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O Ministério da Educação (MEC) começou, esta semana, o processo de extinção do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). A decisão, que impacta cerca de 200 escolas nas cinco regiões do país, foi comemorada e criticada. Para alguns, o modelo precisa ser extinto e não está em conformidade com o papel da escola pública. Para outros, o modelo gera resultados e deve ser mantido.

Para a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a medida é uma vitória, pois o modelo cívico-militar é “um modelo de escola que acaba privando os estudantes de ter liberdade de expressão”. Para a presidenta da entidade, Jade Beatriz, o modelo “não apoia a formação do pensamento crítico e acaba excluindo uma parcela dos estudantes”.

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Segundo Beatriz, a escola precisa ser democrática e deve incentivar um maior protagonismo dos estudantes. “Hoje, ter essa vitória representa muito para gente. Mas, de toda forma, a gente continua lutando para que, além de serem democráticas, as escolas tenham infraestrutura adequada e também haja o fortalecimento das escolas técnicas”.

Para ela, papel da educação é “fazer com que você vá para além dos muros da escola, que consiga se questionar o que vive hoje. É preciso garantir que a escola seja um instrumento não só de combate à desigualdade social, mas consiga contribuir para formação de pensamento crítico”.

Já o diretor do Colégio Estadual Beatriz Faria Ansay Cívico-Militar, localizado em Curitiba, no Paraná, Sandro Mira, recebeu a notícia com preocupação. “Claro que não é uma notícia boa, visto que a implantação do programa foi uma grande vitória, um grande presente para nossa comunidade”.

O colégio chegou a ser citado como modelo pela gestão de Jair Bolsonaro na divulgação do balanço do programa no final do ano passado. O caso do Colégio Estadual foi tido como exemplo ao alcançar a meta estabelecida para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

“Nosso colégio era totalmente desacreditado, tanto por parte da comunidade, quanto por parte dos governantes. Por essa razão, foi um dos selecionados para entrar no programa e, a partir do trabalho, com valores em cima dos nossos alunos, professores e funcionários, nós conseguimos fazer uma transformação no colégio, tanto na parte estrutural, quanto na parte pedagógica e social dos nossos alunos. Hoje a gente tem um colégio que é bonito, que é cuidado pela comunidade. Não existe depredação no nosso colégio”, diz Mira.

Escolas cívico-militares

O Pecim era a principal bandeira do governo de Bolsonaro na educação. Ao longo da implementação, o modelo recebeu elogios, mas também uma série de críticas e de denúncias de abusos de militares nas escolas e de exclusão de professores e alunos. Acabar com o programa é, da mesma forma, uma bandeira do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Esta semana, o MEC enviou um ofício aos secretários de Educação informando que o programa será finalizado e que deverá ser feita uma transição cuidadosa das atividades para não comprometer o cotidiano das escolas.

O programa é executado em parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa. Por meio dele, militares atuam na gestão escolar e na gestão educacional. O programa conta com a participação de militares da reserva das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares. A proposta do modelo cívico-militar é que militares atuem na administração escolar e na disciplina de estudantes, enquanto os professores são responsáveis pela parte pedagógica.

O modelo tem regras rígidas de aparência para os estudantes. Coque para as meninas e o chamado “cabelo no padrão baixo”, cortado com máquina dois, para os meninos. Adereços como piercings não são permitidos.

Rede Nacional de Pesquisa

De acordo com a professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) e integrante da Rede Nacional de Pesquisa em Militarização da Educação, Catarina de Almeida Santos, o modelo cívico-militar não está em conformidade com a legislação educacional, que não prevê, em lei, a atuação de militares nas escolas. E, além disso, segundo ela, é excludente.

Assim, o ofício enviado pelo MEC às secretarias, a professora afirma, é um primeiro passo para a desmobilização do modelo, mas é necessário que um decreto de fato extinga o programa e, depois disso, sejam tomadas outras medidas para coibir que estados e municípios sigam implementando esse regime nas escolas públicas.

“Para além das escolas militarizadas pelo Pecim, o próprio programa teve um impacto enorme na ampliação da militarização. Por conta própria, em estados e nos municípios. A gente tinha, no início de 2019, cerca de 200 escolas militarizadas. Hoje temos mais de 1 mil”, diz, Santos. “O Governo Federal tem um papel na coordenação dessa política e na definição de diretrizes. Isso é prerrogativa exclusiva da União, definir diretrizes para a educação nacional”.

Catarina ressalta que o modelo é excludente, na medida que acaba deixando de fora aqueles que “não se adequam” a ele. Esses estudantes e professores são transferidos ou são levados a pedir transferência para outras escolas da rede. “O que vimos nesse processo foi isso, a exclusão dos estudantes que dizem que não se adequam ao processo, além do impedimento [de professores] de trabalhar temas que eles entendem que não condiz com a escola. Isso que a gente tem observado nesse processo de militarização, que não é exclusivo das escolas do Pecim, mas que é da lógica dos militares”.

De acordo com a professora, o papel da escola pública é ser um espaço que “acolhe todas as crenças, todas as orientações. Pública é para isso, para atender a todas as pessoas”, diz.

Razões do MEC

Em nota técnica, em que analisa o programa, o MEC conclui que as características do programa e a execução, até agora, indicam que a manutenção não é prioritária e que os objetivos definidos para sua execução devem ser perseguidos mobilizando outras estratégias de política educacional.

A nota, assinada pelo Secretário de Educação Básica substituto Alexsandro Santos desaconselha a manutenção do programa por entender que há problemas de coesão/coerência normativa entre sua estrutura e os alicerces normativos do sistema educacional brasileiro. Além disso, induz o desvio de finalidade das atividades das forças armadas, “invocando sua atuação em uma seara que não é sua expertise e não é condizente com seu lugar institucional no ordenamento jurídico brasileiro”.

A nota técnica acrescenta que a execução orçamentária dos recursos de assistência financeira destinados às escolas do Programa ao longo dos anos de 2020, 2021 e 2021 foi irrisória, comprometendo investimentos que poderiam ser mobilizados em outras frentes prioritárias do MEC.

Por fim, a análise conclui que a justificativa para a realização do programa “apresenta-se problemática, ao assumir que o modelo de gestão educacional, o modelo didático-pedagógico e o modelo de gestão administrativa dos colégios militares seriam a solução para o enfrentamento das questões advindas da vulnerabilidade social dos territórios em que as escolas públicas estão inseridas e que teriam as características necessárias para alcançar o tipo de atendimento universal previsto para a educação básica regular, ignorando que colégios militares são estruturalmente, funcionalmente, demograficamente e legalmente distintos das escolas públicas regulares”.

 

Durante cerimônia de posse da nova presidenta da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Márcia Angela da Silva Aguiar, nesta sexta-feira (3), estudantes cobraram merenda à governadora Raquel Lyra, que participava do evento. "Governadora, cadê a merenda dos estudantes?", indagou um representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UBES). Sem muito alarde, a governadora apenas respondeu com um "é sobre isso". 

À reportagem, Inaldo Lucas explica que o protesto foi motivado pelas denúncias de ausência de alimentação em algumas escolas da rede estadual de Pernambuco, assim como, o atraso de salários de trabalhadores terceirizados que atuam na Educação. "Está tendo muita demanda dos estudantes pernambucanos aqui na região metropolitana e no interior sobre falta de alimentação, fardamento, material escolar. Além disso, tem a falta de pagamemto dos trabalhadores", disse.

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Inaldo, que faz parte da UBES, expõe que o protesto não foi previamente combinado, pois, os estusantes não tinham certeza da presença da governadora de Pernambuco na cerimônia de posse. "A gente não sabia se a governadora estaria presente, então, não tinhamos combinado esse protesto, mas aproveitamos a presença dela. Infelizmente, a gente sabe que isso não é de agora, mas ela [Raquel Lyra] só faz arrumar desculpas pra (sic) poder passar pano, por debaixo do tapete, critica.

 

 

Estudantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), e Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) enviaram um documento com 10 prioridades das entidades para a educação à equipe de transição de Raquel Lyra (PSDB), para o próximo ano. 

Entre os pontos abordados pelas entidades estão: recomposição do orçamento das instituições federais, reajustes das bolsas de pós-graduação, do orçamento do programa de merenda escolar e implementação do Novo Fundeb.

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No que tange à “recomposição orçamentária da Capes e retorno do programa nacional de pós-doutorado neste ano orçamentário”, o documento diz que o orçamento previsto para 2023 equivale a 35,58% do orçamento estipulado para o ano de 2015. “Desse modo, afirmamos que o pagamento das bolsas de estudos e de outros programas está comprometido. Em 2022, a CAPES apenas conseguiu honrar os pagamentos com uma suplementação que fez seu orçamento alcançar pouco mais de R$ 3bi. Caso não haja essa recomposição imediata, serão mais de 100 mil pós-graduandos e de estudantes de iniciação científica que não receberão valores cruciais para sua sobrevivência já no fim do 1o semestre”. 

Já sobre a implementação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), o texto destaca que parte dos êxitos obtidos por alunos da rede foi possível por conta dos recursos destinados ao Fundeb. “Entretanto, com o PLP que impõe um teto ao ICMS nos combustíveis, a Educação básica sofreu um profundo revés, além disso a agora Lei Complementar 194/22, provocou um rombo de 19,2 bilhões no FUNDEB, segundo o Todos pela Educação. Enfim, é de suma importância que as metas em aberto do PNE sejam reconhecidas e ajustadas em tempo hábil para que sejam cumpridas ou remodeladas”. 

Desde a última quinta-feira (10), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realiza "tuitaço" por passe livres nos dias de realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022, que, neste anos, será no próximo domingo (13) e 20 de novrembro.

Usando as hashtag "EnemParaTodos", "PasseLivrenoEnem" e "BusaonoEnem", a entidade estudantil pretende pressionar as prefeituras pela gratuidade dos tranportes. "Muitos estudantes sonham em entrar no ensino superior, e o ENEM é a porta de entrada para esses jovens. Por isso, nós lançamos a campanha pelo passe livre nos dias da prova. BUSÃO DO ENEM", escreveu Jade Beatriz, presidenta da UBES, no Twitter ao compartilhar um vídeo falando sobre a campanha.

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Gratuidade garantida

Após o início da mobilização, alguns municípios brasileiros anunciaram a gratuidade nos dias do Enem 2022. No Pará, o governador Helder Barbalho, através de vídeo, assegurou passe livre em todas as cidades do Estado. Outros locais em que os estudantes utilizarão o transporte sem pagamento de passagem é o Piauí e Rio de Janeiro.

Confira a relação de lugares onde, até agora, haverá gratuidade:

São Paulo

Suzano
Mogi das Cruzes
Praia Grande

Minas Gerais

Ituiutaba

Bahia

Jacobina

A campeã do Big Brother Brasil 21, Juliette Freire, usou as redes sociais, nesta segunda-feira (19), para realizar mutirão e ajudar candidatos a pagar a taxa, no valor de R$ 85, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021. Compartilhando publicação da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), no Twitter e Isntagram, a ex-BBB escreveu: "Visitem o perfil da @ubesoficial e ajudem nesta campanha. Por mais estudantes tendo a oportunidade de fazer o Enem".

No microblog, fãs e seguidores de Juliette elogiaram a atitude. "Juliette, é tão bom ver alguém que admiramos usar a sua voz para partilhar tantas iniciativas e posicionamentos que alinham certinho com os nossos valores", comentou uma seguidora. "Ação importante! Enviamos um requerimento ao Min da Educação solicitando a prorrogação dos prazos de inscrição e isenção. A pandemia agravou ainda mais a desigualdade educacional no Brasil e os números de inscritos no Enem 2021, o menor desde 2007, refletem isso. #ProrrogaEnem", escreveu a deputada do Rio Grande do Norte, Natália Bonavides (PT).

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A taxa de inscrição foi alvo de críticas dos candidatos do Enem 2021, principalmente, porque muitos participantes tiveram os pedidos de isenção indeferidos. Em recente passagem pelo Recife, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, falou que a taxa "é somente para dar responsabilidade para o menino, para a menina, para o jovem que, eventualmente, ele tenha uma responsabilidade com a prova". O prazo para pagamento encerra hoje.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) protocolaram ação judicial, na última terça-feira (6), pedindo a divulgação dos espelhos da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. A ação requer, ainda, que o prazo de inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) seja estendido até a divulgação dos espelhos.

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Vale destacar que as instituições protocolaram, na última segunda-feira (5), uma notificação extrajudicial pedindo esclarecimentos sobre as notas do Enem ao Ministério da Educação (MEC) no prazo de 24 horas. Ainda na segunda-feira, no Twitter, ambas as instituições estudantis afirmaram que caso não recebessem resposta dentro do prazo, entrariam com ação judicial para manter o Sisu aberto até que tenham respostas sobre as notas.

As inscrições no Sisu começaram nesta terça e vão até a próxima sexta (9). Nesta edição, estão sendo oferecidas mais de 200 mil oportunidades em instituições públicas no país.

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A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) entraram, nesta sexta-feira (8), com uma ação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo esclarecimentos ao Ministério da Educação (MEC) e ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) acerca do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição 2020.

Esta ação visa, segundo as entidades estudantis, que o Ministério Público exija que o MEC e o Inep, órgão responsáveis pela prova, se posicionem em relação à possibilidade de um novo adiamento da prova e esclareça as dúvidas levantadas junto com os estudantes, “de modo a permitir que todos os candidatos conheçam os riscos a que estarão expostos ao realizarem as provas em meio à segunda onda de Covid-19”, diz. A UNE e a UBES alegam que desde março do ano passado vêm tentando dialogar com o Governo Federal sobre possíveis soluções para a realização do Enem. No entanto, segundo as entidades, o MEC e o Inep não têm se mostrado eficientes.

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Na ação, os grupos ainda afirmam que estavam esperando que os órgãos trabalhassem com soluções para os problemas gerados por este período pandêmico da Covid-19. “Ao contrário, o MEC e o Inep se mantiveram inertes até que inúmeras ações judiciais pedissem o adiamento do Exame e, após serem convencidos da necessidade do adiamento, não dialogam adequadamente com as partes interessadas (secretarias de educação, universidades e estudantes) para definição de uma nova data, desconsiderando absolutamente o resultado da consulta pública realizada através do seu próprio portal”, cita a ação encaminhada ao MPF.

O ministro da Educação Milton Ribeiro, por sua vez, garante que a prova impressa será realizada nos dias 17 e 24 de janeiro. De acordo com Ribeiro, o MEC tomou todas as medidas necessárias para combater o novo coronavírus.

A Advocacia Geral da União (AGU), nesta sexta-feira, anunciou uma força-tarefa. O objetivo, segundo o órgão, é garantir a segurança jurídica da aplicação do Enem.

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) promove, nesta quarta-feira (6), às 18h, uma campanha no Twitter com a #EnemSeguro visando garantir aos vestibulandos uma prova mais segura. Nas redes sociais, a instituição comentou: "Nossa luta por um Enem justo e seguro segue firme! Às 18h tem tuitaço. Convoca Geral!"

A Ubes afirma que o Ministério da Educação (MEC) precisa oferecer mais segurança contra a Covid-19 para que os estudantes possam realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sem riscos. “Por isso, nossa pressão acima de tudo é por um #EnemSeguro, com as medidas necessárias para que nenhum estudante corra risco de ser contaminado ou de não prestar o Exame. Somos 5,7 milhões de inscritos e merecemos respeito do Ministério que deveria trabalhar pela educação e não contra ela”, disse a instituição.

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No Twitter, os internautas já começaram a se manifestar: "Entenda de uma vez por todas que são quase 6 milhões de pessoas que vão fazer uma prova sem segurança alguma. Entenda que não são todos que vão fazer a prova em escolas com boas estruturas. Saia um pouco desse seu mundinho egoísta. #EnemSeguro eu imploro", comentou uma internauta. "Pedimos o adiamento da prova e a programação de nova data, em momento de baixa na pandemia, com construção de condições e estrutura em comissão colegiada, com profissionais da educação, gestores e estudantes.", tuitou a outra.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, garantiu que a entidade tomou todos os cuidados para evitar a propagação da Covid-19 no Enem. Confira na reportagem do LeiaJá.

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) convocou os internautas a participarem do tuitaço nesta quarta-feira (16), a partir das 11h. O movimento é pela aprovação do Projeto de Lei (PL) 3477/2020, que dispõe sobre a garantia de acesso à internet, com fins educacionais, aos alunos e professores da educação básica pública.

Os interessados podem participar da iniciativa utilizando a hashtag #ConectividadeJá. “Tuitaço em defesa do acesso dos estudantes. A luta é pela democratização do acesso à internet. Bora?”, publicou a Ubes.

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Após a publicação do edital do Programa Universidade para Todos (Prouni) 2021, nesta segunda-feira (14), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) se manifestou contrária à decisão do Ministério da Educação (MEC), de usar apenas a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, para a seletiva 2021.1, ao invés das notas do Enem 2020, cujo o resultado só será divulgado em março de 2021. Na publicação em uma rede social, a Ubes chama a determinação de “mais um absurdo”.

A organização enfatiza que “isso é uma falta de respeito enorme com os estudantes brasileiros que estão se preparando há mais de um ano”. Conforme o calendário, as provas do Enem 2020, verão impressa, serão aplicadas nos dias 17 e 24 de janeiro; e nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro, na forma digital, para 96 mil inscritos. Devido a este calendário, que foi alterado em razão da pandemia da Covid-19, os estudantes que participarem desta edição do Exame não poderão utilizar a nota para a seletiva do Prouni 2021.1.

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Conforme o cronograma do Prouni, os alunos interessados em participar do processo seletivo de 2021 poderão fazer as inscrições de 12 a 15 de janeiro. A primeira lista com o resultado da seleção está prevista para o dia 19 de janeiro, enquanto que a segunda será divulgada no dia 1º de fevereiro de 2021.

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A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2) que já causou mais de 101 mil mortes no Brasil, até o momento, obrigou a população a aderir ao isolamento social fechando, entre outros locais, espaços de educação presencial. Neste 11 de agosto de 2020, Dia do Estudante, LeiaJá traz a série "Estudante, você também é herói", com discussões sobre como a pandemia tem afetado os alunos brasileiros, incluindo uma análise de especialistas e membros de entidades de representação estudantil sobre como será o, ainda incerto, futuro dos discentes.    

Quadro negro e giz

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Assim que as aulas foram suspensas, surgiu logo uma grande preocupação com o ensino básico, seguida de uma questão extremamente complexa para resolver, envolvendo os estudantes secundaristas de todo o país, o funcionamento das escolas, os sistemas de seleção para as universidades e os calendários acadêmicos do ensino superior em 2021: o que fazer com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)? A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso, afirmou que a entidade entrou fortemente na luta pelo adiamento da prova devido ao atraso de estrutura tecnológica das escolas públicas que deixa os estudantes de baixa renda em desvantagem. 

“A verdade é que as nossas escolas públicas em maioria no país não acompanham esse desenvolvimento da tecnologia. Não faz parte da nossa realidade uma sala de informática que tenha um computador, um professor valorizado. Na verdade, fazem parte salas ainda com quadro negro e giz. Precisamos falar da mudança urgente e necessária do perfil das nossas escolas públicas que precisam acompanhar o desenvolvimento da tecnologia, e o papel da educação no combate à desigualdade social, para assim a gente falar, por exemplo, dessa questão das aulas remotas. Nós temos hoje estudantes excluídos da plena cidadania, entendendo a internet como um direito humano do século XXI”, afirma Rozana. 

A desigualdade social, escancarada pela pandemia de Covid-19 junto à exclusão digital e perda de renda das famílias brasileiras, na visão de Rozana, que tem 21 anos e estuda em um cursinho popular pré-Enem para fazer faculdade de biomedicina, impedem vários alunos de ter acesso ao direito humano que é a educação e gera um aumento na evasão escolar. Os que insistem, segundo ela, tentam se virar dando todo tipo de jeito. 

 “Nós estamos tentando nos virar de diversas formas assim como aconteceu nas inscrições do Enem, quando os estudantes se inscreveram com wi-fi do vizinho, wi-fi da padaria, comprando chip para conseguir se inscrever. A UBES está com uma campanha também que é o 'Estudo Pra Geral', que é uma campanha de arrecadação para compra de apostilas preparatórias para o Enem, para distribuição dessas apostilas em cursinhos populares. O estudante continua resistindo, continua na luta, e nós, lutando contra a exclusão digital, como entidades estudantis, estamos tendo também como resposta”, diz a presidente da Ubes. 

Questionada sobre como enxerga o futuro da educação brasileira pós-pandemia, em um cenário no qual a inserção e disseminação forçada e a curto prazo do ensino remoto se fez necessária, Rozana afirma prever um futuro de muitas lutas em nome da defesa da escola e da educação como um todo. “Nós acreditamos que o descaso do governo Bolsonaro é objetivo. Nós acreditamos que se continuarmos por esse caminho, o nosso futuro depois da pandemia tende a ser pior ainda. O que os estudantes secundaristas estão fazendo na internet é revolucionário, nós estamos doando muito as nossas vidas para a luta", comenta Rozana. 

“Poderes públicos têm o dever de proporcionar internet gratuita”

Carlota Boto, de 58 anos, é professora titular de Filosofia da Educação na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e se mostra preocupada com a possibilidade de dispersão de estudantes, tanto no nível básico quanto no superior, uma vez que parte deles não consegue ter acesso a aulas remotas e até os que têm, segundo ela, sentem falta do ambiente de aprendizado. Lidar com esse cenário, na visão da professora, terá implicações a curto e longo prazo. 

“A curto prazo, isso vai implicar a necessidade de uma redistribuição dos conteúdos curriculares pelo menos nos próximos dois anos, de maneira que aquilo trabalhado neste ano venha a ser retomado em algum momento no próximo ano letivo. Para tanto é necessário também repensar os métodos escolares, levar os alunos a pesquisarem, a buscar acessar os espaços do conhecimento. A longo prazo, penso que essa experiência vai proporcionar um novo modo de recorrer aos recursos da internet. Os professores e alunos precisam interagir melhor com as ferramentas digitais que hoje estão à nossa disposição”, diz a docente.

O drama que vem da dicotomia entre a necessidade de retomar as aulas, ainda que remotamente, e a falta de acesso de parte dos alunos junto à busca de alternativas para que nenhum aluno fique para trás, também preocupa Carlota. “O ensino remoto é a menos má das soluções. Professores em todo o Brasil têm feito das tripas coração para dar tudo de si na organização dessas atividades remotas. Há muita coisa boa sendo produzida. Eu sou bastante otimista quando observo a inventividade com que os professores têm lidado com os desafios que enfrentam neste momento. Cada instituição está pensando seu próprio projeto pedagógico. Penso que as escolas e as faculdades têm discutido muito os modos de interagir com os estudantes. Não dá para ter uma régua e nivelar as soluções. O que é importante é que não se deixe nenhum aluno para trás. Ano letivo a gente recupera no próximo semestre. Mas as vidas das pessoas que se foram não voltam. Não tem cabimento o retorno neste ano, seria arriscadíssimo que voltássemos sem que haja expressa indicação disso por parte das autoridades da saúde”, diz a professora.

Questionada sobre sua maneira de encarar o futuro da educação após esse momento de entrada abrupta e, de certa forma forçada da tecnologia no ensino, a professora Carlota afirma que a educação e seus agentes terão que lidar com a presença tecnológica no processo pedagógico e as escolas públicas necessitam de investimentos para isso. “Eu penso que a educação do futuro terá de lidar com a tecnologia. A internet é um mundo a ser acessado na busca do conhecimento. Penso que os poderes públicos têm o dever de proporcionar internet gratuita às pessoas em todos os espaços. É preciso investir na escola pública. E isso passa pelas ferramentas digitais. O ensino do futuro se valerá dos meios remotos. Mas não será a distância. Isso é o que eu espero”, projeta.

Uma geração de profissionais perdida por falta do Estado

Iago Montalvão tem 27 anos, é estudante de economia da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Ele destaca os fortes impactos que a implementação das aulas remotas trouxe para os estudantes no nível superior de ensino por diversas razões, como falta de acesso de alunos de baixa renda, diálogo e tempo de preparação o suficiente para implementar o novo modelo. Ele também aponta para diferenças de tratamento dadas ao tema em diferentes redes de ensino. 

“Dentro das [universidades] privadas você tem essas que são grandes conglomerados de educação, universidades lucrativas que simplesmente de uma hora para outra enfiaram goela abaixo nos estudantes um tipo de ensino remoto que muitas vezes deu problema, que muitos estudantes não tinham as condições em casa, muitos estudantes não se prepararam para poder conseguir ter acesso a isso. Sem discussão, muito na linha dessas universidades manterem a linha da sua visibilidade enquanto instituição que não parou. Já nas públicas você teve muitas situações particulares. Você tem por exemplo a USP e a UNICAMP que no início já buscaram dar alguma assistência e auxílio aos estudantes, mas também tiveram pouco tempo para discutir como seria a transição para esse modelo remoto”, conta Iago.

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Iago também destaca as inúmeras dificuldades que são inerentes ao presente momento, uma vez que há muitas realidades de perfis diferentes de estudantes em jogo em universidades de todo o País. “Mas a grande encruzilhada é o seguinte: é como você conseguir dar garantia de que nenhum estudante seja prejudicado, porque você tem estudante que não consegue ter acesso nessas aulas a distância, e isso efetivamente. Você tem problemas inúmeros desde a falta de um computador, de uma internet, que é o mínimo, até gente que não tem um cômodo em casa para estudar, que tem barulho em casa, tem problemas com a família, enfim, tem de tudo e como solucionar esses problemas? É muito difícil você solucionar na totalidade. Mas por outro lado, como é que fica também essa questão do cronograma? Porque você tem estudantes que ingressariam agora e já estão com problemas, se você suspende o período letivo do ano todo como é que ficam os ingressantes do ano que vem?” questiona o presidente da UNE. 

Uma possível tentativa de solução citada por Iago é a criação de semestres excepcionais com regras acadêmicas mais flexíveis, como já vem sendo feito em algumas universidades públicas e institutos federais pelo país. “Você já tem assistência nos tempos normais, que é bolsa de permanência, bolsa alimentação, moradia estudantil, etc. Mesmo antes da pandemia já eram políticas insuficientes, a gente sempre lutou por mais verba para a assistência estudantil. Hoje a gente está vendo com mais evidência esses problemas, nesse momento você precisa urgentemente ampliar as políticas de assistência para garantir que a galera tenha acesso a esses bens materiais mínimos para conseguir ter acesso às aulas. Ao mesmo tempo, criar flexibilização de regras acadêmicas”, afirmou Iago. 

No que diz respeito ao futuro da educação e inserção das tecnologias pedagógicas, o presidente da União Nacional dos Estudantes alega que “a gente tem um governo que tem demonstrado constantemente desprezo pelas universidades públicas em uma tentativa de desmoralização". 

"Essa política liberal do governo de enfraquecer a universidade pública e expandir a universidade privada se dá muito pelo viés do EAD, porque é um tipo de ensino que na minha opinião, em determinadas situações, para determinados públicos, é importante. Por exemplo, você tem projetos nas universidades públicas em aldeias indígenas, pessoas que moram em lugares distantes, você tem consórcios como a própria Universidade Aberta do Brasil, que é um estilo de formação EAD para aquela pessoa que não pretende ter uma formação aprofundada na universidade presencialmente, tem dificuldade de deslocamento e prefere fazer uma aula a distância. Eu acho que é legítimo que você tenha esse tipo de modalidade de ensino a distância, desde que você garanta toda a estruturação necessária para que o EAD seja feito com qualidade", acrescenta Iago. 

De acordo com um levantamento realizado pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), um em cada quatro estudante do nível superior no Estado de São Paulo está inadimplente, registrando um índice de 72,4% maior no mês de abril em relação a 2019 e um crescimento de 32,5% na evasão comparando também os meses de abril dos mesmos anos. Iago aponta para essa realidade de desistências dos cursos como um reflexo do momento de pandemia em que as pessoas se veem forçadas a desistir de seus cursos e cita algumas ações políticas desenvolvidas pela UNE no Congresso Nacional para tentar apoiar os estudantes universitários que, segundo ele, tentam resistir e se virar como podem.

“O que os estudantes têm feito é se desdobrar de várias formas. Galera assistindo aula pelo celular, uma reivindicação grande é que os professores gravem as aulas porque, às vezes, o pessoal não consegue acompanhar ao vivo, porque a internet cai. Agora o principal que a gente tem pautado, principalmente nas públicas, é para que tenha algum tipo de auxílio. Nós temos pautado muito isso no Congresso Nacional, é muito difícil porque o governo dá pouca atenção para essa área. Tem lá no Congresso Nacional um Projeto de Lei que é por mais recurso para assistência estudantil, tem um projeto de lei lá nosso que é o auxílio estudantil emergencial para os estudantes das [universidades] privadas pagarem as mensalidades e terem um auxílio para conseguir se manter nesse período, porque a renda caiu. Você está deixando de formar uma geração de profissionais que no futuro a gente vai sentir, aquilo que o MEC falou na propaganda do Enem, de uma geração de futuros profissionais seria perdida, na verdade já está sendo perdida por falta de assistência do Estado”, diz ele. 

Um novo tempo

Cacilda Soares tem 59 anos, é professora de ciências contábeis há 25 anos e atualmente trabalha como coordenadora do sistema Universidade Aberta do Brasil na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ela iniciou a conversa sobre ensino remoto e a distância esclarecendo que essa não é uma modalidade nova de educação no Brasil, ao contrário do que muitas pessoas parecem acreditar: as primeiras experiências, de acordo com ela, datam de 1923. Nas décadas de 1960 e 1970, a televisão também foi utilizada para este fim e até hoje temos canais como, por exemplo, a TV Cultura e TV Escola. 

O problema, segundo a professora, é que o sistema de ensino formal passou à margem dessa realidade enquanto se mantinha no sistema presencial sem integrar a tecnologia nas salas de aula e de repente a pandemia de Covid-19 forçou essa junção de uma vez só. “O fato é que os cursos de ensino fundamental, médio e superior não conseguiram se adaptar ao uso desses recursos tecnológicos. Todos fomos educados no modo presencial, no modo analógico e de repente por conta de uma pandemia nos vemos obrigados a nos transformar em seres digitais. Isso dá um grande impacto em alguns, porque é como se já existisse paralelamente, mas se você estava de certa forma acomodado a viver no paralelo. Deixou de ser um paralelo e a realidade agora é essa. É uma quebra de paradigma sair do analógico para o digital da noite para o dia. Tem um choque muito grande nos usuários, aqueles que são responsáveis por preparar conteúdo, lecionar", opina Cacilda.

Ao ser inquirida sobre como enxerga futuro da educação após a pandemia e a disseminação desse modelo remoto de ensino, a professora revela não saber se haverá um momento após pandemia, uma vez que mesmo com vacina, ainda precisamos conviver com a gripe H1N1, por exemplo, mas, aponta que os alunos, professores e instituições terão que reaprender tudo para viver em um novo mundo permeado pela tecnologia. 

“O que será o ano que vem? Eu não sei. Não sei como é que vai ser 2021, saímos de um reveillon muito belo e que reviravolta foi essa no mundo em 2020? O que é 2020 na nossa vida? É um processo que não dá para você ter resposta do que vai ser o amanhã, vamos ter que nos reinventar a cada dia. Nosso papel na sociedade não mudou, eu sou professora, mas o que eu vou ter que fazer mais, o que vai ser exigido mais de mim? Eu já lido com tecnologia, mas e quem não lida? E quem está aprendendo agora? Eu vou reaprender, mas tem gente que vai aprender. É difícil imaginar quando vai ter uma volta, se vai ter uma volta. O que eu to vendo é uma reconfiguração da humanidade, do mundo, das relações humanas. Eu não me arrisco a falar de uma volta, porque acredito que do jeito que era, não volta, vai ser um novo tempo”, imagina a professora.

Confira, abaixo, as demais matérias do especial “Estudante, você também é herói”. Nossos repórteres mostram as rotinas de alunos, da educação infantil à pós-graduação, durante a pandemia do novo coronavírus:

--> Pequenos 'grandes' estudantes e o ensino remoto

--> Isolamento social e a ansiedade na preparação para o Enem

--> A perseverança de Ana e o carinho pela pedagogia

--> Pós-graduação sofre os efeitos da Covid-19

--> Formatura mais cedo: estudantes trocam aulas por hospitais

A UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) divulgaram, nesta quinta-feira (9), a campanha "Estudo pra Geral", que visa receber doações para distribuir materiais didáticos aos estudantes de baixa renda. Quem deseja contribuir pode acessar a plataforma digital e conferir as opções de valores.

As entidades estudantis prometem reverter os valores recebidos em apostilas e tablets para que os estudantes tenham acesso às aulas on-line e aos materiais de suporte. Além disso, as organizações estão em parcerias com cursinhos pré-vestibulares populares de todo o Brasil para fornecer os materiais arrecadados.

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"De cada quatro estudantes inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), três deles não possuem acesso à internet em casa: Estamos diante de um aprofundamento do abismo social. Por isso, que nosso objetivo com a campanha é dar condições para que eles tenham inclusão digital", diz, por meio de nota, Iago Montalvão, presidente da UNE, citando dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Nessa quarta-feira (1º), o LeiaJá e o projeto Vai Cair No Enem promoveram mais uma live do programa “Quando passar... Como será o mundo após a pandemia?”. O assunto abordado foi o retorno às aulas presenciais nas escolas brasileiras.

A transmissão contou com a presença de Cláudio Furtado, representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed); Fernando Melo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe); do secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Fred Amancio. Rozana Barroso, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), também estava entre os convidados. Ela afirmou, ao ser questionada sobre as possíveis datas para a remarcação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que a Ubes não sugere, no momento, nenhuma data para a prova. 

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“Nós somos uma entidade estudantil que luta em defesa da educação, mas nós não somos responsáveis para dar resposta sobre o nosso futuro e o futuro de milhões, porque temos realidades tão diferentes. É a realidade da juventude indígena, da juventude rural, da juventude negra, da juventude periférica, da juventude que é de escola particular, da juventude que é de escola pública”, acrescentou a presidente.

O motivo, segundo Rozana, é a necessidade de estabelecimento de um canal de diálogo amplo e democrático do Ministério da Educação (MEC) com os estudantes e outros órgão ligados à defesa da educação no Brasil, o que ela afirma que não foi atingido com a consulta realizada pelo MEC aos estudantes sobre as possíveis datas para a prova. 

“A gente, desde o início, criticou muito o que era esse modelo, porque ficou muito na nossa cabeça uma dúvida de quais eram os critérios das datas. (...) É necessário um debate para se pensar nas datas, porque junto com esse debate das datas precisa vir o debate do retorno às aulas presenciais, combate à exclusão digital e como que vai estar o nosso país nessa situação da pandemia do coronavírus”, afirmou a presidenta da Ubes.

Uma das inconsistências apontadas pela estudante na consulta do MEC, que para ela indica falta de critério na escolha das possíveis datas, foi o posicionamento do próprio Ministério após a divulgação dos resultados. “Logo depois saiu uma matéria que o MEC disse que talvez não possa ser em maio mesmo que os estudantes tenham escolhido, por conta do calendário das universidades. Como eles colocam uma data para a gente votar que eles já sabiam que não daria certo por causa do calendário das universidades?”, questionou a jovem. 

Diante disso, Rozana afirma que a Ubes não determina nenhuma data recomendada para a realização do Enem, mas segue buscando debater a situação da educação no Brasil inteiro, paralelamente à crise de saúde causada pelo coronavírus, em busca de soluções para os estudantes. 

“A gente tem debatido e formulado, mas nós não temos uma data concreta para se apresentar, porque é um momento muito turbulento para se ter algo concreto que caiba em todo o país e abranja todos os estudantes. Nossa resposta concreta é que precisa ter uma comissão de debate democrática com esses profissionais e com os estudantes para saídas para a educação”, disse ela. Confira como foi a live:

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O presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) nomeou nesta quinta-feira (25) o professor Carlos Alberto Decotelli para o cargo de ministro da Educação, substituindo Antônio Paulo Vogel de Medeiros, que ocupava o posto interinamente desde a saída de Abraham Weintraub após 14 meses à frente da pasta. Mas o que se sabe sobre o novo ministro? 

Carlos Alberto Decotelli é militar. Oficial da reserva da Marinha, professor da Escola de Guerra Naval, no Centro de Jogos de Guerra, e presidiu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) entre fevereiro e agosto de 2019, durante a gestão de Weintraub no Ministério da Educação (MEC). 

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Na época em que Decotelli esteve no comando, o FNDE ficou no centro de uma polêmica devido à contratação da empresa Brink Mobil, cujo dono, Valdemar Ábila, foi preso preventivamente pela Polícia Federal na Operação Calvário em dezembro de 2019 acusado de envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro público na Paraíba. Em fevereiro de 2019, o FNDE e a Brink preencheram a ata de registro de preços com valor total de R$ 374 milhões em um contrato assinado por Ábila e Decotelli. 

No que diz respeito ao currículo, Decotelli é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), mestre pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), doutor pela Universidade de Rosário (Argentina) e pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha.

Repercussão 

Entre as entidades representativas dos estudantes, a nomeação do novo ministro não pareceu ter sido bem recebida. Através de seu perfil no Twitter, a União Nacional dos Estudantes (UNE) apontou para o fato de que, apesar de ser professor, a formação acadêmica de Decotelli não é voltada para a educação

Por sua vez, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas questionou como deverá ser a gestão de Decotelli, diante do apoio que ele tem por parte do governo e dos militares, por ser ele próprio um militar da reserva. “O QUE ESPERAR? Decotelli comandou o FNDE de fevereiro de 2019 até agosto do ano passado. Ele tem o apoio na ala militar do governo, principalmente de almirantes”, escreveu a entidade.

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Nesta sexta-feira (15), nas redes sociais, entidades estudantis e participantes do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) protestam contra a manutenção da data e exigem adiamento da prova, em razão da suspensão das aulas presenciais devido à pandemia do coronavírus. Os protestos iniciaram na tarde dessa quinta-feira (14) e se estendeu esta manhã.

Convocados por representações de entidades estudantis, como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), os protestos do “Dia Nacional Pelo Adiamento do Enem”, por meio da hashtag ‘Adia Enem’, contabiliza mais de 12 mil publicações no Instagram, e mais de 25 mil menções no Twitter. Nas postagens, estudantes e pessoas públicas exigem que as provas do Enem 2020 sejam adiadas, em razão da suspensão de aulas.

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Entre os comentários, na última postagem do feita no Instagram do Ministério da Educação (MEC), sobre dados da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estudantes criticam a postura da instituição. “Poxa, que bom que vocês postaram isso! Agora adiem o Enem, eu hein... vocês querem manter um prova em plena pandemia. Que falta de senso”, enfatiza um internauta.

Mesmo com o apelo que ganha força pelas redes sociais, o Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) não se pronunciaram, até o momento, sobre os protestos virtuais. Até então, as provas do Enem serão aplicadas nos dia 1º e 8 de novembro, na forma impressa, e a versão digital ocorrerá dias 22 e 29 do mesmo mês.

Os atos virtuais terão novas ações ao longo do dia em redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram, além de transmissões e ondas de ‘tuitaços’. Confira a programação:

14h30 – Live Tsunami da Educação Virtual nas redes da entidade

16h – Live Debate

18h – Tuitaço #AdiaEnem (Com fotos, cartazes e ilustrações com a tag #AdiaEnem

Nesta sexta-feira (15), um protesto virtual pelo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está previsto nas redes sociais. O ato é organizado por entidades de representação estudantil, como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), e promete fortalecer a campanha #AdiaEnem.

O chamado “Dia Nacional Pelo Adiamento do Enem”, realizado um ano após os protestos de rua contra os cortes de orçamento das universidades que ficaram conhecidos como “Tsunami da Educação”, será feito virtualmente em decorrência da epidemia de Covid-19. A doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) já tem 188.974 casos e 13.149 óbitos oficialmente confirmados no Brasil.

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“Como eu, milhares de estudantes depositam no Enem o sonho do acesso à universidade. Por isso, queremos que o Enem seja adiado, para garantir condições mínimas de estudo para todos. As condições de participação dos estudantes das escolas públicas e mais pobres são mais difíceis mesmo em condições normais. A pandemia amplia essas desigualdades sociais. Por isso, a Ubes convoca, para 15 de Maio, o Dia Nacional pelo Adiamento do Enem e pelo boicote ao ensino a distância, com a campanha #AdiaEnem. Não podendo estar nas ruas estaremos nas redes, mobilizados para garantir um direito que é nosso, fundamental para construir nossos sonhos”, declarou a presidente da Ubes, Rozana Barroso.

Durante o dia, estão planejadas postagens em redes sociais como o Twitter, Facebook e Instagram oficiais do MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), transmissões ao vivo e também a posse da nova gestão da Ubes. Confira a programação:

10h – Tsunami de comentários nas redes do MEC com a tag #AdiaEnem

14h30 – Live Tsunami da Educação Virtual nas redes da entidade

16h – Live Debate

18h – Tuitaço #AdiaEnem (Com fotos, cartazes e ilustrações com a tag #AdiaEnem

Nesta quarta-feira (13), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gurgel de Faria indeferiu um pedido da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). As entidades solicitaram o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja avaliação impressa está programada para os dias 1º e 8 de novembro.

A UNE e a Ubes defendem que, diante da pandemia do novo coronavírus, os estudantes não possuem recursos igualitários na preparação para o Exame. Por isso, entendem que o processo seletivo deve ser adiado para não causar injustiça aos candidatos. O STJ, por sua vez, informou que Faria, relator do mandado de segurança impetrado pelas entidades, afirmou as representantes estudantis não apresentaram ato assinado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, o que, segundo o STJ, inviabiliza a análise do pedido. “Gurgel de Faria destacou que as impetrantes apenas citam editais lançados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação responsável pela realização do exame”, comunicou o STJ.

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Como argumento, a UNE e a Ubes sustentaram que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é subordinado ao Ministério da Educação (MEC). Para as entidades, esse fato justificaria o ajuizamento do mandado de segurança, bem como argumentaram que as inscrições para a prova estão abertas mesmo antes de as aulas presenciais serem normalizadas.

A UNE e a Ubes ainda expuseram publicações em redes sociais do Inep informando que o cronograma atual está mantido, além de entrevistas de Weintraub que reiteram a manutenção do calendário. “Para as demandantes, o cenário atual viola a isonomia e favorece o aumento da desigualdade social, pois os estudantes pobres das cidades ou de áreas rurais têm dificuldade para estudar pela internet e, muitas vezes, nem conseguem se alimentar adequadamente nesse período de isolamento social”, informou o STJ.

Gurgel de Faria, por sua vez, usou o artigo 105 da Constituição Federal, para enfatizar que “compete ao STJ processar e julgar mandados de segurança impetrados contra atos do próprio tribunal, de ministros de Estado e dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica”. O ministro identificou, porém, que não foi juntado ao mandado de segurança ato praticado pelo ministro da Educação. "Assim, inexistindo ato concreto praticado pelo ministro de Estado da Educação, evidencia-se a sua ilegitimidade e, em consequência, a incompetência do STJ para processar e julgar o presente feito", argumentou Faria.

O ministro do STJ ainda reforçou que, no mandado de segurança, é indispensável que a prova do direito seja pré-constituída no momento da impetração. “Ou seja, não é possível a produção posterior de provas”, acrescentou o Superior Tribunal de Justiça.

Apesar dos números de contágios e mortos no Brasil pela COVID-19 não pararem de subir, o cronograma do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) segue inalterado, com divulgação do edital e informações sobre a aplicação-piloto da prova digital. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, também já declarou publicamente que “vai ter Enem”.

Nesse contexto, uma petição online pelo adiamento do exame, que foi criada nesta quarta-feira (1º) e já tem mais de 90% das assinaturas pretendidas, ganhou repercussão e foi parar entre os temas mais comentados no Twitter com a hashtag #adiaenem. O documento virtual criado, pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), afirma que “diferente do que diz o ministro, é absurdo pensar que os estudantes estão em igualdade de condições nessa situação, e que atividades a distância poderiam solucionar o problema da suspensão das aulas”. 

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“Defendemos a suspensão do edital, e um novo debate sobre o cronograma do ENEM propondo o adiamento da aplicação das provas e buscando soluções para ajuste dos calendários em conjunto com a rede de ensino básico e de ensino superior brasileiras”, afirma a petição. Até o momento, o ministro Abraham Weintraub não se pronunciou sobre o assunto.

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A União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) está convocando estudantes em diversas cidades do país a protestar contra os erros nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As mudanças nas notas de corte do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), classificadas como um erro pela entidade de representação estudantil, também são alvo dos protestos. 

Os atos estão marcados para às 11h e, até o momento, foram confirmados no Recife (Praça do Derby), São Paulo (MASP), Rio de Janeiro (Cinelândia), Belo Horizonte (Praça 7), Sorocaba (Praça da Catedral), Campinas (Largo do Rosário), Salvador (Campo Grande), Belém (Praça da República) e Teresina (em frente ao INSS). 

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A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) lançou uma campanha, na última terça-feira (26), pedindo que os alunos filmassem escolas com problemas estruturais. A campanha faz parte de uma reação à carta enviada pelo Ministério da Educação (MEC) às escolas, em que ministro da pasta, Ricardo Vélez Rodrígues, orienta diretores a filmarem estudantes perfilados cantando o Hino Nacional.

Segundo o anúncio da campanha, publicado no Instagram da Ubes, o vídeo deve ter até um minuto. “Convocamos você, estudante, a gravar um vídeo e postar nas suas redes sociais com a #MinhaEscoladeVerdade e mostrar os verdadeiros problemas na nossa escola, que é a goteira no teto da nossa sala, a sala de aula que não tem professor porque não pagam salário, a quadra e biblioteca fechadas porque não têm manutenção, que é o chão rachado na nossa escola, que é nossa escola sem merenda”, disse o presidente da Ubes, Pedro Gorki, na página da entidade no Facebook.

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A Ubes faz a recomendação que os estudantes encaminhem os vídeos para o e-mail informado durante o vídeo de anúncio da campanha. Nas redes sociais, publicações já foram feitas em prol da ação. Entre os vídeos já enviados, estão imagens de tetos e carteiras quebradas, ventiladores improvisados e banheiros interditados

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