Tópicos | trap

O cantor pernambucano Navi Melo, de 25 anos, lançou na sexta (3) em todas as plataformas digitais mais um trabalho de sua carreira artística. “Espelho” é o primeiro single deste ano que, junto aos seus dois últimos trabalhos “Asas/Lábias” e “Nada”, marca o início de sua nova fase musical com uma sonoridade ainda mais pop. Esta produção mescla o trap e o R&B, estilos que sempre acompanham o compositor.

“Espelho é uma balada que fala sobre o amor não correspondido. Mas, não quando o nosso amor não é correspondido e sim quando tentamos corresponder o amor de uma pessoa que a gente não consegue amar igual”, revela Navi Melo.

##RECOMENDA##

O single “Espelho” ganhou versão visual. Dirigido por Gaab Lopes, o clipe foi gravado às margens do Rio São Francisco, em Petrolândia. A proposta da produção foi valorizar e trazer protagonismo a beleza natural da cidade natal do artista. O vídeo será lançado nesta sexta, às 19h, no canal do artista no Youtube.

A música conta com a participação do cantor VITU, sendo seu quarto trabalho em parceria com Navi. A dupla, natural de Petrolândia,  já colaborou em outras produções como “Telefone”, “Olha Pra Mim”, “Openbar - Remix” e agora “Espelho”. VITU, além de fazer participação na música, também assina a produção junto com Helio Ramos.

Sobre Navi Melo:

As letras impulsionaram o artista para lançar sua carreira musical. Foi no último semestre de 2019 que o artista começou a escrever suas primeiras composições. Lançado em 2020, "Vai Doer e Você Está Sendo Avisado(a)" é o seu primeiro trabalho totalmente autoral, um EP com sete músicas. Natural de Petrolândia, no sertão pernambucano, Navi Melo, sempre foi apaixonado pelo universo musical. Nas redes sociais, chegou a compartilhar covers. E também gravou clipes amadores com a ajuda dos amigos, que vibram pela escolha que o pernambucano escolheu seguir. Na arte, o primeiro trabalho que ele fez foi no teatro musical, integrando o elenco de "Aladim - O Musical", da Nível 241.

No movimento de retomada dos shows e eventos, o rap e trap pernambucanos começam a voltar para a rua. Neste sábado (13), o Baile dos Cria reúne alguns dos representantes dessas cenas como Planeta Máfia, Milla e Acria. A festa acontece em Olinda e os ingressos já estão à venda.

Voltando à ativa, dentro dos protocolos de segurança ainda necessários, os artistas do segmento estão se juntando para reencontrar seu público. A festa vai contar com apresentações do anfitrião, Acria, além de Planeta Máfia, Mucao, Deox e Milla. Entre um e outro os DJs WL e Tarta Move dividem a discotecagem. 

##RECOMENDA##

O Baile dos Cria acontece neste sábado (13), a partir das 20h, no Salve! House, localizada no bairro do Varadouro, em Olinda. Os ingressos já estão à venda e podem ser adquiridos pela internet, através do site Sympla. 

Serviço

Baile dos Cria

Sábado (13) - 20h

Salve! House (Av. Olinda, 224 - Santa Tereza - Olinda)

R$ 10

 

Whindersson Nunes se lançou na carreira musical. Seu álbum de estréia, Piauí, saiu na última sexta (25) e já chegou causando repercussão na internet. Alguns fãs apontaram indiretas à ex-esposa do humorista, Luísa Sonza, na faixa Trap do Gago, que fala sobre traição em um relacionamento amoroso. 

Na nova fase, Whindersson assume seu alter ego Lil Whind. A música que chamou atenção, Trap do Gago, traz versos que falam sobre traição. “Fui pra casa às sete / Quando entrei na porta / Cheiro de Malbec / E no meu sofá, ah (Yeah) / Uma cueca bege (Yeah) / Quando entrei no quarto (Yeah) / Tava o cafajeste / Marivalda, tu tem noção do que tu fez? / Vocês dois na cama que eu parcelei em dez ves (sic)”. Rapidamente, os fãs apontaram que a música seria uma indireta à Luiza Sonza, ex-esposa de Whindersson que recentemente assumiu um romance com o cantor Vitão.  

##RECOMENDA##

Na internet, os comentários foram incontáveis. "Só indiretas pra Marivalda"; “Através do Lil Whind que vocês vão entender que teve traição sim! Wind que compôs as músicas!”; “Senti umas indiretas aqui ou eu tô doido?”; “O trap do Lil Whind "Trap do Gago" eu acho que era é pra Luisa isso sim”; “Maluco, o trap do gago do whinderson é 100% pra Luísa”.  

[@#video#@]

 

O quarteto Triage 013, de São Vicente, São Paulo, faz sua estreia na cena musical com o single Meu Progresso. Formado pelos irmãos Leo Hit e Ric’san, e seus respectivos filhos, Dii Moraes e Young Mike, o grupo debuta com direito a videoclipe antecipando o que virá em seu primeiro disco, a ser lançado na segunda quinzena do mês de setembro.

Em família, o Triage 013 mistura rap, trap e reggae na primeira faixa de trabalho do grupo. Inspirados em grandes nomes como Emicida e Rashid, os quatro músicos dividem os vocais da faixa com uma letra que canta sobre a importância da determinação na busca da realização de sonhos. 

##RECOMENDA##

O videoclipe tem direção de Toni Ramos e a faixa é assinada pelo produtor Hostil. O single faz parte do primeiro disco do grupo, O Meu Progresso, que tem previsão de lançamento para a segunda quinzena de setembro. 

[@#video#@]

 

Um dos maiores nomes da indústria pornográfica brasileira, Kid Bengala, decidiu se aventurar em outro segmento. Aos 65 anos, ele vai se jogar na música se lançando como cantor de trap. Nesta terça (9), o ator deu uma prévia do que está por vir, em suas redes sociais, e prometeu que seu primeiro trabalho deve sair em brve.

Kid já havia mencionado o assunto em meados de abril, quando publicou um vídeo no Facebook contando a novidade. “Agora eu resolvi ser cantor de rap. Eu vou fazer trap. Eu vou fundo nessa carreira. E olha: doa a quem doer”. O ator, no entanto, não deixou claro se abandonará os filmes adultos para se dedicar à música ou se vai conciliar as duas carreiras.

##RECOMENDA##

Nesta terça (9), os perfis oficiais de Bengala publicaram uma pequena prévia de sua primeira música. No vídeo, ele surge rimando: “Agora sou um trapstar e vim para f**er a cena. Transando e fazendo trap, isso para mim não é problema”. Em seguida, ele anunciou que sua primeira música já está no forno e perguntou: “Posso dropar essa faixa?”.

Lançando a música ‘Pertencer’, que mistura a sonoridade do trap music com a música eletrônica, o Dj e produtor musical Voltímetro Bass se une a Lício Gomez para uma noite de música autoral no Recife. A festa acontece no próximo sábado (9), às 22h, no Burburinho Bar.

A noite, embalada por discotecagem e mixagens exclusivas, conta ainda com a participação de cantores surpresas e do Dj Salvador que encerra o evento.  Os ingressos custam R$ 15 no evento e R$ 10 antecipado no Sympla.

##RECOMENDA##

Serviço

Lançamento da Música ‘Pertencer’

Sábado (9) | 22h

Burburinho Bar (Rua Vigário Tenório, 185 – Bairro do Recife)

R$ 15; R$ 10

Artistas de diversos segmentos estão atentos ao desastre ambiental que acometeu algumas praias do litoral nordestino. Além de muitas manifestações nas redes sociais, fora delas também está havendo mobilizações. A exemplo do rapper, beatmaker e produtor T-Bat, que lançou uma campanha para estimular a doação de garrafas pet para fazer a barreira de contenção do óleo nas praias. Ele vai trocar as garrafas por beats para MCs. 

Através de seu Instagram, T-Bat tem compartilhado a iniciativa. Ele  está oferecendo beats - a parte instrumental que dá melodia a uma música - para voluntários que doarem 10 ou mais garrafas pets nos pontos de arrecadação. "Você, MC que está precisando daquela força de um beat autoral, vai ganhar um", diz o texto da campanha.

##RECOMENDA##

Em entrevista ao LeiaJá, T-Bat explicou como vai funcionar. O voluntário precisa comprovar a doação do material para ganhar um beat produzido por ele. "Eu tenho um arsenal de beats guardados. Qualquer pessoa que me provar que vai entregar as 10 garrafas pra ajudar nessa questão, eu vou ajudar também no beat". A ideia é estimular mais voluntários a ajudarem na limpeza das praias e movimentar o mundo da música em Pernambuco.  

[@#video#@]

Conhecido como uma música de crítica social e mensagem acerca da dura realidade das periferias, o rap tem grandes representantes brasileiros. Racionais MC's; G.O.G.; Dexter; Sabotage; Emicida; todos homens. Da mesma forma, o trap e o brega funk são estilos que priorizam a diversão e incitam a sensualidade e já têm um leque de representantes de peso. Os trappers Chris MC, Matuê e Sidoka, e os bregueiros Dadá Boladão, MC Troia e Shevchenko e Elloco, são alguns exemplos de sucesso. E também homens. Mas esse cenário está mudando. A presença feminina, de discurso empoderado, é cada vez maior nessas cenas que, antigamente, eram majoritariamente dominadas por artistas masculinos.

As 'manas' também querem cantar sua realidade, além de fazerem questão de reivindicar o direito de ocupar os espaços, se divertir e, por que não, rebolar sem a necessidade de prestar contas ou pedir permissão a ninguém. Sendo assim, elas estão levantando suas vozes e fazendo música de qualidade que está atraindo um público igualmente crescente, ao passo que se multiplica o número de artistas mulheres no rap, trap e brega funk. 

##RECOMENDA##

LeiaJá também

--> De posse da musicalidade, mulheres dominam cena autoral

Foi a partir de uma situação de assédio que Rayssa Dias, de 24 anos, moradora de Salgadinho, em Olinda, decidiu criar o brega funk empoderado. Ao testemunhar uma amiga sendo apalpada durante uma festa, ela resolveu que usaria sua voz para exigir respeito no 'rolê' e fora dele também. "A gente estava numa casa de show e lá no evento um cara meteu a mão na bunda da minha amiga. A justificativa dele foi que tinha sido por conta da música. Aquilo mexeu comigo, eu disse: 'caramba, eu como cantora e poeta que faz parte da militância, isso acontece na minha frente e eu não vou poder fazer nada?'. Fiquei tão revoltada que no dia seguinte fiz uma música sobre isso".

Rayssa Dias é a criadora do brega funk empoderado. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Nos versos da música em questão, batizada de 'Fica na Tua' e gravada em parceria com a rapper Lady Laay, Rayssa é direta: "Quando eu chegar no baile, sentando e quicando, tu fica na tua! Se tu não respeitar, a idéia é uma só, tarado aqui no baile, nós passa o cerol". A cantora, na correria para fazer sua carreira acontecer desde os 12 anos, tendo passado pelo coral de uma igreja evangélica, bandas de brega romântico e batalhas de poesia, explica sua composição: "Quando a gente é mulher, a gente tem essa dificuldade de ser respeitada nos ambientes que a gente frequenta. O brega é um meio muito machista, até porque é dominado por homens, tem esse lado pejorativo que explora a sexualidade. As meninas querem rebolar a bunda, mas elas querem ser respeitadas".

A parceira de Rayssa em 'Fica na Tua', Lady Laay, sabe bem o que é abrir espaço para fazer seu ‘trampo’. MC, Bgirl e grafiteira, ela vem desde 2012 lutando para ser ouvida e respeitada no meio do hip hop. A estrada, de lá até cá, ensinou a Laay que o lugar que hoje ocupa é dela e não é necessário pedir licença para mostrar a que veio. "(Já passei por) tentativas de boicote, silenciamento, falta de valorização. Mas coloquei em mente que nós mulheres somos capazes de coisas grandiosas, e se a cena rap não enxerga isso, pra mim ela não é digna do nosso trabalho. Cansei, não precisamos tentar nos encaixar, nos diminuir pra caber num mundinho tão limitado e imaturo, cheio de homens que tentam nos diminuir porque sua masculinidade e ego podem ser frágeis demais diante da nossa capacidade", dispara a artista.

Agora, ela se aventura no meio do trap, indo na contramão da pegada comercial do estilo - que prioriza letras que falam sobre diversão, mulheres (em um sentido quase sempre pejorativo) e ostentação -; e criou o Afrontrap, o "trap de afronta". "Essa minha proposta se refere em mesclar a característica dançante e ousada do TRAP com o viés social na afronta de tocar em feridas da sociedade, tabus e temas polêmicos, que seriam trazidos nas letras de forma afrontosa e descontraída utilizando como principais artifícios o deboche e o sarcasmo", explica Laay. 

Consciente de seu papel social enquanto cantora e compositora, ela quer, através de sua música, politizar o estilo e "ser a mudança" que ela mesma quer ver. "Eu acredito que o artista, independente do gênero musical, tem uma responsabilidade sobre o impacto e consequências que sua música causará... Sobretudo quando o público alvo de sua música é uma parcela da população estigmatizada, vulnerável e que está à margem dos privilégios e até dos direitos básicos". 

Consciência do poder que suas vozes podem ter também é algo que não falta para as minas do Femigang. O grupo de rap formado pelas MCs Adelaide, Adelita, Maria Helena e a DJ Larissa é ‘cria’ do Recital Boca no Trombone, realizado no Alto do Pereirinha, no bairro de Água Fria, há cinco anos e que vem revelando talentos na cena hip hop pernambucana, sobretudo os femininos. O Femigang foi formado pela necessidade de ocupar esse espaço e veio com tamanha força e disposição de se firmar em uma cena tão masculina que já é tido como referência por outras MCs e rappers que vêm aparecendo no Recife, como comenta Adelaide. "É difícil porque a gente ainda é invisibilizada dentro do movimento, mas a gente conseguiu esse espaço batalhando pra caramba, e os frutos estão chegando".

[@#podcast#@]

Dentre os frutos estão participações em eventos importantes, como o show do rapper Baco Exu do Blues, em maio deste ano, no Baile Perfumado, e o Baile de Favela, que contou com apresentações de lendas do rap nacional como o DJ KL Jay, do grupo Racionais MCs. Mas para as meninas do Femigang, realização mesmo é ver a satisfação do seu público feminino durante os shows sem contar na rede de apoio e acolhimento que elas compartilham com outras artistas. "A gente vem de movimentos sociais, que nós organizamos, e vamos abrindo espaço para outras mulheres que veem que não é só meninas em cima do palco botando som e que não fazem nada além disso A gente tá construindo de verdade com mulheres da periferia, então muitas meninas se sentem acolhidas de chegar", diz Adelaide. 

A poeta e rapper faz questão de frisar que além do acolhimento ao público feminino e às artistas mulheres, o esforço do grupo é ensinar aos homens a importância deles nesse movimento de empoderamento feminino. Elas não se incomodam em ensinar sobre questões importantes para que a igualdade de gênero seja alcançada. "Temos outra ideia de feminismo, estamos lidando com os homens da favela, então não temos aquele feminismo de excluir. A gente quer trabalhar com eles e desconstruir aquilo pra poder ensinar a eles e construir juntos. A gente recebe muitas críticas por causa disso, porque a gente escuta eles e quer dialogar. Mas vale à pena, porque a gente vê a semente crescendo, o que a gente tá fazendo tá andando".

Rede de apoio

As dificuldades enfrentadas por essas e outras artistas mulheres que escolhem segmentos considerados machistas para se expressar não são meras histórias de panfleto. As barreiras são reais e vão desde dificuldade em conseguir produzir trabalhos até perseguição e ameaças. Adelaide, do Femigang, lista algumas: "Primeiro que as vezes nem tem 'line' (programação) só de mulher ou com uma mulher, sempre é só homem. Na line que botava a gente, atrasava o som, cortava o som, o tempo era sempre menor, o tratamento não era o mesmo. Às vezes não chamavam a gente porque eles estavam comentando por aí afora que a gente tava querendo mudar o hip hop só para mulheres".

Outra artista, essa da cena trap, Margot - uma joem de apenas 19 anos, moradora de Caetés I, em Abreu e Lima, lista outros empecilhos como a falta de estrutura e dinheiro para botar o trabalho na rua. "Eles lançam som uma vez por semana, a gente passa seis meses para lançar um som. Temos poucas produtoras e beatmakers. Mas hoje em dia ter mulher na line gera um hype, é bom mostrar que tem mulher preta, periférica, mas ainda assim é pouco, a gente precisa mais que uma apresentação".

[@#video#@]

Para burlar as limitações e barreiras, as meninas acabam criando uma rede de apoio. A própria Margot só aconteceu após as meninas do Femigang impulsionarem o seu 'corre'. Ela começou a se apresentar em shows do grupo, há cerca de um ano, e acabou engrenando na carreira. "Até hoje eu digo que minhas influências não vieram de fora, vieram daqui mesmo, elas (Femigang) foram as primeiras mulheres do rap que eu comecei a ouvir", diz Margot. 

Público feminino

Não é fazer 'música de mulher' mas sim, fazer música sobre e para mulheres. As artistas ouvidas por essa reportagem foram unânimes ao falar sobre a importância de serem reconhecidas pelo público feminino durante os shows. Falar diretamente para quem entende daqueles temas, por viverem o mesmo, é o que faz diferença no trabalho dessas minas. "Quando eu vou fazer show, algumas meninas nem conseguem curtir porque acho que elas ficam com aquele olhar assim impresisonado, elas me procuram e falam surpreendidas, me elogiam. As mulheres têm essa necessidade no meio do brega de dizer: 'poxa, era isso que eu queria ouvir e dizer quando eu escuto brega", diz Rayssa Dias.

Margot também tem essa resposta do seu público, a identificação com o que se diz no palco é imediata e as meninas acabam fazendo do show um momento só seu. "Só a gente fala aquilo que elas se identificam, se não for a gente, ninguém mais vai dizer, por isso nossa voz ecoa muito. Quando eu tô tocando e vejo aquele bate cabeça das meninas, muitas vezes os meninos vêm e elas não conseguem curtir, aí a gente pede pra eles saírem e deixarem elas à vontade também. Aquele é o momento delas". 

Já Lady Laay, se surpreendeu com o poder de alcance de suas rimas. Ela revela que o feedback de seu trabalho vem de inúmeras formas, mas, sobretudo, de pessoas que não são da cena rap. “Descobri isso quando me dei conta que a maioria dos convites de shows partiam de eventos/públicos que mal curtiam rap, e que curtiam meu trabalho simplesmente por se identificar com a mensagem e pela representatividade. Foi aí que decidi que se essa cena ignora as mulheres, eu ignorarei esta cena”. A cantora sintetiza bem o que ela e as outras artistas presentes nesta matéria - entre tantas outras que não puderam estar nesse espaço -, representam em suas cenas musicais e até mesmo fora delas: “O simples fato de fazermos o que fazemos já é um ato de resistência”.

Nascido no sul dos Estados Unidos, no fim da década de 1990, o trap - subgênero do rap - ganhou vulto e status no mainstream em meados da primeira década dos anos 2000. Nomes como Migos, Travis Scott, Lil Uzi Vert, Future e 21 Savage são apenas alguns exemplos do vasto celeiro de trappers gringos que colocaram o estilo no topo das paradas musicais, trilhas de filmes e até na boca dos cantores mais pop do momento, como Katy Perry e Lana del Rey. 

No Brasil, o estilo chegou por volta de 2014 um tanto tímido mas encontrando solo fértil para crescer. Segundo pesquisa feita pela plataforma de streaming Spotify, de 2016 até o primeiro semestre de 2019 o consumo de trap nacional cresceu em média 61% ao ano. O Sudeste  foi a primeira região a abraçar o estilo. Em Minas Gerais, uma cena já consolidada ostenta nomes como Sidoka, MC Caverinha, Chris MC e Delatorvi; em Guarulhos (SP), outros exemplos bem fortes no meio aparecem através de Raffa Moreira (Lil Raff), Klyn, Moah e Rare Kidd.

##RECOMENDA##

O Nordeste não fica de fora desse roteiro. O cearense Matuê aparece como um dos trappers de maior evidência nos últimos tempos e contabiliza 1,3 milhões de ouvintes mensais no Spotify. No Recife, uma cena abastecida de MCs, produtores e beatmakers começa a tomar corpo e chamar atenção com suas produções. Os artistas do trap pernambucano têm conquistado números expressivos nas redes sociais e até mesmo em eventos e festivais, a exemplo de Nexo Anexo - considerado um dos trapmakers precursores por essas bandas que conta com mais de 400 mil visualizações no YouTube. 

De casa para o mundo

Em sua grande maioria, os trappers pernambucanos trabalham como artistas independentes. T-Bat (Thiago Batista), Suavinho (Tadeu Paiva), D3 (Daniel Tríade) e Joma (João Marcelo), sabem exatamente o que é preciso para fazer esse 'corre'. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, os MCs - o mais experiente está na cena desde 2016 - contaram o quanto é preciso ralar e como produzem seu som a despeito de todas dificuldades. 

Os quatro empregam seus próprios recursos nas gravações de músicas e videoclipes, no estilo 'faça você mesmo’'. Eles garantem que a maior diferença do que é feito em Pernambuco para o que já está consolidado em lugares como Minas Gerais e São Paulo, é o nível de profissionalismo dos envolvidos na cena. "No Sudeste a galera tem toda uma estrutura. Aqui temos muitos MCs bons que fazem muitas músicas, mas a gente como independente não tem dinheiro pra investir sozinho”, diz Suavinho. 

JomaA falta de conhecimento em relação ao 'fazer' da indústria musical, como entender sobre os processos que envolvem produzir, lançar e divulgar um trabalho, também fazem parte das dificuldades de artistas independentes como eles. Esse cenário vem mudando aos poucos e a busca por uma profissionalização tem sido preocupação constante, como explica Joma: "Quando eu comecei eu via que quase ninguém sabia o que tinha que fazer. A galera não enxergava que fazer música é um trabalho, antigamente estavam só preocupadas em soltar o som e esperar que alguém visse e desse certo e hoje em dia as pessoas estão indo atrás do que é preciso fazer pro trampo dar certo".

LeiaJá também

--> Mas, afinal, qual é a voz da periferia?

O espaço para mostrar sua música também vem mudando. Apesar dos MCs reclamarem da falta de festas voltadas para o público do rap e trap especificamente, eles encontraram na parceria com uma outra cena local, a do brega funk, uma maneira de escoar sua produção e aumentar seu público. Os produtores de eventos têm misturado os estilos nas programações das festas e o resultado tem sido positivo para ambos. "Eles querem muito trabalhar com a gente do trap, até porque eles estão consumindo o trap", diz T-Bat. 

Para os trappers, o sucesso na parceria se dá pela familiaridade da sua música com o T-Batbrega funk. A estética dos dois costuma ser bem parecida, sendo ambos feitos para as pessoas se divertirem e dançarem sem a preocupação com uma mensagem mais profunda. A origem também é a mesma, a periferia, como explica Joma: "O funk,  brega funk e o trap conversam muito, a vivência dos caras e a origem também é muito parecida, até o jeito de se comunicar e se vestir. Tanto é que dá pra fazer trap com brega, com funk, o brega funk, dá pra misturar tudo pelas batidas, pelo BPM".  A exemplo do que faz o trapper pernambucano HoodBob.

Sendo assim, trap e brega funk, em Pernambuco, compartilham público e espaços, além de outro item significativo,  as polêmicas. O trap pode atrair olhares tortos pelo tom de suas letras que versam sobre violência, dinheiro, ostentação, álcool e sexo. "É um gênero que mexe com coisas que podem causar muita polêmica, mas tem como falar sobre essas coisas sem ser de uma forma ofensiva. Mas é um gênero que é sujo", explica Joma. 

SuavinhoA forma de retratar a mulher e o corpo feminino, com tom pejorativo e até mesmo agressivo tem sido motivos de críticas. Suavinho defende seu segmento: "Depende de cada MC, eu tenho bastante limite. Eu não vou escrever algo que não vai condizer com o que eu acredito. Eu não vou desrespeitar ninguém, nem mulheres". Já T-Bat vai na origem do gênero para falar sobre o tema: "Acho que no trap existe esse limite até pelo modo que começou, como é uma evolução do boom bap que é a mensagem, acho que isso influenciou da gente ter um certo limite". Suavinho complementa: "Acho que quem começa diretamente no trap não tem muito essa mentalidade". 

Eles explicam que o fundamento do trap é divertir. Desse modo, não há uma preocupação com letras e mensagens mas sim com beats, flows. Apesar disso, as temáticas geralmente abordadas podem incomodar aos ouvidos mais conservadores e gerar certo preconceito com o estilo. Essas são outras dificuldades que os MCs garantem também estar diminuindo. "O trap não tem intenção nenhuma de impactar com as letras. Tem quem faça trap com as letras assim, não tem uma regra, mas a intenção do trap é ser mais musical, com as melodias, com o flow, mais preocupado com a estética", afirma Joma. 

Pavimentando

D3Em uma cena que está aprendendo a caminhar, a vontade de fazer acontecer é o que tem motivado esses quatro trapmakers. Do home studio de T-Bat tem saído inúmeras produções que ele produz não só com os amigos mas com outros trappers que surgem a todo momento. "Se você olhar como um todo o trap ainda é um bebezinho, ele tá se tornando um menininho, e para se firmar mesmo vai ser daqui a um tempo. Eu vejo a gente como a base do que está por vir". D3 acrescenta: "O que a gente tem feito acaba movimentando mais (a cena). A gente tá saindo na mídia e o pessoal vai chegando. Alcançando esses espaços a gente consegue fazer a cena toda se movimentar. A  gente tá caminhando pra crescer".

Trapseries 150 BPM

A vontade de crescer fez T-Bat, Suavinho e D3 criarem o projeto Trapseries 150 BPM. A ideia é produzir os chamados 'feats', músicas com a participação de vários MCs, para que todos possam ter um espaço nessa grande vitrine. O primeiro som, Super Oxe Gang, reuniu dez trappers, todos "locais", como frisa D3, e cada um botou sua cara no tempo que lhe cabia na faixa. "A ideia real é mostrar todo mundo e mostrar que todo mundo faz parte de uma cena só", explica T-Bat. O Trapseries já tem duas novas músicas em desenvolvimento, a primeira pode ser conferida no YouTube. 

  

Após o lançamento de um feat. com a banda Voltímetro Bass, a cantora Dani Carmesim já tem data para a divulgação de uma nova música. No dia 20 de junho chega às plataformas de streaming Fragrância, uma colaboração entre Licio Gomes e Dani.

Fragrância é um trap romântico produzido a partir das rimas de Licio com a voz de Carmesim. O convite para a parceria veio de Licio e a composição da canção se deu a partir da ótica de cada um sobre os temas amor e paixão.

##RECOMENDA##

A música também conta com a participação de Bruno Pereira, violonista recifense que hoje reside em Portugal e de Thiago Honorato, que ficou responsável pela produção.

 

MC Loma e as Gêmeas Lacração estão preparando novidades para os seus fãs. Sem lançar nenhuma música desde o último Carnaval, elas têm recheado suas redes sociais com fotos e vídeos de uma canção que estão preparando com o grupo paulista Calice. A cantora promete algo bem diferente do que já havia feito.

Ao que tudo indica, a nova música se chamará 'Usa e Abusa' e deve vir em um ritmo inédito para Loma, o trap. Em algumas fotos e vídeos que ela e as companheiras estão compartilhando, é possível vê-las em figurinos bastante coloridos e provocantes além da volta das Gêmeas Lacração nos vocais. Em uma de suas postagens, Mc Loma deixa um recado: "Aqueles que pensaram que eu parei, não parei e já tô de volta".

##RECOMENDA##

Já nos comentários das redes sociais, os fãs já se mostram ansiosos para a chegada da nova música. "Volta logo, amo suas músicas"; "Já tava na hora, vem com tudo lacradora"; "Muito bem, nunca desista pois desistir é para os fracos"; "Não vejo a hora de ver o novo clipe que vocês gravaram"; "As definições de hit foram atualizadas".

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando