Os tuaregues, que formam a principal coalização de rebeldes separatistas do Mali, assinaram um acordo de paz histórico com o governo neste sábado, mais de um mês depois de outros grupos armados declararem trégua.
Um repórter da Associated Press presenciou a assinatura do pacto. Os tuaregues haviam recusado a participação nas negociações, intermediadas pela Argélia, por uma trégua, que se encerraram em maio. Outros grupos rebeldes aderiram ao acordo de paz à época.
##RECOMENDA##A assinatura da trégua foi celebrada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que afirmou que a entidade está pronta para apoiar a implementação efetiva do acordo.
"A responsabilidade final pela paz está com o Mali e os malineses, e o secretário-geral pede que todas as partes continuem a trabalhar de boa fé para promover o progresso e aplicar plenamente as disposições do cessar-fogo", diz a declaração do gabinete de Ban Ki-moon.
A rebelião tuaregue no norte do Mali tem sido uma fonte de conflitos com o governo há décadas.
Em 2012, os tuaregues conseguiram derrubar o governo com a ajuda de militares, mas o golpe deixou o país com um vácuo de poder que acabou por levar a uma insurgência islâmica e uma guerra contra os jihadistas, liderada pela França.
Apesar de comemorarem o acordo, ativistas disseram que é preciso agora resolver os diretos das vítimas de violência e de suas famílias.
A diretora-adjunta para a África Ocidental da Human Rights Watch, Corinne Dufka, disse que é particularmente preocupante a situação do país, dada a deterioração da segurança.
"Falta ao acordo disposições que combatam a impunidade desenfreada, um problema de décadas que parece ter perpetuado um ciclo de abusos e conflitos no Mali", afirmou. Fonte: Associated Press.