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A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente se manifestou contrariamente à demolição do prédio de luxo construído irregularmente no Itaim-Bibi, área nobre paulistana, com o entendimento de que a ação teria "impacto ambiental". Também aceitou a possibilidade de acordo para a compensação ambiental por meio de obras em parques.

O parecer foi assinado pelo secretário Rodrigo Pimentel Pinto Ravena em 2 de junho, semanas antes de a Prefeitura requerer à Justiça a autorização para a derrubada do edifício de alto padrão, construído sem alvará de execução.

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"Eventual demolição da obra já finalizada acarretará a produção de resíduos e material poluente, com sérios impactos ambientais", afirmou o secretário no documento. "Contempla-se que eventual compensação ambiental atenderá mais eficaz e amplamente os anseios da população, das necessidades da cidade e, em especial, do meio ambiente."

A decisão de Ravena se refere a um termo de ajustamento de conduta (TAC) proposto pela responsável pela construção irregular, a construtora São José, em maio. No eventual acordo de compensação ambiental, a empresa obteria a regularização do imóvel mediante obras de instalação e reforma de quatro parques.

Essas obras de parques têm o valor estimado em R$ 85,3 milhões, muito inferior à multa requerida na Justiça pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que supera os R$ 500 milhões, por danos sociais, ambientais, urbanísticos e morais.

O secretário destaca no documento que a decisão "limita-se à questão ambiental, mas que, como a questão ambiental é transversal a todas as políticas e ações públicas, possui extrema relevância".

No mesmo mês, contudo, a Procuradoria do Município requereu a demolição do edifício à Justiça. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem defendido a medida como um exemplo de que a gestão não tolera "irregularidades". Procurada, a Prefeitura destacou, em nota, que o parecer do secretário é anterior à decisão de ajuizar uma ação pela demolição. A gestão aguarda decisão da Justiça.

Em nota, a defesa da São José destacou que a construtora argumenta, "desde o primeiro momento", que a eventual demolição causará impacto ambiental na região, o que teria sido comprovado por meio de um laudo técnico e já manifestou interesse em reparar seus "equívocos" com "um TAC para implementar parques em troca da regularização".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A construtora São José, responsável por erguer um prédio de luxo no Itaim-Bibi, zona sul da capital paulista, sem permissão da Prefeitura, assumiu a culpa pela irregularidade anteontem em reunião no Ministério Público de São Paulo. Convocado pelo MP-SP, o encontro serviu para deixar claras as condições que levaram ao embargo do empreendimento, no número 1.246 da Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, região da Avenida Brigadeiro Faria Lima.

Segundo a construtora, o primeiro alvará de aprovação do projeto - e não da obra - foi expedido pela Prefeitura em setembro de 2015, na gestão Fernando Haddad (PT). Em 2019, no governo Bruno Covas (PSDB), a São José comprou R$ 64 milhões em Cepacs, certificados imobiliários leiloados pelo Município que são obrigatórios a interessados em construir em áreas com regras urbanísticas específicas, como a região da Faria Lima.

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Mas a São José, conforme relatado ao MP-SP, usou os Cepacs adquiridos em 2019 para regularizar outro empreendimento, a poucos metros do prédio embargado. Apesar da decisão, ciente da irregularidade, a empresa começou a erguer o St. Barths, de 20 andares, com apartamentos de 382 m² e 739 m², em dezembro daquele mesmo, sem o alvará de execução de obra.

Ao assumir a culpa, reforçando que não agiu com a intenção de desobedecer à lei, já que seguiu o projeto aprovado em 2015, a São José também assegurou ao MP que o caso em questão é pontual. Também ressaltou que nenhuma das unidades foi vendida, o que tem "causado prejuízos".

FISCALIZAÇÃO À PROVA

Foi justamente para não ter mais prejuízos que a São José resolveu pôr a fiscalização da Prefeitura à prova. A empresa admitiu que não comprou mais Cepacs no último leilão, em 2021, já na gestão Ricardo Nunes (MDB), porque os valores estavam superiores ao de mercado. Disse também não ter certeza se poderia regularizar a obra com a compra. Ou seja: assumiu o risco.

O MP abriu inquérito para investigar o caso, após o Estadão revelar a irregularidade em fevereiro. Em seguida, a Controladoria Geral do Município instaurou sindicância e abriu processo contra a construtora e três fiscais. No fim de maio, a CGM disse estudar pedido de demolição do prédio.

A empresa diz confiar em uma solução conjunta por meio das tratativas com o Ministério Público e a Prefeitura. Sem Cepacs para comprar, a solução para a São José e o St. Barths é tentar que o MP intermedeie um acordo com a Prefeitura ou que a Câmara apresse a votação do projeto que revisa a Operação Faria Lima, permitindo novos leilões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A bancada do PSOL entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a recém-promulgada lei que libera a emissão de até 75 decibéis no entorno de shows e grandes eventos na cidade de São Paulo. A nova lei tem sido criticada por parte da sociedade civil e associações de bairro, tanto por permitir o aumento do barulho quanto por ter sido inserida em um projeto sobre outro tema, o das "dark kitchens".

Na segunda e definitiva votação na Câmara Municipal, na terça-feira (29) o vereador Celso Giannazi (PSOL) já havia sinalizado que iria judicializar a mudança, caso fosse aprovada e promulgada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). "É um jabuti sim, porque trata de questões diferentes", afirmou à época, referindo-se ao termo popularmente utilizado para artigos inseridos em projetos sobre outros temas. "Um volume desse tamanho pode trazer diversos problemas à saúde", destacou em rede social neste sábado (3).

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A Prefeitura nega que seja um "jabuti". Em nota destacou: "Tendo em vista que o projeto de lei das dark kitchens trata do regramento para uma atividade nova na cidade e de seus parâmetros de incomodidade, entendeu-se possível a inclusão no texto de definição de parâmetros de incomodidade de ruído nas situações não previstas anteriormente na legislação."

Na semana passada, uma decisão do TJ-SP considerou "inconstitucional" o fim da gratuidade para idosos de 60 a 64 anos nos ônibus da capital paulista, por ter sido inserido em um projeto sobre outro tema.

A nova lei - de número 17.853/22 - entrou em vigor na quarta-feira, 30, após ser publicada no Diário Oficial. De autoria do Executivo , o texto passou por modificações por vereadores ligados à Prefeitura. A mais criticada foi a inclusão do artigo 13, relativo ao novo limite de decibéis para o entorno de shows e eventos de grande porte.

A mudança foi criticada por movimentos da sociedade civil e parte dos vereadores, por envolver um tema não diretamente ligado ao do projeto. Abaixo-assinados apresentados na Câmara reuniram mais de 20,8 mil assinaturas contrárias ao novo limite de decibéis.

O limite se refere a eventos e shows de grande porte previamente autorizados pelo poder público, "assim definidos em decreto regulamentar, que por sua natureza não ocorrem de forma continuada".

Outra mudança na versão aprovada é a inclusão de um parágrafo que destaca que as disposições constantes no artigo "não eximem os responsáveis do cumprimento de medidas mitigadoras relacionadas com o ruído a serem implementadas no estabelecimento ou entorno, conforme o caso".

Ao jornal O Estado de S. Paulo antes da votação, o promotor de Justiça do Meio Ambiente da Capital, Jorge Mamede Masseran, disse que também entraria com representação para o procurador-geral do Tribunal de Justiça, pedindo a declaração da inconstitucionalidade da lei, caso fosse aprovada.

A mudança tem motivado críticas de associações de bairro e moradores por possibilitar o aumento do ruído em áreas hoje com emissão limitada a níveis inferiores, como 55 decibéis, a depender do zoneamento da vizinhança. A lei deve atingir especialmente as vizinhanças de arenas.

Para especialistas, a exposição prolongada a barulho alto pode causar danos ao corpo, como distúrbios de sono, doenças cardiovasculares e problemas à saúde mental. Parte dos vereadores de oposição, tem associado a proposta às três notificações que o Allianz Parque recebeu por violações ao Programa Silêncio Urbano (Psiu) no primeiro semestre, o que poderia implicar no fechamento administrativo. Em abril, por exemplo, um show no local chegou à medição de 74 decibéis.

Em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Abraham Gurvitch, diretor de Relacionamento com o Mercado da Associação Brasileira das Empresas de Eventos em São Paulo (Abeoc), disse considerar os níveis de ruído previstos na nova lei razoáveis. "No dia do jogo do Brasil, eu estava sozinho na minha sala, com a TV ligada, os picos do decibelímetro foram de 80 decibéis. Está havendo um exagero. Os níveis da nova legislação são razoáveis. A sociedade evolui mais rápido que a regulamentação das atividades."

Regras para 'dark kitchens' também receberam críticas; entenda

As chamadas "dark kitchens" são cozinhas industriais voltadas exclusivamente à produção de refeições para entrega, geralmente por aplicativos, sem o atendimento de clientes no local. Moradores de vizinhanças com "dark kitchens" reclamam dos riscos de poluição sonora e atmosférica causada pelos exaustores e outros equipamentos.

Também têm criticado a falta de clareza sobre como seria a fiscalização do setor. Outro ponto questionado foi a ausência de estudo de impacto ambiental desse tipo de atividade.

Parte das empresas dos setor alimentício também tem criticado a lei, por restringir o tamanho de "dark kitchens" a até 500 metros quadrados quando localizadas em áreas residenciais.

Em nota emitida antes da aprovação do então PL, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) disse que a mudança inviabilizaria economicamente a "manutenção das operações existentes" e poderia impedir a abertura de novas unidades.

Já vizinhos de "dark kitchens" declararam em audiências públicas nas últimas semanas que a nova lei é insuficiente. Um dos pontos mais criticados é a falta de restrição ao horário de funcionamento. Moradores do entorno desses espaços relatam um cotidiano de poluição atmosférica e sonora.

O texto aprovado enquadra esses espaços em duas subcategorias, a Ind-1b-1 e a Ind-2-1, classificações existentes para outros tipos de estabelecimentos, na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (a Lei de Zoneamento), de 2016.

A nova lei inclui as "dark kitchens" de três a dez cozinhas e com até 500 m² como Ind-1b-1. Na lei de zoneamento, essa classificação é voltada a estabelecimentos de fabricação de produtos de padaria, confeitaria, pastelaria e afins com "potencial poluidor", em especial de odores, "passível de controle tecnológico". É considerada "compatível com a vizinhança residencial no que diz respeito às características de ocupação dos lotes, de acesso, de localização, de tráfego, de serviços urbanos e aos níveis de ruído, de vibração e de poluição ambiental".

Já a Ind-2-1 se refere aos locais com mais de dez cozinhas ou 500 m². Na Lei de Zoneamento, essa classificação é voltada a espaços de "preparação de alimentos, conservas, produtos de cereais, bebidas, dentre outros". Nesse caso, trata-se de "atividade industrial geradora de impactos urbanísticos e ambientais, que implica a fixação de padrões específicos referentes às características de ocupação dos lotes, de acesso, de localização, de tráfego, de serviços urbanos e aos níveis de ruído, de vibração e de poluição ambiental".

A lei determina que cada cozinha não pode ser menor que 12 m². Uma mudança no texto original delimitou um distanciamento mínimo entre cada dark kitchen, limitadas a um estabelecimento dentro de cada raio de 300 metros.

Para a instalação de novos estabelecimentos, deverá ser apresentado previamente, à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, um memorial de caracterização do empreendimento. Os espaços deverão oferecer infraestrutura mínima para entregadores, como banheiros e água gratuita. A lei também determina que os estabelecimentos já em funcionamento tenham 90 dias para se regularizar.

Ainda segundo a nova lei, a descarga de gases de exaustão deverá ser feita a uma altura de 5 metros em relação ao topo de todas as construções. Outro ponto é que os estabelecimentos não poderão reservar vagas na via pública como estacionamento para a retirada e entrega de mercadorias.

Também será exigido que a entrada dos estabelecimentos tenha uma placa com informações das empresas que utilizam o espaço. Além disso, os locais com mais de 100 m² terão de ter um bombeiro civil para garantir a segurança.

"O cumprimento das disposições específicas de natureza urbanística e edilícia constantes desta Lei não exime os responsáveis pela atividade principal e pela operação das cozinhas do atendimento à normatização aplicável às atividades industriais não residenciais, tanto de natureza municipal, como estadual e federal", destaca trecho da lei.

Em relação a ruídos, os estabelecimentos poderão ser responsabilizados tanto pelo barulho dos equipamentos quanto o gerado pela circulação de motocicletas e demais atividades, se for considerado em desacordo com a legislação em vigor.

"Os responsáveis pelos estabelecimentos serão responsáveis pela incomodidade que seus prestadores de serviço, nesta qualidade, bem como seus funcionários, venham a causar a terceiros, ainda que em área externa às suas dependências, como passeio e vias públicas", aponta outro trecho.

De cada 100 hectares construídos de favela entre 1985 e o ano passado, cerca de 15% foram em áreas de risco, conforme estudo do MapBiomas sobre a urbanização das cidades, realizado com base em imagens de satélite. As áreas informais totalizaram 106 mil hectares. Regiões de risco são caracterizadas por condições inadequadas de moradia e maior suscetibilidade a desastres ambientais, bem como falta de acesso a serviços públicos básicos.

Nesses 37 anos, a malha urbana do País cresceu 2,5 milhões de hectares, resultando na perda de 558,5 mil hectares de formações vegetais naturais. O crescimento urbano, frente ao aumento populacional, é inevitável, mas é preciso pensar na maneira como essa urbanização se dá, a fim de reduzir a precarização da vida humana e impactos ambientais, destaca o levantamento do MapBiomas, projeto que reúne universidades, organizações ambientais e empresas de tecnologia. As imagens de satélite mostraram que a ocupação urbana em áreas de risco, no geral, aumentou três vezes entre 1985 e 2021. Considerando favelas, o avanço foi maior, de 3,4 vezes.

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A ocupação de áreas de risco ocorre de forma desproporcional e se concentra em algumas cidades. Apenas 20 respondem por 36% do crescimento urbano nesses locais dos últimos 37 anos. Salvador (BA), Ribeirão das Neves (MG), Jaboatão dos Guararapes (PE), São Paulo (SP), Recife (PE) e Belo Horizonte (MG) são as seis primeiras da lista.

Áreas de risco, de acordo com o engenheiro ambiental Edimilson Rodrigues, membro da equipe Áreas Urbanas do MapBiomas, são localidades nas quais não existem condições adequadas para moradia, como encostas e locais com alta declividade. Essas regiões podem ser mais suscetíveis a inundações e mais afetadas por desastres ambientais, explica o pesquisador.

"Salta aos olhos perceber que, depois de tanto tempo e com avanços da política urbana brasileira, ainda exista insuficiência de atendimento de habitação e política urbana adequada que atenda toda a população", afirma ele.

Rodrigues indica que as ocupações nessas regiões são fruto de uma política urbana inadequada, que, em suma, empurra a população para essas áreas, onde o preço da terra é mais barata. "A população não ocupa arbitrariamente esses locais. Lacunas de políticas (urbanas e habitacionais) impõem essa necessidade."

Além da falta de acesso a serviços básicos, como educação, saneamento e transporte, por exemplo, a população que vive nessas regiões é afetada desproporcionalmente pelas alterações do clima. "Estudos mostram que existe uma sobreposição entre as populações que vivenciam esse tipo de vulnerabilidade social, como populações sujeitas às mudanças climáticas de forma mais aguda", acrescenta o engenheiro.

As consequências do avanço das construções sobre áreas de risco podem ser nefastas. Ele cita Petrópolis (RJ) como um "exemplo típico" desses perigos: fortes chuvas que castigaram o município em fevereiro e março, com desabamentos e inundações, causaram mais de 240 mortes.

VEGETAÇÃO NATURAL

Nos últimos 37 anos, a malha urbana do País saltou de 1,2 milhão de hectares para 3,7 milhões. Boa parte dessa urbanização ocorreu em áreas de uso agropecuário (67,8%). No entanto, 22,2% delas se tratavam de formações vegetais naturais.

Só os Estados de São Paulo e Rio, localizados na Mata Atlântica, perderam quase 38 mil hectares de vegetação nativa para a expansão urbana. Cada um perdeu, respectivamente, 26.655 e 10.982 hectares.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A caminho da zona leste de São Paulo, é impossível ignorar a torre única do Edifício Platina 220. Da Avenida Alcântara Machado, a mais ou menos 1,5 km do endereço, ela desponta e rasga o horizonte. Com 172 metros, prestes a ser inaugurado, o prédio no bairro do Tatuapé toma a posição de mais alto da capital, que foi, por mais de cinco décadas, do Mirante do Vale (170 metros), no centro.

A edificação começou a subir em 2018 e terá a inauguração marcada por uma série de eventos na última semana de agosto e na primeira de setembro - um deles será uma visitação aberta ao público em geral, com ingressos limitados. Tudo no prédio multiúso é superlativo. Cinquenta pavimentos, contando andares técnicos e três subsolos. De terreno, são 6,4 mil m² e 57 mil m² de área construída. Além disso, há um total de 3,9 mil toneladas de aço e 32,3 mil m³ de concreto.

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PROJETO MAIOR

O edifício faz parte de um projeto maior, chamado Eixo Platina, comandado pela incorporadora Porte Engenharia e Urbanismo, que trabalha numa área que engloba também Belém, Vila Carrão, Vila Formosa, Água Rasa e Mooca. O polo urbanístico é paralelo à Radial Leste, fica entre as Estações do Metrô Belém, Tatuapé e Carrão, e tem como base a Rua Platina. No total, a 1ª fase do projeto inclui seis prédios, que já foram aprovados ou estão em fase final do processo na Prefeitura.

Conforme Moniza Camilo, coordenadora de Ciência Urbana da construtora, um dos objetivos é fazer com que a zona leste deixe de ser apenas "dormitório", evitando deslocamentos para estudar, consumir, se divertir e trabalhar. A ideia é reunir várias dessas possibilidades nesse lugar e, conforme ela, o eixo deve se assemelhar ao que se vê na Avenida Paulista, e não na Berrini ou na Faria Lima.

O moderno e alto edifício já contrasta com o comércio popular e casas antigas e baixas dos arredores. Entre os moradores da região, o prédio que ocupa o número 220 da Rua Bom Sucesso, próximo do Metrô e Shopping Tatuapé, provoca admiração e esperança de mais protagonismo para o bairro, mas também preocupações sobre encarecimento da região e complicações no trânsito.

Urbanistas ouvidos pelo Estadão falam que o maior prédio da cidade estar na zona leste - fora do centro expandido e do chamado quadrante sudoeste - é "simbólico". Para eles, existe a possibilidade de uma "nova centralidade terciária". Por outro lado, levantam preocupações sobre um possível apagamento da memória do bairro e êxodo da população mais pobre com a valorização imobiliária.

ARRANHA-CÉU

O objetivo do Platina 220 nunca foi ser o mais alto da cidade, dizem os envolvidos no projeto. Conforme Moniza, ficar grande foi uma "consequência" dos usos de que a "região necessitava" e também do que a legislação permitia para a área. A torre única favoreceu a "fachada ativa". Com o prédio mais afastado da rua, foi possível fazer doação de área à Prefeitura, para aumento de calçada e área verde.

"A calçada aqui era de 2,5 metros. Hoje tem pedaços que têm cinco, seis metros", fala Oscar Favero, diretor de Engenharia. Composto por 19 lojas, sem grades, a ideia é trazer vida ao térreo. "Se tem um muro, te limitando, traz insegurança, não faz o prédio conversar com o entorno. Por isso, a gente trouxe a fachada ativa e tentou recuar a torre", acrescenta Moniza. O Platina 220 não é um edifício corporativo, nem residencial ou hotel, mas promete ser tudo isso ao mesmo tempo. É dividido em quatro tipos de unidades: apartamentos compactos, quartos de hotel, salas comerciais (offices) e lajes corporativas.

OCUPAÇÃO

Para organizar o público, controles de acesso fazem a divisão. Isso quer dizer que quem vive no residencial não terá acesso ao corporativo e vice-versa, por exemplo. A única exceção fica no 1.º andar, onde hotel e residencial compartilharão uma área de lazer, com piscina, restaurante e academia, além de lavanderia.

No térreo, além das 19 lojas, ficam quatro entradas e cada uma terá uma portaria. Já no subsolo, onde ficam mais de 500 vagas de garagem, as caixas de elevador são divididas por uso e sinalizadas pelas cores na parede. Verde para o residencial; laranja, hotel; e cinza, corporativo e offices. Também há dois elevadores de transferência (transfers), que levam o visitante até o térreo.

Para atender quatro públicos, são 20 elevadores, que são bastante rápidos - alguns atingem velocidades de 4 m/s. A reportagem usou um deles do -1 (subsolo) até o 46, e levou cerca de 51 segundos no trajeto - pouco mais de um segundo por andar. Com a pressão, dá até para ter a sensação de "ouvido entupido". O residencial e o hotel dividem do 1º ao 10º andar. Os 190 quartos do hotel, de 19 m² a 49 m², em corredores em formato de "U", ficam à direita; já os 80 apartamentos compactos, de 35 m² e 57 m², à esquerda.

A metragem reduzida, que se configura em studios ou unidades com dois quartos, mira uma demanda reprimida, explica Moniza. "Não tinha, aqui na região, um produto que olhasse para o jovem."

A capital paulista tem visto o boom de apartamentos compactos, com 250 mil imóveis lançados em seis anos, sobretudo em bairros nobres. Do topo do Platina, é possível uma visão ampla da cidade. "Vai virar ponto turístico", diz a vendedora Andressa Rodrigues, de 22 anos, nascida no Tatuapé.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A pré-candidata ao Governo do Estado, Raquel Lyra (PSDB), participou, na manhã desta terça-feira (14), de reuniões no Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE) e no Sindicato dos Arquitetos no Estado de Pernambuco (Saepe). A tucana foi a primeira pré-candidata ao Palácio Campo das Princesas a solicitar encontros com representações dos arquitetos e urbanistas em Pernambuco. 

 Acompanhada da deputada estadual Priscila Krause (Cidadania), Raquel ouviu as considerações de representantes das entidades, sobretudo sobre habitação popular e urbanismo, e pediu a colaboração do CAU-PE e do Sindicato dos Arquitetos para a elaboração de seu programa de governo. 

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 “Acredito que é fundamental repensar nossas cidades, inclusive com uma visão metropolitana e, para isso, precisamos muito das contribuições dos arquitetos e urbanistas. Encontros como esses são fundamentais para escuta e debate. Fiz esse mesmo caminho até chegar à Prefeitura de Caruaru. Precisamos criar bases, ouvindo os nossos saberes, para esse novo momento de Pernambuco. Precisamos liderar esse movimento”, afirmou. 

Durante as conversas, Raquel abordou também algumas ações realizadas na Prefeitura de Caruaru, como a construção da Via Parque, a urbanização do Monte Bom Jesus e os investimentos em drenagem na ordem de mais de R$ 30 milhões.

“Em Caruaru, em cinco anos, entregamos 4.500 moradias”, acrescentou. “Ao longo dos últimos anos se viu em nosso estado e, particularmente, no Recife, um desmonte das políticas públicas voltadas para habitação. Pernambuco precisa ter uma visão de cidade enquanto um organismo vivo”, reforçou a deputada Priscila Krause. 

O presidente do CAU-PE, Rafael Amaral Tenório, destacou a importância dos profissionais de arquitetura e urbanismo participarem dos debates com os mais diversos segmentos da sociedade, em especial, neste momento, com os representantes partidários, contribuindo com suas visões para a melhoria das condições de vida nas cidades, e para criação de novas oportunidades para todos. 

 “Temos muito a contribuir para o desenvolvimento sustentável das cidades. Fica claro, a cada nova ocorrência que vivemos, a urgência dessas contribuições. Somente com a troca permanente de ideias podemos efetivamente transformar a realidade crítica de nossas cidades”, afirmou Tenório. 

Já o presidente do Siape, Henrique Lins, fez questão de destacar a importância da conversa com a pré-candidata. “Foi muito boa a reunião, em que tivemos a oportunidade de discutir muitos assuntos referente às cidades e ao estado de Pernambuco. O sindicato colocou as preocupações de arquitetura e urbanismo, instrumento para que a cidade, o estado e uma região metropolitana funcionem muito bem dentro dos parâmetros urbanísticos necessários para seu funcionamento”, declarou. O presidente estadual do Cidadania, João Freire, também acompanhou a agenda.

*Da assessoria 

O arquiteto e urbanista é um profissional multidisciplinar que atua em diversos segmentos no mercado profissional, além de áreas já bem conhecidas. O coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade UNINASSAU Caruaru e arquiteto, Rogério Nascimento, destaca alguns dos ramos que a arquitetura tem como mercado profissional, como exemplo: Arquiteto de Patrimônio, Paisagista, Arquiteto Urbanista, de Interiores e de Edificações.

E a área vem crescendo cada vez mais. Segundo dados do novo Índice de Confiança da Construção (ICST), produzido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, essa boa perspectiva de posicionamento profissional chegou a subir mais de seis pontos ano passado, assinalando uma terceira alta consecutiva do indicador no país. “Para este ano de 2021, a área da construção civil e o setor imobiliário possui prospecções de grande valorização segundo especialistas do setor imobiliário, o aquecimento dessa área é positiva para a valorização do profissional de arquitetura e urbanismo”, explica Nascimento.

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E a média salarial? Nascimento traz que de acordo com a Lei 4.950-A/66, que regulamenta a remuneração dos profissionais, a média salarial é de 6 a 8,5 salários-mínimos, a depender da jornada de horas de trabalho. Algumas das outras atividades que podem ser exercidas por um profissional de Arquitetura e Urbanismo são:

- Arquitetura de interiores: organizar o espaço interno, definindo os materiais de acabamento e a distribuição de móveis, considerando a acústica, a ventilação, a iluminação e a estética;

- Arquitetura industrial: planejar projetos para instalação de indústrias, respeitando as normas e os padrões de técnicos e de segurança exigidos de acordo com a área de atuação do cliente;

- Paisagismo e ambiente: desenvolver espaços abertos, como jardins, parques e praças, combinando plantas, pedras, madeiras, calçamento e iluminação;

- Edificação e construção: projetar, acompanhar e coordenar obras, definindo materiais e controlando prazos e custos;

- Luminotécnica: fazer o projeto de iluminação de grandes e pequenos espaços. Realizar a iluminação de eventos;

- Restauro de edifícios: recuperar casas e prédios antigos ou deteriorados, mantendo as características originais;

- Urbanismo: planejar uma região, cidade ou bairro, elaborando o plano diretor e o zoneamento que vão direcionar o crescimento.

Curso de Arquitetura e Urbanismo

A graduação forma profissionais aptos a conceber os espaços físicos da paisagem urbana, das edificações e dos objetos, modelos e detalhamentos. Segundo Rogério Nascimento, o estudante de arquitetura e urbanismo será preparado/habilitado a desenvolver técnica de desenho e pensar criativamente sobre todos os processos de criação. “Pensar na cidade sustentável é também um dos grandes requisitos que os arquitetos e urbanistas devem analisar, dentro desta perspectiva o posicionamento profissional é capaz de mudar a forma do crescimento da cidade”, detalha Nascimento.

O curso é uma das graduações ofertadas pela Faculdade UNINASSAU Caruaru. Os interessados podem fazer a inscrição para o Vestibular gratuito e on-line através do link sereduc.com/120GEF.

Da assessoria 

Detrás de tapumes, um guindaste constrói um edifício na Avenida Faria Lima, zona oeste de São Paulo. De uso comercial e três pavimentos, o espaço segue uma tendência internacional que chega aos poucos ao Brasil, a dos prédios de madeira. Para 2021 está prevista a entrega do primeiro no País, o Floresta Urbana, com 13 pavimentos, na Vila Madalena (zona oeste).

Com a confecção de placas mais resistentes, a madeira voltou a ser opção para construções de maior porte. E também pela busca de alternativas de menor impacto ambiental: menos poluente que o cimento e usando material totalmente certificado no Brasil, proveniente de pinus.

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Projetos no exterior já preveem a construção de edifícios de mais de 80 andares. O cenário inclui Austrália, Europa, América do Norte e Japão, com edifícios, prédios universitários, estádios (como o de Tóquio) e até museus de madeira, parte assinada por arquitetos renomados. Tudo isso aliado a mudanças legislativas para incentivo ao material.

Esse tipo de projeto envolve a "madeira engenheirada", que consiste em diferentes técnicas industriais de junção de várias camadas (como a colagem) em uma placa única de madeira, que recebe a adição de químicos de controle de umidade e afins. O resultado é uma chapa pré-fabricada personalizada nas medidas encomendadas para ser "encaixada" na obra, o que acelera a construção.

Em São Paulo, os projetos cabem à Amata, empresa da exploração e comércio de madeira que passou a investir na construção. "Não é incomum que, quando se fala de madeira, se visualize uma cabana, uma choupana, uma coisa meio artesanal, meio rústica. Mas a madeira virou um produto de alta tecnologia", diz Ana Bastos, CEO da Amata. A tendência envolve tanto o uso exclusivo quanto a construção de imóveis híbridos com tijolo, argamassa e outras matérias-primas. "É um material leve, que permite furos, cortes, ajustes na obra", comenta Ana Belizário, gerente de projeto da empresa.

Outro ponto que costuma ser destacado é a experiência sensorial do morador ou frequentador. "Esse espaço tem outro som, outra acústica, outro cheiro, prazeres que a madeira pode trazer", aponta Carol Bueno, uma das sócias do escritório franco-brasileiro Triptyque, que projetou o Floresta Urbana. Embora a experiência seja pioneira no País, o escritório realiza projetos com madeira na Europa há quase dez anos. Carol ressalta que as iniciativas brasileiras deixam a madeira em evidência por uma escolha mais estética, pois ela pode ser revestida com outras matérias-primas e ficar "invisível".

Há espaço ainda em construções mais populares, no caso da Tecverde, que já construiu prédios para o programa Minha Casa Minha Vida com wood frame, técnica de encaixe de painéis aplicada em construções de até quatro andares. "Atende às normas de prédio de alvenaria", afirma o CEO, Caio Bonatto, que diz ter reduzido 85% de resíduos em obras e economizado 90% de recursos hídricos.

Sustentabilidade

A madeira é vista como uma alternativa de menor impacto ambiental para a construção civil por ser renovável e estar em uma cadeia produtiva de absorção de dióxido de carbono (pelas árvores). O poluente, relacionado às mudanças climáticas, tem a indústria do cimento como um de seus maiores emissores. Além disso, o concreto também depende da extração de areia.

Segundo Ligia Ferrari Torella di Romagnano, pesquisadora do Centro de Tecnologia de Recursos Florestais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a maior parte da madeira engenheirada no País é proveniente de pinus, árvores que têm um crescimento considerado rápido, com corte por volta dos 20 anos, e apropriadas para receber tratamento com cola e aditivos químicos. "Com o clima, cresce muito mais rápido aqui. O Brasil tem um potencial de produção muito grande."

Para garantir que o material não é de desmatamento ilegal, são emitidas certificações de origem. O cultivo de pinus requer o monitoramento de áreas próximas, pois as sementes da árvore se espalham pelo vento e se desenvolvem facilmente sem a intervenção humana, diz a professora Luciana Duque Silva, do Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior da Agricultura da USP.

Ela reitera que, se cultivado corretamente, o pinus não causa erosão. "Só em situações muito particulares." Outro ponto envolvendo a madeira engenheirada e afins é o da segurança. Segundo Ligia, os tratamentos feitos nas fábricas ajudam a prevenir a ação de fungos e insetos, como brocas e cupins, assim como a entrada de água. Da mesma forma, especialistas e empresários garantem que o material é tão seguro quanto o concreto para incêndios.

Técnica pouco estudada

A madeira foi uma das principais matérias-primas da construção civil até a popularização do concreto, há pouco mais de cem anos, como explica Marcelo Aflalo, arquiteto, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e presidente da associação Núcleo da Madeira - apoiada por empresas do setor. "O concreto foi visto como 'salvador da pátria' no começo do século 20. Mas, com o tempo, mostrou que não é tão durável assim, que tem vida útil, com manutenção cara. Hoje se está descobrindo que ele não é essa maravilha, que se precisa de alternativas."

Aflalo pontua, contudo, que a construção com madeira engenheirada é pouco abordada dentro de universidades e entre empresas do meio, o que dificulta o uso em maior escala. "Por isso, arquitetos têm muito receio, construtores não conhecem, a mão de obra também não. Estamos quase começando do zero", afirma.

"As escolas hoje não ensinam nada disso. Tem meia dúzia de pessoas que realmente domina", continua o especialista. "Temos madeira laminada colada há anos, mas não temos escala grande (no País) que permita construir dez prédios ao mesmo tempo, por exemplo."

Ele comenta que a madeira pode também ser utilizada em obras de ampliação de imóveis antigos, o que é facilitado por ser um material leve. "As placas chegam a ter 16 metros de comprimento e 20 centímetros de espessura, se montam como um castelo de cartas, empilhando. Você constrói nove andares em menos de um mês, com quatro funcionários."

O professor comenta, também, que a construção de um prédio de madeira envolve algumas mudanças no planejamento do setor imobiliário. "Hoje, o setor vai pagando aos poucos, faz o lançamento, vende 70%, se capitaliza e aí começa a construção. No prédio de madeira, tudo precisa acontecer em um prazo muito mais curto. Precisa ter outro modelo de negócio, de financiamento." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O centro expandido de São Paulo é como um museu a céu aberto de casas, edifícios, fábricas e outros bens marcantes para a cidade - mesmo que, por vezes, não conservados. Além de discutir incentivos para proprietários de bens tombados, o novo plano urbanístico da Prefeitura para a região prevê a recuperação de dois marcos do período industrial: a garagem de bondes da Light e a centenária fábrica Orion, ambos no Brás.

Datados do início do século 20, eles estão hoje subutilizados, com ao menos parte da estrutura fechada. A ideia do plano municipal é restaurar os dois imóveis e transformá-los em equipamento público para atender o aumento populacional previsto para a região. Uma das possibilidades de uso em estudo é integrar a antiga garagem ao sistema de VLT ou BRT previsto para o centro.

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A proposta, parte do Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Setor Central, está em fase de audiência e consulta públicas e precisa ser aprovada pelos vereadores. O plano deve ser enviado em formato de projeto de lei para a Câmara em março.

Como a antiga fábrica é de um proprietário particular, o plano prevê também a aquisição pela Prefeitura. "Vamos fazer a desapropriação no momento certo, quando tiver recursos. Um decreto de desapropriação tem validade de dois anos", afirma o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando Chucre.

História

Na Avenida Celso Garcia, a garagem é tombada nas esferas municipal e estadual e considerada último remanescente da rede de apoio à operação dos bondes.

Foi erguida há mais de cem anos, atendendo aos serviços da The São Paulo Tramway, Light and Power Company Limited - a Light -, que sucedeu a rede de bondes por tração animal. Hoje é de responsabilidade da SPTrans.

Já a centenária fábrica da Orion fica na Rua Behring e tem a preservação das características externas prevista em âmbito municipal. Localizado em um grande lote de esquina, o imóvel tem quatro pavimentos e mantém dois grandes letreiros com o nome da empresa, especializada principalmente na produção de borracha.

Desde a construção da antiga hospedaria (hoje Museu da Imigração), em 1886, a trajetória do Brás está ligada ao desenvolvimento industrial de São Paulo. A região se tornou, nas décadas seguintes, um dos caminhos para a escoamento de produtos para o Rio ou o Porto de Santos.

"O bairro mudou, tomou características industriais. A chaminé se tornou presente no bairro como um todo", diz Ewerton de Moraes, pesquisador de patrimônio industrial e doutorando da Universidade Federal do ABC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cinza tão associado a São Paulo fica mais evidente em algumas regiões da cidade, como o centro. Entre calçadões, muros e alguns dos maiores edifícios da capital, parques e praças estão quase isolados do restante da paisagem de raras árvores e plantas em distritos como Sé, República e Brás.

Um projeto da Prefeitura quer mudar essa situação, criando corredores verdes em 113 quilômetros da região central.

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A ideia é implementar ao menos um projeto-piloto - no Brás ou na Santa Ifigênia - ainda na gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB), que pretende concorrer à reeleição em 2020.

Também são previstas melhorias em espaços já existentes, como o Parque D. Pedro II, o Largo da Concórdia e a Praça Roosevelt.

A ideia faz parte do Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Setor Central, que estabelece diretrizes para o desenvolvimento imobiliário, ambiental e urbano dos distritos Brás, Pari, Bom Retiro, Belém, República e Sé. O texto está em fase de audiência e consulta públicas e, na versão final, será enviado como projeto de lei para a Câmara Municipal, em março. Um dos objetivos principais é levar 300 mil novos moradores para a região.

O projeto Caminhos Verdes abrange dezenas de calçadas, incluindo algumas nas vias mais movimentadas do centro, como as Avenidas do Estado, Rangel Pestana, Bom Jardim e Celso Garcia, e áreas mais degradadas, como o entorno da Cracolândia. Inclui ainda quatro novas praças, duas nas proximidades da Marginal do Tietê, uma perto do Jardim da Luz e outra na Liberdade.

Segundo a Prefeitura, o custo estimado é de R$ 72 milhões, incluindo alargamento de calçadas, rebaixamento de guias e sinalização. A previsão é de 48 meses para a elaboração do projeto executivo e entrega das obras, ou seja, parte da execução deve ficar para a próxima gestão.

Um mapeamento dos locais de grande circulação de pedestres e que interligam pontos de interesse, como estações de Metrô, foi utilizado para escolher as vias, segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando Chucre. "Foram identificadas ruas e avenidas com largura suficiente para, além de fazer o alargamento da calçada, ter uma área de respiro."

Segundo ele, um dos principais objetivos do Caminhos Verdes é melhorar a experiência dos pedestres, com mais sombra e redução na temperatura. A mudança também dialoga com a intenção de adensar áreas mais subutilizadas e degradadas, como o próprio entorno do Parque D. Pedro II, que pode ganhar uma Parceria Público-Privada (PPP) para prédios habitacionais.

Em relação a pedestres e ciclistas, o PIU Setor Central prevê também a criação de cinco ciclopassarelas sobre o Rio Tietê, interligando as regiões central e norte. Há também a previsão de projetos especiais para cinco áreas no entorno de espaços conhecidos do centro, como o Estádio Canindé, o Teatro Oficina e a Estação Júlio Prestes. "Esses territórios merecem uma discussão mais profunda", afirma o secretário.

Exterior

O conceito de corredor verde ganhou espaço no planejamento urbano no fim do século 19, em Boston (EUA), interligando as "parkways" com áreas arborizadas de tamanhos diversos, diz Matheus Casimiro, urbanista e ex-diretor técnico da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.

Exemplo internacional mais recente vem de Medellín, na Colômbia, que implementou o Green Corridor em 18 ruas e 12 hidrovias. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a iniciativa reduziu a temperatura em mais de 2ºC em certos pontos.

"Quanto mais o verde for integrado aos espaços públicos, melhor para todos", diz Casimiro. "Com os parques lineares, definidos no Plano Diretor de 2002, pela primeira vez uma legislação falou em plano de arborização para avenidas e ruas. Na prática, poucas vias de fato conseguiram implementar."

O último Plano Diretor, de 2014, prevê elaborar o Plano Municipal de Arborização, que está em desenvolvimento e definirá planejamento, implementação e manejo da arborização.

Casimiro diz que criar corredor verde não é, em si, uma dificuldade. O desafio é articular vários atores, como secretarias, concessionárias de energia, órgãos de patrimônio histórico e proprietários. "Tem a questão da fiação, do tipo de pavimento, precisa ver o mobiliário com a CET (o que inclui, por exemplo, placas de sinalização)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma praça do centro de Medellín tem duas grandes esculturas de pássaro: uma intacta e a outra, parcialmente destruída em um ataque à bomba que deixou 29 mortos em 1995. Lado a lado, as peças de Fernando Botero hoje simbolizam a memória do que já foi a cidade mais perigosa do mundo e a renovação vivida nas décadas seguintes. Esse processo de mudança vem acompanhado de grandes projetos urbanos e um dos responsáveis pelo planejamento e gestão deles é Carlos Mario Rodríguez, que trabalhou na Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano de Medellín de 2004 a 2010.

Também professor universitário, o colombiano saiu do setor público há nove anos e hoje é consultor de projetos arquitetônicos e urbanísticos. Ele falou com a reportagem por telefone do Recife, cidade que se inspirou em Medellín para criar projetos em comunidades de baixa renda. Hoje, Rodríguez participa de palestra sobre transformação e inovação, seguida de debate (com inscrições encerradas) com secretários municipais do Recife e de São Paulo, no Insper.

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O que é o "urbanismo social", que alguns associam aos projetos realizados em Medellín nas últimas décadas?

"Urbanismo social" é redundância. Falar em urbanismo é falar de sociedade. Quando falamos de urbanismo social, falamos de operações que são feitas com as pessoas no território, trabalhando com elas. É uma construção coletiva, que pode ser uma biblioteca, um colégio, uma praça, um jardim, uma rua, construídos da perspectiva da população.

Medellín se tornou exemplo. Que mudanças levaram a isso?

É um exercício muito importante em Medellín: de dispor de todas as ferramentas para um território de forma simultânea (são os Projetos Urbanos Integrais), a partir da saúde, da segurança, da educação. Não é um problema só do edifício, da rua, é necessário que arquitetura e urbanismo conversem. Isso se faz com uma metodologia de quatro componentes: institucional, que envolve todos os elementos de governabilidade de um território; e desenvolvimento de programas de fomento, para que as pessoas tenham, de alguma maneira, capacidade de subsistir no meio de um território, com condições melhores. O terceiro componente é o trabalho social que se converte em exercício de corresponsabilidade; finalmente, o desenvolvimento físico e social, com o urbanismo e a arquitetura. É um sistema muito importante, de trabalhar de maneira coletiva. Cada um tem um papel para assumir. O técnico trabalha no componente técnico, os cidadãos trabalham de sua perspectiva, cada um de um jeito.

Por que é tão necessária essa participação da população?

É quem habita o território, quem reconhece os problemas. O território se costura por meio dos olhos da comunidade, que participa do processo desde o início e também na implementação, fazendo projetos de melhoramento. É muito importante porque, no fim, isso cria empoderamento das pessoas, que cuidam mais.

Historicamente, o urbanismo aplicado por governos costuma ouvir a população ou é mais de cima para baixo?

Quase sempre a tradição do urbanismo é de ser o grande planejador de cidades, de cima para baixo, se precisa desconstruir essas linhas do território com as pessoas. O olhar hoje é para a cidade já construída, não para a teórica, como foi Brasília (erguida em uma área sem construções). O urbanismo precisa trabalhar nos bairros, que já estão construídos e em processo de uma ocupação que é muito aleatória.

Esses modelos de Medellín são replicáveis?

Não se pode replicar de maneira literal, cada território tem condições sociais e culturais diferentes. O importante são os quatro elementos, com uma decisão do Estado e um processo de comunicação muito forte. É quase um projeto de acupuntura urbana.

As mudanças ali nas últimas décadas tiveram forte investimento público, até dentro de uma perspectiva de mudança da imagem da cidade. Como transpor isso para outras capitais latinas, que muitas vezes não têm os mesmos recursos?

Não creio que seja uma questão de recursos, mas de uma decisão política, que é muito importante. De colocar todas as ferramentas em um território definido, isso leva a resultados, como a redução da violência. O problema não é de recursos, é de articulação de ações públicas.

No Brasil, muitos prefeitos costumam defender parcerias público-privadas para projetos urbanísticos. É uma solução?

A responsabilidade é dos órgãos públicos. Os serviços gerais de uma cidade se resolvem no setor público. Uma aliança público-privada pode resolver outras coisas, como concessões que dão recursos. Cada um tem as próprias responsabilidades.

O senhor conhece São Paulo? Qual é a sua percepção urbanística da cidade?

Sim, é uma cidade que se expande no horizonte, que se alarga por todo o território. Como Caracas, Bogotá e Cidade do México, que continua crescendo de maneira horizontal e não trabalha sobre cidades compactas. Acaba sendo uma cidade muito custosa, porque necessita de transportes públicos muito complexos, necessita de serviços públicos que atendam à periferia. É uma cidade absolutamente insustentável. São Paulo tem muita diferença entre a riqueza e a pobreza, como uma ferramenta territorial.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O terreno do Cais José Estelita, na área central do Recife, voltou a ser palco de discussões e protestos após a Prefeitura do Recife emitir um alvará de demolição para o local. Dois armazéns foram derrubados após vai e vem de decisões judiciais.

Através das redes sociais, é possível observar que uma parcela expressiva dos internautas é a favor do projeto imobiliário, com o entendimento de que o empreendimento é a única oportunidade de mudar o abandono da área, gerando emprego, moradia e economia. A ideia que foi assimilada por esta parcela da população é: ou se constrói o projeto Novo Recife ou o local continuará abandonado, servindo para consumo de drogas e oferecendo risco para as pessoas que transitam por lá. “Deve ser um local muito bom para maconheiros e promiscuidade para ser defendido assim!”, escreveu um internauta em uma publicação do LeiaJá, um exemplo da visão de que o mercado é o caminho para o cais.

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Na prática, entretanto, a disputa progresso e abandono não existe. Isso porque o Movimento Ocupe Estelita, principal grupo contrário ao projeto imobiliário não defende o vazio urbano do cais da forma que está. Quem destaca isso é o arquiteto e urbanista Vítor Araripe, integrante do movimento, segundo o qual as próprias ocupações realizadas no local são um símbolo da necessidade de intervenções e uso no terreno. Além disso, desde o acirramento das discussões em 2014, projetos alternativos para a área foram produzidos por estudantes, arquitetos e coletivos de arquitetura - alguns projetos mais realistas que outros.

Abaixo, segue um resumo dos projetos alternativos encontrados e que circularam ao longo desses últimos anos. Mesmo considerados menos nocivos, os projetos a seguir não são classificados como ideais por integrantes do Ocupe Estelita. Falta neles, por exemplo, um enfoque no tema moradia popular, que tem protagonismo na pauta dos movimentos urbanísticos. Por motivos óbvios, os projetos também não são considerados ideais pelo consórcio. Servem, entretanto, para indicar que outras ideias foram cogitadas para a área. Um tópico a seguir também apresenta a visão de integrantes do Ocupe Estelita sobre a destinação do terreno. Antes, um resumo do projeto Novo Recife, que se apresenta como inovador e respeitoso à cidade e se encaminha para ser erguido no local.

Novo Recife

Segundo o site do projeto Novo Recife, no site da construtora Moura Dubeux, serão erguidos 13 edifícios no terreno. As construções terão entre 12 e 38 andares.

Como ação mitigadora, está previsto que 65% do terreno, 65 mil m², será voltado para a população, com parques, ciclovia e espaços de convivência. O projeto também promete a preservação de um conjunto de galpões próximo ao viaduto das Cinco Pontas - este será demolido -, além das antigas casas dos funcionários e a oficina de eletrotécnica, com administração pelo poder público e pela iniciativa privada, sendo transformados em museus, cafés e comércio.

Não haverá grades e muros separando os prédios, que contarão com comércio e serviço no térreo. As calçadas terão cinco metros de largura e fiação embutida. Os edifícios contarão com telhado verde e as águas serão reutilizadas para irrigação do parque. Estão previstos ainda um parque linear, quadra poliesportiva e biblioteca municipal.

A Moura Dubeux também destaca ter assumido o compromisso de construir 200 moradias de interesse social a cerca de 300 metros do projeto. O consórcio espera gerar mais de dois mil postos de trabalho direto e indireto.

O primeiro passo do projeto é o Mirante do Cais, composto de duas torres e um edifício garagem de cinco andares. O empreendimento possui apartamento com quatro suítes, sala para dois ambientes e varanda gourmet, além de quatro vagas de garagem cobertas por apartamento. “Além dos espaços tradicionais, como piscina, sauna, salão de festas, playground, brinquedoteca e espaço gourmet, a área de lazer terá quadra de tênis profissional, piscina coberta e aquecida, pista de cooper, horta e pomar orgânicos”, informa a construtora.


Movimento Ocupe Estelita

O Movimento Ocupe Estelita nunca apresentou um projeto próprio para a área. Segundo o arquiteto e urbanista e integrante do movimento Vítor Araripe, essa foi uma decisão tomada no início dos conflitos, em 2014, para que o grupo não fosse comparado às construtoras. “Na época, houve uma certa resistência porque se acreditava que a proposta deveria passar por um projeto bem amplo de discussão, o movimento se sentia sem toda essa legitimidade para promover essa discussão”, ele explica. Agora, com a iminente construção dos prédios, o grupo tem pensado diferente: “O movimento está no momento de tentar fazer alguma proposta, montar algumas diretrizes. Temos um grupo de trabalho tentando montar esse projeto”, acrescenta Araripe.

O mais próximo que os ativistas têm de projeto para área divulgado é um documento com diretrizes que foi enviado à Prefeitura do Recife na época da discussão do plano urbanístico para a área do cais, em 2015. O projeto é assinado por integrantes do grupo Direitos Urbanos, de onde o Movimento Ocupe Estelita surgiu.

Constam como sugestões: no quesito mobilidade, edifícios voltados para a rua; uso de galerias e térreos livres, para criação de espaços de convivência; continuação da Avenida Dantas Barreto em linha reta até o Cais José Estelita; criação de um binário na avenida, cortando o terreno do pátio ferroviário ao meio; demolição do Viaduto Das Cinco Pontas sem implementação de túnel; estabelecimento de número máximo de garagens por empreendimento residencial ou comercial na área; implementação de sistema de transporte coletivo de alta capacidade ao longo do eixo da Avenida Sul e Avenida Dantas Barreto; implementação de linhas circulares de ônibus ou bonde com tarifa gratuita ligando principais pontos de interesse da Ilha de Antônio Vaz, em particular a comunidade do Coque, às estações de metrô e a região do comércio popular do bairro São José;

Sócio-espacial: estabelecimento de uma cota de solidariedade em habitação de interesse social para empreendimentos imobiliários no território e no Cais José Estelita; Demarcação de Zona Especial de Interesse Social (Zeis) na área da comunidade Vila Zenaide, no quadrilátero formado pela Avenida Central, Travessa do Raposo, Rua Lourenço Silva e Rua Imperial; estabelecimento de cota de solidariedade em habitação de interesse social para empreendimentos imobiliários no território e no cais; oferta de habitação de mercado popular, financiada por programas como Minha Casa, Minha Vida; implementação de Habitação de Interesse Social na forma de edifícios inseridos na malha urbana, com maior incidência próximo à infraestrutura de transporte público; concurso público de projetos para a implementação de projetos habitacionais; e requalificação de edifícios antigos para habitação social.

Patrimônio: preservar os armazéns de açúcar, as casas e toneis e outras estruturas remanescentes da atividade ferroviária; preservar como parque o espaço entre os armazéns de açúcar; preservação do máximo de remanescentes dos trilhos do pátio ferroviário; preservar a vista de marcos históricos, urbanísticos e arquitetônicos

Proposta #penserecife

O #penserecife, segundo os próprios integrantes, é um grupo de arquitetos e urbanistas que se dizem insatisfeitos com os rumos do planejamento urbano da capital pernambucana. A proposta para o cais foi publicada em um blog em 2014. De acordo com o #penserecife, a ideia era algo que juntasse os interesses financeiros e imobiliários sem que houvesse prejuízo aos interesses urbanos. “Não há uma polarização antagônica. Há, sim, um radicalismo, de origem egoísta e preguiçosa, das empresas de ramo imobiliário associado a uma exacerbada conivência, impotência e preguiça do setor público, resultando em um sistema fadado ao fortalecimento privado em detrimento da qualidade pública. O nosso projeto é a representação de que esse modelo, vigente por uma acomodação geral, está ultrapassado. Não há vilões, nem heróis. A iniciativa privada é necessária, mas o interesse público tem de prevalecer”, afirmam.

O grupo considera como primeiro elemento estruturador da proposta a conexão da Avenida José Estelita com a Avenida Dantas Barreto, o que criaria “um novo equilíbrio na avenida do camelódromo e possibilitando sua conexão direta à zona sul”. Haveria ainda a ampliação da Praça Sérgio Loreto, conectando-se com uma grande Praça Cívica, que dividiria o lote em duas porções.

Na porção Sul do terreno estariam setorizados os empreendimentos com edifícios residenciais e corporativos, enquanto na Norte estaria o setor hoteleiro, mais próximo à Praça Cívica, e o setor cultural, próximo do Forte das Cinco Pontas e do Bairro do Recife. “Ainda na porção Norte, buscamos criar uma conexão direta com a frente do rio, possibilitando que a população apreenda e se utilize do potencial paisagístico do local”, diz o coletivo.

No polo cultural, 28 galpões seriam revitalizados, transformando-se em equipamento de recreação, lazer e cultura. Haveria para o público geral um complexo com quadras e piscinas cobertas, salas de cinema e teatro, restaurantes e áreas de exposições. O projeto também previa a retirada do Viaduto das Cinco Pontas.

Os edifícios residenciais e corporativos seriam implantados de modo elevado, livrando o passeio para os pedestres e possibilitando a presença de comércio no térreo. O projeto do #penserecife contaria com os dois grandes galpões, que se tornariam um complexo empresarial. Esses galpões foram demolidos na recente intervenção do terreno.

Proposta (Re)pensando a cidade

Este projeto foi apresentado por um grupo de arquitetos chamado JMW Arquitetura e Urbanismo. Segundo o grupo, a proposta se apoia em potenciais investimentos de infraestrutura, estimulando a interação dos cidadãos com as frentes de água e com a malha urbana existente no bairro de São José. O projeto prevê a criação de um parque linear com áreas esportivas, restaurantes e mirante, um píer para embarcações de pequeno porte, praça aquática, galeria comercial e a conversão da Praça Frei Caneca em uma área social.

O viaduto das Cinco Pontas sofreria demolição parcial, com a estrutura sendo transformada em um parque linear elevado que integraria o centro comercial do Recife com as margens da bacia portuária. O parque idealizado é composto por uma pista de corrida, expansão da área verdade e de lazer e um mirante que permite uma vista privilegiada ao Forte das Cinco Pontas, ao Centro do Recife e à Bacia Portuária.

Nos armazéns já derrubados, deveriam ser instalados equipamentos e atividades de uso público, visando priorizar a integração da população existente no centro e nas comunidades vizinhas, como o Coque e Coelhos, com o novo fluxo de pessoas que iria trabalhar e residir no empreendimento. Consta ainda a construção de quadras esportivas elevadas, com o objetivo de equalizar as diferenças sociais através da criação de equipamentos públicos paralelos a equipamentos privados similares. O projeto sugere ainda a instalação de um novo equipamento público de grande porte, como o Sesc, para garantir o uso contínuo do parque.

Projeto de conclusão de curso

Em seu trabalho de conclusão de curso na Universidade de Brasília (UNB), a arquiteta e urbanista Tamiris Stevaux apresentou um projeto para o Cais José Estelita que tinha entre as diretrizes promover a integração do cais com o bairro de São José e o restante da cidade, estimular o adensamento da área de modo sustentável, aproveitando e melhorando a infraestrutura existente, promover suporte para o desenvolvimento de um sistema de transporte eficiente valorizando o pedestre, a bicicleta e o transporte público nesta ordem e projetar espaços públicos de qualidade e acessíveis a toda a população dando preferência a pequenas praças e parques ao longo do cais.

O projeto visa respeitar a paisagem de um Recife horizontal, garantindo a visibilidade do conjunto urbano dos bairros de Santo Antônio e São José, onde estão localizados 16 bens tombados do IPHAN.

A área teria uma nova dinâmica viária. A Avenida Engenheiro José Estelita passaria a ser uma via coletora, enquanto a Avenida Sul ganharia um caráter de via arterial, garantindo um fluxo contínuo para os automóveis que passam pela área. Uma proposta presente é o compartilhamento da Avenida Engenheiro José Estelita, para reaproximar o Forte das Cinco Pontas da Bacia do Pina, cuja aproximação era uma característica desde a construção do Forte, mas foi perdida ao longo do tempo, principalmente com a construção do Viaduto das Cinco Pontas.

Para que o fluxo do vento não fosse prejudicado, o projeto previa a estratégia de escalonamento dos edifícios, posicionando os mais altos, de no máximo 12 pavimentos, atrás dos mais baixos, com o mínimo de cinco pavimentos.

Nosso Cais, workshop da Unicap

Em 2012, o Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) promoveu um workshop para desenvolver diretrizes de intervenção para o Cais José Estelita. Este projeto propõe a construção de um grande parque urbano, com possibilidade de implementação de ciclovias, área para a prática de esportes, áreas verdes e de contemplação, etc; demolição do viaduto das Cinco Pontas; túneis de ligação entre a zona sul e o Bairro do Recife. A Avenida Dantas Barreto interligaria a área ao centro comercial do bairro de São José, facilitando a conexão entre zona sul e centro da cidade.

Além disso, o patrimônio histórico seria preservado, como galpões, silos e linha férrea, que deveriam ser incorporados à intervenção. Essas estruturas poderiam abrigar teatros, museus, galerias, áreas esportivas e centros culturais.

Comércio e serviço operariam no térreo e sobreloja. Já os estacionamentos estariam alocados acima das lojas, para não promover paredões que separem o transeunte do edifício. “Compreende-se a importância da parceria público-privada para o empreendimento da intervenção proposta. Compreende-se também que há um desejo latente de camadas da população que a intervenção nesta área venha a contemplar a todos, não apenas uma camada da população, que, por ventura, adquira apartamentos na área”, assinala trecho do documento.

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A confusão envolvendo o Cais José Estelita parece estar longe do fim. Na noite desta quinta-feira (28), após a retomada da demolição do cais, discussões e princípios de confusão entre os ativistas e os policias militares agitaram os ânimos de quem estava pelo local. 

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De acordo com os próprios militantes, algumas mulheres chegaram a serem agredidas pelos policiais que obrigavam a saída de quem estava na área mais próxima do maquinário que estava sendo usado para a demolição do armazém. Polícias com metralhadoras reforçam a segurança e dizem que o que eles estão fazendo é para evitar que os ativistas sejam atingidos por algum tijolo ou objeto no momento da demolição do cais.

O documento que autoriza a retomada da demolição do Cais José Estelita ainda não chegou no galpão. Pelo menos foi o que informou um policial militar, que está sem identificação visível. O agente confirmou a Jô Lima, codeputada estadual, que solicitou o documento para poder analisar. O PM disse que não estava com o documento e que "ouviu falar que o advogado do Consórcio Novo Recife era quem chegaria para conversar com os ativistas e autoridades políticas" que estão no local.

Aguns dos ativistas que estavam acampando em frente ao cais estão resistindo e tentando impedir que os trabalhadores continuem demolindo os galpões. O comandante dos militares levou Jô Lima para acompanhar como estava a situação dos ativistas. Ele ainda solicitou que a codeputada ajude no convencimento para que os ativistas saiam de dentro do cais.

Na manhã desta terça-feira (26), manifestantes seguem acampados na calçada do Cais José Estelita, no bairro do Cabanga, área central do Recife. Também nesta manhã, o Consórcio Novo Recife continua a demolição dos armazéns. Segundo a assessoria do consórcio, a obra de demolição tem o prazo limite de conclusão para sexta-feira (29).

Nas redes sociais, o Movimento Ocupe Estelita pede mantimentos, como comidas, bebidas, itens de primeiros socorros, além de barracas e colchões. Também está programado para as 17h de hoje no cais o evento Som na Rural.

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Na noite da segunda-feira (25), o consórcio colocou um cartaz informativo da obra que estava sendo realizada. A ausência desse aviso foi uma das críticas dos movimentos urbanísticos ao longo do dia, pois é uma exigência de lei municipal. Os ativistas também fizeram uma plenária sobre os próximos passos do movimento durante a noite.

A Defensoria Pública da União se reuniu com engenheiros e advogados da Moura Dubeux, construtora que faz parte do consórcio, que se comprometeram a não derrubar as paredes que fazem divisão com a área externa, para que seja preservada a integridade dos manifestantes. Viaturas da Polícia Militar (PM) estão no local.

Mirante do Cais – O Consórcio Novo Recife pretende erguer no Cais José Estelita o Mirante do Cais, composto por duas torres e um edifício garagem de cinco andares. Por nota, a Prefeitura do Recife destacou que no terreno haverá 65% de área de uso público e 35% de área privada, com eliminação de grades e muros nas edificações, criação de ciclovia, fiação embutida, comércio e serviços no térreo das edificações, cobertura vegetal no topo dos prédios, eliminação do viaduto das Cinco Pontas e calçada com aproximadamente cinco metros de largura.

Segundo o integrante do Movimento Ocupe Estelita Chico Ludermir, apesar de abatidos, eles pretendem seguir em protesto. “A gente não vai desistir até o último momento. Mesmo que comecem a construir, aqui vai virar um marco da história da resistência das pessoas que acreditam que a cidade possa ser construída de uma maneira diferente, não só pautada por quem tem mais dinheiro”, disse. O movimento defende que o projeto do Mirante do Cais é prejudicial para a cidade e que o cais deveria ser voltado para o interesse público.

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Ocorreu nos dias 25, 26 e 27 de outubro no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, o 3° Congresso de Ciências Exatas e Tecnologias, realizado pela UNAMA – Universidade da Amazônia, com o apoio da UNINASSAU, da Univeritas, UnG, e Faculdade Joaquim Nabuco. O tema principal do evento foi "Amazônia Globalizada e o Futuro das Cidades’’.

No dia 26, houve várias palestras sobre Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores. Dentre elas, "A Inovação e Cidades: Repensando Espaços Públicos’’, ministrada pelo arquiteto e urbanista Lucas Nassar. Ele falou sobre o processo de inovação em espaços públicos e criação de soluções para os problemas das cidades por meio da colaboração entre agentes públicos e sociedade.

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Lucas Nassar é diretor executivo do Laboratório da Cidade, que é uma organização sem fins lucrativos que tem a missão de pensar e propor soluções a problemas urbanos, através de intervenções estratégicas. "Uma das estratégias que nós utilizamos é o urbanismo tático, a possibilidade de a comunidade escolher o seu destino, sem esperar o Estado ou a iniciativa privada, trazer uma transformação imediata’’, explicou Lucas.

De acordo com o urbanista, o projeto surgiu de durante um curso nos Estados Unidos que o fez pensar em como contribuir pra sua comunidade. "O Laboratório da Cidade foi um trabalho de conclusão desses estudos fora, tentar desenhar como uma organização da sociedade civil poderia funcionar em Belém partindo do princípio da inovação e da colaboração, que adapta-se à realidade da Amazônia’’, disse.

Lucas Nassar explicou como utiliza a estratégia do urbanismo tático, que é uma forma de planejar a cidade, de pensar em espaços públicos de forma inovadora, colaborativa, barata, leve, rápida e flexível de se construir a cidade. O urbanista falou sobre quais meios utiliza na orientação da população. "A parte primordial é a capacitação da sociedade, fazer com que ela possa entender como a cidade funciona, para que possa agir nela. Primeiro, ajudar a sociedade a entender qual é o seu problema. Técnicas que façam com que a visualização desse problema fique mais fácil. Tentar diagnosticar o problema a partir do ponto de vista da comunidade. O outro é começar a atacar esses problemas que eles mesmo identificaram. Então não é o arquiteto, o urbanista, o político, que vai dizer qual é o problema, qual é a solução. Nós queremos ser facilitadores para que a sociedade diga qual é a pergunta, qual a resposta pra aquela pergunta’’, concluiu.

Por Amanda Lima.

 

A UNAMA - Universidade da Amazônia realizou, nos dias 25, 26 e 27 de outubro, o III Congresso Nacional de Ciências Exatas e Tecnologia, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, em Belém. A palestra “Arquitetura de Espaços e Saúde” foi uma das atrações do módulo Arquitetura e Urbanismo/ Design de Interiores.

Na palestra, o arquiteto Oliveira Júnior compartilhou dicas com os estudantes e profissionais de arquitetura sobre como melhorar os projetos que estão desenvolvendo. “Na verdade, eu queria mostrar para eles que fazer qualquer projeto, tem um processo, tem metodologia. Ninguém chega a um resultado sem estudar todas as variáveis, quando você compreende isso parece que você consegue ver a luz no fim do túnel. Os filósofos falavam que a pergunta é mais importante que a resposta e eu estou sempre me perguntando para melhorar a minha resposta”, disse Oliveira.

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O arquiteto falou sobre a importância de participar do congresso. “Acho vital e parabenizo a instituição em promover e buscar pessoas de outros lugares para esse bate-papo que é intercultural. Isso enriquece muito, e é fundamental. Estou muito feliz em estar aqui. Eu vim aqui para buscar coisas diferentes para mim e deixar um pouco, mas eu levo mais do que deixo”, explicou o arquiteto.

Para Caroline Vieira, estudante do último semestre do curso de Arquitetura, na UNAMA, a palestra ampliou seus conhecimentos e vai ajudar na elaboração do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) sobre arquitetura hospitalar. “O meu tema é sobre 'Arquitetura da cura: a influência da arquitetura na melhora do paciente internado'. É um estudo de caso em um hospital particular, na Região Metropolitana de Belém, e vai ser uma intervenção em ambientes específicos, pensando justamente na melhora do paciente, em uma ala pediátrica”, disse a estudante.

Laildo Mendes, também estudante do último semestre do curso de Arquitetura da UNAMA, disse que o palestrante o ajudou a compreender os conhecimentos que estava procurando no congresso. “Eu achei o tema muito interessante. O palestrante tem uma didática simples de ser entendida. O projeto dele é muito interessante e eu acho muito válida a palestra pôr dar respostas a estudantes”, concluiu.

Por Rosiane Rodrigues.

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No 3° Congresso Nacional de Ciências Exatas e Tecnologia, no Hangar Centro de Convenções e Feira da Amazônia, foi realizada, no dia 26 deste mês, a palestra sobre projetos de paisagismo. A palestrante foi Margareth Maroto, que falou da importância do paisagismo, de estudar o ambiente, das melhores espécies de plantas e do uso da tecnologia por meio de aplicativos. 

Para a palestrante, é muito importante poder passar seu conhecimento para os alunos, para que eles possam viver e aprender sobre o paisagismo. “O paisagismo é importante nas nossas vidas quando tem um momento que tem que mudar algumas coisas. O paisagismo faz isso. Faz fazer uma reflexão e voltar para dentro de si. É a natureza. Eu fico muito feliz quando o jovem se interessa por paisagismo. Eu gosto de colocar isso para ele de um jeito que ele se interesse, porque é a vida dele. Ninguém vive sem a natureza, o ar, a chuva etc”, disse Margareth.

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Margareth disse que os profissionais de arquitetura precisam ter uma visão ampla, e valorizar profissionais de outras áreas, para melhorar o resultado do seu trabalho. "O arquiteto não pode viver sem o paisagista e o paisagista não pode viver sem o arquiteto. Eles têm coisas em comum, estão juntos. Um não pode sair de perto do outro, porque é o bem-estar de vida, nem que seja uma plantinha em um lavabo. Aquilo já é importante”, falou a paisagista.

Esse foi o primeiro congresso de que Eduardo Moreira, estudante de Arquitetura e Urbanismo, participou. Para ele, o evento abrange um conhecimento muito grande de diversas áreas. “Esse congresso está sendo muito bom porque está trazendo um conhecimento de diversas áreas da arquitetura, tanto de interiores, como restauração de patrimônios históricos da cidade de Belém, dentre outros assuntos também. Está somando muito para a nossa formação”, disse o estudante.

Eduardo disse que o congresso superou sua expectativa. Ele conseguiu aprender muita coisa para a restauração de imóveis do patrimônio histórico da cidade de Belém, área em que pretende trabalhar. "Isso está somando muito, está trazendo muito conhecimento que eu não tinha e está sendo uma experiência muito bacana. Muita gente não tem noção que o paisagismo é justamente a parte final do projeto. Muitos arquitetos acabam projetando a casa, o imóvel ou qualquer coisa em que estejam trabalhando e esquecem do paisagismo, porque é uma opção do cliente, mas muitas vezes eles esquecem por conta de outros ambientes que eles, talvez, estejam mais focados. Quando estamos trabalhando nisso, ao projetar qualquer ambiente que necessita de uma iluminação a mais, que a gente possa fazer alguma coisa para melhorar aquele lugar, temos que pensar na parte do paisagismo, porque traz um conforto ambiental muito grande para as pessoas que estão naquele lugar”, concluiu. 

Por Sayury Moraes.

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Um homem não identificado encontrou um veículo estacionado em frente à garagem e obstruía a entrada e saída do prédio onde reside. Enfurecido com o desrespeito do condutor infrator, o cidadão acorrentou o carro a um poste. O caso aconteceu no último sábado (8), na Rua Carlos Gomes, no Centro de Salvador.

A Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) foi acionada. O veículo só foi desacorrentado após a chegada da autarquia, que trouxe um guincho e fez a remoção do veículo.

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Segundo o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, “em situações semelhantes a esta, o cidadão deve denunciar à Transalvador através do telefone 156, o Fala Salvador, ou pelo aplicativo do órgão, o NOA Cidadão. Nossos agentes irão ao local e, caso seja verificada alguma irregularidade, as medidas necessárias serão imediatamente adotadas”, afirmou.

De acordo com o artigo 181 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), estacionar em local destinado a entrada e saída de veículos é infração média, com multa no valor de R$ 130,16, além de 4 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Não aconselhamos à população que adote este tipo de atitude em situações como esta”,  disse Muller.

O muro de vidro da Raia Olímpica da Universidade de São Paulo (USP) na Marginal Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, amanheceu nesta quinta-feira, 7, com mais uma placa quebrada. Desde abril, esta é a quinta vez que parte da estrutura de painéis é destruída.

Segundo a Polícia Civil, peritos foram ao local para dar início às investigações. Um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado no 91º DP (Butantã), mas até o momento ninguém foi preso.

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A última ocorrência havia sido registrada no dia 28 de abril, quando agentes da Secretaria Municipal de Segurança Urbana prenderam um homem de 38 anos, surpreendido pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) por furtar uma coluna de alumínio arrancada do muro de vidro da USP.

Na época, segundo a nota, o indiciado tinha acabado de quebrar um dos vidros para retirar a coluna e já havia outro vidro quebrado. Ele também foi conduzido ao 91º DP, onde foi registrado um boletim por furto qualificado.

Outros casos

No dia 18 de abril, parte do muro de vidro, que separa a Marginal Pinheiros e a Raia Olímpica da USP, amanheceu quebrada. Outras três partes do muro de vidro amanheceram destruídas no dia 20 de abril.

O terceiro registro foi feito no dia 24 de abril. Na ocasião, a Prefeitura disse que repudiava os atos de vandalismo contra a estrutura e que faria um convênio com a USP para que a Guarda Civil Metropolitana pudesse patrulhar a área.

Inaugurados em 4 de abril, os painéis são de vidro temperado e tem 3,15 metros de altura, 1,8 metro de largura e 12 milímetros de espessura, com película de proteção. A obra custou R$ 15 milhões, e, segundo a Prefeitura de São Paulo, foi custeada por 45 empresas.

No dia da inauguração da primeira parte da obra, a Prefeitura informou que haveria uma revitalização do local e a instalação de câmeras de monitoramento. Os equipamentos, entretanto, ainda não foram instalados.

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A 1ª Competição de Protótipos Ambientais promovida pelo curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade da Amazônia (Unama) ocorreu na terça-feira (29), no campus Alcindo Cacela, em Belém. A ideia partiu do coordenador do curso, professor Leonardo Neves, para estimular os alunos e movimentar o calendário de eventos.

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Os participantes criaram um problema e a partir disso desenvolveram um protótipo que solucionasse a situação. Os projetos criados foram sobre a água da chuva, aterro sanitário, tratamento de água e energia fotovoltaica. Para Leonardo, o principal objetivo é estimular os alunos a produzirem trabalhos, além de mostrar à sociedade que existem soluções para os problemas cotidianos.

O coordenador acrescentou que a ideia de protótipos facilita a exposição acadêmica. “É legal porque a gente pode fazer, por exemplo, uma exposição no shopping, criar algo físico que a gente possa usar depois para divulgar”, disse.

Um dos protótipos produzidos foi o da aluna Debora Rie Nicioka, que é uma drenagem para captar água da chuva e ajudar nas enchentes em locais baixos. “A nossa maquete é de uma comunidade que se situa em um buraco. Com as chuvas acabam ocorrendo as enchentes e alagamentos”, explicou a aluna.

Debora disse que o desenvolvimento do protótipo exigiu dedicação e tempo das estudantes. "Ficamos manhã, tarde e noite para terminar no prazo, mas valeu a pena. O resultado está muito bom, é muito gratificante e um incentivo. Eu acho que todo mundo precisa de um incentivo para ter uma dinâmica melhor", destacou.

Os protótipos ficaram expostos das 8 às 22 horas no hall da universidade e durante esse tempo chamou a atenção de Douglas Monteiro, aluno do curso de Farmácia. Ele achou uma boa iniciativa por serem projetos ambientais e que prezam pela natureza. “Uma ideia sustentável, observando a natureza, e moderna. É bonito, diferente. Tem um teto cheio de plantas, flores que dá uma ambientação melhor para casa.”

Participaram do concurso 25 alunos com equipes de cinco e foram produzidos dez protótipos. Segundo o professor coordenador, o resultado foi alcançado, que é pôr em pratica o que os alunos aprendem na sala de aula. “A ideia é manter o evento com um padrão no calendário da Unama e do curso. Ano que vem esperamos mais protótipos, mais alunos e consequentemente uma visibilidade maior”, finalizou Leonardo.

Por Bruna Oliveira.

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