Edno acredita que a resposta deve sair nos próximos dias

“Como o jogo é sábado (9) eu acredito que até a próxima quinta feira (7) devemos ter alguma resposta do Ministério Público”, concluiu Edno.

Confira na íntegra a solicitação feita pelo clube:

Prezados Senhores,

 

Considerando:

 

1 - O notório, sequenciado e crescente conflito entre torcidas organizadas em Recife, com vítimas fatais;

2 - Que tais conflitos não são apenas entre específicas gangs organizadas nos clássicos entre Náutico, Sport e Santa Cruz, mas também quando aqui jogam outros Clubes do Brasil, em razão das associações com torcidas de outros Estados;

3- Que os conflitos põem em risco toda a coletividade, dentro e fora do Estádio, bem como o patrimônio do Clube;

4- Que apesar de existir determinação judicial, processo ajuizado pelo Ministério Público perante a 5 ,Vara Da Fazenda de Recife, para que não haja envolvimento de torcidas organizadas nos Clubes, tal medida não conseguiu seu efeito prático de retroceder a violência;

 

Requer:

 

1- Seja analisada a estratégia já deflagrada por outros Estados como São Paulo e Bahia, para que os clássicos sejam realizados com torcida única.

2 - Que se assim for decidido essa medida seja extensiva aos jogos do Náutico nos Aflitos também com outros Clubes do Brasil, analisado caso a caso , de acordo com os convênios/associações entre torcidas porventura existentes.

3- Que já incida tal regra a partir do próximo clássico, que é entre Náutico x Santa Cruz no próximo sábado nos Aflitos.

 

Sendo somente o que se apresenta para o momento, renovamos nossos préstimos de estima e consideração.

 

Atenciosamente,

 

Clube Náutico Capibaribe

Evaldsson Edno Rosendo de Melo- Presidente

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O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, afirmou nesta sexta-feira que lutou contra a decisão do Ministério Público de proibir torcidas visitantes em clássicos, medida que vale para a partida deste domingo contra o Palmeiras, no Allianz Parque, às 16 horas.

Em entrevista coletiva no CT, Roberto de Andrade disse que isso não resolve o problema da violência e revelou que, antes do clássico contra o Santos, torcedores do time da Vila fizeram uma emboscada e seis torcedores do Corinthians foram hospitalizados. Essa partida, disputada no dia 1º de junho, também teve torcida única e foi disputada no Itaquerão.

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"Contra o Santos teve emboscada com a torcida do Corinthians e foram seis para o hospital. Fora do estádio é qualquer um. Dentro do estádio não tem problema nenhum, chegam por estações diferentes. (Torcida única) É medida prática, curta, que não vai resolver. Fizemos tudo para tentar reverter. Assim, o futebol caminha para o fim."

O dirigente afirmou que conversou com advogados e em instâncias do Judiciário, mas não obteve sucesso para que corintianos pudessem ir no estádio neste domingo. "Para o corintiano, não ir no estádio é a morte", afirmou. "Fizemos de tudo, mas vamos acatar a decisão."

O Ministério Público determinou que todos os clássicos em São Paulo tenham torcida única após briga generalizada em vários pontos da cidade no último clássico entre Palmeiras e Corinthians, disputado no Pacaembu, pelo Campeonato Paulista.

O Ministério Público de São Paulo descartou a adoção da "torcida única", a presença só de torcedores santistas, no clássico de quarta-feira, entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro. O promotor Roberto Senise Lisboa, o mesmo que havia levantado a possibilidade de restrição de são-paulinos, afirma que os riscos de confrontos não estão "além da normalidade". "Não há dado indicando que na partida de quarta-feira teríamos risco além da normalidade. Por conta disso, o jogo terá duas torcidas", afirmou nesta terça-feira.

Os ingressos estão sendo vendidos normalmente na manhã desta terça-feira. Das 16 mil entradas, 700 são destinadas para os torcedores do São Paulo.

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Na tarde desta segunda-feira, o promotor havia declarado que aguardava documentação do serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública e do Tribunal de Justiça para emitir um parecer. A partir desses relatórios, Senise confirmou que o jogo terá duas torcidas.

Na semana passada, Senise e o também promotor Paulo Castilho fizeram à Federação Paulista de Futebol a recomendação de que o clássico entre Palmeiras e Corinthians, no novo estádio do time alviverde, tivesse apenas palmeirenses nas arquibancadas. O MP chegou a ameaçar processar a federação e os clubes caso corintianos tivessem acesso à arena palmeirense, sob alegação de desobediência.

O Corinthians entrou na Justiça argumentando que a restrição aos seus torcedores era abusiva, discriminatória e ilegal. A juíza Luíza Barros, da 10ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, deu ganho de causa para o clube alvinegro e também entendeu que federação, Corinthians e Palmeiras não poderiam ser processados, como ameaçou o MP. A Federação Paulista voltou atrás e destinou ingressos para os corintianos.

Senise avalia que o histórico dos torcedores no clássico desta quarta-feira é diferente do comportamento de corintianos e palmeirenses. "Embora tenham tido problemas no passado, o histórico não é tão complicado como o da Gaviões e da Mancha Alviverde", comparou.

Mario Gobbi, presidente do Corinthians, reafirmou em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, a intenção de não deixar o time ir a campo no clássico contra o Palmeiras, domingo, no Allianz Parque, caso seja mantida a determinação da Federação Paulista de Futebol de torcida única.

"O Corinthians não merece ser tratado como moleque. Tomamos um 'passa-moleque' da Federação Paulista e do Palmeiras. Dar os ingressos não é favor, é dever. A única forma de consertar algo que foi errado é distribuir o ingresso", afirmou o presidente do Corinthians.

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O presidente corintiano afirma que a determinação do Ministério Público para torcida única no clássico foi motivada por razões políticas. Mario Gobbi revelou uma conversa com o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, no qual o palmeirense teria dito que o Allianz Parque não foi planejado para receber visitantes.

Segundo Gobbi, Paulo Nobre não quer ter prejuízo de 12 mil cadeiras, espaço exigido pela Polícia Militar para o isolamento das torcidas. O corintiano também manifestou "tristeza" com o comportamento do palmeirense e reafirmou o conteúdo de uma nota divulgada nesta quinta-feira pelo Corinthians que considera a medida discriminatória - o jogo de torcida única valeria apenas para o jogo do dia 8.

A juíza Luiza Barros, da 10ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, acatou o pedido de liminar do Corinthians que pede a realização do clássico contra o Palmeiras com duas torcidas. A decisão, no entanto, é parcial. De acordo com o despacho, o Ministério Público de São Paulo não tem direito de ameaçar nem punir o clube, ou qualquer entidade ligada à venda dos ingressos para a torcida visitante. Essa decisão cabe unicamente à Federação Paulista de Futebol, que deve se pronunciar definitivamente ainda hoje.

Gobbi também criticou a maneira como o processo foi conduzido. "Não é dessa maneira, sorrateiramente, nos bastidores, na calada da noite, que se muda uma regra. Seria preciso estabelecer uma norma, dar publicidade e dar tempo para o torcedor se acostumar a ela", afirmou.

O Corinthians garantiu nesta sexta-feira, em nota oficial, que não entrará em campo para o clássico diante do Palmeiras se for mantida a determinação do Ministério Público para que a partida de domingo, no Allianz Parque, aconteça com torcida única. O presidente Mário Gobbi afirmou que a equipe não jogará se os torcedores corintianos forem impedidos de ir ao estádio do rival.

"Caso persista a discriminatória e casuísta decisão de não se vender ingressos para os torcedores corintianos para a partida do próximo domingo, o Sport Club Corinthians Paulista, envergonhado com a forma com que o futebol foi tratado neste episódio, vem a público informar que não entrará em campo", diz a nota no site oficial do clube.

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O presidente corintiano convocou uma entrevista coletiva ainda para a tarde desta sexta-feira, na qual deve confirmar esta postura do clube. Esta deve ser a última decisão tomada por Gobbi, uma vez que no sábado acontecerá a eleição para definir o novo mandatário do Corinthians - Roberto de Andrade e Roque Citadini concorrem ao cargo.

O imbróglio sobre o clássico de domingo tem se desenrolado pelos últimos dias. O Ministério Público determinou que a partida acontecesse somente com torcedores do Palmeiras no estádio, por entender que somente desta forma a segurança dos presentes estará garantida.

A decisão irritou os dirigentes do Corinthians e, na quinta-feira, o clube divulgou nota informando que entraria na Justiça para tentar revertê-la. Já nesta sexta, a juíza Luiza Barros, da 10ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, acatou parcialmente o pedido do clube.

No entanto, a juíza deixou a definição nas mãos da Federação Paulista de Futebol (FPF), que não parece disposta a mudar de ideia e permitir que os portões do Allianz Parque sejam abertos para torcedores corintianos. Com isso, o caso parece longe de se encerrar, mesmo a apenas dois dias para o clássico.

As torcidas organizadas criticaram a determinação do Ministério Público de que o clássico de domingo, entre Palmeiras e Corinthians, no Allianz Parque, pela terceira rodada do Campeonato Paulista, tenha torcida única.

Para Rafael Scarlati, vice-presidente da Mancha Verde, esse não pode ser o caminho para dar mais segurança aos fãs. "As autoridades gostam de um flash, para aparecer. É uma atitude populista porque dá ibope. Eles não estão preocupados com a segurança de fato. Acho que vai abrir um precedente que não vai voltar mais", afirma.

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Membros da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, afirmam que a torcida única não resolve o problema da violência. Por meio de sua assessoria de imprensa, a organizada informou que a sua posição é a mesma do clube.

Na noite desta quinta-feira, a diretoria do Corinthians divulgou uma nota informando que vai entrar na Justiça pelo direito de seus torcedores assistirem ao clássico no estádio. "Se o Poder Público não consegue conter e combater os torcedores violentos - estes sim os que deveriam ser afastados dos estádios - não é determinando a realização de partidas com torcida única que o problema será resolvido", diz trecho da nota.

O palmeirense lembra, inclusive, que os torcedores já foram ao Itaquerão no ano passado, com esquema de escolta e segurança reforçados, e nada ocorreu. "Nós chegamos no Itaquerão sem problema algum e não aconteceu nada. Todo torcedor tem direito de acompanhar seu time e nossa cultura é estar ao lado do Palmeiras, junto com o clube", continuou Scarlati. "Acho que não é o caminho. E quando o Palmeiras for jogar lá, não poderemos ir?", questionou.

O dirigente da Mancha reconhece que a partida de domingo entre os dois clubes é de risco, mas minimiza a tensão envolvida. "Todo Palmeiras e Corinthians é complicado, são 100 anos de rivalidade. Mas no último clássico não ocorreu nada, pois fomos escoltados e deu tudo certo."

Ele cita, inclusive, a briga na avenida Inajar de Souza em 2012, quando dois palmeirenses foram mortos. "O que aconteceu foi uma emboscada bem longe do estádio. Se estiver mal intencionado, vai acontecer, não tem jeito. Dois caras da Mancha morreram e nenhum corintiano foi preso até agora. Cadê as autoridades?"

Sob a condição de anonimato "para não prejudicar a unidade do movimento", corintianos ouvidos pela reportagem afirmaram que vários confrontos já aconteceram antes e depois das partidas. Além disso, temem que a prática seja adotada em todos os jogos, acabando com "a grandeza dos clássicos". Por fim, os corintianos afirmam que só "os torcedores violentos têm de ser banidos dos estádios e não a torcida inteira".

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