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Em reação à volta do trabalho presencial, um grupo de juízes passou a colher assinaturas para uma "carta aberta" contra a medida. Eles defendem o descumprimento de determinações do Conselho Nacional de Justiça e de tribunais de todo o País. Os magistrados pretendem fazer uma manifestação na frente do conselho, em Brasília, e estudam judicializar normas com restrições ao home office após a redução drástica de casos de Covid-19.

O movimento preocupa ministros das Cortes Superiores e conselheiros do CNJ, que avaliam abrir apuração disciplinar sobre a conduta dos envolvidos. A carta, que tem sido compartilhada em grupos no WhatsApp, não tem um autor declarado. As assinaturas são mantidas em segredo. O grupo se denomina "Respeito à Magistratura" e afirma ser integrado por 800 juízes estaduais, federais e trabalhistas.

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O manifesto foi elaborado coletivamente pelos participantes. O grupo afirma ter deliberado por "orientar" que se deixem de cumprir "atos administrativos manifestamente ilegais que violem a Lei Orgânica da Magistratura".

O Estadão apurou que um dos juízes do grupo é Farley Roberto Rodrigues de Carvalho Ferreira, da 71.ª Vara do Trabalho de São Paulo. Ele confirmou à reportagem a articulação e disse que "qualquer manifestação do grupo somente será realizada após a adesão mínima de 500 juízes".

Professor e ex-presidente da Associação de Magistrados do Trabalho de São Paulo (Amatra-2), Farley defendeu publicamente o trabalho remoto - em artigo no Consultor Jurídico (ConJur) e em redes sociais. Na internet, ele divulgou foto de uma sentença prolatada às 4h30: "O Judiciário não é um prédio, é um serviço".

No formulário do "Respeito à Magistratura", juízes dizem "denunciar" que a independência funcional foi violada pelas regras do CNJ, por se exigir, "sem observância das peculiaridades inerentes às mais diversas características de cada jurisdição, uma agenda de comparecimento dos magistrados à unidade jurisdicional".

Os magistrados afirmam no documento que vão acionar associações de classe para contratar advogado e enviar parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Há menção à possibilidade de mover ações na Corte, caso não haja uma solução "negociada". Os juízes falam em convocar "assembleias regionalizadas para debater possível alerta de paralisação dos serviços judiciários".

'Intolerável'

O corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, disse ontem que essa resistência é "intolerável". Segundo ele, 96% dos magistrados e 82,8% dos servidores estão trabalhando de forma presencial. "O retorno físico dos magistrados e servidores atende a demandas da sociedade e dos tribunais, sendo intolerável qualquer resistência por parte de agentes de Estado ao comando exarado pelo CNJ", afirmou Salomão. O Estadão apurou que a carta chegou à cúpula do Judiciário.

Na visão do presidente do Tribunal de Justiça de Goiás e do Conselho dos Presidentes dos TJs, Carlos França, o grupo é minoria entre os mais de 15 mil membros do Judiciário no Brasil. "O magistrado tem de estar na comarca, conhecer sua unidade judiciária, conviver com a sociedade local, estar disponível para falar com advogados e para audiências na sua comarca", afirmou o desembargador. "Ele (o juiz) representa o Estado naquela localidade."

Questionada, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), maior entidade da classe, defendeu "um modelo híbrido, que leve em consideração as particularidades de cada região e permita que a tecnologia seja usada em favor do cidadão e para dar eficiência à Justiça".

Em novembro de 2022, o CNJ aprovou resolução determinando a retomada presencial das atividades em 60 dias úteis, prazo encerrado em fevereiro. Advogados chegaram a reclamar de fóruns esvaziados e da dificuldade de conversar presencialmente com juízes, uma das prerrogativas da categoria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) publicou no Diário Oficial da União, uma portaria determinando o retorno dos servidores ao trabalho presencial a partir desta segunda-feira (6). A medida se aplica aos servidores, empregados públicos, contratados temporários e estagiários do órgão que estavam em trabalho remoto por conta da emergência de saúde pública decorrente da pandemia do novo coronavírus (covid-19).

A portaria, também dispensou o uso de máscara de proteção facial nas unidades do INSS. O texto diz que os servidores deverão seguir as regras de proteção individual obrigatória, isolamento, quarentena e outras condições de funcionamento estabelecidas pelos estados, Distrito Federal e municípios.

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Suspenso em 2020 em razão da pandemia, o retorno às atividades presenciais do órgão vem ocorrendo gradualmente desde o ano passado mediante agendamento prévio.

Em março, o INSS já havia publicado outra portaria, desta vez, dispensando a necessidade de agendamento prévio para atendimento nas agências. Na ocasião, além dos pedidos já agendados, as agências retomaram também o chamado atendimento espontâneo, realizado na triagem, no autoatendimento orientado ou em guichê específico para informação, sem necessidade de prévio agendamento.

Além do INSS, outros órgão da administração federal, exemplo da Receita Federal, também retomaram as atividades presenciais nesta segunda-feira. O retorno faz parte de uma decisão do governo federal de retomada das atividades presenciais dos servidores e empregados públicos que atuam na administração pública.

A Receita Federal publicou no Diário Oficial da União (DOU) a portaria restabelecendo o trabalho presencial dos servidores. A norma determina que o retorno ocorrerá no dia 6 de junho.

O retorno ocorre após o governo determinar, no dia 6 de maio, a retomada das atividades presenciais dos servidores e empregados públicos que atuam na administração pública.

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Apesar da determinação, os servidores podem continuar no regime remoto, desde que façam o pedido de acordo com o programa de gestão da Receita. No regime de teletrabalho, os servidores terão que cumprir metas da unidade em que trabalham.

Entrar no carro e dirigir, especialmente em uma grande cidade, pode ser motivo de estresse. Para quem ficou em home office e agora precisa voltar ao presencial é ainda pior: como se acostumar novamente ao trânsito? E para quem trabalha dirigindo, como não deixar que essa rotina afete sua saúde mental e até a saúde física?

Fabiana Villas Boas, 34 anos, é mestre em psicologia clínica pela USP e afirma que se irritar com o trânsito é normal, já que enfrentar congestionamentos é o oposto da ideia de mobilidade. "Lidar com essa frustração exige recursos emocionais, como paciência e uma boa condição de avaliar a realidade. Não dá para se programar para qualquer evento imaginando que o trânsito será tranquilo."

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Para ajudar os motoristas a lidar com o tempo de deslocamento, o aplicativo de navegação Waze se uniu à plataforma de meditação Headspace. Ao utilizar o tema da parceria, os usuários podem aprender sobre relaxamento e concentração, além de ser lembrados de focar no presente. "Muitas vezes, quando dirigimos, nossa mente está em qualquer lugar, menos no trajeto", explica Erin Bellsey, chefe de programas de marcas do Waze.

"Ao dirigir, o trânsito pode afetar o nosso humor, os níveis de estresse e o bem-estar físico e mental. Mas, e se aproveitarmos a oportunidade para apreciar o momento?", avalia.

A novidade, além de ajudar o motorista com as tradicionais indicações de caminhos e avisos sobre o trânsito, estimula que a pessoa preste atenção ao que está acontecendo ao seu redor. Antes de iniciar um novo trajeto, por exemplo, a voz pede para se acomodar no banco do carro e atentar para a sensação do volante sob as mãos e dos pedais sob os pés.

"O que você consegue perceber agora?" é uma das perguntas feitas pelo aplicativo para que o motorista foque o momento presente. Outras frases sugerem: observe os arredores e perceba a beleza da jornada.

Saúde mental e trânsito

Harry Avon Jr., de 49 anos, é autônomo e trabalhava como motorista de aplicativos. Hoje, faz entregas pela mesma plataforma. Para ele, é comum passar entre 8 e 10 horas por dia nas ruas de São Paulo. Com a mudança de passageiros para entregas, o tempo no volante aumentou. "Aqui, ou você se acostuma com as condições do trânsito ou terá um estresse a mais", adverte. "Procuro ouvir músicas suaves e não me irritar com o que o outro faz. E mantenho o bom humor conversando com os passageiros."

Fabiana diz que não adianta buscar soluções que não sejam viáveis. O primeiro passo é entender qual a realidade na qual a pessoa está inserida. "Se preparar para o que é real acarreta um tanto de frustração, mas também permite que consigamos lançar mão de ferramentas mais adequadas para lidar com o problema. Conhecer as condições de mobilidade da sua cidade, bem como as potências e limites pessoais, auxilia na escolha do melhor caminho."

Por isso, de acordo com a psicóloga, conhecer as próprias necessidades e condições é fundamental. "Qual negociação consigo mesmo é mais viável? A pessoa que tem carro vai ter que escolher, por exemplo, entre sair de casa mais cedo ou encarar as horas de congestionamento. Ou avaliar outras alternativas, como moto, bicicleta, fluxos de carona, transportes públicos."

Segundo Morgan Selzer, vice-presidente de conteúdo da Headspace, o objetivo da parceria é chegar aos usuários onde eles passam muito tempo. "Oferecemos técnicas divertidas de atenção plena que podem ajuda-los a descobrir mais alegria em sua jornada", completa.

O impacto na saúde mental também pode ser percebido na saúde física. O estado de alerta constante durante o trânsito pode gerar sintomas como irritabilidade, preocupações e medo exacerbado. Segundo Fabiana, o estresse também pode se manifestar no corpo com sintomas como cansaço, tensão muscular, dores, náuseas e queda de cabelo. "Esses sintomas exigem uma atenção para si mesmo, para rever os modos de vida. Cada um vai precisar olhar para si e descobrir o que lhe faz bem."

A parceria entre Waze e Headspace está disponível em inglês, francês, espanhol e português. Para ativar a experiência, o usuário deve acessar o aplicativo Waze, clicar em "Meu Waze" e selecionar "Dirigir com Headspace". Além disso, a plataforma de meditação também criou uma playlist de sons personalizados para ouvir no volante - acesse aqui.

Números do trânsito

6 cidades do Brasil estão entre as 100 com mais trânsito em 2020, segundo relatório da empresa Tomtom: São Paulo, Rio, Recife, BH, Fortaleza e Salvador.

50% foi a redução no trânsito em ao menos 20 dias de abril de 2020, em comparação com 2019.

*Por Thaynara Andrade

Com a pandemia de Covid-19, a sociedade teve que buscar alternativas para evitar a disseminação do novo vírus. No mundo do trabalho, o caminho mais viável foi a adoção do modelo home office, em que diversas empresas precisaram seguir com suas atividades a distância. Todavia, mesmo hoje, com 50% da população adulta totalmente vacinada no Brasil, muitas empresas, depois desse período de adaptação, estão cogitando seguir com suas atividades nesse modelo, ou até mesmo implementar um sistema híbrido de trabalho. Mas, dentro da legislação isso é possível?

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Segundo Cristine Yara Guimarães, gerente de Recursos Humanos da Confirp Consultoria Contábil, essa decisão envolve questões mais complexas do que apenas a escolha da empresa em permitir a alternância entre trabalho home office e presencial, é preciso se atentar a legislação trabalhista:

"Um primeiro entendimento que o empresário precisa ter é que a legislação não menciona possibilidade de trabalho híbrido (parte home office e parte presencial), porém as empresas têm praticado essa modalidade em comum acordo com os colaboradores. Mas, é preciso cuidado, pois o que se tem dentro da legislação é que o trabalhador pode ficar em até 25% da carga horária em home office, desde que os acordos estejam determinados em contrato de trabalho acordado por ambos", explica a gerente da Confirp.

Ela conta que como não existe uma legislação específica aprovada sobre o tema, o ideal é que as empresas não adotem o modelo híbrido sem buscar respaldo jurídico. A gerente de RH acredita que esse modelo será o futuro do trabalho. A partir do momento que as empresas conseguirem o apoio da lei, o ideal é adotar o home office em 25% da carga horária dos colaboradores.

A empresa que decidir pela opção de modelo híbrido ou totalmente home office deve deixar isso bastante claro nas documentações. Lembrando que para adotar a modalidade home office é indispensável constar essa relação trabalhista no contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado (pode ser elaborado termo aditivo de contrato de trabalho, por exemplo).

"Empresa e colaborador normalmente negociam essa questão e os colaboradores em home office têm os mesmos direitos que o trabalhador que executa seu trabalho na empresa (exceto vale transporte), sendo sujeitos a carga horária e subordinação.”, explica Cristine.

Outro alerta de Cristine Yara é que as empresas devem resguardar, seja no modelo híbrido ou no home office, a preocupação com a medicina do trabalho. "Os laudos NR 17 (ergonomia) e PPRA são de extrema importância para garantir que o colaborador trabalhe em segurança, não correndo o risco de sofrer nenhum tipo de acidente de trabalho ou doença ocupacional".

Por fim, mais um ponto importante é que a empresa não possui obrigação de arcar com custos de (água, luz, telefone, e internet) e nem estrutura (mesa, cadeira, computador). A legislação dá abertura para negociações dessas despesas devido a dificuldade de mensuração dos custos que o colaborador terá ao transferir suas atividades para o ambiente domiciliar. Caso seja decidido esse apoio financeiro, é preciso que os acordos sejam especificados em contrato de trabalho.

A alteração do regime de teletrabalho para gestantes durante a pandemia dividiu opiniões em Plenário durante a discussão do Projeto de Lei 2058/21. O texto autoriza a volta ao trabalho presencial das gestantes após imunização completa ou se a mulher se recusar a tomar a vacina. A proposta foi objeto de obstrução de partidos oposicionistas.

Autor da proposta, o deputado Tiago Dimas (Solidariedade-TO) afirmou que o projeto atende o desejo de gestantes interessadas em trabalho presencial e atualiza a Lei 14.151/21, aprovada em um contexto diferente da pandemia de Covid-19.

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“É indiscutível que precisamos disciplinar essa lei de modo a permitir às gestantes retornar ao trabalho de uma forma segura, preservando, é claro, a sua saúde, dando o direito ao afastamento naqueles casos em que a trabalhadora precisa ser mantida afastada e assegurando a sua renda, que é um dos princípios do projeto”, disse o deputado.

Para a relatora, deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF), a imunização autoriza a flexibilização do teletrabalho para as gestantes. “Nós temos recebido informação de várias mulheres que querem retornar ao trabalho. Neste momento tão especial da gestação, muitas vezes elas têm uma perda salarial porque ganham comissão, hora extra”, afirmou.

O deputado Darci de Matos (PSD-SC) também defendeu a medida. A manutenção do teletrabalho como regra, segundo ele, poderia dificultar a empregabilidade das gestantes. “Todas as gestantes, praticamente, estão vacinadas; muitas, a grande maioria, querem voltar ao trabalho, até porque poderão ser demitidas mais adiante. E poderá no futuro haver, inclusive, retaliação, dificuldade na contratação, no mercado de trabalho, para as mulheres”, declarou.

Para o deputado José Nelto (Pode-GO), a vacinação mudou o panorama da pandemia no País. “A pandemia agora já está quase no fim. Sabemos da dificuldade que têm os nossos empresários, principalmente o pequeno e o microempresário. Ninguém aqui quer demitir uma gestante”, disse.

Críticas

A líder do Psol, deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), reconheceu que houve avanços na negociação, mas criticou a proposta. “Não dá para colocar em oposição grávidas e puérperas de um lado, e pequenos comerciantes, pequenos empresários de outro. Temos que superar essa falsa polêmica e cobrar do Estado brasileiro”, disse.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que o projeto não deve estabelecer o trabalho presencial como regra e criticou a votação do texto por votação remota. “Esta Casa está votando de forma remota o retorno das grávidas ao trabalho, um retorno pela simples imunização, com critérios que não são definidos. A grávida que disser que não quer se imunizar retorna ao trabalho”, criticou.

Para a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), a proposta pune as grávidas. Ela afirmou que parlamentares chegaram a discutir com o governo um socorro para as micro e pequenas empresas para garantir o pagamento do afastamento das grávidas para pequenas e médias empresas. “Fizemos várias reuniões no Ministério da Economia. A nossa surpresa é que, de repente, aparece um projeto como esse”, afirmou.

*Da Agência Câmara de Notícias

Uma instrução normativa do Ministério da Economia, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (1º), traz regras para o retorno seguro e gradual de servidores e empregados públicos ao trabalho presencial. Pelo documento, a volta deve ocorrer com a observação das medidas sanitárias recomendadas pelo Ministério da Saúde como uso de equipamentos de proteção individual e de medidas em relação aos casos suspeitos e confirmados do novo coronavírus.

A instrução normativa não se aplica aos servidores e empregados públicos que exercem atividades nas áreas de segurança, saúde ou outras consideradas essenciais pelo Decreto nº 10.282, de 20 de março 2020.

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A mesma instrução normativa traz uma lista de casos nos quais os servidores e empregados deverão permanecer em trabalho remoto. Na lista estão, por exemplo, os que apresentem condições ou fatores de risco como idade igual ou superior a 60 anos; tabagismo; obesidade; insuficiência cardíaca, miocardiopatia isquêmica entre outras. Também figuram na lista de risco quem tem hipertensão arterial; doença cerebrovascular; pneumopatias graves ou descompensadas (asma moderada/grave), imunodepressão e imunossupressão; doenças renais crônicas em estágio avançado, diabetes melito, além de doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica; neoplasia maligna, cirrose hepática, doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme e talassemia); e gestação.

Além de casos de saúde, ficam liberados do trabalho presencialmente pais e/ou responsáveis legais de crianças em idade escolar e inferior, em locais onde aulas presenciais e serviços de creche ainda não tenham sido retomados.

Em todos esses casos a dispensa deverá ser solicitada pelo próprio servidor ou empregado público mediante uma autodeclaração enviada por e-mail à chefia imediata. A instrução normativa ressalta no entanto que quem fornecer informações falsas poderá sofrer sanções penais e administrativas. A chefia imediata do servidor deverá avaliar se o regime de trabalho remoto é compatível com a função desempenhada por cada um dos seus subordinados.

“Entende-se por trabalho remoto a execução das atividades fora das dependências físicas do órgão ou entidade pelos servidores e empregados públicos impossibilitados de comparecimento presencial ao trabalho, não se confundindo com o teletrabalho decorrente do programa de gestão a que se refere a Instrução Normativa nº 65, de 30 de julho de 2020”, ressalta a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia no documento.

Vedações

Servidores e empregados públicos que continuarem em trabalho remoto ou que estejam afastados de suas atividades presenciais não poderão receber auxílio-transporte, nem adicional noturno. Nesse último caso a exceção é para atividades que tenham necessidade de ser prestadas em horário compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas da manhã do dia seguinte, desde que autorizada pela chefia imediata. Fica vedado ainda o pagamento de adicionais ocupacionais de insalubridade, periculosidade, irradiação ionizante e gratificação por atividades com Raios X ou substâncias radioativas, previstos na Lei nº 8.112, de 1990.

matéria atualizada às 15h54 para acréscimo da exceção prevista para atividades consideradas essenciais 

 

O Bradesco vai iniciar o retorno dos funcionários ao seu quartel-general, na Cidade de Deus, em Osasco, a partir da segunda quinzena de setembro ou outubro. Segundo o presidente do banco, Octavio de Lazari, a volta será gradual, área a área, e aguardará que cada pessoa tenha completado o ciclo de imunização contra a Covid-19.

Lazari, não sabe, contudo, se a vacina será exigida para o regresso ao trabalho presencial. "Nosso trabalho vai ser muito mais de conscientização das pessoas sobre a importância da vacinação", disse o executivo nesta quarta-feira, 4, em conferência telefônica com jornalistas para comentar os resultados do banco no segundo trimestre.

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Na sua rede, o Bradesco já adota o rodízio. Os funcionários passam metade da carga horária de trabalho nas agências onde estão lotados e a outra metade trabalhando de casa, em home office.

Até o fim deste ano, o banco vai fechar entre 200 e 250 agências, além das 227 encerradas no primeiro semestre. Essas agências, conforme Lazari, não estão simplesmente deixando de existir, mas sendo transformadas em unidades de negócios, que são estruturas mais enxutas que as tradicionais. "São unidades que geram menos gastos, não têm vigilante", resumiu.

O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 6,32 bilhões no segundo trimestre, alta de 63,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o resultado havia sido positivo em R$ 3,9 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre, no entanto, o lucro teve queda de 3%.

Com a melhora das condições econômicas do País, o banco conseguiu retomar seu patamar de operação da primeira metade de 2019, um ano antes da pandemia. Segundo Lazari, o avanço da vacinação abriu espaço à recuperação. "Conseguirmos entregar resultado consolidado expressivo, apesar do seguro", disse.

O abalo sentido em seguros, sob impacto das pesadas indenizações por vidas perdidas para a pandemia, fez essa área responder por aproximadamente 10% do resultado consolidado do Bradesco, metade da fatia a que costumeiramente responde.

Os seguros também devem retomar sua participação nos resultado do grupo, assim como a economia deve deslanchar, à medida em que a vacinação seja acelerada, no segundo semestre, apontando para um crescimento do PIB de 5,2%, nas estimativas do Bradesco.

Segundo Lazari, já foi possível sentir a melhora no emprego formal, que favoreceu a expansão do crédito, bem como a manutenção da inadimplência sob controle.

Aumento dos juros

O presidente do banco afirmou que o aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic, será repassado ao crédito. "Não tem como não fazê-lo. Esse repasse é certo na taxa de juros da atividade bancária", afirmou Lazari.

O executivo disse esperar que o Banco Central (BC) eleve novamente os juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que termina nesta quarta. Não citou, contudo, um patamar de elevação. A equipe econômica do Bradesco elevou recentemente sua expectativa para a Selic, de 6,5% para 7,0% ao ano.

A manutenção da Selic em um patamar baixo foi importante para que as pessoas pudessem honrar suas dívidas durante a pandemia, devido às medidas de restrição, na visão do presidente do Bradesco. No entanto, agora, a pressão inflacionária obriga ir na direção oposta e subir os juros. "É o que temos para hoje. Devemos ter mais pressão inflacionária por alimentos", disse, ao ser questionado sobre o ambiente macroeconômico do País, com inflação elevada.

Para Lazari, porém, o BC tem instrumentos para agir. "O Banco Central tem os instrumentos necessários para conter o aumento da inflação, para debelar essa inflação. Mas a pressão inflacionária vai levar ao aumento dos juros. Não tem muito o que fazer", avaliou.

O Bradesco acredita que sua taxa de inadimplência suba nos próximos trimestres e volte ao patamar pré-pandemia. "A inadimplência está muito comportada, mas é natural que volte aos níveis de 2019. É a nossa menor inadimplência histórica", disse.

A expectativa é que, depois de voltar ao patamar de 2019, a inadimplência do banco se estabilize, o que deve ocorrer no próximo ano. O executivo lembrou que o indicador que mede os calotes está "melhor do que o imaginado em março de 2020", quando a pandemia estourou no País.

A inadimplência do Bradesco, considerando atrasos acima de 90 dias, fechou o segundo trimestre em 2,5%, estável frente ao primeiro. Os calotes de curto prazo, que compreendem créditos vencidos e não pagos entre 15 e 90 dias, tiveram redução de 0,6 ponto porcentual no trimestre, para 2,6% ao fim de junho.

Durante o primeiro ano de pandemia, 54% dos estagiários brasileiros continuaram exercendo suas atividades presencialmente, dentro dos protocolos de segurança, enquanto 46% executaram suas funções em trabalho remoto. Desses, 16% afirmaram não ter feito nada porque o trabalho dependia da presença na empresa.

Os dados fazem parte de um pesquisa feita pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) para apresentar um raio-x do estágio no Brasil, principalmente com a chegada da pandemia de covid-19 e das paralisações e mudanças na dinâmica de trabalho.

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Segundo o levantamento, agregado ao 12º Prêmio CIEE Melhores Programas de Estágio, 93% dos estudantes acreditam que o estágio é fundamental para o desenvolvimento profissional e 92% acreditam que a experiência é importante para a obtenção de um bom emprego. A maioria dos entrevistados (63%) demonstrou alto nível de satisfação com relação ao programa de estágio que participam. Quando questionados sobre auxílio ou orientação em suas atividades do estágio, 93% disseram ser sempre atendidos pelos colegas mais velhos.

Os participantes da pesquisa também destacaram que na empresa em que estão aprendem a ser bons profissionais (92%) e que têm acesso aos equipamentos e recursos necessários para realizar as atividades previstas no estágio (91%). A maioria (91%) faz estágio em empresas diversas onde há funcionários de diferentes raças, gênero, orientações sexuais e religiões e acredita que todos tenham as mesmas oportunidades de crescimento.

O levantamento mostrou ainda que a renda familiar média dos estagiários está concentrada entre as faixas de dois a três salários mínimos. Grande parte dos estagiários (70%) afirma que usa a bolsa-auxílio para ajudar no sustento da família e citam como principais despesas a mensalidade escolar, ajuda com a casa e custos com alimentação.

A média da bolsa-auxílio é de R$ 895,22, maior do que na edição anterior da pesquisa quando o valor era de R$ 703,54. O tempo de duração do contrato é de 16 meses. Quanto aos benefícios, 83% recebem auxílio transporte, 44% têm recesso remunerado e 41% têm redução de jornada em dias de prova.

Para o CEO do CIEE, Humberto Casagrande, esse diagnóstico mostra a importância do estágio na vida do estudante, seja no aspecto financeiro, profissional ou pessoal. Segundo ele, o CIEE atende 200 mil jovens e há 1,5 milhão aguardando por uma oportunidade de estágio.

“Neste momento procuramos melhorar nosso atendimento aos candidatos, facilitando também para as empresas, e feito uma verdadeira pregação junto às 32 mil instituições com as quais trabalhamos. Mas isso não é suficiente para gerar oportunidades para todos. O que podemos fazer é divulgar o nosso trabalho, investir na formação dos candidatos", disse.

A pesquisa foi feita pelo Ibope Inteligência de 3 de dezembro de 2020 a 4 de abril de 2021. Foram entrevistados pela internet 6.634 estagiários, de 538 organizações inscritas. Houve resposta de estudantes que estagiam em 467 organizações. A maior parte dos que participaram são estudantes do ensino superior (89%) e de instituições de ensino particular (65%).  Pelo menos 64% faz estágios em organizações públicas, e dentre esses, a maioria em entidades estaduais e municipais.

Devido à pandemia do novo coronavírus, as empresas tiveram que se reinventar e proporcionar aos colaboradores modelos de trabalho pouco antes explorados como home office ou o estilo híbrido (presencial e a distância). Agora, em 2021, a continuidade desses modelos tem sido pauta na maioria das organizações brasileiras.

Segundo o levantamento realizado pela empresa especializada em vale-alimentação e vale-refeição, VR Benefícios, 79% das organizações entrevistadas declararam ter adotado novas medidas de gestão de pessoas por conta da pandemia. Entre essas iniciativas implementadas, o trabalho remoto aparece em 48% das companhias.

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O diretor executivo de Marketing e Serviços ao Trabalhador da VR Benefícios, Paulo Grigorovski, explica que os profissionais estão mais satisfeitos com o home office devido à segurança e à praticidade. "Notamos que o trabalho remoto aumentou a satisfação das pessoas inicialmente por permitir mais segurança para elas e suas famílias. Posteriormente, o engajamento e a satisfação aumentaram ainda mais com a percepção do tempo ganho na eliminação do deslocamento entre casa e trabalho", explica.

Aricleyton Freitas, coordenador de marketing da imobiliária Eduardo Feitosa, revelou que com a chegada da pandemia, ele teve que se adaptar ao trabalho em casa. Após alguns meses, voltou a trabalhar presencialmente na empresa e sentiu que precisava se readaptar novamente. Hoje, ele afirma que comparando o trabalho remoto e o presencial, o híbrido seria o mais adequado.

"Em um contexto geral, eu gostei do home office. Trabalhar em um estilo híbrido talvez. Agora trabalhar 100% home office não, não queria trabalhar nessa modalidade. Eu gosto do contato das pessoas e gosto de encontrar pessoas novas", diz o profissional.

A estagiária de marketing em uma imobiliária, Danielle Rodovalho, confirma que se sentiu mais segura trabalhando em casa, mas devido à falta de um local silencioso, foi um desafio se concentrar no serviço. Ela diz: "Para ter um desempenho mais eficiente, sem dúvidas é melhor trabalhar no escritório, principalmente no meu caso que moro com tantas pessoas em um local pequeno. Porém, agora que os casos de Covid-19 voltaram a aumentar de forma considerável, se tivesse a opção, gostaria de estar mais em home office, e quando surgisse uma pauta mais urgente, trabalhar do escritório".

Como serão as relações e os modelos de trabalho em 2021?

Para Cleyciane Paz, analista de RH do Grupo Ser Educacional, 2021 será um ano de adaptação às novas tendências e estilos de trabalho que surgiram por causa da pandemia. “Percebe-se que a transformação digital se fez presente e que tem expectativa alta de permanecer em evidência. Por isso, a partir de agora, é importantíssimo que os profissionais desenvolvam flexibilidade e busquem alinhar as suas demandas à tecnologia”, aconselha.

Ela acredita que o “novo normal” para os modelos de trabalho se caracterizará fortemente pelo estilo híbrido. “Dependendo do negócio da empresa, algumas demandas devem ser realizadas no ambiente corporativo, daí surge a tendência do formato híbrido, em que as pessoas terão as suas atividades realizadas da sua própria casa e de forma esporádica comparecerão ao ambiente corporativo para realizar atividades mais específicas", projeta.

O psicólogo organizacional e headhunter, Cleyson Monteiro, aponta que a relação dos profissionais com o trabalho home office ainda é um desafio. “As pessoas, na verdade, ainda não estão preparadas para trabalhar em home office, haja vista a dificuldade de um profissional trabalhar em casa, já que ele não tem uma internet qualificada ou uma estrutura a seu favor, e isso tem gerado um sofrimento psíquico e, principalmente, uma angústia e ansiedade que temos observado até nas clínicas psicológicas”, explica. No entanto, o headhunter afirma que nas organizações, o modelo de trabalho home office tende a se fortalecer ainda mais com o tempo.

“Mesmo sabendo que o pós-pandemia implicará em um restabelecimento das atividades presenciais, muitas atividades serão impactadas com esse novo conceito de trabalho. Eu diria que o modelo mais adequado seria o trabalho híbrido, onde as pessoas vão conciliar o trabalho em home office, mas também o trabalho presencial”, reforça.

Na visão de Edja Vasconcelos, psicóloga e gerente de Recursos Humanos (RH) da empresa GRI Brasil, o ano de 2020 fez muitos profissionais e donos de empresas refletirem sobre as formas e relações de trabalho. Para ela, “éramos muito resistentes em relação ao home office, mas a pandemia nos ensinou a tirar o melhor desse modelo de trabalho”.

A especialista afirma que em 2021 os modelos de trabalho irão variar, a depender da empresa. “As empresas mais tradicionais sempre vão optar pelo presencial porque vão preferir ver o funcionário produzindo independente do cargo; já as empresas mais modernas vão optar pelo home office, embora acredito que a maioria das organizações terão o estilo híbrido como melhor opção. Com isso, acredito sim que o home office vai ser fortalecido em 2021, que essa forma mais flexível e mais híbrida vai ser a mais utilizada no próximo ano e daqui para frente”, finaliza.

Com o controle da pandemia de Covid-19 ainda longe do horizonte, continua crescendo o número de empresas que adiaram para 2021 a volta aos escritórios, mostra uma pesquisa da consultoria da KPMG, obtida com exclusividade pelo 'Estadão'. No bimestre agosto-setembro, 38% dos entrevistados disseram que deixarão o retorno para 2021, acima dos 26% registrados na edição anterior da pesquisa.

A KPMG entrevistou 569 executivos e empresários de diversos setores da economia, de todo o País. No período da realização da pesquisa, os entrevistados ainda não tinham no radar a expectativa de uma segunda onda de avanço da pandemia, que já começa a aparecer com o aumento de casos da covid-19 e de internações.

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Mesmo assim, nos últimos meses, enquanto parte das empresas começou o movimento de volta ao trabalho presencial - no bimestre agosto-setembro, 25% dos empresários entrevistados pela KPMG informaram que já tinham voltado, ante apenas 13% na pesquisa referente a junho-julho -, outra parte decidiu adiar de vez o retorno. Oi, Petrobrás, Itaú Unibanco e Dafiti estão no grupo das companhias que decidiram deixar a volta para 2021.

Em setembro, a Oi anunciou aos funcionários que o retorno não ocorrerá antes de 31 de janeiro de 2021 - cerca de 80% de sua força de trabalho está em esquema de home office, informou a operadora de telefonia. Com a aproximação da data, a companhia poderá reavaliar a "volta gradual".

A Petrobrás anunciou, na quarta-feira, que o trabalho remoto seguirá em vigor até 31 de março de 2021 para os empregados administrativos. Também na quarta-feira, o diretor executivo de finanças do Itaú Unibanco, Alexsandro Broedel, garantiu, durante uma palestra online, que os cerca de 55 mil funcionários do banco que estão em "home office" não voltam aos escritórios antes do início do fevereiro de 2021.

No escritório Costa Marfori Advogados, com unidades em São Paulo e no Rio, onde trabalham cerca de 50 profissionais, a volta deverá ficar para depois do fim de janeiro, já que as indicações são de que o recesso do Judiciário, no início do ano, será mantido, disse advogado Ricardo Marfori, sócio do escritório. Os sócios vêm se reunindo mensalmente para tratar do assunto.

Segundo Marfori, como o escritório já vinha experimentando permitir o trabalho de casa alguns dias da semana antes mesmo da pandemia, a adaptação foi rápida. As dificuldades ficaram concentradas no início, especialmente nas rotinas administrativas. Entre os profissionais do escritório, houve relatos de aumento de produtividade com o fim dos deslocamentos obrigatórios. Além disso, as audiências por teleconferência parecem ter vindo para ficar no Judiciário, disse Marfori.

Para o advogado, os problemas ficam concentrados no relacionamento com os clientes. "A advocacia em si é muito pessoal, presencial. O cliente quer ouvir o advogado, numa reunião olho no olho. Assim como alguns atos processuais dependem da oralidade (presencial)", afirmou Marfori.

A terceira edição da pesquisa da KPMG também confirmou duas tendências: o movimento de retorno aos escritórios será gradativo, com rodízio entre os funcionários; e, no futuro, mesmo com a pandemia controlada, as empresas deverão adotar algum modelo híbrido, que permita aos funcionários trabalhar parte do tempo remotamente, de casa, e parte no escritório. "É algo como ficar dois dias em casa e três dias no escritório", afirmou André Coutinho, sócio-líder de Advisory da KPMG no Brasil.

A Dafiti, loja online de vestuário, que, ainda no fim de agosto, tomou a decisão de marcar a volta aos escritórios apenas em 2021, apostará nesse modelo. No início deste mês, a empresa informou aos mil funcionários que estão trabalhando remotamente nas unidades espalhadas por Brasil, Argentina, Chile e Colômbia, que adotará um modelo de trabalho "remoto-flexível". Segundo a assessoria de imprensa da Dafiti, os funcionários poderão escolher de onde trabalhar, sem presença mínima no escritório, e as equipes terão maior autonomia e responsabilidades para gerenciar horários.

A Oi também informou que, "nas próximas semanas", abrirá inscrições para um programa de home office, caso "alguns colaboradores prefiram permanecer trabalhando de casa quando a volta for autorizada".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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