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O Supremo Tribunal Federal (STF) proclamou nesta quinta-feira, 24, a decisão que valida a criação do juiz de garantias. O modelo divide a condução da ação penal entre dois magistrados e deverá ser adotado em todo o país em até dois anos. Enquanto os tribunais dizem ter dificuldades orçamentárias e estruturais para cumprir a lei, juristas e ministros do Supremo defendem que é possível apenas remanejar as funções já existentes.

A lei de 2019 que estabeleceu a figura não prevê criação de cargos e outras despesas para os estados e a União. Uma das soluções possíveis para comarcas com apenas um juiz (que representam mais de 50% do total) é o sistema de rodízio de magistrados. Desse modo, o juiz de garantias de uma cidade pode analisar os processos de outros municípios.

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A norma aprovada pelo Congresso obrigava as comarcas com apenas um juiz a adotarem o sistema de rodízio, mas o STF entendeu que essa imposição afronta a autonomia administrativa dos tribunais. Agora, cada tribunal poderá decidir a forma de implementação.

Em manifestação enviada ao STF antes do julgamento, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) cita duas opções para aplicar o modelo em comarcas do interior. A primeira é a criação de varas, tida como "tecnicamente inviável por envolver cifras elevadas". A segunda é a criação de departamentos regionais para atender à demanda por juízes de garantias. O tribunal ressalta, contudo, que "eventuais juízes designados responderiam por diversas comarcas, o que acarretaria a incidência de diárias e transporte, onerando os cofres públicos".

Procurado após a proclamação do resultado, o TJ-SP informou que "por ora, não há custo estimado" e que "implantará o juiz de garantias no tempo firmado pelo STF".

O Tribunal de Justiça do Amapá (TJ-AP), o menor do país, havia dito ao STF que a "proposta legislativa revela-se impraticável". Para o desembargador Adão Carvalho, presidente do TJ-AP, a "criação de novos cargos de juiz também se revela um óbice quase que intransponível".

O advogado criminalista André Galvão, do escritório Tórtima, Galvão & Maranhão, avalia que o Judiciário "pode se organizar, num momento inicial, da mesma forma que o Ministério Público se organiza, (por meio de) centrais de juízos de garantias".

Galvão destaca que a carga de trabalho do juiz de garantias permite que ele responda a mais de uma comarca. "A maior carga de trabalho é a do delegado, em regra. Em segundo, do Ministério Público, e muito abaixo fica o trabalho do juiz", disse ao Broadcast. "Lógico que, quando ele é chamado a decidir, deve se debruçar de forma detida, porque vai ser chamado a tomar decisões muito importantes", pondera.

Durante o julgamento do tema, que durou mais de um mês, parte dos ministros minimizou a repercussão da mudança sobre os tribunais. Para o ministro Alexandre de Moraes, a remodelação de funções nos tribunais será suficiente para deixar magistrados disponíveis. O ministro Gilmar Mendes afirmou que a implementação "pode ser realizada a partir de técnicas variadas, como especialização de varas, regionalização ou o sistema de rodízio".

O ministro Kássio Nunes Marques, por outro lado, vê como "implausível" a hipótese de aumento zero de custos. "Temos de partir da ideia de que seguramente haverá aumento de custos, de modo que é necessário pensar em até que ponto o Congresso pode criar despesas para os estados e para a própria União sem indicar imediatamente uma fonte de custeio", afirmou.

Um levantamento de 2020 da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), publicado em estudo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), estimou R$ 1,1 bilhão por ano para criar novos cargos, considerando as comarcas com apenas um juiz. O valor desconsidera as alternativas como rodízio e regionalização.

No mesmo estudo, o CNJ propôs a realização de um sistema de rodízio por região para atender a comarcas menores. Para as comarcas maiores, o CNJ sugeriu a criação de órgãos especializados para concentrar todas as atribuições da função.

O CNJ ainda destacou a adesão ao processo eletrônico como uma forma de simplificar a implantação. "De acordo com o Relatório Justiça em Números de 2019, apenas 16,2% do total de processos novos ingressaram fisicamente, no ano de 2018, de modo que o porcentual de adesão ao processo eletrônico já atinge 83,8%", diz o estudo.

O Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta de 65 para 70 anos o limite de idade para indicação de ministros a tribunais de Justiça no País, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF). A emenda foi aprovada por 60 votos a 0 em primeiro turno e 59 a 0 em segundo turno. A matéria vai à promulgação.

Em 2015, o Congresso aumentou o limite de idade para aposentadoria dos ministros, de 70 para 75 anos, por meio da medida que ficou conhecida como PEC da Bengala. Agora, a nova proposta aumenta o piso de entrada nos tribunais, de 65 para 70 anos.

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A proposta pode beneficiar o presidente Jair Bolsonaro em caso de reeleição. O atual chefe do Planalto manifestou interesse em indicar, por exemplo, os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins e João Otávio Noronha para o STF em um segundo mandato, magistrados que seriam beneficiados com o aumento da idade mínima.

Uma pesquisa realizada com base em informações sobre 52 tribunais constitucionais das democracias americanas e europeias nos últimos 21 anos observou um "aumento gradual" da participação de mulheres nas cortes, mas destacou o "abismo" com relação ao número de homens que também ingressaram nos tribunais "ano a ano".

Os detalhes da pesquisa, coordenada por pesquisadores da Universidade de Oxford e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram divulgados nesta terça-feira, 8, pela Associação dos Juízes Federais. Para a entidade, a pesquisa retratou o "atraso" do Brasil na busca por representatividade dentro dos tribunais.

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"A diversidade importa especialmente pois juízes com backgrounds diferentes podem decidir casos de forma diferente e influenciar a percepção de outros juízes sobre os casos (impactos deliberativos nos tribunais), além disso a diversidade tem um efeito de legitimidade e eficiência que tende a aprimorar a qualidade da prestação jurisdicional no país e ao aumento da confiança da população", registra trecho do estudo.

A juíza federal e integrante da Comissão Ajufe Mulheres Camila Pullin destacou a necessidade fomentar as discussões sobre representatividade. "Esses dados contribuem para a melhor compreensão de como se dá a diversidade judicial nos tribunais e os fatores que a moldam, além de fornecer informações importantes sobre boas práticas advindas de experiências estrangeiras que podem contribuir para o aprimoramento das nossas políticas de diversidade", afirmou.

Ao verificar o gradual aumento da participação feminina em cortes, o estudo apontou que, em 2000, havia 15,6% de mulheres nos 52 tribunais analisados, e, em 2020, o porcentual chegou a 36,6%. Em outra linha, a pesquisa ainda observou que a participação de mulheres nos tribunais é superior à participação de mulheres nos parlamentos dos mesmos países, se considerado o mesmo período.

Com relação ao Brasil, que só teve três mulheres indicadas para o Supremo Tribunal Federal - Ellen Gracie, Rosa Weber e Cármen Lúcia -, o estudo enfatizou o critérios subjetivos para a nomeação de magistrados, em contraste com as regras de outros países analisados.

A corrida eleitoral antecipada tem apresentado mais do que propostas de possíveis candidatos ao Palácio do Planalto. Em confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a dizer que um de seus principais interesses na reeleição está na possibilidade de indicar mais dois ministros para a Corte, em 2023. Mas não é só Bolsonaro que tem as atenções voltadas para a correlação de forças nos tribunais. Levantamento feito pelo Estadão mostra que o próximo presidente terá o poder de nomear no mínimo 31 magistrados, em dez Cortes do País.

Cinco tribunais regionais federais (TRFs) vão ter maior movimentação, a partir do ano que vem. Ao menos 15 desembargadores devem se aposentar compulsoriamente entre janeiro de 2023 e dezembro de 2026, quando completam a idade-limite de 75 anos, abrindo espaço para os indicados do próximo ocupante do Planalto. Há, ainda, o TRF-6, criado em outubro do ano passado para atuar na jurisdição de Minas Gerais. O novo tribunal terá 18 juízes e ainda está em fase de estruturação.

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Favorito nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi condenado em segunda instância pelos desembargadores do TRF-4, no caso do triplex do Guarujá. A condenação de Lula foi anulada pelo Supremo e o caso acabou arquivado pela 12.ª Vara Federal do Distrito Federal. Se for eleito, o petista terá o direito de indicar ao menos dois nomes para o TRF-4, formado por 28 integrantes.

TRF

Bolsonaro, por sua vez, pode ser julgado pelo TRF-1, caso não conquiste o segundo mandato porque perderia a prerrogativa de foro privilegiado. O presidente é investigado no STF em cinco ações - que vão de disseminação de fake news à interferência indevida na Polícia Federal - e em um inquérito administrativo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), relacionado ao vazamento de dados sigilosos sobre tentativa de invasão do sistema da Corte. A CPI da Covid também pediu o indiciamento de Bolsonaro por nove crimes, entre os quais o de prevaricação e contra a humanidade.

Embora boa parte das indicações do futuro chefe do Executivo passe pela segunda instância federal, a margem de manobra do Planalto para alterar o funcionamento dos TRFs é pequena. Em nenhum dos cinco tribunais consultados pelo Estadão as indicações ultrapassam quatro nomes, quando as Cortes têm, em média, 27 desembargadores efetivos.

Diante desse quadro, é nos tribunais superiores que os presidenciáveis miram suas estratégias. Todos querem emplacar aliados e promover mudanças no sistema de Justiça, na tentativa de não sofrer reveses.

Supremo

Em mais de uma ocasião, Bolsonaro declarou a apoiadores que os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça, indicados por ele para o STF, representam 20% dos interesses do governo na Corte, que abriga 11 magistrados. "Não mando nos votos no Supremo, mas são dois ministros que representam, em tese, 20% daquilo que nós gostaríamos que fosse decidido e votado", disse ele, que vive em atrito com Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, também presidente do TSE.

Se for reeleito, Bolsonaro poderá indicar os substitutos de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, que se aposentarão em maio e outubro de 2023, respectivamente. Mesmo que vença as eleições e tenha os nomes dos seus indicados aprovados pelo Senado, porém, o presidente ainda não terá maioria na Corte.

Pré-candidato do Podemos à sucessão de Bolsonaro, o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro disse que pretende ver no STF magistrados com perfil "terrivelmente anticorrupção".

A estocada do ex-ministro da Justiça tem endereço certo. Moro viu decisões tomadas por ele, na Lava Jato, desfeitas pelo tribunal, no ano passado. O caso mais emblemático foi a anulação da condenação de Lula. Além disso, o Supremo concluiu que o então juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba foi "parcial" ao condenar o petista.

"O Supremo tem feito um papel ruim ao anular condenações, não por dizer que a pessoa é inocente, mas por inventar um erro formal que, na minha opinião, não existe", afirmou Moro, em fevereiro, em entrevista à Rede Rio FM, de Aracaju (SE). "Passa uma mensagem errada para a população de que o crime compensa", emendou ele.

Bolsonaro: mais dois evangélicos

O presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores, recentemente, que, se for reeleito, pretende indicar mais dois ministros evangélicos para o Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi um aceno para líderes de igrejas, que começam a dar sinais de afastamento e fazem gestos na direção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Se eu for reeleito, a gente coloca dois (evangélicos) no início de 2023 lá (no STF)", afirmou Bolsonaro, ao falar sobre a nomeação de André Mendonça, que é pastor.

Além de nomes para o STF e tribunais regionais federais, o próximo presidente da República terá direito a quatro indicações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mais quatro ao Superior Tribunal Militar (STM), ao menos duas ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) e também quatro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em todas essas Cortes, as nomeações não representarão mudanças significativas na composição dos colegiados, que têm entre sete e 33 integrantes. Além disso, muitas vagas são submetidas a listas produzidas pela própria categoria.

O agravamento dos índices da Covid-19 em Portugal obrigou o governo a fechar escolas e universidades mais uma vez. Um novo lockdown já havia sido decretado na quinta-feira (14), mas o recorde de mortes pela doença aumenta diariamente no país.

Além da suspensão de 15 dias na atividade das instituições de ensino, tribunais vão julgar apenas casos urgentes e templos religiosos não vão promover cultos. A crescente dos índices da pandemia em Portugal é atribuída a mutação do vírus, identificada no Reino Unido e considerada mais transmissível.

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Segundo levantamento da Universidade norte-americana Johns Hopkins, que monitora as notificações da pandemia desde os primeiros casos, 2.093.948 casos e 9.686 mortes já foram registrados no país.

O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Dias Toffoli, determinou que os tribunais federais e do Trabalho comprem um terço das férias dos juízes que solicitarem a conversão do benefício em abono salarial. Com a decisão da última sexta-feira (28), magistrados, que têm direito a 60 dias de descanso por ano, poderão optar por vender 20 deles.

Um levantamento da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), que ajuizou a ação, mostra que a nova regra pode custar até R$ 57 milhões aos cofres públicos apenas no caso dos magistrados federais. Com a entrada da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) no processo, o montante pode chegar a R$ 164 milhões.

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Em meio ao contingenciamento de despesas na crise causada pela pandemia de Covid-19, uma das justificativas para o pagamento é o espaço no teto de gastos das Justiças Federal e do Trabalho, ampliado em R$ 1,5 bilhão pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Como as defesas foram reduzidas no primeiro semestre deste ano com a adoção do home office na quarentena, sobraria dinheiro para cobrir os pagamentos.

"Com a adoção do regime extraordinário de trabalho remoto, as unidades permaneceram sem normal funcionamento, o que acarretou drástica redução de despesas e, consequentemente, a não execução de parte do orçamento previsto para o primeiro semestre de 2020. Tais sobras, se remanejadas, poderiam ser utilizadas nos pagamentos relativos às conversões efetivadas no primeiro semestre de 2020", diz Toffoli no parecer.

Na ação, as entidades de juízes argumentam que o benefício já vale para outras carreiras jurídicas e que os tribunais vêm descumprindo uma resolução do próprio CNJ. Em agosto do ano passado, o Conselho decidiu uniformizar o direito de venda das férias, não previsto na Lei Orgânica da Magistratura (Loman), mas garantido a carreiras equivalentes da magistratura e do Ministério Público.

Quase 950 ações penais de tribunais superiores prescreveram em um intervalo de dois anos. Segundo números de 2017 analisados pelo gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, 830 processos que tramitaram no Superior Tribunal de Justiça (STJ) foram arquivados por prescrição em dois anos. No Supremo, foram 116 casos.

Os números lançam luz sobre a sensação de impunidade com a lentidão da Justiça em condenar réus, um problema que pode ser agravado depois que o STF decidiu que a execução da pena, como prisão, deve ocorrer depois do esgotamento de todos os recursos.

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Entre os políticos que tiveram casos prescritos estão o ex-presidente José Sarney (MDB), o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), os senadores Fernando Collor (PROS-AL), José Serra (PSDB-SP) e Jader Barbalho (MDB-PA) e o ex-ministro Eliseu Padilha (MDB-RS).

"Num intervalo de dois anos, quase mil casos prescreveram, depois de haverem movimentado por muitos anos o sistema de Justiça. Não é preciso ser muito sagaz para constatar que os grandes beneficiários da prescrição são aqueles que têm dinheiro para manipular o sistema com recursos procrastinatórios sem fim", disse Barroso, ao votar a favor da prisão após condenação em segunda instância. Para o ministro, sem a execução antecipada da pena, o sistema "induz" à prescrição.

A medida era considerada um dos pilares da Operação Lava Jato. Por 6 a 5, o Supremo reverteu, no dia 7, o entendimento e mudou a jurisprudência que até então permitia a execução antecipada de pena, o que abriu caminho para a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB).

O Código Penal prevê os prazos para a prescrição dos casos, dependendo do tamanho da pena do condenado - varia de 4 anos (quando o máximo da pena não excede dois anos) a 20 anos, quando a pena é superior a 12 anos. "Quanto mais grave o crime, mais tempo o Estado tem para punir", afirmou a professora de Direito Penal da FGV São Paulo Raquel Scalcon. Para Raquel, é imprevisível antecipar os efeitos do julgamento do Supremo sobre a tramitação de casos na Justiça.

O prazo da prescrição é reduzido à metade quando o réu passa dos 70 anos na data da sentença. Em agosto deste ano, o relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, arquivou uma denúncia apresentada contra Collor por peculato (desvio de recursos públicos). A Procuradoria-Geral da República acusou Collor de atuar para que a BR Distribuidora firmasse contratos com a empresa Laginha Agro Industrial, de propriedade do também alagoano João Lyra, com quem, segundo a acusação, o senador mantém relações de amizade. Em 12 de agosto, Collor completou 70 anos, e o tempo de prescrição caiu pela metade, o que acabou beneficiando o ex-presidente e hoje senador, que não pode mais ser punido.

Em outro caso emblemático, a Primeira Turma do STF arquivou em 2015 uma ação penal movida contra o senador Jader Barbalho. O parlamentar foi acusado por peculato em razão da desapropriação de terras promovida em 1988, na época em que ocupava o cargo de ministro da Reforma e do Desenvolvimento Agrário no governo Sarney. "É uma situação jurídica em que salta aos olhos a prescrição da pretensão punitiva", disse, na época, o relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello.

Antes de o Supremo derrubar a prisão após condenação em segunda instância, o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, encaminhou à Câmara e ao Senado uma sugestão para alterar o Código Penal e evitar a prescrição de casos que chegam ao STJ e ao STF. A proposta ainda depende de aprovação dos parlamentares para entrar em vigor.

"Não acho que essa seja a solução. Mais interrupções na contagem da prescrição podem acabar tendo o efeito reverso, negativo, de permitir mais morosidade da Justiça", avaliou Raquel.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, por sua vez, pediu ao Supremo preferência de julgamento em recurso que trata do início da contagem do prazo para a prescrição. O Ministério Público defende que a prescrição seja contada apenas depois do esgotamento de todos os recursos para ambas as partes do processo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plenário da Câmara dos Deputados concluiu nessa quarta-feira (14) a votação do Projeto de Lei 7.596/17, que define os crimes de abuso de autoridade. O texto engloba atos cometidos por servidores públicos e membros dos três Poderes da República, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas e das Forças Armadas. 

Após o texto-base base ser aprovado em votação simbólica, os parlamentares rejeitaram todos os destaques ao texto apresentado pelo relator Ricardo Barros (PP-PR). Como não houve alteração, a matéria segue para sanção presidencial

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Aprovado no Senado em junho, o texto prevê a criação do crime de caixa 2, de compra de votos e o aumento de pena para o crime de corrupção, tornando a prática hedionda em alguns casos. Atualmente considerada crime eleitoral e não penal, com penalidade inferior à aplicada a outros crimes e passível de prescrição no prazo de um mandato, a prática de caixa 2 em campanha eleitoral poderá ser tipificada como crime.

Pelo projeto de lei, poderá ser considerado abuso de autoridade obter provas por meios ilícitos; executar mandado de busca e apreensão em imóvel, mobilizando veículos, pessoal ou armamento de forma ostensiva, para expor o investigado a vexame; impedir encontro reservado entre um preso e seu advogado; e decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado sem intimação prévia de comparecimento ao juízo. 

No total, a proposta apresenta 37 ações que poderão ser consideradas abuso de autoridade, quando praticadas com a finalidade específica de prejudicar alguém ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro. 

Os partidos PSL, Novo e Cidadania defendiam que a proposta fosse debatida por mais tempo na Câmara e apresentaram, cada um, um destaque para ser debatido e votado em plenário. Se algum fosse aprovado, o texto voltaria para o Senado.

Todos os destaques apresentados por estes partidos foram rejeitados, como o que pretendia excluir dispositivo no qual são listados efeitos da condenação, como indenização por dano, inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública por 1 a 5 anos, apresentado pelo PSL,  e o que queria excluir do texto o artigo que tipifica como abuso de autoridade o uso de algemas em preso quando não houver resistência à prisão ou ameaça de fuga, apresentado pelo Podemos.

O Supremo Tribunal Federal viveu nos últimos dias um dos momentos mais conturbados da gestão do presidente Dias Toffoli em meio às controvérsias com as investigações sobre ameaças e a disseminação de notícias falsas contra integrantes da Corte e familiares. Enquanto o ministro Alexandre de Moraes ignorava o pedido da Procuradoria-Geral da República para arquivar o inquérito, o ambiente nos corredores do tribunal era de paz, calmaria e absoluto sossego.

Na semana em que a Corte foi criticada por militares, OAB e membros do Congresso ao censurar a revista digital Crusoé e o site O Antagonista, o tribunal não fez sessão alguma - muitos dos seus integrantes nem em Brasília estavam.

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Uma lei de 1966, assinada pelo presidente Castelo Branco, prevê que são feriados - inclusive nos tribunais superiores - os dias da Semana Santa, compreendidos entre a quarta-feira e o domingo de Páscoa. Na terça-feira passada, os ministros do STF, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não se reuniram para julgar processos. Às segundas-feiras, tradicionalmente, não há sessões nos tribunais, o que pavimentou o caminho para o feriado prolongado. Com o feriadão, a contagem dos prazos processuais foi suspensa e só será retomada na segunda.

Mesmo sem a realização de sessões e longe de Brasília, os ministros podem decidir remotamente sobre os milhares de casos que estão sob a sua relatoria. O decano do STF, ministro Celso de Mello, e a ministra Rosa Weber ficaram por Brasília e trabalharam em seus gabinetes do Supremo durante a semana. Cármen Lúcia também decidiu sobre pedidos de liberdade que chegaram ao seu gabinete.

Ao contrário do que costuma ocorrer nos dias comuns de expediente do STF, nenhum dos integrantes do Supremo divulgou uma agenda pública de compromissos na semana. Na segunda-feira, Celso de Mello assumiu sem alarde o comando interino da Corte em virtude da ausência do presidente e do vice-presidente do tribunal, respectivamente os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux.

Procurada pela reportagem, a assessoria do STF não respondeu ao jornal O Estado de S. Paulo. Quando organizou o calendário de julgamentos do primeiro semestre, Toffoli previu sessões extras para compensar os feriados. A assessoria do STJ informou que o calendário de atividades do tribunal foi organizado e aprovado no ano passado, já prevendo feriados. A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, convocou duas sessões extraordinárias para compensar a Semana Santa esticada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois ex-funcionários de alto escalão do Instituto de Obras Religiosas (IOR), o banco do Vaticano, foram condenados na quinta-feira por um tribunal civil a indenizar a instituição pelas perdas causadas por sua má gestão, anunciou nesta terça-feira (6) à noite a Santa Sé.

Segundo vários meios de comunicação italianos, trata-se do ex-diretor-geral Paolo Cipriani e de seu ex-adjunto Massimo Tulli, demitidos em 2013. Ambos foram condenados há um ano por um tribunal penal italiano a quatro meses de prisão em suspenso por lavagem de dinheiro.

O caso gira em torno das transferências suspeitas de 23 milhões de euros (cerca de 32 milhões de dólares) em 2010. O IOR transferiu o dinheiro ao organismo de crédito italiano Credito Artigiano. Depois três milhões de euros foram para a Banca do Fucino e 20 milhões para a JP Morgan Frankfurt. Cipriani e Tulli foram condenados por não terem fornecido certas informações para a JP Morgan.

O processo civil do Vaticano foi lançado devido a uma "análise em profundidade dos investimentos financeiros feitos pelo IOR antes de meados de 2013", explicou o banco em comunicado, sem detalhar a soma das perdas imputadas aos dois homens.

Sua condenação "é um passo importante que reflete o trabalho significativo da direção do IOR nestes últimos quatro anos para transformar o instituto" com o objetivo de melhorar a gestão e aplicar uma maior transparência, segundo o texto. O banco conta com cerca de 15 mil clientes, essencialmente religiosos, congregações e funcionários da cidade-Estado. Gere cerca de 5,7 bilhões de euros.

No passado, o banco do Vaticano se viu sacudido por escândalos de corrupção e foi acusado de servir à máfia. O papa Bento XVI (2005-2013) lançou uma grande operação de limpeza, prosseguida por seu sucessor Francisco. A limpeza levou ao fechamento de quase 5.000 contas.

A crise levou os tribunais superiores a cortar gastos para se adaptar ao cenário de ajuste fiscal. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo no Supremo Tribunal Federal (STF) e mais quatro cortes - Superior Tribunal de Justiça (STJ), Superior Tribunal Militar (STM), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Tribunal Superior do Trabalho (TST) - aponta que as propostas orçamentárias para 2018 preveem medidas para enxugar custos. As cortes, no entanto, ainda não têm um valor total de qual será a economia com as medidas.

Juntos, os tribunais têm um orçamento previsto de cerca de R$ 5,172 bilhões para o próximo ano, dos quais 66,7% estão comprometidos com pessoal - são 12.809 servidores, incluindo os funcionários terceirizados.

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Os maiores orçamentos são do TST (R$ 1,55 bilhão) e do STJ (R$ 1,5 bilhão). Além de restringir o pagamento de diárias e passagens para servidores e reduzir até a quantidade de café servido, o STJ tem optado pela concessão de férias para os terceirizados durante os meses de recesso - sem substituir os postos de trabalho.

No STF, o contrato anual da TV Justiça, que passa por uma reformulação em sua grade, caiu de R$ 21 milhões para R$ 16 milhões. Foi suspensa a aquisição de 170 notebooks para ministros e assessores, que custaria R$ 1 milhão, até que se fizesse uma avaliação mais criteriosa.

Já o TST estuda diminuir a frota de veículos oficiais, substituindo-os por modelos alternativos de transporte, como táxi e Uber, e o STM implementou um sistema de videoconferência e investiu na tramitação de processos de forma digital, sem consumo de papel.

O TSE, por sua vez, impôs restrições para o início de novas obras, privilegiando aquelas já em andamento - uma delas visa redução de energia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um casal americano, cuja filha foi morta por um motorista que supostamente estava utilizando o aplicativo FaceTime em seu iPhone enquanto dirigia, iniciou uma ação judicial contra a Apple. O processo alega que a empresa deveria ter introduzido um recurso que desabilita o uso do serviço de chat por vídeo por condutores de veículos motorizados, o que poderia ter evitado o acidente. As informações são da BBC.

Os arquivos do tribunal indicam que, em 2014, a empresa conseguiu a liberação da patente de uma tecnologia que iria bloquear a capacidade dos motoristas de usar o aplicativo FaceTime no iPhone enquanto estivessem usando um veículo motorizado.

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O acidente aconteceu em uma estrada no Texas (EUA), na véspera de Natal de 2014. O pai da família citada precisou reduzir a velocidade do veículo por causa de um congestionamento, e um motorista de 20 anos bateu na sua traseira, ferindo os passageiros e vitimando uma garota de cinco anos.

O jovem responsável pelo acidente disse à polícia que estava usando o FaceTime no seu iPhone 6 Plus no momento da batida. A ação judicial exige que a Apple adote a tecnologia que bloqueia o uso do FaceTime para motoristas, além do pagamento de indenizações, despesas médicas e outras remunerações.

A questão da tecnologia atuando como fator de distração para motoristas se tornou uma grande preocupação para especialistas de segurança nos últimos anos. Segundo estudo da empresa de telecomunicações AT&T, 43% dos adolescentes norte-americanos admitem que trocam mensagens de texto ou e-mails enquanto estão dirigindo.

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A Nokia anunciou que está processando a Apple em tribunais alemães e norte-americanos por violação de patentes, alegando que a gigante do iPhone estava usando sua tecnologia em muitos produtos sem pagar por isso.

A finlandesa Nokia, que já foi a maior fabricante de celulares do mundo, disse que assinou um contrato de licença em 2011 com a Apple. Mas desde então a fabricante do iPhone recusou ofertas subsequentes feitas pela Nokia para licenciar outras de suas invenções patenteadas, informou em comunicado.

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"Depois de vários anos de negociações tentando chegar a um acordo para cobrir o uso dessas patentes pela Apple, estamos agora tomando medidas para defender nossos direitos", disse o diretor de negócios de patentes da Nokia, lkka Rahnasto, em comunicado.

As queixas, arquivadas em três cidades alemãs e em um tribunal distrital do Texas, dizem respeito a 32 patentes de inovações relacionadas à displays, interface de usuário, software, antenas, chipsets e codificação de vídeo. A Nokia disse que estava preparando mais ações legais em outros lugares.

A Nokia liderou durante 14 anos, até 2012, o setor de telefones celulares, mas fracassou na transição para os smartphones, enquanto o iPhone da Apple registrou um grande sucesso desde seu lançamento em 2007.

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O presidente Michel Temer editou a Medida Provisória 750/2016, que abre crédito extraordinário no valor de R$ 82,5 milhões em favor da Câmara dos Deputados, do Superior Tribunal de Justiça, da Justiça Federal, da Justiça Militar da União, da Justiça do Trabalho e da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Do total, R$ 24,7 milhões são destinados à Câmara, para ações relacionadas a processo legislativo, fiscalização e representação política, e R$ 18,6 milhões à Justiça Federal de Primeiro Grau, para aplicação em julgamento de causas.

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O detalhamento da aplicação do recurso está publicado no Diário Oficial da União(DOU).

Durante sua passagem no Recife, nesta segunda (15), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes também falou sobre a decisão do Supremo de que apenas a Câmara de Vereadores pode julgar contas de prefeitos. Com a decisão, o Tribunal de Contas perde a competência para julgar as contas do chefe do Poder Executivo que age como ordenador de despesas.  O ministro disparou: “Os tribunais de contas são muito politizados, possuem seus problemas que, certamente, já ouviram falar. Conheço casos de deputados que mantêm seus filhos como parlamentares e condicionam a aprovação de contas de prefeito em troca de apoio aos filhos”. 

No seu argumento, Gilmar Mendes também ressaltou que “a constituição diz que os tribunais de contas são forças auxiliares no controle. A constituição exige que haja uma manifestação da Câmara, agora, é preciso ocorrer a pressão da própria população. Há lugares hoje no Brasil que aumentos decididos pelos vereadores estão sendo cancelados porque a população pressiona, discute, isso precisa ser mudado. É a sociedade que tem que exigir que a Câmara decida”, disse.

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“Veja o que iria acontecer se nos mantivéssemos as regras: os prefeitos, orientados por advogados, deixariam de ser gestores, de serem ordenadores de despesas, delegariam. Os desvios já ocorreram no plano federal onde o presidente não é gestor nem ordenador de despesas. Ocorre também no âmbito dos estados onde o governador não é ordenador de despesas. Não é isso que é substancial. É preciso aprimorar os tribunais como um todo”, acrescentou Gilmar.

Ficha Limpa

O magistrado ainda disse que, no Congresso, mais de um terço de deputados são investigados ou já foram denunciados sob a Lei da Ficha Limpa. “A lei é um avanço, mas não é um milagre, do contrário, não teríamos quase que metade do Congresso sendo investigados. Até as contas de Collor não foram votadas até hoje. Podemos citar casos de Pernambuco, da Assembleia e da Câmara do Recife. Não vamos ficar vendendo ilusões. Imaginar que a ficha limpa depurou o sistema é imaginar que nos temos um quadro de pureza no congresso nacional e sabemos que não é assim", frisou.

Um tribunal do Catar condenou nesta segunda-feira a um ano de prisão - com suspensão condicional da pena - por "adultério" uma holandesa de 22 anos que, quando estava de férias no país do Golfo, foi detida depois de denunciar um estupro, informou uma fonte judicial.

A jovem, identificada como Laura e que não estava presente na audiência, será expulsa do Catar depois de pagar a multa de 3.000 rials (732 euros, 799 dólares), segundo a mesma fonte. Um homem, julgado pelo mesmo caso, receberá 100 chicotadas por "adultério" e outras 40 chicotadas por "consumo de álcool", o que é proibido neste emirado ultraconservador.

Laura foi detida em março por "suspeita de adultério, o que significa relações sexuais fora dos vínculos do matrimônio", proibidas no Catar, havia afirmado à AFP seu advogado, Brian Lokollo. Laura, natural de Utrecht, na região central da Holanda, compareceu a um hotel onde o consumo de bebidas alcoólicas estava autorizado.

"Ela foi dançar, mas quando retornou para sua mesa percebeu, depois do primeiro gole em sua bebida, que havia sido drogada. Não se sentia bem", disse o advogado. "Depois não se lembra de nada até a manhã, quando acordou em um quarto totalmente desconhecido e se deu conta, com grande horror, que havia sido violentada", completou o advogado.

A jovem conseguiu escapar e procurar ajuda, antes de comparecer a uma delegacia para apresentar uma denúncia contra o agressor, também de acordo com o advogado. Mas os policiais não permitiram a sua saída.

No vizinho Emirados Árabes Unidos, uma norueguesa de 24 anos que denunciou o chefe por estupro foi condenada em 2013 a 16 meses de prisão por comportamento indecente (relações sexuais fora do matrimônio), perjúrio e consumo de álcool. Ela foi posteriormente indultada pelas autoridades.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) identificou 13 tribunais e seções judiciárias que não cumprem a regra que trata da publicação dos salários dos servidores do Judiciário na internet. Desde 2012, uma resolução obriga que as informações sejam divulgadas. A norma regulamentou a Lei de Acesso à Informação no Judiciário.

De acordo com levantamento feito pela conselheira Luiza Frischeisen, responsável pelo acompanhamento do cumprimento da regra, alguns tribunais não cumprem também a resolução na íntegra. Conforme constatação do CNJ, alguns tribunais publicam as informações com atraso e criam barreiras de acesso, não previstas na resolução.

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No site do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) e no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), por exemplo, o nome dos servidores e magistrados são omitidos. Nos tribunais regionais eleitorais da Bahia e de Goiás e na Justiça Federal da Bahia os dados sobre remunerações não são divulgados devido a decisões judiciais que impedem a publicidade das informações.

Para garantir o cumprimento da norma, Luiza Frischeisen determinou que os problemas sejam solucionados pelos tribunais em 15 dias. A conselheira pediu que a Advocacia-Geral da União (AGU) recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir que a norma seja respeitada.

Segundo o CNJ, apesar das irregularidades, a maioria dos 91 tribunais cumprem as determinações sobre a divulgação dos salários. 

O deputado Mário Negromonte (PP-BA), ex-ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff, renunciou na manhã desta quinta-feira, dia 5, ao mandato parlamentar para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Município (TCM) da Bahia. Na próxima semana, o deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA) também deve abrir mão de seu mandato parlamentar para se tornar conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Com a saída de dois parlamentares da mesma coligação, devem assumir como titulares na Câmara Acelino Popó (PRB-BA) e Emiliano José (PT-BA).

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, criticou a presença de advogados na composição dos tribunais eleitorais. Na semana passada, Barbosa também havia criticado o fato de ministros do STF terem jornada dupla, integrando também o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Barbosa afirmou ser uma incongruência do sistema um advogado defender causas durante o dia e julgar processos na Justiça eleitoral à noite. A crítica foi feita quando o Conselho discutia se procuradores da Fazenda podem trabalhar como assessores de juízes e ministros, o que é contestado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

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"É, no mínimo, um menoscabo da inteligência da magistratura. No mínimo. O juiz é um débil mental. Ele não toma decisões. Ele é comandado pelo seu assessor, não é?", ironizou. "Agora, se fôssemos levar a sério essa prerrogativa de acabar com essas incongruências que existem no Judiciário brasileiro, as primeiras que deveríamos extinguir são as que beneficiam advogados", atacou.

"Há coisa mais absurda que o advogado ter seu escritório durante o dia a noite se transformar em ministro?", questionou. "Ele - o advogado - cuida de seus clientes durante o dia, tem seus honorários e à noite ele se transforma em juiz. Ele julga, às vezes, causas que têm interesses entrecortados e de partes sobre cujos interesses ele vai tomar decisões à noite. Estou falando da Justiça eleitoral, que nada mais é do que isso", disse.

A legislação estabelece que os tribunais eleitorais têm em suas composições um terço de membros oriundos da advocacia. "É esse tipo de absurdo que temos que eliminar", afirmou, defendendo a possibilidade de procuradores da Fazenda serem chamados para assessorar magistrados.

Na semana passada, Barbosa havia reclamado também da jornada dupla dos ministros do Supremo, que também integram a composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Barbosa, renunciou ao cargo quando foi ministro do TSE, alegando problemas de saúde.

A rede social Twitter comprará da gigante da tecnologia IBM mais de 900 patentes, em um acordo que põe fim ao litígio entre ambas as empresas, de acordo com um comunicado conjunto divulgado nesta sexta-feira (31).

"Esta aquisição de patentes da IBM e este acordo de uso nos oferece uma proteção maior da propriedade intelectual", ressaltou o diretor legal do Twitter, Ben Lee. As duas companhias não revelaram os detalhes da compra.

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O Twitter anunciou no ano passado ter recebido uma carta da IBM na qual a rede social era acusada de ter violado pelo menos três de suas patentes. Indicou na época que tinha argumentos sólidos para se defender, mas esperava que o número de denúncias ligadas à propriedade intelectual aumentasse.

As gigantes da tecnologia protagonizam há vários anos uma guerra de patentes, com litígios em tribunais de todo o mundo.

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