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Aos 58 anos e dezenas de filmes premiados em sua carreira, o ator americano Brad Pitt disse ter decidido levar a vida e o cinema devagar, "um filme após o outro", e desmente qualquer pensamento de aposentadoria.

A julgar pelas risadas que provoca em uma coletiva de imprensa na França, o método funciona perfeitamente.

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O diretor de cinema David Leitch e Brad Pitt apresentaram "Trem-bala" nesta segunda-feira (18), em Paris, uma comédia com ar de suspense a bordo de um trem entre Tóquio e Kyoto, em que sete assassinos se cruzam e tentam sair do veículo, dependendo da sorte.

A película estreia nos Estados Unidos no dia 5 de agosto.

O ator explica que as piadas com humor ácido foram "algo muito importante para esse filme".

"Eu gosto de fazer todos os gêneros de filme, interpretações novas", acrescenta Pitt.

"Já cometi erros suficientes na minha idade. E, com sorte, acumulei experiência suficiente do que fiz certo e do que fiz errado. Agora, você tem que ser capaz de aplicar esse tipo de sabedoria", reflete o ator.

Em uma recente entrevista à revista GQ, a estrela de "Clube da Luta" e "Seven - Os Sete Pecados Capitais" confessa a sensação de estar vivendo "o último semestre" de sua carreira.

"Parece que foi interpretado como uma declaração de aposentadoria. Mas não me referia a isso... O que queria dizer é que estou encarando a última reta, a última temporada", ele admite.

E a pergunta é: "Como quero passar esse tempo?".

"Mas de forma alguma isso é um recuo", insistiu o galã.

 "Seu sorriso é contagiante!"

Não faltam projetos para Brad Pitt. Seu próximo filme, "Babylon", com Margot Robbie, voltará a focar na antiga Hollywood, como em "Era uma vez...", filme de Quentin Tarantino que rendeu o primeiro Oscar de melhor atuação para Pitt, em 2019.

Como produtor, coordenador da "Plan B Entertainment", o ator ganhou outros três estatuetas do Oscar, e tem vários filmes em andamento para o futuro.

"Eu adoro, porque você consegue promover novos talentos, faz parte de projetos em que não necessariamente faria sentido como ator", declara.

"E quanto ao resto... eu não sei. Vou de filme em filme, e a última coisa que eu fiz define o que vou fazer em seguida", acrescenta sobre seus planejamentos futuros.

Em relação ao novo formato de lançamento de filmes, Brad Pitt assegurou "gosto tanto das plataformas de 'streaming' quanto do cinema".

Diante da atitude de outras estrelas, como Tom Cruise, determinado a estrear somente em salas de cinema para contribuir com a sobrevivência do setor, Pitt se mostra despreocupado.

"Os filmes estavam ficando tão caros... Ou eram projetos enormes, ou muito íntimos, e parecia não haver lugar para mais nada", opina o produtor sobre o assunto. "As plataformas abriram terreno para outras vozes", afirma.

"Estou maravilhado com as coisas que estou vendo", acrescentou com os olhos brilhando. Mas, ao mesmo tempo,"acabo de voltar do cinema, de ver 'Elvis'. Sou um grande fã de Austin Butler (protagonista), acredito que ele fará grandes coisas. E eu me diverti muito, foi maravilhoso voltar ao cinema", exclamou.

Pitt parece relaxado e sereno sobre o futuro, após um conturbado divórcio com Angelina Jolie.

"Brad não é apenas uma lenda, mas um mestre no que faz. E acho que cruzamos com ele em um momento da carreira em que ele quer se divertir ao máximo", comenta o ator de "Trem-bala" Brian Tyree, de 40 anos, em uma outra coletiva de imprensa. "Seu riso é contagiante!", destaca.

"Quando estou falando sério, não é um bom presságio para ninguém", reconhe Pitt com um sorriso.

Três adolescentes da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) fugiram do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), na manhã desta quinta-feira (28). Eles receberam ajuda de dois suspeitos armados, que atiraram do lado de fora para dentro da unidade.

Um agente socioeducativo foi baleado durante o resgate dos internos. Alvejado no braço, ele recebeu atendimento no Hospital Mendo Sampaio, no mesmo município, e já recebeu alta. 

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 A Polícia Militar (PM) foi acionada e faz rondas pela região. Até o momento, nenhum adolescente foi recapturado. Segundo a Funase, não houve tumulto durante o ocorrido e os demais internos não se envolveram no caso.

 Existe a suspeita de que o resgate tenha sido feito por membros da facção Trem-Bala. A organização criminosa tem envolvimento com homicídios e tráfico de drogas em Ipojuca, na RMR. 

Em nota, a Funase afirma que o Case Cabo conta com 78 agentes socioeducativos de plantão, número que seria compatível com a proporção definida pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). A ocorrência está sendo acompanhada pelas Coordenadorias de Segurança e de Inteligência da Funase e será apurada pela Corregedoria.

O trem de alta velocidade da Hello Kitty, cor de rosa e branco, decorado com a famosa personagem, começou a circular neste sábado (30), no Japão, atraindo centenas de curiosos para sua estreia.

O trem-bala saiu da estação de Hakata, em Fukuoka, com destino a Osaka, com seu condutor trajando uma roupa da Hello Kitty rosa e branca.

Este trem especial circulará durante três meses no trecho Osaka-Fukuoka, no oeste do Japão.

Os vagões têm assentos lilás e rosas, decorados com desenhos da Hello Kitty.

Os viajantes poderão levar uma recordação: tirar uma foto com uma reprodução em tamanho humano da personagem, criada no começo dos anos 70 por uma designer da Sanrio.

O trem também inclui uma loja repleta de produtos da famosa personagem japonesa.

Em 2015, a Companhia Ferroviária do Japão Ocidental apresentou o "Hogwarts Express" - um trem de alta velocidade temático do universo Harry Potter que circula entre Osaka e Kagoshima.

Os chineses pediram ao governo federal que lance Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMIs) para duas linhas de trens de passageiros. A primeira, ligando Campinas (SP), São Paulo e o Rio de Janeiro - o mesmo trajeto do agora esquecido trem-bala. A segunda ligaria Brasília a Goiânia - um projeto folclórico na região. Em tom jocoso, foi batizado de "Transpequi", numa referência ao pequi, um fruto do cerrado muito consumido pelos locais para colorir e perfumar pratos como frango ensopado.

Há sérias dúvidas sobre a viabilidade econômica de ambos os projetos. Mas isso não parece intimidar os chineses, que também estão estudando a Ferrovia Bioceânica, ligando Campinorte (GO) à fronteira com o Peru, para chegar ao Pacífico. Os chineses prometeram concluir os estudos até maio próximo. O pedido de lançar PMIs foi apresentado ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, durante sua passagem pela China, em fevereiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O senador eleito José Serra (PSDB) disse neste sábado (6) que mereceria uma medalha por ter atrasado a implantação do projeto de trem-bala, quando era governador de São Paulo. "Mereço uma medalha por isso. Qualquer pessoa que tenha trabalhado para atrapalhar aquele projeto merece uma condecoração", disse o tucano, durante manifestação contra o governo Dilma Rousseff, que reuniu cerca de 5 mil pessoas na capital paulista, segundo a Polícia Militar. Na última sexta-feira, Serra havia afirmado que incluiu Campinas no projeto do Trem-Bala, que originalmente ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro, propositalmente, com o objetivo de atrasar o andamento do projeto.

Serra chegou no fim da manifestação e discursou por cerca de cinco minutos no carro de som do movimento "Vem Para a Rua", na Praça Roosevelt. "A democracia não é só eleição, é um sistema de valores que está sendo destruído pelo PT. Temos que estar mobilizados", afirmou. Convocada pela internet por grupos como "Movimento Brasil Livre", "Vem Para a Rua" e "Movimento Brasileiro de Resistência", a divulgação do ato contou com a participação de políticos de oposição como Serra e o deputado José Aníbal (PSDB), além do senador tucano Aécio Neves, que não compareceu ao evento.

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O ato teve início por volta das 15 horas, quando centenas de pessoas se concentraram no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e marcharam pela Av. Paulista em manifestação contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores. Divididos em três grupos distintos, cada um com seu carro de som, eles pediam, entre outras reivindicações, a derrubada do PL 36, que flexibiliza a meta fiscal do governo, o impeachment da presidente e até intervenção militar. Na reta final, os grupos "Movimento Brasil Livre" e "Vem Para a Rua" seguiram pela Rua da Consolação e neste momento estão na Praça Roosevelt. Já os manifestantes que pediam intervenção militar se dividiram dos demais e seguiram pela Av. Brigadeiro Luís Antônio.

O governo federal anunciou ontem que 95,5% das obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram concluídas até o fim de abril deste ano, consumindo R$ 871,4 bilhões em investimentos desde o início do governo Dilma Rousseff, em 2011. Apesar dos números de sucesso divulgados ontem por cinco ministros do governo, o País passou os últimos quatro anos com uma média de crescimento inferior a 2% e uma inflação sempre rondando 6%.

De acordo com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a "grave crise internacional" não pode ser desprezada. "O que estaria acontecendo com o Brasil e nossa economia se esses investimentos não tivessem sido feitos?" Ela disse que as obras que estavam previstas para a Copa e que não foram entregues estão em andamento. "São obras para a população brasileira", afirmou.

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O Banco Central, por outro lado, estimou anteontem, no Relatório Trimestral de Inflação, que os investimentos na economia brasileira terão um recuo de 2,4% neste ano, ante uma previsão anterior, de março, de expansão de 1%.

O relatório do PAC apresentado pelo governo ontem aponta as obras do Trem de Alta Velocidade (TAV) em São Paulo como "em dia", apesar de o leilão ter sido cancelado três vezes desde 2010. O trem-bala que ligaria Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro era inicialmente previsto para estar pronto neste ano, a tempo da Copa do Mundo.

Entre os avanços esperados pelo governo, destacados na cerimônia do programa de obras públicas, estão as concessões ao setor privado.

O ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, afirmou que investimentos de R$ 9,1 bilhões são esperados nos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG), que serão totalmente transferidos para mãos de consórcios de empresas privadas em agosto.

Controle.

De saída do cargo, o ainda ministro Antônio Henrique da Silveira, da Secretaria de Portos, afirmou que se o Tribunal de Contas da União (TCU) efetivamente der o sinal verde para o primeiro bloco de concessões nos terminais de Santos (SP) e Pará na semana que vem, contratos com o setor privado da ordem de R$ 5,7 bilhões em 29 terminais poderão ser assinados.

O secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, afirmou que as diversas medidas tributárias e monetárias tomadas pelo governo tornaram o custo do investimento no Brasil mais baixo. "Além do próprio PAC, que melhora a infraestrutura, podemos dizer que está mais barato investir no Brasil hoje."

Agora, o governo somente voltará em dezembro a apresentar um balanço das obras do PAC 2 - como é chamado o programa atual, lançado em 2010, sucedendo o PAC 1. Isto porque, pela legislação eleitoral, a cerimônia pode ser considerada "palanque" a partir de 4 de julho.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse nesta terça-feira que "o governo não desistiu", mas apenas adiou para 2014 a licitação do trem-bala, atendendo a pedido de empresas interessadas na execução do projeto. "Alguns interessados queriam mais tempo e, se fizéssemos (o leilão) agora, poderíamos ter apenas um concorrente, o que seria ruim para o processo licitatório", declarou, em entrevista à rádio CBN.

De acordo com Gleisi, o Trem de Alta Velocidade (TAV) está previsto para começar a operar em 2020 e a licitação será realizada em 2014. "O que foi adiado foi a licitação para operação e transferência de tecnologia", afirmou, justificando que o adiamento "não vai comprometer a implantação do TAV". Lembrada que este era o quarto adiamento e perguntada se isso poderia ameaçar a credibilidade do projeto, ela afirmou que "essa é uma obra complexa não só no Brasil ou em qualquer outro país que implementou um trem de alta velocidade e os empresários sabem disso e sabem também que precisa ter tecnologia estrangeira, que não existe no Brasil".

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Segundo Gleisi, o fato de o País ter atrasado a execução "faz parte de um processo de aprendizado nosso e também dos investidores brasileiros". Em relação ao fato de o preço do TAV ter começado em R$ 35 bilhões e as estimativas hoje passarem dos R$ 50 bilhões, a chefe da Casa Civil observou que os projetos precisam ser adequados às questões e situações que surgem.

"Quando você lança uma obra, é com base num determinado estudo e, a partir daí, vai aperfeiçoando, vai vendo os problemas que surgem, tem consulta pública, conversa com aqueles que vão participar da obra, que têm suas sugestões, além da própria sociedade. Obviamente, muitas coisas têm de ser adequadas, já que este é um processo", afirmou.

"O que importa é que é tudo muito claro, transparente e o governo tem apresentado em todos estes estágios as informações", acrescentou. Gleisi rebateu ainda críticas de que os adiamentos afetam a confiabilidade do projeto. "A confiabilidade nós medimos pelo nível de investimentos estrangeiros no País. O Brasil ocupa uma posição privilegiada e tem crescido a cada ano. Isto mostra que há investidores querendo vir para o Brasil", disse, lembrando que o País hoje conta com um programa de concessões "ousado e importante", que prevê só em quatro modalidades de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos investimentos de R$ 240 bilhões.

"Estamos fazendo toda a estruturação destas licitações, ouvindo muito os investidores e usuários que vão utilizar esta infraestrutura. Nós temos certeza que nós vamos ter muito sucesso quando nós colocarmos todos os editais na rua", disse. Lembrada que há atrasos de quase oito meses no lançamento dos editais para os programas de rodovias e ferrovias, a chefe da Casa Civil minimizou dizendo que, num projeto deste porte, este adiamento é pequeno. "Atraso médio de oito meses em relação a estas duas áreas pelo tamanho do programa é muito pequeno", justificou.

Gleisi citou que, em agosto de 2012, quando foi lançado o programa de investimento e logística em rodovias e ferrovias, o governo pretendia que, no final de 2012 ou início de 2013, fosse feita a publicação dos editais. No entanto, depois de divulgar os estudos, a administração federal resolveu interagir com os investidores e usuários, e os empresários pediram para que fosse dado um tempo maior para discussão com eles para que os projetos fossem bem estruturados.

Após insistir que "isso foi feito em acordo com quem tem interesse em participar deste processo e dos próprios usuários", a ministra declarou: "Então, eu não posso computar isso como um atraso da magnitude que está se falando, pela magnitude das obras dos programas que nós lançamos". Gleisi justificou ainda que, no caso de portos e aeroportos, os novos marcos foram anunciados em dezembro e, em portos, um mês depois do marco regulatório aprovado, foi feito o anúncio público de 50 terminais de uso privado e 46 confirmados com documentação, que serão autorizados para a iniciar a construção.

Ela lembrou ainda que, na semana passada, foram lançados os estudos para arrendamento de 11 áreas no Porto de Santos (SP) e isso já está para consulta pública. "Este é um processo em parceria com a iniciativa privada, não é processo de obra pública e, por isso, requer uma inteiração e, muitas vezes, é a iniciativa privada que nos pede um tempo a mais de discussão", acentuou.

Embora praticamente adiado para um eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV) ganhou um apoio de peso nesta semana. O governo formalizou e tornou público o apoio dos fundos de pensão de estatais federais ao projeto.

Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa), além do Banco do Brasil Investimentos e da própria Caixa, assinaram uma carta na qual informam que poderão ser sócios com até 49% do capital do futuro administrador do serviço. Para tanto, podem disponibilizar no máximo R$ 620 milhões a preços de 2008, o que dá quase R$ 900 milhões hoje.

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A carta dos fundos segue manifestação semelhante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos Correios. Elas são uma resposta a uma queixa unânime dos potenciais interessados no projeto: a inexistência de sócios brasileiros de peso. A manifestação dos fundos produziu um fenômeno: os japoneses, que nem eram mais considerados como parte da disputa, procuraram o governo em busca de mais detalhes.

Assim, o leilão prossegue numa situação surreal. Enquanto no escalão mais alto do governo a informação é que ele não deve ocorrer, na área técnica os preparativos seguem normalmente. A expectativa é de que a presidente Dilma Rousseff decida a questão ainda esta semana.

Participantes

Na noite de terça-feira, 7, reunida com ministros e assessores envolvidos no leilão, ela foi informada de que se a disputa for mantida na data atual, com a entrega de propostas em 16 de agosto e abertura de envelopes em 19 de setembro, a tendência seria de só os franceses participarem. Há, porém, pedidos dos alemães e dos espanhóis por mais tempo para organizar suas propostas. Por isso foi proposto um adiamento de 90 dias. A dúvida é se, com mais tempo, mais propostas surgiriam. Na terça-feira, 7, os investidores foram recebidos pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pelo ministro dos Transportes, César Borges, e pelo presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.

Foi encomendada uma consulta a representantes dos dois consórcios para medir o grau de interesse em entrar no leilão. Por isso, Dilma não bateu o martelo. No entanto, a posição da maioria dos ministros é pelo adiamento do TAV para um eventual segundo mandato de Dilma. Avaliou-se que o projeto é muito caro: são R$ 35,7 bilhões a preços de 2008, o que dá quase R$ 50 bilhões em valores atuais. Gastar isso num projeto que levará anos para ficar pronto quando as ruas clamam por mais investimento em mobilidade urbana parece insensato. "A presidenta tem muita simpatia pelo TAV, mas a realidade se impõe", disse um auxiliar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pressionada por gastos públicos e com apenas uma empresa interessada no leilão, a presidente Dilma Rousseff prepara o adiamento do bilionário projeto do trem-bala, ligando Campinas, São Paulo e Rio. Em reunião realizada na noite de ontem, no Palácio do Planalto, Dilma disse que, se o governo não conseguir mobilizar mais empresas, o leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV), previsto para setembro, não será realizado.

Diante de um cenário de dificuldades políticas e econômicas, Dilma avalia agora que é melhor investir em mobilidade urbana nas grandes capitais, um dos motivos dos protestos de junho, a aplicar o escasso dinheiro do Orçamento no trem-bala neste momento. Com a decisão, a presidente também se descola do cartel sob investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As empresas investigadas por formação de cartel em licitações do metrô e de trens nos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra (PSDB), em São Paulo, eram as mesmas que demonstraram interesse em fornecer tecnologia e material rodante para o trem-bala.

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A reportagem apurou que apenas a espanhola CAF, agora, está interessada no leilão. As outras empresas desistiram. A Siemens, delatora do esquema de cartel, pediu adiamento do leilão para ter mais tempo de organizar um consórcio. A avaliação majoritária no governo é que não há clima para iniciar agora um empreendimento considerado "faraônico" pelos críticos, com investimentos de R$ 34,7 bilhões, quando a população exige melhorias no transporte urbano.

Na reunião desta terça-feira, 06, Dilma disse que a prioridade, hoje, é investir em corredores de ônibus e terminais de integração. No mês passado, ao lado do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ela anunciou um pacote de R$ 8 bilhões para mobilidade urbana. O ministro dos Transportes, César Borges, e o presidente da Empresa de Planejamento e Logística, Bernardo Figueiredo, participaram da reunião com Dilma, que também contou com a presença de Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil).

Risco

A presidente poderá deixar o projeto do trem-bala para o segundo mandato, caso seja reeleita, em 2014. Incertezas econômicas também pesam na decisão. A queixa generalizada no mercado é que o TAV é um projeto arriscado e de baixa rentabilidade. Outro fator de desânimo é a ausência de um sócio brasileiro de peso. Para piorar, o governo fixou uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 7% para o empreendimento. As rodovias que vão a leilão no mês que vem têm rentabilidade de 7,22%. Em conversas reservadas, ministros afirmam que há muita divergência no governo sobre o tema.

O risco de pôr um projeto emblemático de Dilma sob o comando de um cartel preocupa o Planalto, mas o nicho de fornecedores de tecnologia de trens de alta velocidade é muito restrito. Por isso, a "coincidência" entre interessados no projeto e os integrantes do conluio que agiu em governos tucanos já era de se esperar. De qualquer forma, o cartel investigado pelo Cade não é tido como um empecilho ao leilão do ponto de vista técnico. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O diretor da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) Hélio Mauro França avalia que o aumento da Taxa Interna de Retorno (TIR) do trem-bala, de 6,32% para 7%, gera "atratividade suficiente" para o projeto, que tem leilão marcado para 19 de setembro. Com a nova TIR, o valor mínimo da outorga cobrada no leilão caiu de R$ 70,31 para R$ 68,08/Trem.KmEquivalente.

Segundo França, o mercado e a própria EPL estimavam uma nova TIR entre 8% e 8,5% para o empreendimento mas, quando os parâmetros financeiros da concessão foram atualizados, o resultado foi uma taxa de 7%. "O importante é o efeito disso na taxa de retorno do acionista, que inclui o financiamento, que aumentou dois pontos porcentuais, de 11,57% para 13,6%", disse o executivo a jornalistas na tarde desta terça-feira, 2.

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Ele destacou ainda que a expectativa de pagamento de outorga ao longo dos 40 anos de concessão é de R$ 30 bilhões. A cifra, de acordo com França, supera a estimativa de custo das obras do trem de alta velocidade (TAV) que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, em torno de R$ 27 bilhões.

Critério de desempate

O diretor da EPL informou que outra mudança no edital de operação do leilão do trem-bala, publicado na edição desta terça do Diário Oficial da União, foi o critério de desempate no leilão. No edital anterior, os lances eram calculados levando em consideração o maior valor de outorga junto ao menor custo estimado para a construção da infraestrutura. O desempate se daria então pelo valor da outorga. Com a nova regra, em caso de empate nos lances para a outorga, o desempate beneficiará o competidor que tenha maior experiência na operação de trens de alta velocidade.

"Queremos selecionar o melhor operador, o mais experiente", disse França. "A estimativa de custo das obras de infraestrutura foi questionada porque poderia levar a uma subestimativa desse gasto, e o Tribunal de Contas da União (TCU) sugeriu uma mudança nesse quesito", justificou.

Investidores locais

O governo pretende estimular investidores locais a participar da gestão da operação do trem-bala, sendo sócios de operadores com experiência internacional. Segundo ele, os competidores estrangeiros procuram não apenas investidores no projeto, mas também parceiros que possam tomar conta do negócio. França lembrou ainda que os fundos de pensão podem entrar como sócios estratégicos dos vencedores do leilão, em um modelo apelidado no mercado de "fundo noiva".

O valor do contrato de operação do Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro aumentou em quase R$ 2,5 bilhões. Com isso, as receitas que poderão ser obtidas ao longo de 40 anos pelo concessionário que vencer o leilão, marcado para 19 de setembro, passaram de R$ 241,738 bilhões para R$ 244,199 bilhões.

De acordo com o edital revisado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e publicado nesta terça-feira, 02, no site da Agência, além dos recursos advindos das passagens, cuja tarifa-teto foi mantida no texto do edital em R$ 0,49 por quilômetro (mais a correção pelo IPCA quando o modal entrar em operação), a concessionária do trem-bala poderá contar com receitas extraordinárias, explorando outros serviços complementares ao transporte de passageiros e mesmo o espaço nas estações. De acordo com o contrato, a ANTT terá direito a 9% dessa receita líquida extraordinária, que será revertida para a modicidade tarifária.

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O governo federal decidiu reduzir de R$ 70,31 para R$ 68,08/Trem.KmEquivalente o valor mínimo da outorga do Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, o trem-bala. O novo valor é uma das alterações feitas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no edital de licitação do trem-bala, cuja versão modificada está disponível nesta terça-feira, 02, no site da Agência.

Com essa decisão, o valor da outorga pelo direito de explorar o serviço, atualmente estimado em R$ 27,6 bilhões, vai cair algo como R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões.

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Pelo texto do edital, as propostas serão julgadas pelo critério da maior oferta para a administração, ou seja, será considerada a melhor proposta aquela que oferecer o maior valor pela outorga. Esse valor será ofertado pelas concorrentes na sessão pública do leilão, prevista para o dia 19 de setembro na sede da BM&FBovespa às 14 horas.

O novo texto do edital mantém a tarifa-teto, que não poderá ser superior a R$ 0,49 por quilômetro e será atualizada pelo IPCA quando o trem entrar em operação. E, apesar do atraso no leilão, cujo última tentativa havia sido para 29 de maio deste ano, o prazo para entrada em operação comercial do trem-bala também foi mantido para o fim de junho de 2020, com a entrega da infraestrutura para a concessionária dos trens um ano e meio antes, em janeiro de 2019.

Frustrando expectativas do mercado e de setores do próprio governo, a Taxa Interna de Retorno (TIR) do Trem de Alta Velocidade (TAV) foi fixada em 7% ao ano, ante os 6,32% da versão anterior do edital de licitação.

Na quarta-feira, em conversa com a imprensa, o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, havia dito que o número ainda estava sendo calculado pelo Ministério da Fazenda, mas a lógica apontava para algo entre 8% e 8,5%. Esses eram também os números que circulavam no mercado.

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No entendimento de Figueiredo, o TAV deveria ter uma taxa de retorno elevada porque é um projeto que envolve mais riscos do que as rodovias, por exemplo. No entanto, as estradas que irão aos leilões de concessão apresentarão uma rentabilidade maior do que o trem-bala: 7,22%.

A decisão de fixar uma TIR modesta vai também na contramão da pressão do mercado. Empresas estão defendendo rentabilidades mais altas para as rodovias, que irão a leilão a partir de outubro, por entender que o cenário econômico mudou para pior e hoje embute riscos mais elevados.

Primeiro, por causa da perspectiva de elevação da taxa de juros nos Estados Unidos, que deve provocar migração de investimentos para lá e encarecer os financiamentos para mercados emergentes. Segundo, por causa das manifestações pelo País afora, que tornaram praticamente impossível promover reajustes tarifários, a ponto de o governo de São Paulo e o governo federal suspenderem os aumentos. A avaliação é que aumentou a insegurança jurídica das concessões.

O entendimento do governo federal, porém, é que esses fatores não afetarão as concessões em infraestrutura. Os técnicos consideram que os negócios são atraentes e, dado seu perfil de longo prazo, pouco afetados por turbulências como a atual.

Por isso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, bateu o martelo numa TIR de 7%. Prevaleceu o entendimento de que os riscos para o operador não são muito elevados, porque serão compartilhados pelo governo federal. A parte mais complexa e arriscada, avaliaram os técnicos, está na construção da linha, que será objeto de uma segunda licitação.

Na primeira etapa do leilão do TAV, cujas propostas deverão ser entregues em agosto, será escolhido o operador do serviço. Espanhóis, italianos, franceses, japoneses e coreanos são os principais concorrentes dessa fase, que vai escolher o operador e a tecnologia a ser adotada para o trem-bala brasileiro. O resultado deve ser anunciado em 19 de setembro.

Demanda

Para o operador, explicaram os técnicos, o principal risco é o de demanda. Ou seja, a preocupação dele é se o trem vai ter ou não o número de passageiros estimado para calcular a tarifa. Porém, foram criados mecanismos para evitar perdas caso isso ocorra. Até um determinado nível de frustração, o prejuízo será dividido entre empresa e governo. Se a demanda for ainda menor que o esperado, a concessionária passa a ter descontos nos juros dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como forma de compensação. Por tudo isso, o entendimento foi de que a TIR não tinha de ser tão elevada.

O operador escolhido nessa primeira etapa do leilão vai, junto com a EPL, definir detalhes do traçado da linha e o projeto de engenharia. Só então será contratada a construção. O modelo atual prevê que ela será feita também por concessão, na qual quem fizer a linha poderá explorar as estações e o entorno delas. Nesse caso, a TIR terá de ser elevada, pois o trajeto exigirá a construção de muitos túneis, por exemplo. Há, porém, a possibilidade de a linha ser construída como obra pública. Nesse caso, a licitação vai apenas contratar as construtoras.

Além da nova TIR, o governo estuda outras alterações no edital. Uma delas é a mudança do critério de escolha, que passará a ser apenas o valor da outorga. Anteriormente, contava também a economia que o operador faria na infraestrutura do serviço. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Oito consórcios apresentaram propostas na licitação para gerenciar os trabalhos das empresas responsáveis pelo projeto executivo do trem de alta velocidade (TAV, também conhecido por trem-bala) entre Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro. As ofertas variam de R$ 74 milhões a R$ 118,95 milhões.

O menor lance foi do Consórcio Integrador TAV Brasil, do qual participa o grupo francês Egis (com a Egis Structures & Environment e Egis Rail, além da Vega Engenharia e Consultoria, empresa brasileira adquirida em 2011 pelo grupo). Fazem parte do consórcio as francesas Systra e Arep Ville, além das brasileiras Infra Tech Engenharia e Consultoria e Ecoplan Engenharia. A Egis participa da concessionária que administra o aeroporto de Viracopos, em parceria com a Triunfo, e havia indicado interesse em atuar no setor ferroviário no Brasil.

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Além do preço, a EPL (Empresa de Planejamento e Logística) fará a análise da documentação jurídica e técnica encaminhadas, por isso, o vencedor pode não ser necessariamente o que apresentou a menor proposta. A EPL não indicou uma data para a divulgação do vencedor.

Pelo critério preço, o segundo melhor colocado foi o consórcio ProTAV - formado pela Progen Projetos, Gerenciamento e Engenharia, as espanholas Getinsa Ingenieria e Auxitec Técnica y Control e a francesa Rail Concept - que ofereceu R$ 75,95 milhões.

Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o presidente da Progen, Eduardo Barella, destacou, antes da licitação, que a companhia era a única empresa brasileira com know-how em gerenciamento de projetos de trem-bala, após ter adquirido, no ano passado, 50% de participação na espanhola AudingIntraesa e sugeriu que poderia ser um diferencial do seu consórcio. Ele lembrou que, entre as exigências do edital, estão a experiência no gerenciamento de projetos de trens de alta velocidade e a participação de uma empresa brasileira no consórcio.

Na terceira colocação, em termos de preço, ficou o consórcio formado pela Geodata do Brasil e sua controladora Geodata Engineering, sediada em Turim, além da italiana Italferr, com uma proposta de R$ 77,297 milhões.

Com oferta de R$ 80,465 milhões, o consórcio Setepla-Themag-Sener ficou com a quarta colocação, seguido pelo consórcio formado pela brasileira Intertechne, a inglesa Mott Mac Donnald, e as espanholas Ardanuy e Eurostudios, com proposta de R$ 83,245 milhões.

Completam a lista o Consórcio Gerenciador TAV-EII (R$ 83,949 milhões), do qual fazem parte a Engevix Engenharia, em parceria com as espanholas Ineco e IDOM, e suas respectivas subsidiárias no País; o consórcio formado pelo grupo espanhol Typsa e sua subsidiária no Brasil Engecorps Enenharia, além da belga TUC Rail, que fez proposta de R$ 97,756 milhões, e o consórcio formado pela brasileira Concremat, em parceria com a norte-americana Parsons, a francesa Setec e sua controlada no Brasil Setec Hidrobrasileira, além da inglesa Balfour Beatty, que fez a oferta mais elevada.

O consórcio vencedor vai gerenciar e integrar os trabalhos das empresas que irão elaborar o projeto executivo para o TAV. Conforme explicou a EPL, por causa da complexidade o projeto da ferrovia, que terá 511 quilômetros, será segmentado para a contratação de várias empresas projetistas.

A licitação é feita pelo Regime Diferenciado de Contratações (RDC), por isso, a EPL não divulga o valor estimado para a contratação.

O governo espanhol reiterou, nesta segunda-feira (20), que participará da licitação para o trem de alta velocidade (TAV), ou trem-bala, que ligará São Paulo, Campinas (SP) e Rio. A ministra de Fomento da Espanha, Ana Pastor Julián, disse que está sendo formado um consórcio com empresas públicas e privadas para apresentar uma oferta até 13 de agosto, prazo estabelecido pelo edital.

"Queremos apresentar um projeto que seja muito competitivo e sobretudo que dê soluções adequadas aos problemas do transporte no Brasil", afirmou Ana María. A Espanha, que passa por uma das piores crises econômicas da história, vê oportunidades de investimentos no Brasil também nas áreas de aeroportos, rodovias e ferrovias.

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No caso do trem-bala, a participação inicial do governo espanhol será por meio das empresas públicas de operação ferroviária Renfi e do Administrador de Infraestruturas Ferroviárias (Adif). Entre as empresas privadas que podem entrar no grupo, está a fabricante de trens Talgo.

"Somos capazes de oferecer a operação completa, desde as obras civis até a tecnologia, a parte de eletrificação, segurança e controle", afirmou a ministra. Além da Espanha, estão interessados no leilão consórcios de empresas da França (com provável participação da Alston e SNCF), Japão (liderado pela Mitsue), Alemanha (com Siemens à frente) e Coreia do Sul.

Ana ressaltou ainda a experiência da Espanha, que tem rede com 13,9 mil quilômetros de vias férreas, dos quais 2,9 mil km são de alta velocidade, "a segunda maior do mundo, depois da China". Ela lembrou que a primeira linha de alta velocidade espanhola, entre Madri a Sevilha, completou 21 anos.

A ministra participou nesta segunda-feira de um café da manhã com empresários organizado pela agência espanhola de notícias Efe. À tarde, reuniu-se em Brasília com o ministro dos Transportes, César Borges, o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, e o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Luiz Macedo Bastos. Segundo a ANTT, toda a obra do trem-bala deve envolver recursos de R$ 35 bilhões.

Modelo

Nesta terça-feira, 21, a ministra tem encontros com os chefes da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, e da Secretaria Especial de Portos, Leônidas de Menezes Cristino.

Julio Gómez-Pomar Rodriguez, presidente da Renfe - que opera 300 trens de alta velocidade de diferentes companhias - citou como modelo o projeto Meca-Medina, que está em fase de construção por um consórcio público privado envolvendo 12 empresas espanholas e duas sauditas. A linha de alta velocidade terá 450 km com capacidade para transportar cerca de 160 mil pessoas por dia.

No caso do TAV brasileiro, que deve contemplar 511 km, empresas locais deverão participar da segunda etapa do projeto. "As empresas brasileiras terão participação gradativa no processo de nacionalização de componentes", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate.

Segundo ele, a abertura dos envelopes com as propostas deve ocorrer em setembro. As obras do trem bala só devem começar em 2015, com prazo de término até 2020. O projeto nacional prevê a transferência de tecnologia das empresas que ganharem a licitação. A concessão terá validade por 40 anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo pode, no limite, bancar 100% da construção do Trem de Alta Velocidade (TAV) ligando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. "Esse é um projeto estratégico do ponto de vista do interesse público", disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. "Se a iniciativa privada não se interessar, eu não posso deixar o interesse público relegado ao segundo plano."

No momento, porém, não é com esse cenário que o Executivo federal trabalha. A prioridade é atrair o maior volume possível de recursos privados para o projeto. O governo confia que isso ocorrerá porque há países com alto nível tecnológico em trens de alta velocidade que, no momento, estão com capacidade ociosa e buscam oportunidades. É o caso da Espanha, da Itália e do Japão, por exemplo. "Acho que é um bom investimento, que vai gerar um bom retorno", comentou Figueiredo.

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Para o presidente da EPL, é natural que os potenciais sócios estrangeiros do empreendimento tenham dúvidas quanto à demanda, ou seja, quanto ao volume de passageiros.

"Mas quem observa o que acontece no eixo Rio-São Paulo, a situação da ponte aérea, não pode ter dúvida quanto ao mercado." Para amenizar o receio de perdas por causa da baixa utilização do serviço, a EPL se propôs a entrar como sócia do consórcio vencedor, com uma participação de 45%. Os Correios também poderão entrar com até 5%.

Fundos

Além disso, os fundos de pensão poderão participar de forma neutra. Por esse critério, eles informam quanto estão dispostos a investir e sob quais condições, mas não se comprometem com nenhum consórcio antes do leilão. Ele entra como sócio do grupo vencedor.

Figueiredo disse desconhecer qualquer orientação sobre o valor mínimo a ser investido pelos fundos.

O projeto do trem-bala ligando São Paulo ao Rio é estudado desde 1999. Segundo informou Figueiredo, o governo Fernando Henrique Cardoso contratou especialistas alemães para fazer estudos, que apontaram o TAV como uma solução sustentável para equacionar o problema do transporte na região.

O leilão do TAV está previsto para setembro. A concessão durará 40 anos. Em 2011, após o fracasso de uma tentativa de licitar o empreendimento, o governo decidiu dividi-lo em duas etapas. Numa primeira fase, escolherá o operador.

A ideia é atrair um investidor que detenha tecnologia de ponta, que será transferida para o País. Só nessa fase, os investimentos previstos são de cerca de R$ 8 bilhões.

Na segunda fase, será selecionado o responsável pelas obras civis. Dada a complexidade burocrática, que vinha afastando possíveis investidores, o governo decidiu assumir integralmente o risco dessa etapa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Empresa de Planejamento e Logística (EPL) contratará, por licitação internacional, uma empresa ou consórcio para gerenciar e integrar os trabalhos das companhias que irão elaborar o projeto executivo da ferrovia para o Trem de Alta Velocidade (TAV). O edital com as regras da licitação foi publicado ontem no Diário Oficial e está disponível no site da EPL.

De acordo com o diretor da EPL Hélio Mauro França, o vencedor da licitação vai definir a estratégia para a elaboração do projeto executivo, e irá gerenciar a contratação dos projetistas e preparará a contratação das obras civis, que serão objeto de uma outra licitação, inicialmente prevista para entre o final de 2014 e o início de 2015. "Queremos alguém com experiência em elaborar projetos de engenharia para trens de alta velocidade que tenham sido executados e com experiência em gerenciamento", comentou.

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De acordo com ele, há cerca de cinquenta empresas internacionais com os requisitos exigidos, principalmente provenientes da França, Itália, Alemanha e Inglaterra. "Já existem cerca de 20 mil quilômetros de trens de alta velocidade em operação no mundo", comentou. Mas a expectativa da EPL é que sejam formados consórcios entre essas empresas e as brasileiras, tendo em vista as particularidades do mercado brasileiro, o que propiciará também a transferência de tecnologia.

Não há limitação de número de componentes no consórcio. O objetivo, conforme a EPL, é permitir o reforço da capacidade técnica e financeira do licitante e garantir a participação de pessoal especializado. Não será permitida a subcontratação de empresas e serviços.

A licitação será realizada no dia 23 de abril, pelo Regime Diferenciado de Contratações (RDC). O orçamento previamente estimado para a contratação somente será divulgado após o encerramento da licitação. Depois da contratação, a EPL estima um prazo de seis meses para contratar empresas projetistas e mais 12 meses para elaborar projeto executivo.

O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) informou nesta segunda-feira (25) que ajuizou duas novas ações civis públicas contra a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a União para corrigir irregularidades no edital do Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligará o Rio de Janeiro a Campinas (SP). A intenção, segundo o órgão, não é discutir a necessidade de instalação do trem-bala, mas impedir que o empreendimento seja iniciado "sem os cuidados legais e técnicos adequados". Segundo o MPF-DF, essas irregularidades podem gerar danos bilionários ao erário.

Uma das ações solicita a anulação do Edital de Concessão nº 001/2012 e, ainda, o reconhecimento da ilegalidade da Resolução nº 3/2012, do Conselho Nacional de Desestatização (CND). A Lei Geral das Concessões, segundo o órgão, foi confrontada porque a resolução desobedece as regras legais previstas para a concessão de serviço público. Para o MPF, seria necessário enviar uma proposta ao Legislativo para criar um novo modelo de concessão.

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O MPF também aponta a indevida inclusão do TAV no Plano Nacional de Desestatização (PND). A concessão geraria, em vez de uma "privatização" de serviço público, um crescimento da máquina administrativa, devido à previsão de criação de uma empresa estatal para ser sócia da vencedora e à construção de infraestrutura pelo poder público.

Essa ação coloca, ainda, que o leilão não deveria ser a modalidade de desestatização escolhida e não poderia ser realizado da forma prevista no edital, que determina a apresentação de lance único. Outro problema apontado é que a proposta da empresa interessada fará apenas a estimativa dos custos, e a execução será de responsabilidade da União. Assim, segundo o MPF-DF, um erro de estimativa não geraria prejuízos para a concessionária, mas oneraria a União.

Com a segunda ação, o MPF-DF quer que a Justiça determine o início de estudos complementares de viabilidade técnica e econômica do TAV a serem realizados pela União e ANTT. Os estudos que fundamentam a atual licitação foram realizados em 2008, com dados de 2007 e, já em 2010, o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou os estudos insuficientes. O MPF informou que considera "inaceitável o início do empreendimento bilionário sem haver segurança técnica para celebração do contrato de concessão".

O MPF-DF defende também que, caso o trem seja implementado, devem ser impostos limites para a participação de capital público no empreendimento. Isso porque, para o MPF, a ausência de limites transfere o risco de insucesso ou superfaturamento do empreendimento para o poder público.

 

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Nessa quarta-feira (26) a China inaugurou a mais longa linha de trem-bala do mundo. Com cerca de 2,3 mil quilômetros, a linha liga a capital Pequim à cidade de Cantão, localizada no sul do país oriental. Ela proporciona uma economia de quatorze horas para os passageiros que antes levavam vinte e duas horas para chegar ao seu destino.

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A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicará nesta quinta-feira (13) o edital da primeira fase do leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV), que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo informações da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), será publicada no Diário Oficial da União uma resolução do Conselho Nacional de Desestatização (CND) e o aviso de edital. Ao longo do dia, a ANTT divulgará o edital da licitação.

Já está programada para as 16h desta quinta-feira uma entrevista coletiva com o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, e os diretores da empresa Hélio Mauro e Hederverton Santos, que irão falar sobre o edital.

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A presidente Dilma Rousseff já havia antecipado, na manhã desta quarta-feira, em Paris, que nesta quinta o País dará um passo decisivo, com a primeira etapa de licitação do TAV.

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