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Se 2023 ficou marcado na história da política nacional como um ano em que vários partidos fizeram acordos para, assim, comandar ministérios do terceiro mandato do presidente Lula (PT), também conseguiu ficar conhecido por ter sido um ano em que as importantes lideranças políticas traçaram suas estratégias para a tão aguardada eleição municipal de 2024. Em Pernambuco, por exemplo, a direita caminhou por todo o território do Estado, com o objetivo de firmar alianças, alcançar protagonismos e resolver os problemas referentes a sua popularidade.

Partidos como Progressistas e Podemos ampliaram seus números de prefeituras. No mês de maio, ao alegarem que buscavam alinhamento de suas ideias com as propostas da sigla, os gestores da cidade do Cabo de Santo Agostinho, Keko do Armazém, e do município de Moreno, Edmilson Cupertino, abandonaram seus antigos partidos - PL e PSB, respectivamente - e logo apareceram em fotografias ao lado do deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), atual presidente estadual do Progressistas. Outra desfiliação que foi também muito comentada na atmosfera política pernambucana foi a do prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, que deixou o PSD e formalizou a sua filiação no Podemos em março.

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Em entrevista ao LeiaJá, o cientista político Arthur Leandro definiu essas estratégias dos partidos como “inteligentes”, pois ao mesmo tempo em que as siglas se “potencializam eleitoralmente”, também conseguem “aumentar o comando de espaços tanto no território como no orçamento”. O estudioso também acredita que essas movimentações dos partidos “são naturais” e correspondem ao protagonismo que conseguiram durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O Progressistas, por exemplo, não só está criando estratégias para as reeleições dos prefeitos recém-filiados, mas também vem tentando inserir na próxima disputa municipal, nomes que já são conhecidos entre os pernambucanos, como é o caso da deputada bolsonarista Clarissa Tércio (PP), que entrará na corrida pela prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. A parlamentar, que tem um papel importante para a manutenção do bolsonarismo no estado, já se mostrava interessada pelos assuntos ligados a Jaboatão antes mesmo que seu partido a indicasse como pré-candidata em setembro. Por defender pautas conservadoras, Clarissa solicitou, no início do ano, reforço policial na Marcha da Maconha do município. Na época, a deputada afirmou que a ação policial seria para apurar “eventuais condutas criminosas e uso ou tráfico de entorpecentes”.

No entanto, diferente da Clarissa, que ainda defende fortemente a reputação do bolsonarismo, outras figuras políticas da direita pernambucana logo se viram na necessidade de se adaptarem ao atual cenário político após a saída de Jair Bolsonaro do Palácio do Planalto.

Um dos partidos que passou a integrar a gestão Lula foi o Republicanos, que mesmo dividido entre apoiar o líder petista, para conseguir alguma visibilidade no governo, e manter a sua fidelidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro, conseguiu emplacar o nome do pernambucano Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no Ministério dos Portos e Aeroportos.

O cientista político Arthur Leandro pontua que a ida do filho do ex-deputado federal Silvio Costa, ferrenho defensor de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), reforça a governabilidade do presidente e dá visibilidade ao pernambucano.

“O Silvio Costa Filho procura evidência e controle político. E a condição de ministro assegura controle sobre uma fatia do orçamento, de articulação junto ao Governo Federal, não só na sua pasta, mas nas outras também. Então o ministro e o presidente da República têm clareza dos interesses que os unem nessa relação. É uma relação pragmática e que não deve alterar, digamos assim, a natureza, seja da visão que o presidente e seu núcleo de articulação política percebe acerca das forças do país, nem alterar a orientação de partidos como Republicanos”, disse.

Os desafios do PL estadual

Outro assunto abordado por Arthur Leandro foi as manobras feitas pelo Partido Liberal, em 2023, para driblar dificuldades e “se estabelecer na região Nordeste como uma alternativa ao histórico predomínio das esquerdas”. “A estratégia dos partidos de direita é de negociação com as lideranças regionais”.

As negociações, citadas por Arthur, fazem com que outros partidos ou lideranças políticas, que tentam pensar de forma independente e vão de encontro às decisões das suas siglas, apoiem as pré-candidaturas do partido de Bolsonaro. Com esse cenário, nomes já estão sendo lançados para a disputa de 2024. Como por exemplo, o da presidente estadual do PL Mulher, Izabel Urquiza (PL), para a corrida eleitoral da cidade de Olinda. 

Izabel foi candidata a vice-governadora na chapa encabeçada pelo presidente estadual da sigla, Anderson Ferreira (PL), nas eleições de 2022. Os dois terminaram as eleições em terceiro lugar, atrás da adversária Marília Arraes (Solidariedade), e da atual governadora, Raquel Lyra (PSDB). No município de Olinda, a chapa obteve 26,61% dos votos, sendo a mais votada no primeiro turno. Devido a esse resultado expressivo entre os eleitores do município, Izabel passou a ter seu nome credenciado para a próxima eleição.

Conflitos de ideias no União Brasil 

Se partidos como Progressistas, PL, Republicanos e Podemos, se organizam para 2024 sem apresentarem conflitos internos relevantes, outros ainda tentam cumprir o dever de unir as ideias dos seus políticos e assim ter êxitos, como é o caso do União Brasil, que surgiu da junção dos antigos DEM e PSL.

No campo político nacional, crises entre o presidente do partido, Luciano Bivar (UB-PE), e o secretário-geral, ACM Neto (UB-BA), já foram noticiadas, assim como também desfiliações de parlamentares. Para Arthur Leandro, esses conflitos também se reproduzem em Pernambuco.

“O PSL e o DEM são partidos muito diferentes, então o tipo de dificuldade que aconteceu no nível nacional, ele se reproduz em Pernambuco pelo fato de que os partidos têm funcionamentos internos que são diferentes. Não estou falando apenas de spoiler de liderança política de cada um das forças, mas basicamente do jeito de operar. O Democratas, aqui a gente tem a liderança do Mendonça Filho, que é diferente da liderança do PSL com o Luciano Bivar. Então quando a gente olha sobre essa união em termos de distribuição no território nacional, há locais em que o PSL era mais forte e há locais em que o Democratas era mais forte. Aqui em Pernambuco a liderança de Mendonça Filho era mais relevante e mais tradicional do que a liderança de Luciano Bivar, que foi uma liderança de circunstância, por ter sido o cara que abrigou o ex-presidente Bolsonaro. Então isso deu uma vitaminada, digamos assim, no PSL aqui em Pernambuco”, explicou.

O estudioso afirmou que “em Pernambuco o Democratas era um partido mais robusto do ponto de vista das suas lideranças, enquanto o PSL era um partido que foi catapultado, e que foi vitaminado, digamos assim, pela candidatura de Bolsonaro e pelo fenômeno das eleições de 2018”.

Gestão Raquel Lyra

Sobre a gestão Raquel Lyra (PSDB), que já foi apontada como um governo bolsonarista pelos seus adversários, o cientista político acredita que, em 2023, ela gerou “descontentamentos” tanto na esquerda, como na direita.

Para o estudioso, os acenos da líder tucana ao governo Lula, trouxe “desconforto” a base parlamentar e as lideranças bolsonaristas do estado. Entretanto, Arthur também apontou que o fato da governadora “ter abrigado pessoas claramente bolsonaristas no seu secretariado, como por exemplo a sua secretária de educação, que era secretária de Anderson Ferreira, em Jaboatão, gerou descontentamento na área tão sensível ao campo da esquerda, como a área de educação”. 

Mesmo com essas observações, o estudioso acredita que Raquel se posicionou de maneira “equilibrada” em relação à distribuição de forças no espectro nacional. 

“Ela não reproduziu a clivagem que há no país e ela soube buscar e apresentar o presidente Lula como parceiro, como aliado. Raquel se mostrou como alguém capaz de trazer esse apoio, trazer essa parceria para desenvolver o estado. Então o posicionamento, a postura de Raquel, em relação ao governo Lula, foi inteligente, foi estratégico e não deve mudar no ano que vem”, completou.

 “Direita consistente”

Questionado sobre como a direita exerceu o seu dever em 2023, Arthur Leandro fez questão de afirmar que “a direita se posicionou de maneira consistente” e que ela “não teve enfraquecimento das bases locais” da última eleição municipal para o cenário político desse ano.

“A direita está presente, está potencializada. Se a gente comparar, por exemplo, o ano de 2024 com o cenário que a gente tinha, por exemplo, em 2010, a gente vê que é outro mundo, né? A gente tem a direita viva, acesa, tanto do ponto de vista do lançamento de candidaturas, tipicamente a direita, e eu diria até uma direita com influência, com inspiração bolsonarista, como no campo da centro-direita, do apoio, junto a lideranças locais, nos bairros”, explicou.

Após ter entrevistado a vereadora Flávia Hellen (PT-PE) e o vereador Vinícius Castello (PT-PE), figuras políticas que projetam concorrer as prefeituras das suas cidades, o LeiaJá publica, nesta terça-feira (19), a terceira de cinco reportagens sobre o crescimento de políticos de grupos de minorias, que buscam protagonismo nas eleições municipais do próximo ano.

A reportagem escutou a assistente social Marília Rufino (PT-PE), da cidade de Moreno, e a educadora Selma Barbosa (União Brasil-PE), de Paulista. As duas, que desejam uma vaga nas câmaras de vereadores dos seus municípios, já vêm articulando estratégias para que, nas eleições de 2024, lideranças femininas possam conquistar espaços de poderes que, predominantemente, são ocupados por homens.

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Desafios

Quando o assunto é filiação partidária, o país revela um certo tipo de equilíbrio em seu atual cenário político: dos filiados, 53,8% são homens e 46,2% são mulheres, segundo informações divulgadas em julho deste ano pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, os números expressivos de filiadas não são traduzidos em candidaturas femininas. Apesar das mulheres constituírem a maioria tanto na população (51,5%) como no eleitorado (52,65%), de acordo com levantamentos recentes do IBGE e do TSE, os espaços de poderes na política nacional são ocupados, em sua maioria, por lideranças masculinas.

Em 1997, a Legislação brasileira estabeleceu que os partidos políticos começassem a apresentar chapas de candidaturas ao Legislativo com pelo menos 30% de mulheres candidatas. E, ao longo dos últimos anos, algumas outras políticas afirmativas foram implementadas. Mesmo assim, as últimas eleições mostram que a quantidade de lideranças femininas, que conseguiram sair vitoriosas das disputas eleitorais, ainda é baixa.

Nas eleições do ano passado, somente 91 mulheres foram eleitas deputadas federais. Isso representa apenas 17,7% da totalidade de 513 cadeiras disponíveis na Câmara dos Deputados. Já no Senado, das 81 vagas, apenas 14 são ocupadas por mulheres.

Com relação ao Executivo, as dificuldades que as mulheres brasileiras enfrentam para alcançar postos de liderança são ainda mais evidentes. Das 27 unidades federativas do país, apenas dois estados são comandados por governadoras: Pernambuco pela Raquel Lyra (PSDB) e Rio Grande do Norte pela Fátima Bezerra (PT). Além disso, somente 12% dos municípios são governados por mulheres, sendo Cinthia Ribeiro (PSDB), prefeita de Palmas, no estado do Tocantins, a única a dirigir uma capital.

Nas Assembleias Legislativas dos estados, dados do TSE também ressaltam desigualdades: na somatória de deputadas estaduais e distritais, chega-se ao total de 190 mulheres eleitas (18%). Nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina, a representatividade feminina ficou abaixo de 10%.

Representatividade

Em entrevista ao LeiaJá, a assistente social Marília Rufino (PT-PE), que pretende concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores da cidade de Moreno, acredita que “a disputa será difícil, sobretudo porque as pessoas têm dificuldades de votarem em mulheres”, no entanto, ela percebe que “a população feminina tem uma necessidade muito grande de se sentir representada em espaços políticos e de decisões”.

Marília Rufino. Foto: Guilherme Gusmão/LeiaJá

“Nos últimos tempos a gente está vendo essa discussão muito mais aflorada. E dentro daquilo que eu acredito, dentro das pautas que eu defendo, pretendo levar para dentro da Câmara um olhar mais humanizado para as comunidades do município de Moreno e sobretudo para as mulheres, crianças e adolescentes. É muito importante que a mulher morenense se sinta representada por outra mulher na política local”, afirmou Marília.

Nas últimas eleições municipais, enquanto o Brasil elegia apenas 16% de parlamentares mulheres para as câmaras municipais, segundo o TSE, nenhuma liderança feminina do município de Moreno conseguia ocupar vagas na Câmara dos Vereadores. Ciente dessas dificuldades do atual cenário político local, Marília acredita que a ausência de uma figura feminina no espaço de discussões políticas da cidade faz com que as pautas de interesse da população feminina sejam “colocadas de lado”.

“E com isso a gente está deixando de ter muitas políticas públicas voltadas para a gente. Eu sou candidata, claro que eu quero ganhar, mas eu quero também fortalecer essas outras mulheres a estarem lá, porque caso eu não entre, eu vou ter outras representações. Então é muito nessa perspectiva de fortalecimento, e de empoderar essas mulheres a estarem nesse lugar da gente. A gente precisa entender que por muito tempo fomos silenciadas. A gente foi silenciada a não estar nesses lugares, nesses espaços. É o nosso momento de vencermos e mesmo que tenhamos homens com ideias interessantes, nunca será a mesma coisa de uma mulher ocupando uma cadeira lá [Câmara]”, afirmou.

Marília já vem criando planos para que o resultado de 2020 não se repita no próximo ano. Ela revelou que irá aproveitar o bom desempenho do presidente Lula (PT) nas urnas da cidade, no qual o mandatário venceu o segundo turno da eleição presidencial com 65,09% dos votos dos eleitores, para defender a sua candidatura e impulsionar a campanha eleitoral através do Partido dos Trabalhadores.  

“Eu participei há alguns meses de um encontro com mulheres, que reunia não só as filiadas do PT, mas também do PSB e do PCdoB. Então, assim, tive o incentivo já projetar a candidatura. Outras mulheres também tiveram incentivos. Mulheres que fazem parte dessa federação e que estão aí de uma forma coletiva, plural, entendendo melhor as necessidades das suas cidades. Inclusive, dentro do próprio partido, a gente tem curso de formação, por exemplo. O PT oferece isso”, pontuou.

Marília Rufino e apoiadores do PT. Foto: Arquivo Pessoal

Separadas por 49 quilômetros de distância, a história de Marília é bem semelhante à da educadora Selma Barbosa (União Brasil-PE), que comanda a direção de uma instituição de ensino, localizada no bairro do Janga, na cidade de Paulista.

A diretora da Escola Mundo Novo, em entrevista ao LeiaJá, revelou que já sofreu até preconceitos por defender as suas ideias para a política do seu município. “Ano passado eu disputei, pelo União Brasil, para ser deputada estadual. Através de uma candidatura coletiva fui as ruas para pedir votos e apresentar as minhas propostas. Teve um dia, que eu e a minha amiga, ao chegarmos em uma residência, fomos abordadas por um homem que disse que não iríamos ganhar apenas por sermos mulheres”.

As palavras do eleitor não desanimaram a educadora que, mesmo não conseguindo ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), ainda tem o desejo de alcançar um espaço na política.

“As pessoas já têm em suas mentes que mulheres não foram feitas para certos lugares. Isso se reflete no atual cenário político do país, onde poucas mulheres estão decidindo o melhor para a sociedade. Talvez, diante dessa situação e da minha derrota no ano passado, eu pudesse ter desistido. Mas sou uma mulher negra, da luta e não fui feita para fracassar perante esse sistema. A derrota aumentou mais ainda a minha vontade”, afirmou.

Selma Barbosa acredita em bons resuultados para 2024. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

Questionada sobre o motivo de ter escolhido o União Brasil para disputar as eleições, Selma revelou que é muito criticada por não ser filiada a um partido de esquerda, mas que sempre explica o motivo de permanecer na sigla. “Sou uma mulher negra, empresária, independente e que sei qual o meu lugar no mundo. Sou o perfil que as pessoas acreditam que se encaixa apenas nos partidos da esquerda, principalmente por saberem que mulheres como eu são mais vistas nas pautas defendidas pela esquerda. Mas é importante sabermos que nós mulheres devemos ocupar todos os lados políticos. É importante ter uma diversidade. Claro que sempre devemos defender nossos corpos e nunca produzir falas que tentam nos diminuir”.

A educadora, que já desenvolveu projetos sociais na cidade de Paulista, afirmou que se um dia for parlamentar irá usar o espaço político para trazer melhorias para a educação.

“Sempre me reunia com amigos para fazer um sopão para bairros carentes daqui do município, e percebia nessas ações o como o povo paulistense deseja um amanhã melhor. Não direi que só a fome e a pobreza atingem a população, pois outros problemas também estão presentes. Eu, como educadora, quero trabalhar e cuidar da primeira infância, pois penso nas mães que não têm, muitas vezes, um local seguro para deixarem seus filhos. Essas mulheres devem ser contar com creches de qualidade do município para, assim, buscarem um salário digno”, pontuou Selma Barbosa.

 

Resistindo às pressões vindas dos partidos do Centrão, que pedem mais espaço e cargos no governo Lula, o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo (PT-RJ), afirmou nesta quarta-feira (19) que somente o presidente Lula (PT) pode tirá-lo da função.

Em declaração para uma entrevista da GloboNews, Freixo fez questão de pontuar: "Quem me colocou na presidência da Embratur foi o presidente, quem pode me tirar da presidência da Embratur é o presidente Lula. Tenho muita tranquilidade nesse debate. O que me cabe é trabalhar".

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Sobre a recente mudança no Ministério do Turismo, que substitui Daniela Carneiro por Celso Sabino (UB-PA), o deputado licenciado disse ser "natural o União Brasil pedir o ministério [do Turismo] inteiro".

"Entendo a relação de governança, fui deputado, líder da oposição em relação ao governo passado. Tem que ter governança, diálogo. Acho natural o União Brasil pedir o ministério inteiro, acho que faz parte do jogo", afirmou. Além disso, Marcelo Freixo afirmou que mantém uma boa relação com o novo ministro do Turismo.

"Minha relação com Celso Sabino é a melhor possível. A gente foi amigo no Congresso, trabalhamos juntos em diversos projetos. Já conversei com Celso depois que ele assumiu".

A nomeação do deputado Celso Sabino (PA) para o Ministério do Turismo ainda nem foi oficializada, mas o União Brasil quer mais. O partido, que faz parte da base aliada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso, pleiteia a presidência dos Correios e da Embratur, agência governamental ligada ao Turismo, e hoje sob o comando de Marcelo Freixo (PT). A briga interna entre três lideranças da agremiação, no entanto, atrapalha as negociações com o governo e atrasa o acordo.

O conflito é entre o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e o senador Davi Alcolumbre (AP). Atualmente, o partido tem como representantes na Esplanada dos Ministérios o titular das Comunicações, Juscelino Filho, e o do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Góes é do Amapá, mesmo Estado de Alcolumbre, e foi indicado por ele. Parte do partido o vê como uma espécie de "cota pessoal" do senador, dado que Góes tem uma militância histórica no PDT. Além desses, o partido tinha Daniela Carneiro no Turismo. Ela, entretanto, migrou para o Republicanos, o que fez o partido pedir o cargo de volta.

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De acordo com fontes do Palácio do Planalto, o União Brasil sinalizou na semana passada a Lula o interesse na Embratur e nos Correios - o Turismo já é dado como certo. A Embratur seria um complemento, para que o partido tivesse controle sobre toda a área.

Tempo

Segundo relatos, o chefe do Executivo teria pedido o tempo do recesso parlamentar para concretizar as negociações, mas a falta de consenso tem dificultado o avanço do diálogo. Um interlocutor do governo relatou ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a dificuldade de se chegar a um consenso com "três nomes envolvidos".

Lula quer se reunir com Bivar, Elmar, Sabino e Alcolumbre para aparar as arestas em torno das negociações. Na sexta-feira passada, Bivar se encontrou com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para tratar da indicação ao Turismo. Inicialmente, também estariam Elmar e Alcolumbre, mas eles desistiram de participar por causa da discordância com o presidente do partido.

Irritação

Na semana passada, às vésperas da votação da Proposta de Emenda à Constituição da reforma tributária, Elmar se irritou com o movimento de deputados da bancada para adiar a apreciação da proposta. Ele creditou a iniciativa a Bivar e a Sabino, que estariam insatisfeitos com a demora do governo em trocar o comando da pasta do Turismo.

O movimento de Bivar e Sabino, de acordo com integrantes do partido, foi visto por Elmar como uma espécie de barganha pública na votação "mais importante do ano" e na principal pauta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o que representaria uma falta de fidelidade a Lira. Elmar e Lira são aliados e o líder do União Brasil é visto como forte candidato à sucessão do presidente da Casa.

Antes da votação da reforma tributária, Bivar divulgou uma nota em que defendia o adiamento da apreciação da matéria. O documento continha o nome de 38 parlamentares, mas alguns disseram à reportagem que não autorizaram a assinatura. Nos bastidores, deputados falam até em levar o caso ao Conselho de Ética da Câmara por avaliarem que a nota seria um documento falso. De acordo com parlamentares, alguns nomes estavam até mesmo escritos de forma errada.

Apoio

Elmar entrou em campo para evitar o movimento da bancada e incumbiu o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) da missão de reafirmar a posição do partido em plenário. No fim das contas, 48 dos 59 deputados da legenda apoiaram a reforma no primeiro turno. A avaliação de alguns deputados é de que o movimento desgastou Sabino com o partido e o bloco na Câmara e que seu nome já não seria consenso para ocupar o Turismo.

O Estadão/Broadcast apurou que Elmar também enxerga interferência de Sabino no movimento encabeçado pelo presidente do partido. O parlamentar é o indicado para ocupar o Ministério do Turismo no lugar de Daniela Carneiro. No entanto, o governo vem adiando a troca na pasta, o que tem irritado Sabino, Bivar e aliados. O nome do "ministeriável" estava na nota, mas ele acabou votando a favor da reforma.

Reuniões

O governo reconhece que há dificuldades no relacionamento com a Câmara. Em consequência disso, Lula pediu reuniões semanais ou a cada 15 dias com os líderes partidários da Câmara. Projetos da agenda econômica, como o novo arcabouço fiscal, encontram amplo apoio entre deputados de centro-direita, que veem no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um interlocutor confiável. Mas a fidelidade ao governo para por aí.

A esquerda, com cerca de 130 deputados, não conseguiu impedir reveses como a aprovação do marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Na votação da MP de reorganização dos ministérios "parecia que o teto do plenário Ulysses Guimarães ia cair na nossa cabeça", brincou o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ex-candidata Vanessa Aparecida Cortes Carazzo de Sousa (União-SC), que também já compôs a ala conservadora da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) como deputada suplente, atualmente vende conteúdo pornográfico em uma plataforma adulta paga. Além de criadora de conteúdo adulto, ela também é servidora penitenciária. Nas eleições de 2018, quando mirou a Alesc, se colocou como temente a Deus, defensora da família e das tradições. Carazzo foi apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à época deputado federal.

Após um encontro entre Bolsonaro e a ex-candidata, ela passou a adicionar com mais veemência o antipetismo e o bolsonarismo ao seu discurso. Apesar de servidora municipal em Balneário Camboriú, onde reside, Vanessa Carazzo se inscreveu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como sacerdotisa. Sacerdote ou membro de ordem religiosa”, descreve o registro.

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As redes da conservadora foram recém descobertas, assim como seu pseudônimo na plataforma Privacy. Lá, ela usa o nome “Loirinha safada BC”, sigla para Balneário Camboriú, e cobra R$ 79,90 para o acesso às suas publicações em um plano mensal. O perfil já tem 15 fotos e três vídeos publicados. “Loirinha safada, gostosa, olhos azuis, bunda grande e que gosta muito de uma safadeza. Irei levar sua imaginação às alturas. Fotos bem picantes e vídeos com muito sexo”, escreve a criadora no perfil do Privacy.

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Após a repercussão nas redes e na imprensa, Vanessa Carazzo se pronunciou sobre a chegada de novos usuários em suas redes sociais e disse que tem recebido muitos comentários, bons e ruins. Ela assume abertamente que cria conteúdo adulto e se diz “aberta a críticas”. Também confirma que foi candidata em Santa Catarina e que as informações circulando são verdadeiras.

"Eu não esperava por essas matérias aí que saíram nos sites petistas. Achei que era um amigo meu divulgando as minhas fotos, porque começou a vir seguidores. Eu 'tô' muito surpresa. Quero agradecer aos novos seguidores em minha página, sejam bem-vindo todos vocês. Agora vocês vão saber quem é a Vanessa Carazzo. Na matéria saiu um monte de coisa, mas o que saiu não é mentira. Eu fui candidata a deputada estadual pelo Bolsonaro. Sim, estou com um site no Privacy; não nego”, respondeu a ex-candidata pelos stories, no Instagram.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, admitiu que o União Brasil apresentou desejo de "reformulação" de seus três ministros indicados à Esplanada. Em meio à expectativa de troca da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o marido dela, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), Padilha disse que a agenda do chefe do Executivo ainda não está definida, mas ele sempre esteve à disposição para o diálogo.

"O partido União Brasil vem apresentando desejo de reformulação da representação dos seus três ministros indicados; isso é absolutamente natural que um partido queira apresentar", disse Padilha, após reunião nesta segunda-feira, 12, entre o presidente, ministros e líderes do governo no Congresso. Padilha, contudo, disse que o partido "não apresentou nada especificamente sobre um ou outro ministro, mas está na pauta discutir com o União Brasil essa reformulação".

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"O presidente Lula inclusive pediu para que a gente pudesse conduzir esse debate com o União Brasil, como com outros partidos que também queiram fazer essa discussão", acrescentou, reiterando que a troca de ministros é um "debate permanente". "Lula acolhe isso como natural (desejo do União Brasil)", pontuou.

"Quem avalia, nomeia e troca é o presidente da República", comentou. "Não tem nenhuma data definida, nenhum ministério definido." Segundo ele, ainda não há agenda marcada, "mas o tema está em debate esta semana". "Era um debate que já vinha há um tempo, mas o União Brasil reforçou com mais clareza (pedido de reformulação dos indicados)."

O ministro afirmou que o governo está aberto a ouvir e conversar com outros partidos para discutir uma avaliação permanente dos ministros. Durante a reunião, Lula reforçou a importância da gestão estar à disposição do Congresso na composição do governo e a aceleração da composição do governo.

"O presidente Lula tem um carinho muito grande pelos seus 37 ministros, inclusive Daniela", disse Padilha. De acordo com o ministro, na quinta-feira, 15, haverá uma reunião ministerial para ser feito um balanço das ações das pastas até o momento.

Nascido da fusão do PSL com o DEM, em 2021, o União Brasil elegeu 59 deputados no ano passado e se tornou uma peça-chave na articulação do governo federal, que entregou três ministérios à legenda em uma tentativa de formar uma base sólida na Câmara.

Mas, apesar do espaço que ocupa na Esplanada, o partido enfrenta uma crise interna cada vez mais aguda, o que pode abrir caminho para que o Republicanos, do governador paulista, Tarcísio de Freitas, tenha o controle do Ministério do Turismo na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

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O União Brasil alega ter uma atuação independente no Congresso. A atual titular da pasta do Turismo, Daniela Carneiro, faz parte do grupo de dissidentes do Rio de Janeiro que acionou, no dia 6 de abril, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitando o direito de migrar para o Republicanos sem que corram o risco de perder o mandato.

'Expediente autoritário'

Os congressistas alegam que estão sendo vítimas de um "expediente autoritário" por parte da cúpula do União Brasil. O caso não tem ainda previsão de julgamento. Uma resolução do TSE sobre fidelidade partidária determina que parlamentares só podem deixar seus partidos sem perder o mandato em caso de justa causa.

Lula está sendo pressionado pelo União Brasil a substituir a ministra do Turismo por um outro nome alinhado à ala governista do partido. De acordo com dirigentes da sigla, se o TSE permitir a mudança dos dissidentes, a deputada passaria a ser considerada da "cota pessoal" do presidente ou do próprio Republicanos.

O presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), tem dito que o partido não será da base de Lula mesmo que o presidente ofereça um ministério à legenda.

Interlocutores do Palácio do Planalto estão em compasso de espera, aguardando que haja um desfecho do racha interno e o que chamam de uma prova de lealdade do União Brasil. Além do Turismo, o partido comanda as pastas da Integração Nacional e do Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes, e a das Comunicações, com Juscelino Filho.

Governistas

No mais novo capítulo da disputa partidária, os principais interlocutores do governo federal com o União Brasil - o deputado Luciano Bivar (PE), presidente da sigla, e o senador Davi Alcolumbre (AP) - divergem, agora, sobre a estratégia a ser adotada em relação ao grupo dos dissidentes.

Responsável pela indicação da ministra do Turismo, Alcolumbre defende a liberação de Daniela pelo União Brasil para que ela mude de partido, o que ampliaria a pressão sobre o Planalto. Bivar, por sua vez, diz que não abre mão dos mandatos dos insatisfeitos.

"Nós gastamos mais de R$ 60 milhões para eleger esses deputados. Não podemos abrir mão deles", já declarou o presidente do União Brasil. Bivar tem dito que irá até o fim para exigir "fidelidade partidária". Se a mudança for vetada pela Justiça Eleitoral, os dissidentes serão obrigados a ficar no União Brasil, mas sem cargos na Câmara ou relatorias até o fim do mandato.

Em conversa com jornalistas em Londres, na semana passada, durante o evento Lide Brazil Conference, Alcolumbre disse que a legenda vai "conversar" novamente com o governo. "Ninguém deve ficar em algum lugar contra a sua vontade", afirmou. O senador disse, ainda, que a Executiva do partido vai se reunir para tratar do assunto.

Cunha

O movimento dos filiados que tentam trocar o União Brasil pelo Republicanos é liderado, nos bastidores, pelo ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (RJ), pai da deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ).

O objetivo é assumir o controle da máquina partidária no Estado com vistas às eleições municipais do ano que vem. Essa articulação não teve sucesso no União Brasil. A mudança interessa ao prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos, o Waguinho, que apoiou Lula na disputa presidencial do ano passado e é marido de Daniela Carneiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A briga no União Brasil vai muito além da disputa paroquial pelo poder no Rio. Nascido da fusão do DEM com o PSL, em 2021, o partido já é chamado no meio político de "Desunião" e está rachado em vários Estados e no Congresso. A crise se agravou depois que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e outros cinco deputados federais ingressaram com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo desfiliação por "justa causa". Agora, uma ala da bancada quer aproveitar o imbróglio para pressionar o governo a substituir a titular do Turismo.

Daniela e o seu grupo estão de malas prontas para o Republicanos, partido que tem ligações com a Igreja Universal e não comanda nenhum ministério. Não podem, porém, migrar para outra legenda se não forem autorizados pelo TSE, pois, caso contrário, correm o risco de perder os mandatos.

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"Nós gastamos mais de R$ 60 milhões para eleger esses deputados. Não podemos abrir mão deles", disse o presidente do União Brasil, Luciano Bivar. Até neste ponto a sigla está dividida: uma ala quer que o União Brasil libere os insatisfeitos; Bivar, no entanto, afirma que irá até o fim para exigir "fidelidade partidária".

'Sem pressa'

O Palácio do Planalto tenta um acordo e pode acabar "compensando" o União Brasil, se Daniela for mesmo para o Republicanos. "Vamos ter serenidade para conversar com todos, sem pressa", disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, já reclamou que o partido de Bivar não está "entregando" votos, embora tenha três ministérios (Turismo, Comunicações e Integração). Dirigentes do União Brasil rebatem e calculam que a legenda vai dar cerca de 40 votos ao governo, mais do que o MDB e o PSD. O União Brasil tem 59 deputados.

Deputado reeleito, Bivar está em queda de braço com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que é secretário-geral do União Brasil. O embate, no entanto, não é apenas com Neto: há confronto aberto do presidente do partido com o líder da sigla na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e com o senador Davi Alcolumbre (AP), padrinho das indicações para o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Batalha

A cúpula do União Brasil também trava uma batalha na Justiça com o grupo do deputado Mendonça Filho (PE) pelo comando do diretório de Pernambuco. No Rio, o conflito é com o prefeito de Belfort Roxo, Wagner Carneiro, conhecido como Waguinho, marido da ministra do Turismo. Após perder o controle do diretório fluminense para Bivar e o vice-presidente do União Brasil, Antonio Rueda, Wagner Carneiro se filiou ao Republicanos.

Há também crises em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Ceará, Rio Grande do Sul e Amapá. "Está se consolidando um sentimento anticúpula porque essas disputas contaminam o partido todo. Se o pessoal do Rio conseguir se desfiliar sem perder o mandato, vai ser um enxame de gente correndo para sair também", afirmou o deputado Danilo Forte (CE).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O União Brasil e o PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), anunciam nesta quarta-feira, 12, a formação de um bloco com outras sete legendas, incluindo o PSB e o PDT, que fazem parte da base aliada do governo Lula.

Com 173 deputados, o grupo será o maior da Casa, ultrapassando a aliança formada pelo Republicanos com PSD, MDB, Podemos e PSC, que tem 142 parlamentares.

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A partir da formação dos blocos, as duas maiores forças da Câmara terão partidos do Centrão. De um lado, o Republicanos aliado a uma parte dos partidos de centro-direita. De outro, o PP e o União com PSB, PDT, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Avante e Patriota.

Há uma avaliação no Congresso de que os petistas, assim como o PL, vão se manter isolados. A federação formada pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PCdoB-PV) soma 81 deputados, enquanto a legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro tem 99.

O PDT, o PSB e o Solidariedade já anunciaram que negociam formar uma federação, o que foi visto como uma forma de se contrapor aos petistas no Congresso. Os partidos federados precisam atuar de forma conjunta por pelo menos quatro anos, inclusive em eleições majoritárias, como a de presidente e senador, em que só precisam lançar um único candidato.

Houve também uma tentativa de federação entre o PP e o União Brasil. As negociações travaram em impasses regionais, mas precipitaram conversas de bastidores entre os outros partidos.

A própria formação do bloco do Republicanos com as legendas de centro-direita foi vista como uma reação ao movimento do partido de Lira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer manter Daniela Carneiro no Ministério do Turismo, mesmo após ela ter pedido para sair do União Brasil, partido que a indicou para o cargo. Deputada licenciada, Daniela e outros cinco colegas de Câmara entraram com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para conseguir deixar o União Brasil, sem perder o mandato, sob a alegação de "assédio" político por parte da direção nacional.

Embora tenha sido indicada na cota do partido - que controla três ministérios -, Daniela é casada com o prefeito de Belfort Roxo (RJ), Wagner Carneiro, conhecido como Waguinho. O casal apoiou Lula na campanha eleitoral do ano passado. Waguinho comandava o diretório do União Brasil no Rio, mas se desfiliou após ser substituído no cargo. Ao sair, acusou o deputado Luciano Bivar (PE), presidente do partido, de "intervenção".

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O prefeito, a ministra e os outros cinco deputados dizem que Bivar e Antonio Rueda, vice-presidente da legenda, querem "impor" suas decisões a qualquer custo. "O governo não interfere nos problemas internos dos partidos", afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. "Daniela Carneiro sempre contou com todo o apreço do presidente Lula."

Além do Turismo, o União Brasil tem os ministérios de Comunicações e Integração. O movimento que atinge Bivar foi deflagrado sob a acusação de que ele age como se dirigisse um "partido de cartório". Deputados afirmam que o presidente do União Brasil negociou na surdina cargos nas administrações do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e do prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD).

Waguinho já se filiou ao Republicanos, partido que não integra a base aliada do governo Lula, mas também não é de oposição. O Republicanos se declara independente em relação ao Palácio do Planalto e, nos últimos dias, tem se aproximado do presidente.

A ministra do Turismo e os outros deputados também querem migrar para a legenda, presidida pelo deputado Marcos Pereira (SP). Antes, porém, precisam de autorização do TSE para não correrem o risco de perder o mandato por infidelidade partidária.

Prazo

O processo foi encaminhado para o gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou na terça no Supremo Tribunal Federal e será substituído no TSE por Kassio Nunes Marques. Em sua última decisão, Lewandowski deu prazo de cinco dias para que o União Brasil responda às denúncias apresentadas por Daniela e seu grupo para pedir a desfiliação por justa causa.

"Isso é coisa de advogado que fabrica justificativas para seus clientes", disse Bivar ao Estadão.

Questionado se não há mal-estar na permanência do partido no Ministério do Turismo, com Daniela em guerra com a cúpula do União Brasil, Bivar afirmou que esse assunto diz respeito ao Planalto. "O ministério é do governo. Agora, o Rio de Janeiro não pode ser uma ilha nem o partido uma confederação", destacou. "O União Brasil gastou mais de R$ 60 milhões para eleger esses deputados e não vai abrir mão deles assim."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O União Brasil terá cinco dias para rebater as acusações feitas pela ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e por cinco deputados que acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar deixar o partido sem perder os mandatos.

O processo foi distribuído ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta oficialmente nesta terça-feira (11). Em decisão assinada na noite desta segunda, 10, o ministro abriu prazo para o União Brasil enviar uma resposta ao TSE.

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Lewandowski alerta que, se o partido não encaminhar os esclarecimentos no prazo, o tribunal vai presumir que as acusações são verdadeiras.

"Cite-se o requerido para, querendo, apresentar resposta no prazo de 5 (cinco) dias, contados da citação, devendo constar do mandado expressa advertência de que, em caso de revelia, presumir-se-ão verdadeiros os fatos afirmados na inicial", diz o despacho.

Com a aposentadoria, Lewandowski será substituído no TSE pelo ministro Kassio Nunes Marques, que deve herdar o processo.

Debandada

Além da ministra do Turismo, também pediram desfiliação os deputados Chiquinho Brazão, Juninho do Pneu, Marcos Soares, Ricardo Abrão e Dani Cunha, todos do Rio de Janeiro.

Eles acusam a direção do União Brasil de 'assédio' e de tentar centralizar a gestão dos diretórios estaduais.

Deputados e senadores precisam de autorização para deixar o partido pelo qual se elegeram porque a Justiça Eleitoral considera que os mandatos pertencem às siglas e não aos candidatos. O cálculo eleitoral considera também os votos na legenda.

O União Brasil nasceu no ano passado da fusão do PSL e DEM. O presidente é o deputado Luciano Bivar.

Com a crise aberta no partido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisará decidir se mantém Daniela Carneiro no cargo. Ela é uma das três indicações do União Brasil para o alto escalão do governo.

A ministra esteve no centro de um dos primeiros desgastes do terceiro mandato de Lula. Reportagens da Folha de S. Paulo mostraram que ela recebeu apoio de milicianos no Rio de Janeiro.

Em comunicado curto, o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), confirmou que foram encerradas as negociações envolvendo uma possível federação entre seu partido e o União Brasil. "No que diz respeito ao Progressistas, encerramos as discussões para formação de federação junto com o partido União Brasil", publicou o ex-ministro de Bolsonaro em suas redes sociais, ao anunciar o fracasso dos entendimentos.

O União Brasil é dono da terceira maior bancada da Câmara, com 59 deputados, e uma eventual federação com o PP e o Avante, como estava sendo negociada, poderia resultar numa representação com 115 deputados. Seria um número suficiente para bater o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que detém a maior bancada da Casa, com 99 parlamentares.

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Federações

As federações foram criadas com a reforma eleitoral aprovada em 2021 pelo Congresso Nacional e exigem que as legendas aglutinadas atuem de forma conjunta, em torno de um programa comum, como se fossem uma só sigla, por no mínimo quatro anos. A união vale nos níveis federal, estadual e municipal.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda, 13, que haverá reuniões esta semana entre seu partido e o União Brasil para tratar da formação de uma federação entre as duas siglas. Lira minimizou as divergências entre os partidos para fechar o acordo, que estaria dependendo apenas da definição de "detalhes de governança".

"O problema está só em detalhes da governança. As cúpulas dos partidos já se entenderam e querem fazer", afirmou o deputado, em entrevista ao deixar um evento sobre liberdade de expressão, na sede da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

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Embora tenha citado "detalhes da governança", Lira tratou em seguida do entrave considerado maior, as divergências entre os diretórios estaduais de cada partido.

"Agora, estamos na forma, na conversa, que tem que ser ampla, com todos os diretórios. A que se ter um critério único, justo, para todos os Estados da federação, porque são dois partidos que têm representatividade bem expressiva no Congresso Nacional, governadores, prefeitos", completou Lira.

No início do mês, em busca de entendimentos regionais, o União Brasil e o PP adiaram mais uma vez o anúncio da federação. Como mostrou o Broadcast Político no último dia 6, a demora em fixar um prazo se deve à dificuldade para fechar acordos sobre os comandos em algumas executivas estaduais. Segundo relatos de fontes à reportagem, esses cargos devem ficar com quem tiver mais poder político local. Localmente, o maior problema é que parlamentares dos dois partidos temem perder influência na disputa por prefeituras em 2024.

A federação começou a ser negociada logo após o primeiro turno das eleições do ano passado. Um dos objetivos é fazer frente ao PL, presidido por Valdemar Costa Neto, que tem 99 deputados e 12 senadores. A federação, caso se concretize, contará com, no mínimo, 106 assentos na Câmara e 15 no Senado. Caso consiga fechar também a negociação com o Avante, o grupo ficaria 113 deputados.

Questionado se a formação da federação entre o União Brasil e o PP poderia ajudar o governo federal a consolidar uma base parlamentar no Congresso, Lira evitou responder. "O nosso intuito é fazer com que o País destrave nos temas importantes", disse o presidente da Câmara, citando a reforma tributária como o principal desses temas.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou, nesta quarta-feira (8), que o União Brasil foi convidado para a reunião do Conselho Político convocada para hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na segunda-feira (6), o partido não havia sido chamado para uma reunião de líderes com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o que causou mal-estar.

"É para estreitar relação, discutir os temas principais e organizar a pauta do País e a relação com o Congresso. Isso é muito importante para nós consolidarmos uma relação de parceria, de respeito e de construção com a Câmara e com o Senado. Todos foram convidados, o União Brasil foi convidado", disse Guimarães, ao chegar ao Palácio do Planalto. A ideia, segundo ele, é que Lula instale nesta quarta o Conselho Político do governo.

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Presidente do União Brasil, Luciano Bivar já chegou ao Planalto para se reunir com o petista. Líderes de partidos como PSB, PDT, MDB e PSOL também já chegaram.

Com três ministérios no governo, o União ficou fora da reunião de Haddad com líderes da Câmara na segunda. Outras legendas de centro-direita, como PSD e MDB, foram chamadas, assim como as siglas de esquerda.

O partido, apesar de ter representantes na Esplanada, está rachado e tende a não integrar a base aliada de Lula. No esforço para atrair a sigla, o governo tenta uma "trégua" com o líder do União na Câmara, Elmar Nascimento (BA). O deputado chegou a ser cotado para comandar o Ministério da Integração, mas foi vetado por uma ala do PT.

O União Brasil (UB) declarou o voto dos seus deputados estaduais para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no deputado Alvaro Porto (PSDB). Com a decisão do partido, anunciada nesta sexta-feira (27), Álvaro Porto ganha cinco votos. Os deputados que compõem a bancada da legenda são: Antonio Coelho, Cleber Chaparral, Romero Albuquerque, Romero Sales Filho e Socorro Pimentel.   

A nota do União Brasil também fdestaca o voto para a Primeira-Secretaria em Gustavo Gouveia (Solidariedade). O partido diz acreditar que os dois parlamentares, se eleitos, "vão trabalhar por uma Assembleia Legislativa mais fortalecida, com uma atuação compromissada e em sintonia com os anseios da sociedade pernambucana". 

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A eleição está prevista para ser realizada no dia 1 de fevereiro, quando inicia a atividade legislativa da Casa em 2023 e já tem o nome do tucano como forte candidato a presidir a Casa na nova legislatura que vai de 2023 a 2027. 

 Confira a nota na íntegra: 

A bancada do União Brasil votará unida na eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, marcada para o próximo dia 1º de fevereiro. Os cinco deputados eleitos que compõem o grupo manifestam apoio conjunto em favor das candidaturas dos deputados Álvaro Porto (PSDB) e Gustavo Gouveia (Solidariedade) para, respectivamente, a Presidência e a Primeira-Secretaria da Casa Joaquim Nabuco no biênio 2023-2024.

A capacidade de diálogo com os pares e com o Poder Executivo, bem como a relevante atuação na Casa Joaquim Nabuco dos postulantes foram apontados pelos parlamentares do União Brasil como alguns dos principais elementos para a consolidação desse apoio. 

O grupo consolida o apoio aos colegas, ressaltando a confiança de que ambos vão trabalhar por uma Assembleia Legislativa mais fortalecida, com uma atuação compromissada e em sintonia com os anseios da sociedade pernambucana. 

Recife, 27 de janeiro de 2023 

Antonio Coelho Cleber Chaparral

Romero Albuquerque

Romero Sales Filho

Socorro Pimentel

A indicação de três ministros para o governo Luiz Inácio Lula da Silva não foi suficiente para fazer com que a cúpula do União Brasil aceitasse ir para a base. Mesmo com colegas no primeiro escalão, líderes da legenda, principalmente aqueles oriundos do extinto DEM, rejeitam compor com Lula. Parte dos caciques diz, ainda, que a chefe do Turismo, Daniela Carneiro, que se encontra em processo de fritura após vir à tona ter recebido apoio de chefes de milícia no Rio, tem "baixíssima representatividade".

De acordo com líderes, uma parte do partido vai fazer oposição ao petista. Outra, no entanto, aceita dialogar com o novo governo, mas com a condição de que o PT não trabalhe contra candidatos do União Brasil nas disputas municipais de 2024 e sejam aliados nas eleições estaduais de 2026.

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Os ministros Daniela, Waldez Góes (Integração Nacional) e Juscelino Filho (Comunicações) fazem parte da cota do União Brasil. A negociação para que eles ocupassem os cargos foi feita pelo ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Dentro da articulação, Alcolumbre resolveu indicar um aliado regional - Góes, que é ex-governador do Amapá e filiado ao PDT, deve ir para o União Brasil. O senador também participou da escolha dos deputados e, para isso, ouviu diferentes alas da legenda.

A escolha de Daniela do Waguinho - nome em razão do apelido do marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho - teve a influência do presidente da legenda, Luciano Bivar. A nomeação da deputada para o Turismo provocou a primeira crise da Esplanada. A campanha de Daniela para deputada federal teve a participação de milicianos. A parlamentar nega qualquer envolvimento com os criminosos do Rio e encontrou o apoio público de ministros palacianos de Lula.

Votos

Apesar disso, parte da cúpula do União Brasil diz que ela e os outros dois ministros indicados por Alcolumbre têm pouca representatividade e não ajudam a trazer votos para as bancadas do partido no Congresso. No caso de Daniela, é apontado o fato de ela ter chegado ao União Brasil apenas em 2022 e ter o primeiro mandato no Congresso iniciado em 2018. Não há, portanto, qualquer garantia dos colegas de bancada para socorrer a parlamentar do Rio.

Em relação ao apoio nas eleições regionais, o pedido é considerado difícil de aceitar até mesmo pelos políticos do União Brasil. Há um histórico de rivalidade entre prefeitos e governadores da legenda com o PT nas disputas locais, como é o caso de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Goiás.

Queixas

Também há reclamações de líderes vindos do DEM em relação ao modo como Bivar comanda a legenda. Parlamentares se queixam de que não são consultados quando o presidente do partido toma decisões. A legenda foi criada no começo de 2022 e é o resultado da fusão do DEM com o PSL.

Diante desse cenário, nomes como Bivar e Alcolumbre têm se aproximado do governo Lula. Outra ala, composta pelos senadores Sérgio Moro (PR), Marcio Bittar (AC) e Alan Rick (AC) e pelos deputados Mendonça Filho (PE), Kim Kataguiri (SP) e Alexandre Leite (SP), entre outros, já avisou que vai ser oposição. Um terceiro grupo se classifica como independente, como ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e secretário-geral da legenda, e o senador Efraim Filho (PB).

"A agenda do governo contraria tudo, não é a minha agenda. É intervencionista na economia, revogando todos os avanços econômicos que o Brasil tem, revê reforma da Previdência, comprometendo equilíbrio fiscal. Quem vai pagar a conta são os mais pobres", disse Mendonça Filho ao Estadão, que ainda citou as posições do PT contra o Plano Real, a autonomia do Banco Central e o teto de gastos. Eleito para um mandato no Senado a partir deste ano, Alan Rick também não esconde a insatisfação com o novo governo. "Sigo na oposição ao PT", disse ao Estadão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aliados e ex-aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro estão procurando se acomodar agora que o presidente Lula (PT) tomou posse para seu terceiro mandato. O caso que mais chamou atenção foi o inesperado abraço que a ex-ministra da Secretaria de Governo de Bolsonaro, Flávia Arruda deu no novo chefe do Executivo federal na cerimônia de posse dele no Congresso Nacional, no último domingo (1). O gesto causou um tumulto no meio político e a saída dela do partido do ex-presidente Bolsonaro, o PL. Agora a ex-ministra está sem legenda. 

Com o perfil de Lula que sempre manteve diálogo aberto e conseguiu formar uma frente ampla para se eleger em outubro do ano passado, a ponto de ter dois dos seus ministros que mantiveram relação bem próxima com Bolsonaro. 

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O primeiro nome criticado pela aproximação com o ex-chefe do Executivo é o da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União-RJ). A ex-deputada federal integrou a base eleitoral do ex-presidente em sua cidade de origem. Ela é esposa do prefeito de Belfor Roxo, na Baixada Fluminense, Wagner Carneiro, ficou até conhecida na Câmara como "Daniela do Waguinho". Após sua posse, ela ainda foi criticada por sua relação com milicianos do Rio de Janeiro. Após o assunto repercutir nacionalmente com as pessoas compartilhando as fotos das redes sociais dela acompanhada pousando com milicianos, ela apagou as publicações. 

A segunda indicação polêmica é a do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-DEM) que integrava a base do presidente na Câmara dos Deputados. As críticas pela indicação apontam para o fato dele ter sido um dos parlamentares a pedir a prisão de Lula e outras ações extremistas em seu mandato. Outra questão que pesou foi ele ter votado pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e ter o nome associado ao aparelhamento da comunicação pública. 

União Brasil

Mas a lista de parlamentares do União Brasil alinhados ao bolsonarismo e que tentam conseguir espaço no novo governo só tem aumentado. A posse do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) como ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio foi um dos sinais. Na cerimônia, quatro deputados que se elegeram na onda bolsonarista e se afastaram dela após sua saída do PSL, Junior Bozzella (União-SP), Dayane Pimentel (União-BA), Heitor Freire (União-CE) e Julian Lemos (União-PB) participaram da posse do pessebista e fizeram questão de postar fotos nas suas redes sociais. 

Posses movimentadas 

Quem também chamou atenção ao participar de duas posses de ministros de Lula foi o aliado de primeira hora de Bolsonaro, o deputado federal Otoni de Paula (MDB). O parlamentar era vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara. Otoni marcou presença na posse dos ministros dos Transportes, Renan Filho e das Cidades, Jader Filho. A reclusão do ex-presidente e seu afastamento do meio político após a derrota para Lula estão entre os principais motivos dos aliados estarem querendo se achegar ao governo petista. Em entrevista a um site bolsonarista logo após as eleições, o parlamentar afirmou que o silêncio de Bolsonaro "beira a uma covardia, uma manipulação do povo".

E é justamente a reclusão do ex-presidente e seu afastamento do meio político após a derrota para Lula que estão entre os principais motivos dos aliados estarem querendo se achegar ao governo petista.

O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, afirmou neste domingo, 1º, que o partido não fará oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Não tem demonstração mais explícita do que isso (integrar 3 ministérios). Partido não vai estar em oposição ao governo", disse ao chegar para a cerimônia no Congresso em que o petista tomará posse oficialmente.

Semana passada Bivar participou das últimas articulações com Lula para definir a composição da Esplanada dos Ministérios da gestão que se inicia hoje. O União Brasil acabou ficando com três pastas: Turismo, Comunicações e Integração Nacional. Contudo, como o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, mostrou na quinta, 29, Bivar está desgastado internamente e suas indicações não refletem as intenções da maioria da legenda, que tem afirmado neutralidade em relação ao novo governo.

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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu nove ministérios em troca do apoio de MDB, PSD e União Brasil no Congresso. O anúncio de que cada sigla comandará três pastas deve ser feito nesta quinta-feira (29), em Brasília. Com 143 deputados federais e 31 senadores, as legendas são cruciais para a formação da base de sustentação do futuro governo petista.

Além dos três partidos, o PDT também será contemplado no primeiro escalão. O presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, vai ser o ministro da Previdência.

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Ao todo, já foram confirmados 21 nomes da Esplanada e hoje 16 devem ser apresentados. Com isso, Lula finaliza a formação do governo que tomará posse a partir de domingo, dia 1.º de janeiro. Serão 37 pastas, 14 a mais do que os atuais 23 ministérios da gestão Jair Bolsonaro.

No MDB, já há um acordo para que Jader Filho (PA) assuma o Ministério das Cidades, Renan Filho (AL), o dos Transportes, e Simone Tebet, o do Planejamento. O partido, assim, terá indicado filhos de dois caciques, Jader Barbalho e Renan Calheiros, que hoje estão no Senado, além da senadora e ex-presidenciável que atuou na campanha de Lula no segundo turno.

Procurado pelo Estadão, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), disse que o partido vai ter uma postura colaborativa com a futura gestão federal. "O MDB inaugura uma relação com o governo de efetivamente cumprir um papel de ser parceiro importante, leal, que possa permitir governabilidade e colaborar com seus quadros para que o governo dê certo." Helder não quis comentar sobre a definição de pastas.

Já o PSD terá os senadores Alexandre Silveira (MG) à frente de Minas e Energia, Carlos Fávaro (MT), da Agricultura, e o deputado André de Paula (PE), do Ministério da Pesca. Logo após a eleição, o partido pleiteava duas pastas. O deputado Fábio Trad (PSD-MS) também destacou a importância da participação ativa no governo Lula. "Penso que o PSD, sempre bem conduzido pelo presidente (Gilberto) Kassab, deve participar ativamente deste processo de reconstrução das instituições brasileiras sob a liderança de Lula", disse.

Indefinição

No União Brasil, partido que elegeu Sérgio Moro como senador pelo Paraná, tem uma das maiores bancadas da Câmara e ajudou a aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, há ainda indefinição sobre quem serão os escolhidos. A bancada do partido na Câmara tentou emplacar o deputado Elmar Nascimento (BA) na Integração Nacional, mas a pasta deve ficar com um apadrinhado do senador Davi Alcolumbre (AP).

Uma ala do PT, principalmente da Bahia, resistiu à escolha de Elmar por ele já ter feito críticas ao presidente eleito, inclusive comentários irônicos sobre sua prisão, em Curitiba, em razão de condenação na Lava Jato. A aliados, o próprio deputado afirmou que vai continuar na Câmara para exercer a função de líder da legenda.

No Senado, Alcolumbre, que já presidiu a Casa, participou das articulações diretamente com Lula. Ele avisou ao União Brasil que, além da Integração Nacional, a legenda vai indicar os nomes dos ministérios do Turismo e das Comunicações, para os quais são cotados, respectivamente, os deputados Juscelino Filho (MA) e Paulo Azi (BA). Ainda não há definição sobre quem será o indicado para a Integração Nacional, mas a ideia é que seja um senador do partido.

Negociação

Alcolumbre descartou assumir ele próprio uma pasta, mas defende aliados. O ex-presidente do Senado se reuniu com Lula na noite dessa quarta (28), para definir as escolhas.

O desenho final da Esplanada terá ainda Marina Silva (SP), deputada eleita pela Rede, no Meio Ambiente e Sonia Guajajara (SP), do PSOL, nos Povos Indígenas.

O presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), perdeu a disputa pelo comando do Sport Club Recife nesta sexta-feira (16), com apenas 3,5% dos votos. O atual presidente do clube, Yuri Romão, foi reeleito para o biênio 2023-2024 com 1.463 votos, 96,5% do total. Bivar foi escolhido por apenas 53 sócios do time recifense.

O ex-BBB Gil do Vigor integra a chapa vencedora, Sport do Futuro. Com isso, assumirá a vice-presidência de inclusão e diversidade na chapa para o biênio 2023-2024. Ele será um dos diretores do departamento, criado pela atual gestão encabeçada por Romão, para atuar no enfrentamento às violências no esporte e no clube.

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O economista foi convidado para integrar a chapa após sofrer, em 2021, ataques homofóbicos de um dos dirigentes do clube, Flávio Koury. Em um áudio vazado à época, Koury chegou a chamar de "desmoralização" o fato de Gil ter dançado o "tchaki tchaki", que marcou a passagem do economista pelo reality show, durante uma visita dele à Ilha do Retiro, estádio do clube.

Apesar da derrota na política esportiva, Bivar foi reeleito deputado federal e controla a terceira maior bancada da Casa. O União Brasil elegeu 59 parlamentares, atrás apenas da federação PT-PCdoB-PV, com 80, e do PL, com 99. Bivar já tinha sido presidente do Sport por seis vezes.

Bivar foi procurado pela reportagem, mas não respondeu até a publicação.

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