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Rebeca Andrade confirmou o favoritismo nesta quinta-feira e avançou à final das barras assimétricas do Troféu Brasil de Ginástica, em Porto Alegre, após conseguir a melhor nota do dia nas eliminatórias. A medalhista olímpica somou 14.667 na avaliação dos juízes e vai em busca de medalha no sábado, quando será disputada a decisão. Jade Barbosa (12.933) e Josiany da Silva (11.700) passaram em segundo e terceiro, respectivamente.

Rebeca está participando de apenas duas provas na competição nacional. Além das barras, está inscrita na trave, prova na qual as classificatórias estão marcadas para sexta-feira. Os dois aparelhos não estão entre as conquistas da paulista nos Jogos Olímpicos de Tóquio, onde foi ouro no salto e prata no individual geral.

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No Troféu Brasil, ela não competiu no salto para se poupar para outros campeonatos. O caso é o mesmo do solo, prova em que foi quinta colocada na Olimpíada. Já o individual geral não faz parte do quadro do torneio brasileiro, dedicado apenas às disputas por aparelhos.

De qualquer forma, a ginasta costuma ter bom desempenhos nas diferentes subdivisões do esporte. Não à toa, foi vice-campeã das barras assimétricas no ano passado, durante a disputa do Mundial de Ginástica Artística no Japão, depois dos Jogos Olímpicos. Na mesma competição, ficou com o ouro no salto, assim como na Olimpíada.

OUTROS PARTICIPANTES

Em outra disputa desta manhã, João Vieira foi o melhor da classificatória masculina, com nota 13.850, seguido por Caio Souza (13.650) e Gabriel Barbosa (13.600). A prova também teve a participação de Diogo Soares, finalista do individual geral em Tóquio, que passou em quinto. Arthur Zanetti foi outro a competir no solo, avançando à final com o oitavo lugar. Preocupado em poupar o ombro, ele ficou de fora da disputa das argolas, na qual a melhor nota foi de Caio Souza.

Já Arthur Nory, medalhista de bronze no solo no Rio, em 2016, e campeão mundial da barra fixa em 2019, ficou em sexto na classificatória do cavalo com alças, que teve um empate entre Paulo Castilho e Felipe Machado, ambos com 13.300 no primeiro lugar.

Sem público e seguindo protocolos de segurança, o Troféu Brasil de atletismo vai reunir os principais atletas brasileiros da modalidade entre esta quarta-feira (9) e domingo, no estádio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, na Vila Clementino, em São Paulo. Desta vez, a disputa não vai se restringir ao pódio. A maior parte dos esportistas busca também o índice olímpico para os Jogos de Tóquio, adiados para 2021.

A principal competição brasileira da modalidade estava marcada inicialmente para maio, em Porto Alegre. Mas a pandemia do novo coronavírus alterou os planos da Confederação Brasileira de Atletismo, que decidiu reprogramar o evento para este mês de dezembro, na capital paulista.

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Por causa da Covid-19, o evento não terá a presença de público. A organização vai exigir de todos o uso de máscara, a não ser dos atletas nos momentos da disputa. Os esportistas terão álcool em gel à disposição e serão instados a manter o distanciamento social. Ao chegar ao local de competição, todos terão a temperatura medida.

Uma das consequências mais práticas da pandemia será a realização de provas de longa distância na pista. No sábado, o Centro Olímpico vai receber as provas de 20km e 35km (inicialmente esta prova era de 50km).

No total, o Troféu Brasil vai reunir 770 atletas, de 130 equipes, que vão disputar uma edição comemorativa do evento. Neste ano, a competição completa 75 anos.

Para os atletas, o torneio não vai significar apenas a busca por medalhas e pelo índice olímpico. Ao lado do GP Brasil de Atletismo, disputado no domingo, o Troféu Brasil marca a retomada da preparação deles para os Jogos de Tóquio. Em razão da pandemia, o ano de 2020, que seria olímpico, apresentou diversos obstáculos para a manutenção da forma física e técnica e dificultou a permanência deles no auge do ciclo olímpico.

"Foi um ano totalmente atípico. Tivemos de improvisar muito para manter a forma. Construí um setor de arremesso ao lado da minha casa e consegui equipamentos de musculação emprestados", diz o catarinense Darlan Romani, recordista sul-americano do arremesso do peso, com 22,61 metros, e quarto do mundo no ranking de 2019. "Vou buscar o melhor resultado possível, mesmo num ano tão complicado, com problemas de treinamento e o adiamento e cancelamento de competições importantes."

Uma das apostas do atletismo brasileiro para Tóquio, Darlan é um dos 63 atletas do Pinheiros que vão competir no Troféu Brasil. O clube, um dos mais tradicionais do País, decidiu disputar normalmente a competição após desistir de enviar seus nadadores para o Troféu Brasil de Natação, que começou nesta quarta, no Rio de Janeiro. Na capital paulista, o Pinheiros busca o pentacampeonato da competição nacional.

Darlan Romani é um dos 13 atletas que vão competir e que já está com a vaga olímpica garantida. Os demais são Paulo André de Oliveira (Pinheiros), nos 100m; Aldemir Gomes Junior (Pinheiros), nos 200m; Gabriel Constantino (Pinheiros) e Eduardo de Deus (ADPA), nos 110m com barreiras; Alison dos Santos (Pinheiros) e Marcio Teles (Orcampi), nos 400m com barreiras; Augusto Dutra (Pinheiros), no salto com vara; Alexsandro Melo (ADPA), no salto triplo; Caio Bonfim (CASO) e Érica Sena (Pinheiros), na marcha atlética de 20km; Andressa Morais (Pinheiros), no lançamento do disco; e Vitória Rosa (Pinheiros), 200m.

Se para uns a competição significa o retorno da preparação, para outros o Troféu Brasil será oportunidade de reafirmação. Melhor velocista do País, Paulo André foi surpreendido por Felipe Bardi dos Santos no fim de semana no GP Brasil. Em busca de superar a barreira dos 10 segundos na prova dos 100 metros, ele não passou dos 10s30 e foi o segundo colocado, atrás de Bardi, com 10s25.

"Estou no treino de base. Não é o momento de conseguir bom resultado. Fiquei feliz com a vitória do Bardi, mais um velocista importante", disse Paulo André, antes de projetar sua atenção para o Troféu Brasil. "Quero a quarta vitória consecutiva, mas com os pés no chão", disse o atual tricampeão da prova.

Principal competição da temporada brasileira da Natação, o Campeonato Brasileiro Absoluto de Natação (Troféu Brasil/Maria Lenk) começa amanhã (16). A disputa, que será realizada no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, contará com 396 atletas e deve formar três seleções para desafios internacionais: o Campeonato Mundial Júnior de Budapeste na Hungria, o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Gwangju na Coréia do Sul e os Jogos Pan-Americanos de Lima no Peru.

Aos 20 anos, o velocista Paulo André Camilo Oliveira vive duas realidades diferentes. Nas pistas, ele tenta quebrar um tabu histórico: correr os 100 metros abaixo dos 10 segundos. Com a marca de 10s06, ele é o favorito para superar Robson Caetano, que correu a prova mais nobre do atletismo em 10s em 1988. No restante do dia, Paulo vive os dilemas de quem acabou de sair da adolescência. Só colocou brinco quando fez 18 anos. Antes, o pai não deixou. Até hoje, a mãe liga para saber onde ele anda (ou corre). Sua história não precisa ser tão resumida só porque ele é o mais rápido do Brasil atualmente. Existem detalhes que merecem mais atenção.

Paulo André é a ponta mais afiada de um tridente que vem trazendo esperança ao Brasil nas provas de velocidade para o Mundial e os Jogos de Tóquio. As outras são Jorge Henrique Vides e Derick Souza, que correram os 100 metros em 10s08 e 10s10, respectivamente. Os três competem nesta sexta-feira no Troféu Brasil de Atletismo, em Bragança Paulista (SP). É o principal torneio da modalidade do País.

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Paulo André construiu sua carreira em Vila Velha (ES). Embora represente o Esporte Clube Pinheiros nos torneios, ele treina longe dos principais centros de atletismo. É proposital. Ele e seu pai, Carlos Camilo, criaram um projeto social de iniciação esportiva que procura desenvolver o esporte em um Estado sem tradição no atletismo. Hoje, 30 crianças treinam lá. Tudo é improvisado: os cones são emprestados e os dardos para arremesso são feitos de bambu. Paulo começou a correr no projeto e se tornou o exemplo.

O pioneirismo trouxe uma fatura salgada. Até dois anos atrás, Paulo treinava em uma pista de terra. Sofria com lesões. Agora corre em pista de boa qualidade da Universidade Federal do Espírito Santo. A equipe de três profissionais que o acompanha foi formada na base da parceria. Eles não ganham nada. Faltam patrocinadores.

Seu pai também tem história para contar. Velocista na década de 1980, Carlos Camilo é o trampolim para o sucesso do filho. Embora tenha sido cortado dos Jogos de 1984 por lesão, ele correu no Mundial dois anos depois ao lado de lendas como Carl Lewis. Aprendeu os atalhos para um atleta de ponta. Literalmente. "O lado externo tem tanta influência quanto os treinos. É preciso calma para não sentir essa pressão por resultados", diz.

Os dois tiveram dificuldade para separar os papéis de pai, atleta, filho e treinador. Para transmitir as orientações de técnico, Camilo se valia da autoridade de pai. Isso já melhorou.

A trajetória de Paulo André mostra um equilíbrio entre a herança genética e a influência do meio. Na infância, seu apelido era Foguete. Ganhava todas as corridas e era impossível fugir dele no pega-pega. Ganhou três bicicletas nas corridas nos Jogos Escolares. O talento nato foi lapidado pelo pai. Mas essa equação não veio pronta. Paulo quase foi jogador de futebol. Após ser aprovado em peneira do Bahia, sua mãe o fez pisar no freio. Não queria que o filho de 13 anos saísse de casa tão cedo.

Foguete não se arrepende. Continuou correndo sem a bola. Ele fala rápido, quase atropela as palavras. Agitado. Transmite aquela eletricidade dos jovens, que querem tudo para ontem, e uma centelha de campeão. Seu nome já está na história como recordista sul-americano. Agora, pensa em correr na casa dos 9 segundos. Os planos estão na ponta da língua do pai/treinador: final olímpica em 2020 e briga por medalha em 2024. "Seis centésimos (para baixar) não são nada, mas exigem treino e atenção aos detalhes. Estou tão longe, mas tão perto", diz o jovem mexendo nos dois brincos brilhantes.

Recordista brasileira nos 100 metros e sul-americana nos 200m rasos, Ana Cláudia Lemos volta às grandes competições nesta sexta-feira (9), às 14h30, no Troféu Brasil de Atletismo, para deixar as sombras do passado para trás. O primeiro passo é obter o índice para o Mundial de Londres, em agosto, na prova mais rápida do atletismo (11s26) e ajudar o Pinheiros - sua nova casa - na conquista do bicampeonato.

Em 2016, a velocista viveu um dos momentos mais conturbados de sua carreira. Em março, seu exame antidoping apontou a presença da substância proibida Oxandrolona e, apesar de ser inocentada após provar que houve contaminação cruzada de um medicamento, ela teve de cumprir cinco meses de suspensão por negligência.

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O episódio deixou Ana Cláudia mais meticulosa em sua rotina. "Sempre fui desconfiada, não pegava alimento e água da mão de ninguém. Após o doping, eu pirei. É uma loucura. Se meu noivo abre a minha água, eu já não tomo mais. Pesquiso, pergunto para meu médico mil e uma vezes sobre os medicamentos. Já era neurótica, agora sou mais. Fico com medo. Eu me cuidava tanto e aconteceu, agora me cuido muito mais."

A vigilância sobre ela também aumentou. A atleta mais rápida do Brasil estreou na temporada em 10 de maio, com o 2.º lugar no Circuito Ouro, organizado pela Federação Paulista de Atletismo. Ela foi submetida a quatro exames antidoping até agora. "Este ano, já fiz dois (exames) de sangue, dois de urina e um passaporte biológico. Levando em consideração que vou fazer minha segunda competição, estou sendo bastante testada e acho isso até bom."

A velocista teve de aprender a conviver com julgamentos e precisou de tempo para "digerir" as ofensas. O caso de doping, contudo, não foi o único trauma enfrentado por Ana Cláudia no ano passado. O desconforto no joelho direito que a impediu de competir na Olimpíada do Rio virou uma grave lesão.

"Foram cinco meses e meio para me recuperar de um edema ósseo, um desgaste de cartilagem e um desequilíbrio muscular. Devido ao estresse que tive no período do doping, algumas coisas dentro de mim não se resolviam", explicou. Com isso, foi buscar ajuda psicológica. "Estava mais brava, irritada e intolerante. Precisei de uma psicóloga para me motivar."

Depois de cerca de um ano sem clube, Ana Cláudia assinou contrato com o Pinheiros. Para 2018, a meta é superar o próprio limite nos 200 metros (22s48). Ela tem um planejamento detalhado até os Jogos de Tóquio, em 2020, e promete seguir à risca para honrar sua própria história.

Pela segunda vez em 50 anos, o Brasil não terá representantes no salto triplo nos Jogos Olímpicos. Jadel Gregório, último grande triplista brasileiro, se aposentou neste domingo, depois de participar do Troféu Brasil, em São Bernardo do Campo (SP). Ele terminou a prova em quinto lugar e só foi ao pódio, com uma camiseta com seu nome e a marca 17,90m - seu recorde sul-americano -, para entregar as medalhas. Aos 35 anos, Jadel encerrou sua vitoriosa carreira com um salto de 15,90m, exatamente dois metros a menos do que o auge.

No quarto salto da competição, Jadel sentiu uma lesão muscular na coxa e se retirou do Troféu Brasil chorando. Quase uma hora depois, ao passar pela zona mista, ele ainda estava com os olhos encharcados. Falando com a imprensa, chorou diversas vezes. As primeiras palavras foram separadas por pausas para controlar as lágrimas e desatar o nó na garganta.

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"Acabou. Vivi. Pena que também senti em um dos saltos. Não esperava terminar assim. Esperava terminar saltando. Até o sexto salto, tinha chance de ir para a Olimpíada. Era esse o objetivo. Deus sabe o que faz. Saio contente. Muitos amigos. Muitas vitórias, muitos agradecimentos. Algumas decepções. Mas o melhor de tudo é que eu consegui chegar onde eu queria", disse Jadel, quinto colocado nos Jogos de Atenas-2004 e sexto em Pequim-2008.

Bastante emocionado, Jadel disse que acredita ter plantado uma semente. "Nesses últimos dias eu recebi muitas mensagens. Muita gente que treinou, muita gente que começou a fazer atletismo por minha causa. E é isso que fica. Você poder ter essa experiÊncia de viver bem o esporte, poder transformar pessoas, poder ajudar pessoas. Isso não tem preço. Não tem nada que pague".

Um projeto social de Jadel Gregório em Marília, sua cidade natal, revelou o barreirista João Vitor de Oliveira, classificado ao Rio-2016 nos 110 metros com barreiras. "Comecei esse projeto com 21 anos, colocava dinheiro do meu bolso. Um desses atletas hoje está indo para a Olimpíada. Isso que me deixa contente. Não foi só um atleta que saiu, mas um atleta que está indo para a Olimpíada. É o fruto de uma semente que a gente plantou lá atrás", disse, ainda entre lágrimas.

No salto triplo, porém, Jadel não deixou herdeiros. A prova que rendeu um ouro, uma prata e três bronzes ao Brasil não terá representantes brasileiros na Olimpíada. Jean Casemiro Rosa, com 16,38m, foi quem mais perto se aproximou, no Troféu Brasil, do índice de 16,85m. Ele lidera o ranking nacional com 16,67m.

Jadel admite que o momento do salto triplo não é bom, mas acha que as coisas podem mudar em breve. A última vez que o Brasil havia ficado fora da Olimpíada nessa prova havia sido em 2000. Quatro anos depois, Jadel estava na final olímpica.

"Torcer para que eles consigam carregar o nome do Brasil, a história da prova. Torcer para que em breve, num futuro muito em breve possa vir alguém e bater meu recorde e representar o Brasil em finais de Olimpíada. Vou estar sempre torcendo pra isso. Sou um amante do atletismo. (chorando muito) Podem contar comigo sempre."

Quinto no ranking nacional do salto triplo, Jadel Gregório ainda acredita que possa fazer o índice para estar nos Jogos Olímpicos do Rio. A última oportunidade será no domingo de manhã, no último dia do Troféu Brasil e do período de qualificação. Se não atingir a meta, já está decidido: o saltador, de 35 anos, vai se aposentar.

"Jadel está confiante e garantir um lugar na Olimpíada, mas quer fazer sua despedida oficial numa competição nacional", explicou Antonio Carlos Gomes, superintendente técnico da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e treinador pessoal de Jadel.

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O índice olímpico é 16,85m, marca que Jadel não consegue desde 2012. Este ano, tem 16,36m como melhor resultado. Nas últimas duas temporadas, marcou 16,42m e 16,55m, respectivamente.

Nas últimas semanas, o treinamento passou a ser dividido com o cargo de secretário adjunto de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo. Ele tem se desdobrado entre os treinos "às vezes muito cedo, às vezes muito tarde", conforme contou ao jornal O Estado de S.Paulo durante o GP Brasil, na semana passada.

O recorde sul-americano do salto triplo ainda é de Jadel Gregório. Em 2007, ele cravou 17,90 metros no GP Brasil de Atletismo, em Belém (PA). Ano em que também conquistou a prata no Mundial de Osaka (17,59 metros), no Japão, e o ouro no Pan do Rio (17,27 metros). Nos Jogos Olímpicos, o brasileiro ficou com o quinto lugar em Atenas-2004 e o sexto em Pequim-2008.

Candidato ao pódio na Olimpíada, o polo aquático vai abrir mão de promover a modalidade às vésperas dos Jogos do Rio. Um conflito político entre os clubes - liderados pelo Esporte Clube Pinheiros - e a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) vai fazer com que o Troféu Brasil, tradicional competição nacional, que deveria começar nesta quarta-feira, seja realizada com apenas quatro clubes, sendo um deles da categoria master.

De acordo com o Pinheiros, também Flamengo, Fluminense, Sesi-SP, Paineiras do Morumby, Paulistano, Hebraica, Tijuca, Internacional de Regatas (de Santos) e Jundiaiense (de Jundiaí), em conjunto, decidiram não participar da competição "como consequência de um processo de organização própria". Só o Botafogo, que agora tem a base da seleção brasileira, e a ABDA Bauru, do interior de São Paulo, furaram o boicote.

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Oficialmente, o Pinheiros explica assim a decisão, rejeitando o termo "boicote": "Devido à insatisfação com o atual cenário do polo aquático no Brasil e após não ter havido considerações ou retorno à inúmeras reivindicações em prol do avanço na gestão da modalidade, encaminhadas às autoridades a qual competem a organização da competição (o Troféu Brasil), os clubes se reuniram e optaram por não participarem da mesma".

O principal ponto de atrito é com relação ao posto de chefia do polo aquático dentro da CBDA. Ricardo Cabral, professor da Universidade Federal do Rio (UFRJ), vem desempenhando esse papel há algum tempo. Em 2014, passou a ficar abaixo de Marcos Maynard, um famoso produtor musical ligado ao polo aquático do Pinheiros. Foi de Maynard a proposta de naturalizar jogadores para a seleção.

No ano passado, Maynard teria levado ao presidente da CBDA, Coaracy Nunes, um ultimato: "ou ele ou eu". Coaracy manteve Cabral - agora consultor - e Maynard deixou seu cargo. Desde então, tem feito oposição à CBDA e liderado os clubes, que no fim do ano passado já se recusaram a disputar um torneio denominado "Final Six", que deveria contar com os seis primeiros colocados da Liga Nacional, no fim de novembro. Só o Botafogo furou o boicote, usando as datas para jogar amistosos contra a seleção.

"Do ponto de vista promocional, o polo aquático está dando um tiro no pé. Seria o momento de apresentar o polo aquático para o Brasil. Escolheram a pior hora de fazer isso", critica Cabral. A reportagem não conseguiu contato com Maynard e o Pinheiros só se posicionou em forma de nota oficial.

De acordo com Cabral, o Troféu Brasil esvaziado não prejudica a preparação da seleção brasileira. Os 17 jogadores que são convocados de forma recorrente estão jogando em clubes europeus e o calendário no Velho Continente está paralisado para a disputa do Pré-Olímpico, do qual o Brasil não participa.

Nas últimas semanas a seleção realizou treinamentos em Montenegro e na Rússia, jogando partidas amistosas contra as seleções locais. A ideia era que os jogadores reforçassem seus clubes brasileiros para o Troféu Brasil, mas só o Botafogo fará isso. O restante do elenco da seleção pertence a Sesi e Pinheiros, principalmente.

Além da equipe de General Severiano, que vai receber a competição de quinta a domingo, também estarão no Troféu Brasil os times do Iate Clube Brasília, da ABDA Bauru e do Guanabara. Este último clube, do Rio, deverá disputar a competição com um elenco da categoria master.

Neste último final de semana, foi realizado, no Centro Esportivo Santos Dumont, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, o Festival de Atletismo Pernambucano. Prova que valia como qualificação para o Troféu Brasil Caixa de Atletismo, última chance para os atletas que não têm índice para os Jogos Olímpicos alcançarem a marca. E o grande destaque do dia ficou por conta do lançador de martelo Thiago Benedito, mais conhecido como Curió, que em sua primeira competição oficial do ano estabeleceu a marca classificatória.

Com índice classificatório estabelecido em 47,42m, Thiago conseguiu obter a marca de 59,39m. E o lançador revelou surpresa com a classificação, já que não participou da competição sem o intuito de chegar ao Troféu Brasil. “Estava totalmente focado no Sul-Americano Universitário. Mas fico tranquilo em saber que já tenho o índice para o Troféu Brasil. Assim dá para fazer uma preparação mais tranquila”, comentou o atleta que em maio viaja para a Argentina, onde disputa os Jogos Universitários Sul-Americanos.

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Completando o pódio da prova de lançamento de martelo, o segundo e terceiro colocados não obtiveram o índice para a competição nacional. Na segunda colocação ficou Francisco Rodrigo, com 46,9m, e na terceira colocação Robson José, com 41,58m. 

Curió, que compete pelo Sport Club do Recife, ainda conseguiu a medalha de ouro na prova de arremesso de peso. Ele alcançou a marca de 11,25m, contra 10,76m de Anderson Alves e 10,43m de Iago Adanes, medalhas de prata e bronze, respectivamente.

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O físico mudou, os saltos já não o levam tão longe, mas a língua de Jadel Gregório continua afiada. No País para a disputa do Troféu Brasil, foi acompanhado com palmas pelo público presente à Arena Caixa na noite de sexta-feira (15), mas mal falou com os adversários. "Sou amigo do mundo, mas sou uma pessoa séria. De repente, uma conversa que não vai somar para mim, eu prefiro não me estender."

Apenas quinto colocado no salto triplo, na sexta, Jadel Gregório mal passou dos 16 metros (fez 16,03), resultado que comemorou ponderando que volta de lesões. Uma grande diferença para aquele saltador que superou 17 metros por 10 temporadas seguidas, feito único no mundo. Na opinião do veterano, três vezes medalhista da prata em Mundiais, não há nenhum brasileiro para substituí-lo.

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"De repente faz um resultado, se coloca em um pedestal muito alto e esquece que resultado é se manter. Estou vendo muito atleta com carro, mas resultado nenhum. Atleta que fez um resultado deste tamanho (pequeno) andando com óculos na cara, achando que de repente é o Bolt. Vejo vários incentivos e não vejo resultados. Quando eu entrar nesse programa, a coisa muda", garantiu, fazendo referência ao Programa Nacional de Apoio a Atletas de Alto Nível, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

No último dos seus 10 anos saltando acima de 17 metros, em 2009, Jadel alcançou 17,12m. Desde então, só Jonathan Henrique Silva superou essa marca, uma única vez, em 2012. O ouro do Troféu Brasil ficou com Jefferson Dias Sabino, com meros 16,36m. "Atletas de fora vinham aqui porque eu saltava bem, a competição era forte. A gente tinha contato com a galera, fazia festa, era bonito. Hoje não tem."

Se no salto triplo os resultados brasileiros estão longe de valer uma final olímpica, no salto em distância o Brasil não vai mal. Mauro Vinícius da Silva, o Duda, é bicampeão mundial indoor, Higor Alves foi o melhor juvenil do mundo em 2013 e outros dois ou três atletas têm condições da fazer índice olímpico.

Jadel não pensa assim. "Quando a gente fala em bom resultado, é um bom resultado lá fora. Fazer um resultado dentro do País e depois não fazer nada, não considera. Eu considero um bom resultado levar a bandeira do Brasil durante 10 anos", diz o veterano, advogando em causa própria.

Questionado sobre Duda, hoje maior nome dos saltos horizontais no Brasil, Jadel poupou o garoto, mas não sua equipe. "O Duda não é só um espelho de pessoa, é uma pessoa muito boa. Mas algumas pessoas apagam o brilho dele, porque ele não tem maldade nenhuma", disse, antes de decidir colocar o pé no freio e evitar polêmicas.

Não sem antes lançar uma espécie de desafio: "É fácil treinar para uma competição só. Se eu tiver todo esse incentivo aí para treinar só para os Jogos Olímpicos, eu salto 18 metros", garante o recordista brasileiro da prova, com 17,90m. Na história, só cinco atletas conseguiram tal feito. Dois deles, nesta sexta-feira, na etapa de Doha da Diamond League.

FUTURO - Para sonhar com medalha, porém, Jadel precisa primeiro se classificar para os Jogos Olímpicos, saltando 16,90m, marca que só alcançou uma vez nas últimas quatro temporadas. "Fiz cirurgia nos dois joelhos (em 2011), leva tempo para recuperar. Tive que voltar a andar, voltar a correr e voltar a saltar. Hoje estou mais forte, mas mais travado", avalia.

Aos 34 anos, Jadel pretende levar jovens brasileiros para fazer parte da equipe dele, em San Diego (EUA), onde mora e treina, mas ainda vê muita coisa boa para sua carreira. "Não paro depois de 2016. Tenho 34 anos e me sinto com 18. Falo com tranquilidade que não estou preocupado com hoje, nem com a temporada desse ano. Eu sei o que posso fazer, sei o que já fiz. É questão de tempo. (Os Jogos de) 2016 é o lugar certo e a hora certa."

A velocista Ana Cláudia Lemos confirmou seu favoritismo e conquistou neste domingo (12) o título dos 200m no último dia do Troféu Brasil de Atletismo, em São Paulo. Ela terminou a final com o tempo de 22s81, sendo a única a completar a prova com menos de 23 segundos. Kauiza Venancio foi a segunda colocada, com 23s29, e Vanda Gomes, a terceira, com 23s37.

A medalha de ouro e a marca, no entanto, não foram suficientes para que Ana Cláudia deixasse o Estádio Ícaro de Castro Mello, no Ibirapuera, satisfeita. "Estou preparada para correr mais. O Troféu Brasil é uma competição dura, exige muito", afirmou a cearense, que foi ouro também nos 100m e no revezamento 4x100m. "Agora vou descansar um pouco e definir minhas prioridades para 2015 com o meu técnico."

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Se no feminino Ana Cláudia saiu campeã, no masculino foi Aldemir Gomes da Silva quem conquistou o ouro na prova dos 200m. Ele completou o percurso em 20s32, seguido de perto pelo segundo colocado Bruno Lins e o terceiro, Jackson da Silva. Ambos cravaram a marca de 20s46.

Ao contrário de Ana Cláudia, no entanto, Aldemir deixou o estádio extremamente satisfeito. "Igualei meu recorde pessoal e estou feliz porque me dediquei muito nos treinos. Espero resultados ainda melhores em 2015", disse o carioca de 22 anos. "Vamos ter uma temporada cheia, com torneios internacionais importantes."

Outro grande destaque do dia aconteceu na prova do salto triplo. A jovem promessa Núbia Aparecida Soares, de apenas 18 anos, conquistou o ouro ao cravar a marca de 14,22m, recorde sul-americano juvenil (até 19 anos) e sub-23. O resultado ainda deu à mineira a primeira colocação no ranking mundial juvenil, que pertencia à francesa Rougy Daiallo, campeã mundial em Eugene com 14,20m.

"Tenho certeza do que posso saltar mais. Meu objetivo é superar os 15 metros", afirmou a atleta. "Estou pronta para voos mais altos. Acho que não sou mais promessa e, sim, realidade. Isso me permite pensar no Mundial de Pequim, por exemplo."

O desempenho de Núbia rendeu elogios até da adversária Keila Costa, uma das favoritas da prova, que terminou em segundo, com 14,06m. "Núbia é muito talentosa e tem tudo para superar logo os 15m", disse ela.

Além de coroar alguns atletas, o Troféu Brasil deste ano mais uma vez premiou a equipe BM&FBovespa, que faturou o título da competição pela 13.ª vez na história. Foram 534 pontos para a equipe, muito à frente do Pinheiros, segundo lugar com 399, e do Orcampi/Unimed, de Campinas, terceiro com 238,5.

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) anunciou nesta quinta-feira que a próxima edição do Troféu Brasil de Atletismo será realizado em outubro de 2014, e não no mês de junho, como de costume.

Mais importante competição entre clubes da América Latina, o Troféu está marcado para o período de 9 a 12 de outubro, no Estádio Ícaro de Castro Melo, no Ibirapuera, em São Paulo. A competição costuma reunir cerca de 800 atletas.

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Com a mudança de data, o Troféu não coincidirá com a realização da Copa do Mundo no Brasil, entre os dias 12 de junho e 13 de julho. Assim, ao alterar o mês de disputa, a CBAt poderá proporcionar maior divulgação ao evento, longe da sombra da Copa, que deve concentrar a atenção esportiva no País no primeiro semestre de 2014.

No último dia de disputas do Troféu Brasil de Atletismo, encerrado ontem, no estádio Ícaro de Castro, no Ibirapuera, em São Paulo, a pernambucana Keila Costa foi eleita a melhor atleta da competição entre as mulheres. Esse título de destaque da competição foi consolidado por conta de sua marca de 14,58m na final.

O resultado não só garantiu o ouro a atleta, como também a fez quebrar o recorde nacional. No último sábado, a saltadora entrou mais uma vez na pista do estádio Ícaro de Castro, para disputar a semifinal do salto em distância. Keila passou a final com a maior marca, 6,45m, e na final ao obter a distância de 6,51m, a pernambucana conquistou mais um ouro.

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O próximo compromisso de Keila Costa será entre os dias 10 e 18 de agosto, no Mundial de salto triplo, em Moscou.

OURO

Outros dois pernambucanos também brilharam, durante o Troféu Brasil de Atletismo. Wagner Domingos subiu no lugar mais alto do pódio, após a disputa de lançamento de martelo. Montanha, como é conhecido, lançou a 69,17m, o que lhe garantiu o título do torneio, mas não o índice para o Mundial, que é de 76m.

A outra pernambucana que ganhou ouro na competição foi a marchadora Érika Rocha. Ela finalizou os 20 km da prova de marcha atlética em 1 hora e 33 minutos. O resultado rendeu à atleta o terceiro título consecutivo no Troféu Brasil e o novo recorde da competição.

A velocista Franciela Krasucki surpreendeu neste domingo no Troféu Brasil, disputado no Ibirapuera, em São Paulo, ao superar a favorita Ana Cláudia Lemos e faturar o índice para disputar a prova dos 200 metros no Mundial de Moscou, em agosto.

Franciela marcou o tempo de 22s76, enquanto Ana Cláudia registrou 22s85. "Queria um dia correr a prova em 22s99 e assim quebrar a barreira dos 23 segundos. Estou surpresa e feliz. As lágrimas são de felicidade porque os treinos estão dando muito certo", afirmou Franciela, que é especialista nos 100 metros.

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Ana Cláudia, medalhista de prata, já estava garantida no Mundial, tanto nos 100 quanto nos 200 metros. O bronze na prova deste domingo ficou com Rosângela Santos, com 23s13.

Na versão masculina da prova, Bruno Lins faturou o ouro, com 20s33, e confirmou o favoritismo. Ele já está garantido no Mundial. "Não adiantava nada ter conseguido a marca exigida e não voltar a repeti-la", disse o velocista, que correu abaixo do índice novamente. "É importante manter os resultados na casa dos 20s30". Jorge Henrique da Costa ficou em segundo, com 20s62, e Jefferson Liberato terminou em terceiro, com 20s63.

Fabiana Murer, que já tinha índice, também se destacou na competição. Com sua melhor marca do ano - 4,73 metros -, ela faturou seu oitavo título na competição, após ficar dois anos sem disputar o Troféu Brasil.

"Senti ainda um pouco de falta de ritmo de competição, mas estou contente com a marca", comemorou Murer. Karla da Silva faturou a prata, com 4,23 metros, e Joana Costa, o bronze, com 4,03 metros.

No salto triplo, Keila Costa confirmou o favoritismo ao vencer com 6,51 metros, mas ficou aquém do índice estabelecido pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), de 6,65 metros. Jéssica dos Reis, com 6,34 metros, e Vanessa Seles, 6,29 metros, completaram o pódio.

Na prova masculina, Jefferson Sabino conquistou a medalha de ouro e o índice para o Mundial, ao saltar 16,94 metros. Jonathan Henrique Silva ficou com a prata, com 16,84 metros. E Jean Cassimiro Rosa faturou o bronze, com 16,82 metros.

"Há dois meses não sabia nem se ia competir, mas fiz tudo o que podia para voltar. Por isso gritei e comemorei como nunca", festejou Sabino, que passou por uma cirurgia no pé há seis meses. "Vou para o meu sétimo Mundial, entre indoor e ao ar livre."

Outro destaque do dia, que encerrou o Troféu Brasil, foi Ederson Vilela Pereira. Ele surpreendeu ao bater o favorito Marilson Gomes dos Santos na prova dos 5.000 metros. A vitória veio com o tempo de 13min54s16, abaixo dos 13min55s88 de Marilson. "Para ganhar minha primeira medalha de ouro no Troféu Brasil tive de vencer o 'grande' Marilson".

Thiago Braz, de apenas 19 anos, já tem estreia garantida no mundo dos adultos. Nesta sexta-feira, ele alcançou o índice do salto com vara para o Mundial de Moscou, em agosto, ao conquistar o vice-campeonato do Troféu Brasil de Atletismo com a marca de 5,60 metros - a altura é, também, a melhor de sua carreira.

O jovem saltador é o atual campeão mundial juvenil: o título foi conquistado em Barcelona, no ano passado, com a marca de 5,55 metros. Em 2011, na primeira edição da Olimpíada da Juventude, em Cingapura, foi medalha de prata. Uma evolução gradual, mas constante, do pupilo do técnico Elson Miranda, o mesmo da campeã mundial Fabiana Murer e do atual recordista sul-americano, Augusto Dutra.

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"O Thiago é um caso à parte. Foi vice-campeão olímpico, campeão mundial, estava buscando o índice para o seu primeiro Mundial adulto e conseguiu. Isso mostra que o salto com vara masculino está crescendo", disse Elson Miranda. "Ele fez 5,60 metros, mas ainda dá para melhorar, ele tem muito o que crescer. Espero que ele faça 5,70 metros ainda antes do Mundial."

"Estava triste porque não tinha conseguido o índice ainda. Agora saiu, e o foco é diferente", disse Thiago, que ainda não sabe muito bem o que vai encontrar em Moscou. "O Mundial Juvenil já foi uma experiência bem bacana, gostei muito. Fiquei um tempo fora (do País) me preparando e isso me ajudou a saltar bem. Vamos fazer de novo essa preparação e eu estou querendo ver como é o ritmo de um Mundial adulto. Mas só de participar vai ser muito legal, quero viver essa experiência."

MARÍLIA EM MOSCOU - Thiago Braz é natural de Marília, assim como Augusto Dutra, atual recordista sul-americano da prova com 5,81 metros. Um está com 19 anos e o outro, com 22 anos. Os dois começaram juntos no salto com vara na cidade natal, no interior de São Paulo, e seguiram para a extinta equipe Rede Atletismo, em Bragança Paulista (SP). Em 2009, Thiago passou a treinar com Elson Miranda. Augusto se transferiu para a equipe BM&F Bovespa dois anos depois. Agora, os amigos e rivais dão outro passo importante na carreira em conjunto.

"A gente começou junto, o pai dele sempre me incentivou", lembrou Thiago. "Estamos na batalha. O Augusto não estava bem no passado, mas agora encaixou os saltos. Vamos seguir saltando juntos, 5,80m, 5,90m, cada um batalhando com o seu." Augusto venceu a prova desta sexta-feira, com 5,70 metros, mas vibrou mesmo quando viu que o amigo havia conquistado o índice para Moscou. "Estava torcendo muito por ele, não temos rivalidade."

Thiago Braz é o 18º atleta brasileiro pré-classificado para o Mundial de Moscou. E o salto com vara é a prova que mais terá representantes do Brasil na Rússia. Além de Thiago e Augusto, estão garantidas Fabiana Murer e Karla Rosa da Silva. Fábio Gomes também obteve o índice, mas sofreu uma lesão no tendão calcâneo do pé direito, no GP de Belém, foi operado e não poderá disputar a competição.

Confira os atletas com índice para Mundial de Moscou:

Masculino

200 metros - Bruno Lins e Aldemir Gomes

400 metros - Anderson Henriques

800 metros - Kleberson Davide

400 metros com barreiras - Mahau Suguimati

Salto em distância - Mauro Vinícius da Silva, o Duda

Salto com vara - Augusto Dutra e Thiago Braz

Lançamento do disco - Ronald Julião

Decatlo - Carlos Chinin

Maratona - Solonei Rocha e Paulo Roberto de Almeida Paula

Feminino

100 metros - Franciela Krasucki e Ana Cláudia Lemos

200 metros - Ana Cláudia Lemos

Salto triplo - Keila Costa

Lançamento do dardo - Jucilene Lima

Salto com vara - Fabiana Murer e Karla Rosa da Silva

Mais uma vez, Marilson Gomes dos Santos conquistou o título dos 10 mil metros do Troféu Brasil. O principal fundista brasileiro participou da competição mais para ajudar na pontuação da sua equipe, a BM&F Bovespa, do que pensando em marcas classificatórias, apesar do bom tempo de 28min37s71. O atleta abriu mão do Mundial de Moscou e pretende, no segundo semestre, correr a Maratona de Berlim.

"O objetivo não era o índice para os 10 mil. Estou querendo fazer uma maratona rápida no segundo semestre, e quero que seja Berlim", disse Marilson. "Por algum motivo, sempre fiquei no circuito Londres-Nova York", brincou. O agente do corredor está negociando com a organização da prova alemã para colocar o brasileiro no pelotão que largará em setembro, já que as vagas são restritas.

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Mesmo sem a confirmação de Berlim, Marilson vai se preparar como se já estivesse inscrito. Fará, por exemplo, treinamento em altitude. Se conseguir correr a maratona mais rápida do mundo, onde vários recordes mundiais já foram batidos (incluindo o atual, 2h03min38, de Patrick Makau), o brasileiro pretende melhorar sua marca pessoal. O recorde de Marilson é 2h06min34, obtido em Londres, em abril de 2011.

Solonei Rocha da Silva, campeão da maratona dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011, foi o segundo colocado dos 10 mil metros, e comemorou sua primeira medalha em uma prova de pista, com o tempo de 29min20s06.

"Corri em pista pela primeira vez em 2010, porque comecei a competir muito tarde, aos 27 anos", lembra Solonei, que antes de ser atleta era lixeiro. "Mas quando entrei no clube Pinheiros, iniciei os treinos em pista, que me ajudam na maratona. Mas ainda sinto dificuldade porque a prova dos 10 mil metros, apesar de mais curta que uma maratona, é mais rápida. O ritmo fica muito forte para mim."

Classificado para a maratona do Mundial de Moscou, Solonei terá a oportunidade de, na Rússia, abandonar a tristeza de não ter se classificado para a Olimpíada de Londres. "Já tenho uma meta, que é ficar entre os dez primeiros colocados. Mas maratona é dia, se chegar entre os 10, posso encostar no 9º, depois no 8º... Quando for ver, estou voltando para o Brasil com uma medalha."

Ana Cláudia Lemos mostrou, mais uma vez, porque tem sido a melhor velocista brasileira nesta temporada. Na final dos 100 metros do Troféu Brasil, que começou nesta quinta-feira, em São Paulo, a atleta venceu com a marca de 11s07, a apenas dois centésimos de seu recorde sul-americano, estabelecido no começo de maio, em Belém (PA), que é o oitavo tempo do ranking mundial.

A regularidade de Ana Cláudia nos 100 metros impressiona. Na capital paraense, em 12 de maio, fez 11s05. Em Eugene (EUA), sábado, quando disputou pela primeira vez uma etapa da Diamond League, correu em 11s06. Mas a velocista ainda não está satisfeita, porque quer correr abaixo dos 11 segundos antes do Mundial de Moscou, que será realizado em maio.

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"Estou feliz pela constância de resultados, mas gostaria muito de correr (na casa dos) 10s ainda no Mundial", diz Ana Cláudia. "Faltam ainda dois meses, e o treino deve se intensificar mais. Estou um pouquinho ansiosa, porque eu sei que dá."

Ela ainda correrá os 200 metros, com eliminatórias no sábado e final no domingo. A expectativa é a de bater o recorde sul-americano (22s48, de agosto de 2011). Neste ano, ela fez 22s61, que já lhe garantiu no Mundial. "Gosto muito dos 200 metros, e espero manter a sequência de resultados. Se sair um recorde, vou ficar feliz. O importante é a regularidade, porque fica muito mais fácil bater um recorde e pensar numa final de Mundial."

Ainda na final dos 100 metros, Franciela Krasucki ficou em segundo lugar, com 11s15 - na semifinal, ela correu 11s13, sua melhor marca pessoal. Rosângela Santos foi a terceira colocada, com 11s39. Junto de Evelyn dos Santos (4º, com 11s46), este deve ser o revezamento 4x100 metros que disputará o Mundial.

MASCULINO - Nos 100 metros, José Carlos Moreira, o Codó, não conseguiu o índice para o Mundial de Moscou por apenas dois centésimos. Ele venceu a prova mais rápida do Troféu Brasil com 10s16 e ainda tem uma chance de correr a prova individual na Rússia: precisa ser campeão sul-americano, conforme os critérios da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

Bruno Lins e Aldemir Martins, que já têm índice para o Mundial nos 200 metros, ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente com as marcas de 10s24 e 10s29.

O Troféu Brasil de Atletismo, realizado em São Paulo desde a última quarta-feira, chegou ao fim no início da tarde deste domingo. Como a competição era a última que poderia garantir vagas à Olimpíada de Londres, a delegação do Brasil para os Jogos já está fechada - o número oficial de atletas será divulgado apenas nesta semana.

O Brasil tem menos classificados em relação aos Jogos de Pequim, na China, há quatro anos, tanto em sua delegação quanto no atletismo. Na China, foram 277 competidores, contra provavelmente 258 em Londres. No atletismo, o número também diminuiu: serão 35 agora, dez a menos que no torneio de 2008.

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Apenas dois atletas conquistaram índice no Troféu Brasil - Caio Bonfim, da marcha atlética de 20 km, e Luiz Alberto de Araújo, do decatlo. O torneio na pista do Ibirapuera também serviu para que os revezamentos 4x100m feminino e masculino, além do 4x400m feminino tivessem seus componentes confirmados.

No total, o atletismo terá equilíbrio entre os gêneros: 17 mulheres e 18 homens. E a equipe chegará a Londres com dois campeões mundiais (Fabiana Murer, do salto com vara, e Mauro Vinícius da Silva, do salto em distância) e uma atleta que defenderá seu título olímpico, Maurren Maggi, no salto em distância.

Além de Fabiana, Maurren e Mauro, também são vistos como favoritos ao pódio os dois revezamentos 4x100m. "A expectativa é a melhor possível", afirmou o treinador-chefe do Brasil, Ricardo d'Angelo. "Os dois revezamentos ocupam hoje a 6.ª (masculino) e 7.ª (feminino) posições do ranking mundial. Todos foram finalistas desde Pequim".

Confira a delegação do atletismo em Londres:

FEMININO

Rosângela Santos - 100m e 4x100m

Ana Cláudia Lemos - 200m e 4x100m

Evelyn dos Santos - 4x100m

Franciele Krasucki - 4x100m

Tamiris de Liz - 4x100m

Geisa Coutinho - 4x400m

Joelma das Neves - 4x400m

Jailma Sales de Lima - 4x400m

Lucimar Teodoro - 4x400m

Aline Leone - 4x400m

Adriana Aparecida da Silva - maratona

Geisa Arcanjo - arremesso do peso

Laila Ferrer e Silva - lançamento do dardo

Andressa de Morais - lançamento do disco

Maurren Maggi - salto em distância

Keila Costa - salto triplo

Fabiana Murer - salto com vara

MASCULINO

Bruno Lins - 200m e 4x100m

Aldemir Gomes - 200m e 4x100m

Diego Cavalcanti - 200m e 4x100m

Carlos Pio - 4x100m

Nilson André - 4x100m

Sandro Viana - 4x100m

Fabiano Peçanha - 800m

Kleberson Davide - 800m

Marílson Gomes dos Santos - maratona

Paulo Roberto de Almeida - maratona

Franck Caldeira - maratona

Caio Bonfim - marcha atlética 20 km

Mauro Vinícius da Silva - salto em distância

Jonathan Henrique - salto triplo

Guilherme Cobbo - salto em altura

Fábio Gomes - salto com vara

Ronald Julião - lançamento do disco

Luiz Alberto de Araújo - decatlo

Jadel Gregório fracassou neste domingo na tentativa de se classificar para os Jogos Olímpicos de Londres, mesmo tendo vencido a disputa do salto triplo no Troféu Brasil de Atletismo, realizado em São Paulo. No seu melhor salto, ele atingiu a marca de 16,99 metros.

O resultado lhe garantiu a medalha de ouro, mas foi insuficiente para lhe dar a vaga em Londres, já que o índice olímpico é de 17,20 metros. Mesmo assim, Jadel aprovou seu desempenho. "Estou feliz com a marca, porque esta é minha quinta competição, desde que voltei a competir, depois de me recuperar de lesões. Voltei a saltar bem", afirmou.

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Também neste domingo, Bruno Lins venceu a prova dos 200 metros com o tempo de 20s37, abaixo do índice olímpico, que era de 20s51. Confiante, ele espera disputar uma final na Olimpíada de Londres. "Quero ser finalista na Olimpíada, assim como fui no Mundial de Daegu, no ano passado", comentou.

Já Aldemir Gomes garantiu a classificação para a Olimpíada ao terminar a prova com o tempo de 20s38, também abaixo do índice, e superar a disputa com Sandro Viana pela vaga em Londres. "Estou feliz por assegurar minha participação na equipe brasileira. É um sonho", disse.

Jailma de Lima venceu a disputa dos 400 metros com barreiras em 56s16, alcançou o índice B da prova e vai disputar a Olimpíada. "Estou muito feliz", disse Jailma. "Quero agradecer à equipe BM&FBOVESPA, ao meu treinador, José Antônio Rabaça, a todas as pessoas da equipe, que às vezes acreditam mais em mim do que eu mesma", comentou.

A versão feminina dos 200 metros foi vencida por Rosângela Santos, que já havia vencido nos 100 metros e marcou 22s92 neste domingo. O tempo é a melhor do ano no Brasil e um recorde pessoal de Rosângela, que está classificada para Londres nos 100 metros e no revezamento 4x100 metros. "Quero investir nos 100 metros e no revezamento, onde o Brasil tem reais chances de medalha", disse.

Kleberson Davide, medalhista de ouro com 1min46s03, e Fabiano Peçanha, prata com 1min46s26, fizeram os melhores tempos dos 800 metros e garantiram presença na Olimpíada. Eles já tinham alcançado o índice A, que era de 1min45s60. "Essa será a nossa segunda Olimpíada juntos", comemorou Kleberson.

Já classificada para Londres, Geisa Arcanjo venceu a disputa do arremesso de peso, com a marca de 18,08 metros. Matheus Inocêncio foi campeão nos 110 metros com barreiras, com 13s75, mas ficou a 0s28 do índice olímpico. Mahau Suguimati venceu os 400 metros com barreiras com 49s24, seis centésimos acima do índice olímpico.

Eliane Martins ganhou no salto em distância, João Carlos Soares Martins faturou a medalha de ouro no lançamento de dardo, Juliana dos Santos foi campeã nos 1.500 metros. Karla Rosa da Silva venceu a disputa do salto com vara e Rafael Santos Novaes garantiu o ouro nos 5 mil metros.

A atleta Keila Costa sentiu uma fisgada na coxa e preferiu não competir na manhã deste sábado (30) na prova do salto em distância onde ela buscava atingir o índice olímpico, pelo Troféu Brasil de Atletismo, no complexo Ibirapuera. Keila já está garantida para a prova do salto triplo de Londres.

Após a fisgada a atleta foi à procura de seu médico, para avaliar uma possível lesão. Recebeu atendimento à base de gelo, mas foi tranquilizada. Segundo a atleta, eram apenas cãibras. Ainda assim, achou melhor não arriscar.

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“Não tem nada de lesão. Logo saí e vi que não era nada sério. Vim de treinamento forte, sem parar. Já tenho índice no salto triplo. Estou feliz, mas lógico que eu queria saltar no de distância”, disse a atleta, que conquistou o ouro no salto triplo no Troféu Brasil.

Keila precisava marcar 6,75m para ficar com a vaga, mas por ter o índice B da laaf que é de 6,65m a saltadora tinha chance de ser convocada pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), mas a organização negou a possibilidade.

“Eu ainda não sei como funciona, vou tentar ver se tem essa possibilidade. Se houver ótimo, vou me divertir. Se não, eu vou lá só para assistir (risos)”, completou Keila.

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