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O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), administrado pela Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha (Semas), promoverá dois dias de seminários voltados ao monitoramento de incidentes com tubarões em Pernambuco. A primeira edição do evento se inicia nesta quinta-feira (9) e termina na sexta-feira (10), no auditório do Parque Estadual Dois Irmãos, no Recife. Confira a programação completa abaixo. 

O seminário contará com uma palestra de abertura e cinco mesas-redondas compostas por membros efetivos, científicos e convidados do Cemit, além de profissionais de áreas correlatas com a temática dos incidentes. Além disso, será realizada uma plenária para discussão dos compromissos e prioridades de pesquisa e monitoramento de incidentes com todos os envolvidos. 

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Ainda durante o evento, será lançado o Plano de Educação Ambiental para Segurança Aquática e Prevenção de Incidentes com Tubarões de Pernambuco (PEAST-PE). “O intuito do evento é fomentar o conhecimento técnico-científico e traçar estratégias de monitoramento e prevenção de incidentes com tubarões no Estado. Além disso, faremos uma preparação para, no futuro, sediar o 6° Workshop Internacional sobre Incidentes com Tubarões em Pernambuco”, ressalta a gerente geral de Áreas Costeiras da Semas-PE, Danise Alves. 

Programação 

Dia 09/11

8h – Café de boas-vindas 

8h30 – Abertura – Representantes institucionais 

Maria Fernanda Pimentel (Presidente da Facepe) 

Thallyta Figuerôa (Administradora de Fernando de Noronha) 

José de Anchieta (Presidente da CPRH) 

Ana Luiza Ferreira (Secretária da SEMAS) 

9h – Homenagem ao Professor Fábio Hazin 

9h20 – Palestra 

Percepções do 5º Workshop Internacional sobre Incidentes com Tubarões em Recife (PE), com Rosângela Lessa (UFRPE) 

10h – Coffee break 

10h20 – Mesa-redonda 

Pesquisas e Incidentes com Tubarões no Arquipélago de Fernando de Noronha 

Lilian Hangae (ICMBio Noronha) – Tubarões em Fernando de Noronha: histórico das interações, questão da visitação/direito ao risco e monitoramento. 

Júlio Rosa (ICMBio Noronha) – Interação de tubarões com a pesca. 

Paulo Oliveira (UFRPE) – Pesquisas com redes acústicas. 

Fábio Borges (Projeto Tubarões e Raias de Noronha) – Novas metodologias para o rastreamento em fina escala de tubarões. 

Ramon Abelenda (Administração de Fernando de Noronha) – Medidas preventivas e mitigatórias. 

Danise Alves (Semas) – Mediadora 

12h30 – Intervalo para almoço 

14h – Mesa-redonda 

Impactos socioeconômicos, psicossomáticos e possíveis soluções para os incidentes 

Isabella Miranda (Setur) – Práticas e experiências da gestão de destino turístico lidando com a especificidade do tema tubarão. 

Paulo Aguiar (UniFafire) – Luto e possibilidades de adaptações. 

Camila Santos (UFPE) – Mas ele não leu a placa? – apontamentos sobre o perfil socioeconômico das vítimas de incidentes com tubarões em Pernambuco. 

Josafá Lima (Sobrasa) – Problemática dos Afogamentos. 

Sidney Vieira (Semas) – Mediador 

16h – Lanche concomitante 

16h30 – Encerramento 

Dia 10/11

8h – Mesa-redonda 

CEMIT e Protocolos para Incidentes com Tubarões 

Jonas Rodrigues (UFRPE) – Histórico do Cemit 

Capitão Carlos Araújo (SDS/Corpo de Bombeiros) – Protocolo de Salvamento aquático. 

Isabel Sobral (Administração de Fernando de Noronha) – Protocolo de Socorro das vítimas e Anamnese. 

9h40 – Coffee break 

10h – Lançamento de Plano de Educação Ambiental para Segurança Aquática e Prevenção de Incidentes com Tubarões em Pernambuco (PEAST/PE) 

10h20 – Mesa-redonda (retorno) 

CEMIT e Protocolos para Incidentes com Tubarões 

Cristiano Correa (SDS/Corpo de Bombeiros) – Protocolo de Salvamento Aquático. 

Leonardo Gomes (SAMU) – Protocolo de Socorro às vítimas. 

Mauro Catunda (IML) – Anamnese com as vítimas. 

Simone Teixeira (UPE) – Mediadora 

12h – Intervalo para almoço 

13h30 – Mesa-redonda 

Incidentes com tubarões no mundo: alternativas de mitigação para atividades recreativas. 

Tereza Araújo (UFPE) – Dinâmica geomorfológica. 

Ilka Branco Nunes (UFRPE) – Repelência contra tubarões. 

Rodolfo Araújo (SEMAS) – Propostas mitigadoras sugeridas à ouvidoria da SEMAS. 

Andrea Olinto (Semas) – Mediadora 

15h – Plenária 

Proposição de compromissos e prioridades (curto, médio e longo prazo) – Equipe técnica SEMAS 

16h – Coquetel de encerramento 

 

A incidência de tubarões na costa de Long Island, em Nova York, nos Estados Unidos, voltou a preocupar as autoridades locais. Nessa semana, quatro ataques foram registrados em dois dias. 

Na segunda (3) e na terça (4), quatro banhistas foram mordidos na praia. De acordo com o relato de uma das vítimas, um homem de 47 anos, a água estava na altura do peito no momento do ataque. 

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A abertura de uma das praias mais populares do estado chegou a ser atrasada pelas autoridades antes dos ataques da terça, após drones identificarem a presença de cerca de 50 tubarões perto da areia, informou a CBS New York

O comissário da Polícia de Suffolk, Rodney Harrison, afirmou que a preocupação vem desde o verão do ano passado, quando oito incidentes com tubarão foram registrados em Long Island. "Tivemos uma temporada no ano passado em que seis nadadores foram mordidos por tubarões, então isso se tornou um pouco preocupante", disse à WABC

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) se reuniu na manhã desta quarta-feira (12) para estruturar as próximas atividades. Uma das ações iniciais levantadas foi a instalação e ampliação de chuveiros e banheiros públicos nas orlas de Jaboatão dos Guararapes e de Olinda, municípios onde aconteceram os incidentes mais recentes com tubarão nas praias.

Os membros efetivos do comitê estiveram presentes, representantes da Secretaria de Defesa Social (SDS), Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Secretaria de Ciência e Tecnologia, Corpo de Bombeiros, Instituto Médico Legal (IML), Polícia Militar (PM) e Companhia Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH). Também compareceram representantes das prefeituras de Olinda e Jaboatão dos Guararapes, municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR).

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Propostas

O Corpo de Bombeiros apresentou um estudo de viabilidade para equipamentos repelentes de tubarão, conhecidos como “shark shield”. O objetivo é saber se a ferramenta funcionaria na região, e com as espécies locais.

A prefeitura de Olinda estuda a ampliação de chuveiros e banheiros públicos na orla. Jaboatão dos Guarapes terá de investir em saneamento para realizar as mesmas ações. A previsão no município é que sejam instalados 13 banheiros nas praias de Candeias e Piedade.

O Cemit também visa restaurar e ampliar a colocação de placas e avisos de segurança em toda a extensão das praias da RMR. Também será realizada a escuta da comunidade vizinha e dos barraqueiros que trabalham nas praias para que seja implementada uma “cultura de conscientização”, segundo a Semas.

 

Investimentos

Segundo o secretário executivo do Meio Ambiente, Walber Santana, as pesquisas são fundamentais para compreender a fauna marítima local. “Vamos retomar essas pesquisas com relação a esses incidentes para entender de fato, e apontar caminhos baseados na ciência”, declarou.

A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) abriu um edital de chamada pública para pesquisas de tubarão e peixe-leão. O órgão realizou um investimento de R$ 500 mil no certame. As inscrições vão até o dia 23 de abril no portal da FACEPE.

De acordo com Santana, as pesquisas são baseadas em três pilares: monitoramento, educação ambiental e a retomada das pesquisas. 

O porto de Suape viabiliza o aporte de R$ 1,5 milhão para a retomada do projeto MegaMar que havia sido interrompido em 2014. O objetivo é realizar a implantação de 30 receptores em animais marinhos na costa de Pernambuco, sendo 20 na região de Suape e dez em animais localizados nas áreas de risco de Jaboatão dos Guararapes.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), se reuniu nesta terça-feira (7) com membros de grupos de pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), além de outros órgão do estado para tratar da reestruturação do Comitê de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT).

Em publicação nas redes sociais, a governadora destaca que o objetivo era de pactuar “novas ações, pesquisas e intervenções que permitam o uso da praia e do mar do nosso Estado com segurança”.

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“Estamos aqui desenhando o protocolo de intenções, voltar com estudo, pesquisa, intervenção, para permitir que a gente possa ter o uso da praia e do mar de maneira segura”, declarou a governadora.

À tarde, Lyra se reúne com os prefeitos da Região Metropolitana do Recife (RMR) para definir novas ações conjuntas.

Nos últimos dois dias (5 e 6), dois jovens foram mordidos por tubarões na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. Ainda em fevereiro, um banhista foi mordido quando mergulhava na praia de Del Chifre, em Olinda.

O Acqua Mundo, aquário na orla da Praia da Enseada, no Guarujá, oferece desde 15 de novembro uma nova experiência literalmente imersiva. A atração custa R$ 200 e pode ser feita por crianças a partir dos 8 anos de idade ou com 30 centímetros de largura dos ombros que tenham a vontade e coragem de nadar perto de tubarões, arraias, peixes de água salgada e tartarugas gigantes.

O modelo do capacete, uma mistura entre o escafandro e o peixe diabo negro do mar (aquele com uma "lâmpada" acoplada na testa), foi implementado pelo bombeiro aposentado Luciano Pires, que hoje trabalha como instrutor de mergulho e responsável técnico pela atração no Acqua Rio. É possível encontrar outros semelhantes em países da América do Sul ou até passeios parecidos, mas este e desta forma, ele garante, são únicos.

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A "caminhada subaquática" dura de 10 a 15 minutos em uma profundidade inferior a 3 metros de água. Seu grande diferencial é que não precisa saber nadar ou ter curso de mergulhador para fazê-la, uma vez que o capacete feito de fibra de vidro e reforçado com camada isolante garante um sistema interno de lastro, possibilitando a flutuação negativa. O mecanismo mantém o oxigênio mesmo submerso, o que permite também o uso de lentes de contato ou óculos.

TUBARÃO, TE AMO

O Acqua Mundo recria dezenas de ecossistemas do Brasil e do mundo, entre manguezais, rios amazônicos, pinguinários e praias arenosas. O mergulho com caminhada subaquática é feito no tanque que simula o mar aberto com seis placas de vidro blindadas e 800 mil litros de água trocados semanalmente. Nele estão tartarugas verdes, a segunda maior espécie do mundo; dezenas de arraias de todos os tamanhos possíveis; pequenos tubarões-bambu, comuns nos oceanos asiáticos; e famílias de tubarões-lixa, que podem chegar a 3 metros de comprimento pelo litoral brasileiro.

Vilões de obras que vão de A Pequena Sereia ao clássico de 1975 dirigido por Steven Spielberg, tubarões têm sido vítimas de caça desordenada no último século. Segundo estimativa da World Wide Fund for Nature (WWF), 114 das 500 espécies documentadas já estão sob algum nível de ameaça de extinção. Mas, por incrível que pareça, os tubarões são os animais mais calmos do tanque. Quando a reportagem participou da experiência, quase tocou em um filhote de tubarão-lixa que ali descansava.

As arraias, por outro lado, são mais caóticas, velozes, exibidas e destemidas. Na hora da alimentação, minutos antes das "caminhadas", elas se amontoam em cima do mergulhador. Segundo um dos monitores, a cauda é parte proibida do corpo de uma arraia porque elas podem interpretar esse contato como ameaça, despertando seu senso automático de defesa (mas fique tranquilo: espécies de água salgada não têm veneno nas presas).

Infelizmente, a tartaruga verde e gigante que habita o mesmo aquário estava cansada na hora do mergulho, talvez sob efeito da chuva gelada que entrava no Acqua Mundo por goteiras no teto. Ela ficou restrita ao outro lado do tanque, onde não é possível chegar na caminhada. "Eu costumo dizer para os mergulhadores que quem interage com a gente são os animais. Então, se eles se aproximarem, tudo certo", afirma Pires.

A pequena Bianca Santos, de 12 anos, só tinha chegado perto de um peixe pelo aquário que tem em casa. "Lá é bem de boa, os peixes são bem calmos. A pressão no ouvido é um pouco alta, mas dá para respirar normalmente", conta a menina, que participou do mergulho acompanhada do pai, Jonathas Santos, de 36 anos, e estava com medo de ser mordida ou se afogar no início. "Agora, faria de novo."

DICAS

De acordo com Pires, o público da "caminhada subaquática" é formado 70% por crianças e "tudo o que possa vir a acontecer de inseguro já é mitigado". Ainda assim, é prudente fazer o passeio com calma e atenção por onde pisa, uma vez que arraias podem se esconder ou descansar no tablado. Apesar de o Acqua Mundo oferecer roupas de neoprene próprias para mergulho, também é aconselhável levar o próprio equipamento, mesmo que alugado, assim como um par de chinelos, um kit de higiene pessoal para o banho pós-mergulho e uma toalha.

SERVIÇO

Caminhada subaquática no acqua mundo

Endereço: Av. Miguel Estefno, 2001 - Jardim Três Marias, Guarujá, SP, CEP 11440-532.

Dias e Horários: a partir das 13h, de segunda-feira a domingo

Valor: R$ 200 por pessoa (incluindo vídeo e fotos).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vídeo que mostra tubarões na beira da praia foi registrado momentos depois de pescadores artesanais de Fernando de Noronha deixarem o local. O LeiaJá já havia desmentido a fake news que situava a aparição dos predadores na praia de Boa Viagem.

A reportagem conversou com o autor do registro que confirmou que as imagens foram feitas no último dia 8, às 18h53, perto do Bar do Meio, na Praia da Conceição.

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O empresário recifense Alexandre Barbosa filmava nativos pescando um cardume de sardinhas quando se surpreendeu com a chegada dos tubarões.

"Um pouco mais cedo, acho que umas 17h, os pescadores estavam atrás do cardume de sardinha e os mergulhões, que são aves que mergulham para pescar, foi o que começou a chamar atenção [...] os tubarões tão por ali já, há muito tempo", relatou o autor do registro, que se aproximou para filmar os predadores de perto.

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Fake News

Após compartilhar seu arquivo pessoal com os dez integrantes do grupo de viagem e poucos amigos, o conteúdo viralizou como se tivesse sido na Região Metropolitana do Recife. A velocidade da proliferação da fake news fez com que até o humorista Tom Cavalcanti publicasse com as informações falsas em seus stories.



Reprodução/Instagram

Alexandre ressaltou que essa fake news era tão frágil que sequer exigia um olhar mais atento. Ele começou a fazer uma campanha em suas redes sociais para alertar aos seguidores que o vídeo não em Boa Viagem.

"Aí é que a gente vê o que realmente é uma fake news e como se espalha muito rápido. Como as pessoas acreditam e não analisam os fatos, né? Como é um pôr do sol na praia de Boa Viagem com o sol se pondo na água? Se as pessoas parassem um pouco para pensar e não espalhassem com a vontade de ser o primeiro a espalhar a notícia, notariam os fatos. O sol tá se pondo no mar, se fosse em Boa Viagem ele não se põe no mar, ele nasce no mar", disse o empresário, que pregou compromisso com a checagem da informação antes de qualquer publicação.

Característica do trabalho de preservação

O empresário ainda pregou respeito aos animais em seus espaços naturais e conservação dos biomas. "O que temos que reforçar e que nós que estamos no habitat dele. Isso e natural lá na ilha. Tem o tempo todo. As pessoas lá convivem com os bichos normalmente e estamos lá para apreciar o espetáculo da natureza que foi o que aconteceu aí. A gente coincidiu em um horário em que apareceu um cardume de sardinha na praia e os tubarões foram se alimentar", frisou.

O vídeo que circula nas redes sociais e em grupos de WhatsApp com tubarões na beira da praia não foi feito em Boa Viagem. A informação é do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). Nesta segunda-feira (14), a o Cemit afirmou que as imagens foram feitas na Praia da Conceição, em Fernando de Noronha, mas não soube precisar a data.

O Corpo de Bombeiros já havia apontado que não tinha informação sobre a aparição de tubarões na Região Metropolitana do Recife (RMR).

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A descrição dos tuítes e das informações passadas junto ao vídeo pelo Whatsapp indicava que os predadores teriam aparecido na altura do antigo "Castelinho", na praia de Boa Viagem.

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Procurado pelo LeiaJá, o Cemit explicou que os três tubarões das imagens são da espécie limão e que o vídeo começou a ser compartilhado na última quarta-feira (9), mas não foram flagrados em Boa Viagem. A entidade não confirmou a data da aparição. 

Dias antes dos compartilhamentos começarem, uma menina de oito anos foi atacada por um tubarão no arquipélago e precisou ter a perna amputada.

Segundo dados do CEMIT, 67 incidentes com tubarão foram notificados em Pernambuco nos últimos 29 anos. Desses, 26 resultaram em óbito.

LeiaJá também:

--> Praia em Noronha segue fechada após ataque de tubarão

--> Homem atacado por tubarão não tem prazo para receber alta

--> Ataques de tubarão estão mais frequentes?

O registro de ao menos três ataques a banhistas nas últimas duas semanas no litoral de São Paulo despertou a preocupação de moradores e turistas às vésperas da alta temporada nas praias. A presença de tubarões na região e a ligação deles com os casos ainda está sob apuração, mas o que especialistas ponderam é que, até aqui, os indícios não são suficientes para configurar um padrão de risco.

Os ciclos naturais dos animais na busca por alimento e reprodução, além de mais gente dentro da água, podem estar favorecendo os registros vistos neste mês, apontam pesquisadores. Também deve ser considerada a possibilidade de os casos não envolverem tubarões, mas sim outras espécies marinhas. No dia 3 e no dia 15 deste mês, pessoas acabaram feridas após ataques em Ubatuba e em Ilha Comprida, respectivamente. Um terceiro caso, também em Ubatuba no dia 15, está sob apuração.

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De acordo com Otto Bismark, professor de biologia de peixes marinhos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), são esperados mais relatos de casos durante o verão. "Os tubarões aparecem mais próximos da costa nesse período para se reproduzir e nesta época tem mais gente na água, o que aumenta a possibilidade de contato", disse.

Pesquisador de tubarões há mais de 20 anos, Bismark disse que esses eventos exigem investigação cuidadosa. "É mais difícil investigar um ataque de tubarão do que a aparição de um Ovni (Objeto Voador Não Identificado). A divulgação apressada, sem confirmação, ajuda a criar um clima de histeria, em que as pessoas ficam mais atentas a qualquer acidente que acontece na água, independente de ser ou não com tubarão. É um fenômeno mais psicológico."

"Como é também a época com mais banhistas nas praias, pode acontecer um acidente. Se, em todo verão, a gente tiver um ou dois acidentes com tubarão aqui em São Paulo, isso não será nada de mais. Quando o tubarão está perto da praia, o problema maior é para ele, que pode ser capturado por um pescador, cair em uma rede ou engolir um pedaço de plástico", acrescentou o professor.

No caso da Ilha Comprida, um menino de 11 anos relatou ter sido ferido por um tubarão. O que a equipe técnica do Projeto Elasmocategorias, que analisou o caso, concluiu nesta terça-feira, 16, foi que o ferimento é compatível com um cardume de raia ou outro peixe ósseo.

Os especialistas descartaram a possibilidade de ataque de tubarão, como havia sido divulgado pela prefeitura e pelo Corpo de Bombeiros. "A análise do ferimento não foi compatível com ataque de cação (tubarão). É possível que alguma outra espécie de peixe possa ter sido responsável, ou até mesmo um esbarrão dessas raias", diz a nota divulgada na tarde desta terça-feira, 16, pela prefeitura.

Bismark lembra que os casos reportados no litoral paulista não se comparam em gravidade com os que acontecem no litoral do Pernambuco.

Em julho deste ano, um homem de 51 anos morreu após ser atacado por um tubarão em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Duas semanas depois, outro banhista de 32 anos ficou gravemente ferido, mas sobreviveu.

Prefeituras investigam, mas não vão restringir acesso a praias

Apesar da presença de tubarões, as prefeituras do litoral paulista não pretendem, ao menos por enquanto, restringir o acesso às praias. "Até o momento, não temos nenhuma restrição para banhos de mar", disse, em nota, a prefeitura de Ubatuba.

Segundo a nota, em conjunto com especialistas, o município está buscando mais informações sobre o ataque à idosa, que é moradora do interior de Minas Gerais.

Testemunhas relataram terem visto peixes de porte médio acompanhando as ondas. Conforme relatos em redes sociais, assim que a mulher foi socorrida, os salva-vidas retiraram os banhistas que estavam próximos ao local.

Em Ilha Comprida, a prefeitura informou que as praias continuam à disposição dos turistas e estão com movimento normal. A recomendação é que, ao perceber a presença de cardumes, o banhista evite se aproximar dos peixes.

O município vai aguardar a investigação do caso que resultou no ferimento à criança para estudar eventuais medidas. O acidente é investigado pela equipe do Elasmocategorias, projeto que monitora a pesca de tubarões e raias em todo o litoral sul de São Paulo.

Conforme o biólogo Paulo Santos, coordenador do projeto, a equipe técnica, integrada por outros três especialistas, já realizou a coleta de informações e analisa os vídeos e fotos feitos da praia e dos ferimentos.

"Ainda é cedo para confirmar um acidente com um tubarão. Os vídeos disponíveis não apresentam evidência concreta. Por exemplo, cardumes de raia são comuns nessa região e fazem movimentos semelhantes aos registrados nos vídeos que, inclusive, já foram relatados por pescadores que participam do projeto", disse. Segundo ele, assim que as análises forem concluídas serão apontadas as possíveis causas do acidente.

Para o oceanógrafo Rodrigo Cordeiro Mazzoleni, os tubarões sempre estiveram nos oceanos e, nas últimas décadas, sua população vem se reduzindo devido à pesca predatória. "Não acredito que os acidentes recentes estejam relacionados a ter mais tubarão perto das praias. O risco de contato sempre existiu, mas hoje a maioria das espécies está ameaçada de extinção, ou seja, existem em quantidade menor. O que há de novo é que temos muito mais pessoas no mar hoje do que há 20 ou 30 anos. Quanto mais pessoas procurarem os oceanos, maior a chance de acontecer algum tipo de incidente com seus seres vivos normais. Não só com tubarões, mas também com arraias, ouriços, siris e outras espécies de peixes."

Com obra na faixa de areia, Balneário Camboriú vê aproximação de tubarões

Em Santa Catarina, desde fins de agosto começaram a aparecer tubarões próximos da orla de Balneário Camboriú, um dos principais destinos turísticos do estado.

Até então, avistar estes animais perto da praia era fato raro. Até esta terça-feira, 16, foram registradas 34 aparições, mas não houve registro de ataques. A maior presença dos tubarões coincidiu com as obras de alargamento da faixa de areia da Praia Central, de 25 para 70 metros.

Conforme Jules Soto, curador do Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí, os tubarões foram atraídos pela movimentação do fundo do mar durante a remoção de areia para colocar na praia.

O especialista explicou que, neste período, por motivos naturais, como a busca de alimentação, a reprodução e a proteção dos filhotes, os tubarões se aproximam da costa.

Houve ataques em outras regiões do país. No dia 24 de janeiro, um domingo, um surfista foi mordido por um tubarão em uma praia de Navegantes (SC).

Ferido na sola e no peito do pé pela dentada, ele subiu na prancha e seguiu até a faixa de areia, onde foi socorrido por guarda-vidas e levado a um hospital. O curador do Museu Oceanográfico, Jules Soto, identificou como mordida de um tubarão-mangona que, provavelmente, estava em busca de alimento.

Segundo o especialista, o tubarão-mangona era bastante encontrado na costa catarinense, até ser praticamente dizimado pela pesca predatória.

Em fevereiro de 2019, o surfista Carlos Vinicius Cavalcanti, de 31 anos, relatou em redes sociais ter sido mordido por um tubarão na praia Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha. Ele sofreu ferimentos na face, orelha e pescoço.

Ele contou que o ataque foi de um tubarão-limão, espécie comum no arquipélago, mas ressalvou que o caso foi uma fatalidade. Ele surfava sobre um cardume de sardinhas e, mesmo após avistar o tubarão, continuou surfando no local. Segundo postou, o espécime estava interessado apenas nas sardinhas, mas ele estava entre elas.

Uma quantidade maior de tubarões passou a frequentar, nos últimos meses, as praias do Balneário Camboriú, um dos principais destinos turísticos do verão brasileiro, no litoral norte de Santa Catarina. Desde agosto, pelo menos 16 espécimes de porte médio foram avistados na região. Um deles chegou a esbarrar em uma surfista. Especialistas acreditam que o aumento nas aparições desses animais pode estar relacionado com as obras de alargamento da faixa de areia da Praia Central do balneário. A prefeitura disse que a obra respeita todas as normas ambientais.

No último dia 13, um grupo de surfistas avistou um tubarão de quase um metro quando praticava o esporte na Praia Central, no balneário. O surfista Pita Tavares, de 41 anos, contou que o animal bateu a cauda em sua perna e resvalou a cabeça em suas costas. Conforme o relato, há 30 anos surfando no local ele jamais tinha visto um tubarão por ali. Dois dias depois, um morador socorreu e arrastou para o mar um tubarão com cerca de 30 quilos que havia encalhado na Praia Central. Um mês antes, um tubarão maior, com cerca de dois metros, foi visto nadando no trecho em que acontecem as obras de alargamento da faixa de areia.

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Com base nas imagens, a equipe do Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) identificou o animal como um tubarão-martelo jovem. O curador do museu, professor Jules Soto, acredita que a presença maior dos tubarões se deva ao trabalho das dragas que movimentam a areia na praia, fazendo com que haja maior dispersão de pequenos moluscos e outros alimentos para os peixes que, por sua vez, atraem os tubarões. "Quando a dragagem cessar, os tubarões não devem mais chegar tão perto da praia", disse.

Segundo ele, os tubarões são sensíveis aos ambientes em que vivem e qualquer alteração nesses ambientes gera um distúrbio na dinâmica local. Soto, que participou do primeiro estudo sobre ataques de tubarões em Recife, na década de 1980, disse que as espécies potencialmente agressivas não ocorrem em Santa Catarina. "As pessoas associam tubarões a ataques, mas não é bem assim. Eles têm aparecido em maior número, mas sem representar risco."

Para o oceanógrafo Rodrigo Cordeiro Mazzeloni, professor da Univali, a relação do aparecimento maior de tubarões com as obras na praia pode, sim, existir. "Quando temos uma obra de grande porte, pode ser em uma praia ou em uma rodovia, a gente acaba mexendo no equilíbrio da natureza. Algumas espécies animais fogem do local, enquanto outras acabam se aproximando, atraídas pelo movimento", disse. Segundo ele, é preciso estudar mais o que está acontecendo. "Se for essa a razão, ao final da obra, o equilíbrio ambiental tende a se restabelecer", pontuou.

Conforme Mazzeloni, a presença de tubarões no litoral é registrada desde as décadas de 1930 e 1940. "É fato que estão acontecendo avistamentos mais frequentes, mas hoje temos muito mais gente nas praias e muitos com celulares, o que facilita o registro", disse. Ele afirma que a possibilidade de ataques a pessoas é muito remota. "As espécies são de menor porte do que aquelas encontradas, por exemplo, em Recife, onde os ataques costumam acontecer. Lá são espécies de tubarões maiores que habitam águas mais quentes e que não ocorrem em nossa região. Um ataque aqui seria um fenômeno raríssimo."

PRAIA MAIS LARGA

As obras começaram em março deste ano, mas a interferência maior na maré teve início no dia 22 de agosto, quando as dragas começaram a remexer a areia. O projeto prevê alargar a faixa de areia dos atuais 25 metros para até 70 metros. A previsão é terminar a obra em novembro deste ano. De acordo com a prefeitura, a ampliação vai proteger a orla contra o avanço das marés e ampliar o espaço para banhistas e turistas, já que será possível construir uma ciclovia e aumentar o paisagismo.

A secretária do Meio Ambiente, Maria Heloisa Lenzi, disse que o município monitora a presença de tubarões ao longo da orla, assim como de outros espécimes da fauna. Segundo ela, não há como comprovar a relação entre os avistamentos recentes de tubarões e as obras na praia. A intervenção teve licença ambiental concedida em 15 de dezembro de 2020 pela comissão central de licenciamento do Instituto do Meio Ambiente (IMA) do Estado. Ao custo de R$ 67 milhões, os serviços estão sendo realizados por um consórcio de duas empresas que venceu a licitação realizada pela prefeitura.

A intervenção acontece no momento em que o Balneário Camboriú experimenta uma das maiores valorizações imobiliárias do Brasil, segundo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina (Creci/SC). Embora a prefeitura afirme que esse não é um dos objetivos da obra, o alargamento das praias vai reduzir o sombreamento da faixa de areia pelos edifícios altos e espigões construídos ao longo de toda a orla.

Nos estudos para o licenciamento, foram previstos maiores impactos ambientais durante a realização dos serviços, como a redução da produtividade biológica, afetando principalmente a atividade pesqueira, perturbação sonora sobre pequenos cetáceos e aumento na turbidez da água. Conforme o município, o licenciamento ambiental previu 21 programas de avaliação e redução desses impactos, entre eles o monitoramento da avifauna (aves, peixes e moluscos), da pesca artesanal, e do regime das marés.

Entre os impactos positivos que devem acontecer após a conclusão da obra, estão modificação nos padrões de erosão na orla, melhoria nas condições de lazer para os usuários, maior área de reprodução e alimentação para as espécies marinhas e geração de renda devido ao aumento no turismo. Soto disse ser favorável ao 'engordamento' da praia. "Vai recuperar um ecossistema que estava perdido, pois praticamente não havia mais praia", disse.

Com as medidas de isolamento social devido a pandemia do novo coronavírus, é possível observar que os animais estão aparecendo de forma mais intensa em todo o globo, inclusive no mar. Depois de sardinhas e capivaras, agora circula um vídeo com vários tubarões da espécie galha-preta, no mar azul de Angra do Reis.

A gravação, feita pelo perfil @luxxboat,  focado em passeios náuticos, mostra com nitidez os animais em uma distância curta da faixa de areia, sem serem "incomodados" por embarcações, barulho, turistas ou pescadores.

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De acordo com o Extra, o empresário Cesar Duarte testava um jet-ski perto da Praia do Laboratório quando foi surpreendido pelos tubarões. Ele, que carregava um drone, parou para fazer a filmagem. “Todo ano os tubarões aparecem. Mas eram sempre dois, três juntos. Ontem, eram 15. Alguns pulavam na água. Nunca vi tantos tubarões juntos, muito menos perto da praia”, disse.

“O que está acontecendo é que eles estão tendo uma folga com um pouco menos de pesca e com menos gente de alguma forma causando alguma perturbação no ambiente deles. Os tubarões são animais muito tímidos e relutantes à presença humana, que agora estão mais à vontade por causa da menor circulação de pessoas. Por isso, são vistos se aproximando mais das praias”, explicou Otto Gadig, professor do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Une), também em entrevista ao jornal Extra.

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Ana Bruna Avila passou por um susto e tanto. Em viagem pelas Bahamas, a blogueira foi nadar com tubarões e acabou ganhando uma mordida no braço. Por meio de seu Instagram, ela mostrou registros do passeio e, de quebra, o ferimento que ficou após o incidente.

Por meio do Stories, ela primeiro se demonstrou empolgada com o fato de ver os tubarões de perto. "Gente, esse fazia parte do sonho da minha vida, que eram os tubarões. E eu vou deitar ali com os tubarões, vocês vão ver".

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Momentos depois, ela volta ao Stories para explicar o que rolou. "Acho que devem ter botado um olho gordo desgraçado na minha viagem. Vocês são muito filho da mãe, sério! O tubarão que eu estava nadando agora me mordeu e arrancou um pedaço do meu braço, disse ela bem-humorada e já mostrando o curativo".

Depois, ela ainda mostrou a foto do momento exato da mordida e relatou que estava bem. "Eu estou muito bem! Já fizeram o curativo aqui (...) depois eu vou no médico".

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Sistine Rose Stallone, atriz de 21 anos de idade e filha de Sylvester Stallone, dividiu com o jornal USA Today um momento marcante de sua vida quando ela tinha 17 anos! Segundo a beldade, seu pai a empurrou no mar cheio de tubarões. Pois é! Em viagem com a família por Bora Bora, no Taiti, Sistine acabou sendo empurrada no mar pelo própria pai, que havia atraído pequenos tubarões:

- Meu pai achou que seria engraçado me empurrar. Então ele me empurrou pra água. Eu podia ver os tubarões ao meu redor. Eu tive um ataque de pânico.

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Claro que ela não deixou barato e, assim que conseguiu voltar para o barco, revidou e jogou seu pai também:

- Eu empurrei ele no mar. Você está brincando? Se eu fui, ele tinha que ir também, brincou a atriz.

Mas segundo Sistine, a experiência valeu a pena. Isso porque o filme que a atriz recentemente atuou, Medo Profundo: O Segundo Ataque, é justamente sobre tubarões. No filme, que ainda não tem data de estreia no Brasil, a filha de Stallone interpreta uma mulher que fica presa no fundo do mar com suas amigas, mas descobre que têm companhias perigosas: sim, os tubarões!

Quando ela lembra dessa história com a família, Sylvester Satallone brinca e diz que estava preparando a filha pro papel.

- Ele age como se soubesse que um dia isso seria útil, concluiu Sistine.

Após registrar dois ataques de tubarão em menos de dois meses, o governo de Pernambuco estuda fazer interdições em praias. Proposta por pesquisadores, a medida prevê maior controle de acesso de banhistas e bloqueios temporários em trechos da orla nas horas em que a probabilidade de ataques é maior, como em fase de maré alta e água turva ou em áreas de mar aberto.

O Ministério Público Estadual (MP-PE) também prepara ação para obrigar o governo a adotar uma série de recomendações de segurança. Entre elas está proibir banho de mar em determinados locais e orientar bombeiros que atuam como guarda-vidas a exercer poder de polícia e até prender por desobediência quem se negar a deixar zonas de risco.

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"Quatro ou cinco lugares concentram os ataques, então poderiam ser interditados para banho ou pelo menos sinalizados com mais boias na água, bandeiras na areia e colocação de redes de proteção", diz Ricardo Coelho, promotor da Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico-Cultural. "Se isso não for feito pelo Cemit (Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões), poderá ser feito por via judicial."

Os dois últimos ataques aconteceram na Praia da Igrejinha, onde não há arrecifes (mar aberto) em Jaboatão dos Guararapes. Segundo relatório do Cemit, que notifica os casos desde 1992, é o ponto mais crítico da orla - 12 dos 65 registros aconteceram lá. O mais recente foi domingo: José Ernesto Ferreira da Silva, de 18 anos, mordido na perna, não resistiu e se tornou a 25.ª vítima de tubarão a morrer na costa de Pernambuco.

Em 15 de abril, também um domingo, um homem de 34 anos já havia sido mordido na Igrejinha, provavelmente por um tubarão-tigre de 2,4 metros, segundo especialistas. Perdeu a perna e a mão direita. Até então, o Grande Recife não registrava casos desde março de 2015.

Com o retorno dos incidentes, pesquisadores elaboraram um protocolo para fechar trechos da orla, que foi apresentado ao Cemit em maio. O órgão voltou a discutir a proposta em reunião na terça e decidiu que os bombeiros devem elaborar estudo de viabilidade. Entre os que resistem à ideia, o argumento é afetar comércio e turismo.

"Não é fechamento da praia, mas uma interdição temporária em momentos em que houver características de maior probabilidade de incidente", afirma o especialista Jonas Rodrigues, membro do Cemit e pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Entre fatores de risco, ele cita períodos de chuva e vento forte (água turva), maré alta e ausência de arrecifes, além de fins de semanas e feriados, quando há mais banhistas. As praias do Grande Recife recebem entre 300 mil e 500 mil visitantes.

Os bloqueios só seriam desfeitos quando as autoridades concluíssem que o mar voltou a ficar seguro para banho, o que pode levar horas ou dias, diz Rodrigues. "Duraria o tempo necessário. Isso já funciona em outros países como Austrália, África do Sul e Estados Unidos." Também há proposta para interdição em horários de maior incidência: no começo da manhã e no cair da tarde.

Outros membros do Cemit sugeriram que, em caso de perigo, a área fosse isolada "igual a um local de um crime e quem desobedecer deve ser punido". Para os integrantes, a sinalização - com 110 placas e bandeirolas espalhadas por toda a orla - muitas vezes não é respeitada pela população.

Para Rodrigues, dois ataques em sequência após um hiato de três anos no Recife podem sim estar ligados à mudança de comportamento de banhistas. "Quando passa muito tempo sem incidentes, as pessoas tendem a se sentir mais seguras e a achar que não vai acontecer com elas", afirma. O especialista, porém, destaca que estudos do tema foram desmobilizados em Pernambuco. Por isso, não seria possível indicar se houve alterações climáticas ou ambientais que influenciaram na ação de animais marinhos.

Conflito

Em dezembro, a Baía de Sueste, em Fernando de Noronha, ficou 24 horas interditada após um banhista de 32 anos ser mordido no braço. Diferentemente das praias metropolitanas, no entanto, a área já tem acesso restrito por catracas e recebe um público com perfil diferente, de maior poder aquisitivo - o que, na avaliação de especialistas, faz com que o bloqueio tenha menor custo político para o governo.

Já na orla do Recife existe um complexo de serviços, com barracas, quiosques e opções de lazer que atendem a diferentes classes sociais, não só de turistas - muitas vezes, a praia é a principal atração dos moradores da periferia do Recife. "De um lado da balança estão os hotéis e os restaurantes. Do outro, a segurança da população", diz o promotor Ricardo Coelho.

A proposta de fazer interdições é vista com reticência pela gestão Paulo Câmara (PSB). "Essa ideia divide os técnicos e, pelo seu impacto econômico e social, não pode ser adotada sem maturidade, evidências científicas e um planejamento detalhado de cada etapa desse processo", afirma o coronel Leodilson Bastos, presidente do Cemit. "Neste momento, fazemos a opção de menor impacto, mantendo o lazer e as atividades na faixa de areia e fortalecendo nosso trabalho de prevenção e fiscalização." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês) anunciou nesta quarta-feira o cancelamento da etapa de Margaret River, na Austrália, do Circuito Mundial. A decisão foi tomada como medida de segurança aos surfistas por conta de ataques de tubarões nas proximidades do local de disputa da competição.

"A WSL tem a maior preocupação com a segurança. Surfe é o esporte que carrega diversos riscos, e é o único que animais selvagens habitam o local de disputa. Tubarões ocasionalmente podem interferir nas competições e no surfe de uma maneira geral. Houve acidentes no passado e é provável que haja outros no futuro. Isso não impedirá que aconteçam campeonatos. Mas o elevado risco nesta temporada em Margaret River passou o limite do aceitável", informou o comunicado publicado no site oficial da entidade.

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Nesta terça-feira as baterias já haviam sido canceladas por precaução. Dois ataques de tubarões ocorreram nas últimas 24 horas, causando pânico e assustando os surfistas. Em Cobblestones, a cerca de 15 quilômetros de Margaret River, o italiano Alejandro Travaglini foi mordido na perna e teve de ser socorrido de helicóptero e levado para um hospital em Perth. Já o dinamarquês Justin Longrass foi atacado em Lefthanders, machucou a perna e ficou com as marcas da mordida em sua prancha.

Na segunda-feira, a competição feminina da terceira etapa do Circuito Mundial de Surfe foi paralisada e retomada horas depois, quando as autoridades garantiram que não havia risco para os surfistas. Do alto, drones monitoravam as atividades dentro da água, para detectar qualquer presença de tubarão.

A WSL ainda não definiu como fará com o sistema de pontuação da etapa. "Nossa estrutura competitiva permite a distribuição de pontos em caso de cancelamento. No entanto, ainda não desistimos de completar a competição masculina e feminina neste ano. Vamos comunicar a decisão oficial mais adiante."

"Sabemos que nem todos concordarão com essa decisão, mas esperamos que todos respeitem. A segurança dos atletas é nossa absoluta prioridade. Agradecemos a comunidade local, nossos parceiros e nossos surfistas por apoiarem a decisão", finalizou o comunicado.

A Austrália está testando um novo sistema para detectar tubarões perto das praias, com o objetivo de proteger os banhistas e os surfistas.

O sistema, testado na praia de Bilgola, ao norte de Sydney, funciona a partir de milhares de imagens capturadas pela câmera de um drone que permitiram criar um algoritmo que pode identificar formas.

O mecanismo consegue diferenciar entre os diversos animais e os tubarões podem ser detectados com uma precisão de 90%, contra 16% de acerto do olho humano.

"Podemos identificar 16 tipos de objetos diferentes: tubarões, baleias, golfinhos, surfistas, distintos tipos de barcos e vários objetos de interesse", explicou à AFP o criador do software, Nabin Sharma, da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS).

"Podemos alertar os nadadores em tempo real, para que retornem à praia", disse.

A Austrália tem clubes para a segurança dos surfistas, baseados na observação.

"O drone é importante porque às vezes não é possível observar além das ondas. O drone é uma pequena peça de informação adicional", afirmou o presidente do Clube de Salva-Vidas de Surfe de Bilgola, Romilly Madew.

Algumas praias australianas têm redes para afastar os tubarões, mas um relatório divulgado esta semana revelou que as peças não representam uma garantia para a segurança pública e provocam danos significativos à vida marinha.

Foi iniciada nesta segunda-feira (8) a instalação de novas placas de alerta sobre o cuidado com ataques de tubarões em praias da Região Metropolitana do Recife. Os antigos letreiros informativos serão substituídos pelos mais de cem novos materiais. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, ao todo, são 110 placas em nove praias da RMR, sendo uma em Olinda (Bairro Novo), três no Recife (Brasília Teimosa, Pina e Boa Viagem), quatro em Jaboatão dos Guararapes (Piedade, Candeias, Barra de Jangada e Paiva) e uma no Cabo de Santo Agostinho (Itapuama).

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A ação também em conjunto com o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), segundo os Bombeiros, irá instalar os alertas em pontos estratégicos, onde a estatística de incidentes aponta mais ocorrências bem como maiores frequências de banhistas e turistas. Além disso, o custo dos novos instrumentos foi de R$ 62 mil para confecção e instalação. O trabalho de colocação das placas tem prazo de conclusão em 60 dias. 

Segundo o diretor Integrado Metropolitano do CBMPE e presidente do Cemit, coronel Clóvis Ramalho, a elaboração de novas placas tem a intenção de chamar mais a atenção dos banhistas e melhor informá-los, além de ter uma maior durabilidade do material informativo. A autoridade também aponta que, inclusive, são áreas onde a prática de surf, windsurf, standup pedal entre outros esportes náuticos é proibida, como prevê o Decreto 40.923 de 28 de Julho de 2014. 

Balanço

O Corpo de Bombeiros informa também que, de 1992 aos tempos atuais, foram 61 incidentes com vítimas, sendo 29 banhistas e 32 surfistas, com 44% das ocorrências no período de junho a setembro, tempo invernoso e, portanto, com águas mais turvas. 

De toda a extensão do litoral da Região Metropolitana do Recife, apenas 600 metros são oficialmente liberados para a prática do surfe. A pequena faixa é a praia de Zé Pequeno, na orla de Olinda, em Bairro Novo. O trecho recebeu o aval para a prática da modalidade esportiva no dia 17 de fevereiro de 2012, quando foi publicado o Decreto Nº 37.897.

E para que essa permissão chegasse, uma peça-chave foi o motorista e surfista Mauro Melo, de 48 anos, que tomou a iniciativa de procurar as autoridades para pleitear a garantia de um lugar onde se pudesse praticar o surfe. Como em qualquer local, os atletas estão sujeitos a ataques de tubarões, é verdade, mas, lá, ainda não há casos computados. Com base nesse dado e com a vivência de dropar ondas desde seus 8 anos, o ‘cérebro’ dessa missão contou a história com detalhes ao Portal LeiaJá, revelando os bastidores e opinando sobre esse enredo.

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Embora a liberação tenha surgido há apenas quatro anos, Mauro estima que o surfe começou a ser praticado no Zé Pequeno há cerca de 35 anos, tendo como marco a temporada 2002, quando foi criada a Associação de Surfe de Olinda (ASO), da qual ele é um dos líderes. Trata-se de uma entidade que faz o intermédio entre os surfistas e as autoridades estatais. Ela que deu espaço para que fosse pleiteada a liberação.

Logo após a emissão do Decreto, a população não viu com bons olhos a decisão, avaliando como um risco exacerbado. Mas, hoje, essa questão não é mais motivo de divergências e as praias acobertadas pela lei, nos dias de ondas promissoras, chegam a reunir, simultaneamente, mais de 200 surfistas na água. 

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Experiente, Maurão, como é conhecido, continua competindo e, nos turnos livres, aproveita o tempo para monitorar Zé Pequeno. Com um binóculo em mãos, ele fica de olho na movimentação no mar, tendo duas finalidades centrais. Primeiramente, avisar aos surfistas caso aviste algo que possa ser um tubarão. Em segundo lugar, o mais polêmico motivo: fiscalizar os pescadores, o que já gerou atrito entre as partes em diversas ocasiões. Ele justificou que é preciso ‘tomar conta’ disso, por considerar que o principal motivo gerador de desequilíbrio ecológico na área seja a pesca com redes de arrasto de camarões.

“Falam que os ataques de tubarão aumentaram na nossa costa por conta da construção do Porto de Suape, que teria sido uma agressão ao habitat deles. Mas, para mim, a pesca de camarões com arrasto é o pior problema, pois compromete a vida de diversas espécies marinhas e, por consequência, desequilibra a cadeia alimentar. Na captura dos camarões, os animais que vêm no ‘bolo’, como os pequenos peixes, são deixados de lado, pois o que interessa é o produto de venda”, explana.

De fato, é determinação legal do IBAMA que esse tipo de pescaria só pode ser feito cinco milhas marítimas (cerca de 7,5 km) mar adentro. Para evitar o descumprimento dessa determinação, Maurão reforçou a barreira de pedras feita também como forma de bloquear os tubarões. E os pescadores não responderam de forma amigável. “Eles já ameaçaram bater em mim, me matar... Acontece. Mas eu não quero medir forças com ninguém. Apenas tenho o objetivo de proteger meus companheiros e a modalidade que amamos”, afirma o líder da ASO. 

Focando a conversa na prevenção aos ataques de tubarão, Mauro revela, também, que a próxima medida que a associação pretende colocar em prática é a construção de uma espécie de cortina de ímã na área. “Abaixo do ‘fucinho’, os tubarões têm poros que funcionam como um tipo de sensor magnético e, no contato com esse novo obstáculo, eles ficariam atordoados, evitando circular pela região de prática de surfe”, explica. Ele ainda relata o que já é feito para manter a ordem no local: “Quando fomos atrás da liberação, assumimos o compromisso de preservar o ambiente nas praias autorizadas. Portanto, fazemos o possível nesse sentido. Tanto que temos sempre tartarugas desovando e cardumes circulando. Mas, claro, é preciso manter a atenção, para que todos saiamos felizes”.

Zé Pequeno é palco de campeonatos

Além do surfe amador, a praia liberadas conta, também, com um calendário anual de competições da modalidade. Em 2016, por exemplo, quatro encontros reunirão atletas em disputa durante a temporada. Começando pela segunda etapa do Circuito Zé Pequeno de Surfe, que teve sua primeira fase no final de 2015 e segue em andamento, em junho, exclusivamente entre olindenses do esporte.

O calendário não para por aí. O Circuito Pernambucano e o Circuito Olindense também terão vez no decorrer desta temporada. Isso sem falar na última etapa do Circuito Zé Pequeno, marcada para o mês de agosto, nos mesmos moldes das fases anteriores.

O cenário competitivo, por sinal, divide espaço com o que lhe proporciona novos talentos e vida longa. Isso porque a área contemplada pelo Decreto Nº 37.897 também serve como palco para escolinhas de surfe. O destaque fica por conta da Escolinha Zé Pequeno, que já conta com atletas em treinamento. A expectativa é em breve receber uma doação de pranchas de uma empresa que resolveu apoiar a causa, ampliando a capacidade das turmas e de revelação de novos surfistas. 

O lado social da Associação de Surfe de Olinda

Na liderança da Associação de Surfe de Olinda, Mauro de Melo deixou Olinda há 25 anos, por conta da recorrência de ataques de tubarões no litoral pernambucano, e seguiu para Santa Catarina, um dos principais polos da modalidade no país, assim como o Rio de Janeiro. Dois anos depois, retornou à sua cidade de origem e, segundo ele, encontrou a maioria de seus amigos e conhecidos do mar envolvidos com drogas e criminalidade. 

Ele afirmou que, diante da situação, resolveu dedicar parte de sua vida ao desenvolvimento de Zé Pequeno, no intuito de retirar os colegas desse caminho. “Quando voltei, meus amigos estavam envolvidos com ‘galeras’. Era violência, drogas, crime... Por isso resolvi fazer o possível para trazê-los de volta e fazer com que outros não entrassem na mesma rota de autodestruição”, relata.

Aproveitando o cunho agregador destacado em seu discurso, Maurão garante que, na praia autorizada, não há segregação com os ‘novos na área’. “É comum existir essa exclusão em vários locais. Mas procuramos propagar a ideia de que a praia não tem dono. Claro que os que têm mais experiência terminam tendo certa prioridade durante as ondas, mas não costumamos presenciar atritos deles com os novatos, que não sabem tanto da modalidade”, disse.

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Cemit esclarece liberação do Zé Pequeno

Procurado pelo Portal LeiaJá, o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) se posicionou oficialmente sobre a autorização legal do surfe. Segundo o órgão, os argumentos utilizados pelos que buscaram a liberação foram os seguintes: inexistência de incidentes com tubarão no local e a necessidade da criação de áreas alternativas para a prática da modalidade, direcionando os praticantes a tais trechos e facilitando a tomada de medidas mais severas contra aqueles que atuam em pontos proibidos.

Já sobre o panorama geral da orla olindense, a protagonista no que diz respeito aos ataques é a Praia de Del Chifre, na Ilha do Maruim. De acordo com as informações repassadas pela assessoria de imprensa do órgão, há o registro de quatro ataques no local, todos contra homens. Dentre esses incidentes, um resultou em morte e os demais deixaram as vítimas com sequelas.

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Após o ataque de tubarão ocorrido na última segunda-feira (21) em Fernando de Noronha, o arquipélago estuda adotar novas medidas de segurança para evitar incidentes do tipo. Algumas medidas já estão em vigor: o horário para utilização da praia está reduzido e os mergulhos estão sendo feitos obrigatoriamente com a presença de um condutor treinado. Tais medidas foram adotadas em caráter emergencial e serão reavaliadas no dia 4 de janeiro.

O coronel Clóvis Ramalho, presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (Cemit), anunciou que vai solicitar ao Corpo de Bombeiros a instalação da placa de riscos nas praias públicas do arquipélago, do mesmo tipo das que devem ser instaladas em Boa Viagem, no Recife.  Já a instalação da placa exclusiva sobre risco de tubarão também será estudada, mas o presidente não acredita que ela será necessária. “Todos sabem que aquela é uma área com presença de tubarão. Você é informado disso desde que chega no local”, explica.

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Para a instalação do equipamento, o Corpo de Bombeiros realizará um levantamento dos riscos possíveis. Além das placas, o Cemit também vai sugerir ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) o reforço das orientações aos usuários das praias e uma reavaliação do sistema de controle e educação ambiental. Um protocolo de registro e comunicação de incidentes com animais marinhos deverá ser criado seguindo o mesmo modelo do que é utilizado no resto de Pernambuco.

Responsabilidade – O Cemit também concluiu que o mergulhador Márcio de Castro Palma da Silva não teve culpa no ataque de tubarão que resultou na perda do braço direito do turista.   Márcio usava os equipamentos necessários, estava na praia liberada ao mergulho, em horário permitido e fez nenhum tipo de movimento para provocar o animal marinho.

O comitê ainda não confirma a espécie de tubarão, mas continua apontando como mais provável o tubarão-tigre. Entre os indícios estão a lesão na vítima, o relato de mergulhadores locais que dizem ter visto a espécie nos dias anteriores ao ocorrido e o depoimento do próprio turista, que ao visualizar uma lista com várias espécies de tubarão apontou com firmeza o tigre como responsável pelo ataque.

Para o representante da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) no Cemit Assis Lins, o mergulhador está isento de culpa, mas foi descuidado. “Ele foi descuidado ao se separar do grupo e avançar sozinho. Se ele estivesse com mais gente na hora, espantaria o tubarão. Se fosse uma pessoa mais ciente dos riscos, ele teria observado o redor, podendo enxergar o animal se aproximando”, opina.

Segundo a analista ambiental do ICMBio Thayná Mello, não era possível prever um incidente como o que ocorreu. “Desde a década de 90, o Parque Nacional de Fernando de Noronha teve mais de 1,5 milhão de visitantes e nunca havia acontecido nada do tipo”, comenta.

O horário de utilização da praia está reduzido. Anteriormente, funcionava das 8h às 18h30, mas agora está das 10h às 15h. De acordo com o presidente do Cemit Clóvis Carvalho, a mudança é importante porque os tubarões têm a característica de se aproximar da costa no início da manhã e final da tarde. A previsão é que o horário seja mantido, mas a decisão será definida no dia 4 de janeiro.

Tubarões estão presentes em toda a costa do arquipélago, mas os mais comuns são o tubarão-lixa e o tubarão-limão. A presença de tubarão-tigre é considerada rara. Para o pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco Jones Rodrigues, que também participa do Cemit, o incidente indica que há uma proximidade exagerada entre o homem e o ambiente, destacando que as próprias propagandas turísticas de Noronha reforçam a interação. “Não deveria ser dessa forma”, conclui o pesquisador.

Usando iscas presas a câmeras subaquáticas em 400 recifes em todo o mundo, cientistas estão embarcando numa tentativa inédita de tentar contar os tubarões do mundo - anunciaram investigadores nesta terça-feira.

Até 2018, o programa, chamado Global FinPrint, visa proporcionar uma visão clara de onde as populações de tubarões são saudáveis ​​e onde eles estão enfrentando dificuldades, e como os tubarões impactam a saúde dos recifes de coral.

"As pessoas podem não perceber, mas precisam dos tubarões", afirmou o biólogo marinho Mike Heithaus, pesquisador especialista em tubarões da Universidade Internacional da Flórida.

Como predadores protagonistas nos oceanos, os tubarões têm um papel fundamental na cadeia alimentar. Eles ajudam a controlar o equilíbrio natural subaquático ao comer tartarugas e vacas-marinhas-de-steller e a manter baixas as populações que poderiam se proliferar na grama do mar, que é um habitat importante para peixes e camarões pequenos, explicou.

Mas os tubarões estão em apuros em algumas partes do mundo. Cerca de 100 milhões de tubarões são retirados dos oceanos a cada ano por suas barbatanas e pela carne, disse Heithaus.

O projeto Global FinPrint está recebendo quatro milhões de dólares em investimentos da empresa Vulcan Inc., do co-fundador da Microsoft Paul Allen, que financia uma série de iniciativas científicas sobre a saúde do oceano, voo espacial, e compreensão do cérebro humano.

"Um relatório recente da União Internacional para a Conservação da Natureza indicou que não temos os dados que precisamos para avaliar com precisão o status da população atual de quase metade das espécies de tubarões e arraias", disse Dune Ives, diretor sênior de filantropia da Vulcan Inc. 

"Essa informação vai nos ajudar a manter esforços de conservação mais eficazes". Alguns dados históricos sobre a população de tubarões já existem, incluindo alguns que são baseados em câmeras subaquáticas.

Mas essa nova iniciativa deve aumentar de maneira drástica o número de câmeras em atuação em todo o mundo, particularmente em áreas onde pouco se sabe sobre a população de tubarões, como no Indo-Pacífico, Atlântico Ocidental tropical, e sul e sudeste da África e ilhas do Oceano Índico, afirmou Heithaus.

"Este projeto não nos dará necessariamente um número absoluto, mas vai nos dar uma ideia relativa de quantos tubarões estão em diferentes áreas, que lugares têm populações saudáveis​​, quais são as áreas que causam grande preocupação", contou à AFP.

A equipe internacional de pesquisadores está sendo liderada por Demian Chapman, da Stony Brook University, em Nova York.

Outros estudiosos envolvidos vêm da James Cook University em Queensland, na Austrália, e do Instituto Australiano de Ciências Marinhas.

Os dados da pesquisa serão disponibilizados nos próximos anos através de uma plataforma de acesso aberto com informações sobre densidade de espécies, habitats e tendências de diversidade.

"A Global FinPrint vai nos ajudar a entender melhor um dos grandes mistérios do oceano: o que está acontecendo com os ecossistemas marinhos frágeis quando os tubarões são removidos?" disse Chapman.

"Estas são questões muito importantes. Muitos países dependem da saúde de seus arrecifes de corais para a segurança alimentar, turismo e proteção costeira".

A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) estendeu o prazo para submissão de propostas ao edital 04/2015, lançado para atrair projetos relacionados à prevenção de ataques de tubarões no Estado. Interessados têm até a sexta-feira (10) da próxima semana para inscrever suas propostas. 

Subsidiado pela Secretaria de Defesa Social (SDS), o edital disponibilizará mais de R$ 1,2 milhão para trabalhos que tratem temas como o diagnóstico das causas dos incidentes, tecnologias para monitoramento, segurança, avaliação do impacto socioeconômico dos ataques, entre outras abordagens. O edital está disponibilizado no site da Facepe. 

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