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O Tribunal de Apelação do Vaticano condenou, nesta terça-feira (23), o padre italiano Gabriele Martinelli a dois anos e meio de prisão por corrupção de menores, devido a relações sexuais mantidas em 2008 e 2009 com um adolescente um ano mais novo que ele.

"É um dia importante para o meu cliente, porque, após muitos anos de sofrimento, a violência que ele sofreu realmente foi reconhecida", disse à AFP Laura Sgrò, advogada da vítima.

"Esperamos que esta decisão possa, de alguma forma, levar a uma reflexão ainda mais profunda sobre o abuso sexual na Igreja", acrescentou.

Os fatos começaram em 2007 no pré-seminário de São Pio X, no Vaticano, quando Martinelli e a vítima ainda eram adolescentes de 14 e 13 anos, respectivamente.

Os abusos teriam continuado por cinco anos, até 2012, quando Martinelli tinha 19 anos.

Em outubro de 2021, o tribunal penal do Vaticano absolveu o padre das acusações de estupro do mesmo menor, quando ambos viviam no seminário São Pio X.

O tribunal, que também julgou na época o ex-reitor da instituição acusado de cumplicidade, considerou que não havia dúvidas sobre as relações sexuais entre o padre e sua suposta vítima, mas que os elementos não eram suficientes para provar a coação por meio de violência ou ameaças.

Em segunda instância, o Tribunal de Apelação da Cidade do Vaticano reclassificou nesta terça-feira os fatos como corrupção de menores.

Martinelli, ordenado padre em 2017, foi condenado a dois anos e meio de prisão e a uma multa de mil euros (R$ 5.830, na cotação atual), conforme a decisão à qual a AFP teve acesso.

O tribunal considerou que o padre não é punível pelos fatos até 2 de agosto de 2008, pois era menor de 16 anos. No entanto, durante o período entre 9 de agosto de 2008 e 19 de março de 2009, o acusado já havia atingido a maioridade sexual, ao contrário de sua vítima.

O pré-seminário de São Pio X abriga crianças e adolescentes que estudam em uma escola privada no centro de Roma e ajudam durante as missas celebradas na Basílica de São Pedro. Alguns deles decidem depois tornar-se padres e ir estudar em um seminário.

O Vaticano autorizou pela primeira vez, em um documento oficial divulgado nesta segunda-feira (18), a bênção para casais do mesmo sexo, com a condição de que seja realizado fora dos cultos religiosos, um gesto inédito para a Igreja Católica, que segue firme em sua oposição ao casamento homossexual.

Existe "a possibilidade de bênçãos de casais em situações irregulares e de casais do mesmo sexo, cujo formato não deverá encontrar qualquer fixação ritual por parte das autoridades eclesiásticas, para não causar confusão com a bênção do sacramento do matrimônio", afirma o documento do Dicastério para a Doutrina da Fé, aprovado pelo papa Francisco.

"Esta bênção nunca acontecerá ao mesmo tempo que os ritos civis de união, nem mesmo em conexão com eles. Nem sequer com as vestimentas, gestos ou as palavras próprias de um casamento", acrescenta o texto.

É a primeira vez que a Igreja abre caminho de forma clara à bênção de casais do mesmo sexo, um tema que suscita tensões em seu seio devido à forte oposição da ala conservadora, especialmente nos Estados Unidos.

Apesar de não serem reconhecidos pela Santa Sé, alguns religiosos já abençoaram casais do mesmo sexo, principalmente na Bélgica e na Alemanha.

- "Grande avanço" -

Esta decisão "esclarece as coisas porque havia um vazio nesta questão", explica à AFP Patrick Vadrini, especialista em direito canônico e professor emérito da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma.

"Ao definir grandes normas gerais, a Igreja deixa nas mãos de quem tem contato direto com as pessoas à medida que a norma é aplicada. Nós nos adaptamos às pessoas", acrescenta.

O padre americano James Martin, conhecido por seu compromisso com os fiéis LGBTQIA+, comemorou a decisão na rede social X (antigo Twitter), afirmando que será um "grande avanço no Ministério da Igreja para as pessoas desta comunidade.

Por outro lado, poderia intensificar a oposição da ala tradicional da Igreja, em um momento em que se multiplicam as críticas dos conservadores sobre a gestão do papa Francisco.

Esta declaração é divulgada seis semanas após a conclusão do Sínodo sobre o futuro da Igreja Católica, uma reunião mundial consultiva na qual bispos, mulheres e laicos debateram questões sociais como a aceitação de pessoas LGBTQIA+ e os divorciados que se casam novamente.

No início de outubro, cinco cardeais conservadores pediram publicamente ao papa para reafirmar a doutrina católica sobre os casais homossexuais, mas o documento final do Sínodo não incluiu esta questão.

Em 2021, o Vaticano reiterou sua opinião de que a homossexualidade é um "pecado" e confirmou que os casais do mesmo sexo não podem receber o sacramento do casamento.

Desde sua eleição em 2013, o jesuíta argentino, que insiste na importância de uma Igreja "aberta a todos", tem despertado repetidamente a indignação dos conservadores, especialmente por limitar o uso da missa tradicional em latim em 2021.

O Vaticano confirmou nesta segunda-feira (18), com o aval do papa Francisco, a possibilidade de padres e bispos abençoarem casais homoafetivos, desde que essa prática não seja confundida com o casamento.

A orientação foi divulgada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão mais importante da Santa Sé em termos de teologia e herdeiro da Santa Inquisição.

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De acordo com o órgão, são possíveis as "bênçãos a casais em situação irregular e a casais do mesmo sexo, cuja forma não deve ter qualquer fixação ritualística por parte das autoridades eclesiásticas, a fim de não produzir uma confusão com a bênção característica do sacramento do matrimônio".

"A bênção chega de Deus para aqueles que, reconhecendo-se como necessitados de sua ajuda, não reivindicam a legitimação de um status próprio", explicou o dicastério.

De acordo com o órgão, para não ser confundida com o casamento, a bênção poderia ocorrer em situações como a "visita a um santuário, um encontro com um sacerdote ou uma oração recitada em um grupo".

"Não se pretende legitimar nada, mas apenas abrir a própria vida a Deus, pedir sua ajuda para viver melhor e invocar o Espírito Santo para que os valores do Evangelho possam ser vividos com maior fidelidade", acrescentou o dicastério.

As diretrizes confirmam uma resposta dada recentemente pelo Papa a questionamentos de cinco cardeais conservadores que perguntavam se a Igreja aceitaria como "um possível bem situações objetivamente pecaminosas, como as uniões entre pessoas do mesmo sexo".

Na ocasião, o pontífice esclareceu que o catolicismo "tem uma concepção muito clara do casamento, que é uma união exclusiva, estável e indissolúvel entre um homem e uma mulher, naturalmente aberta à geração de filhos".

No entanto, Jorge Bergoglio ressaltou que os padres e bispos não deveriam perder a "caridade pastoral". "Uma bênção é um pedido de ajuda a Deus, uma oração para poder viver melhor.

Portanto, não podemos nos tornar juízes que apenas negam, rejeitam, excluem", afirmou Francisco.

Da Ansa

O papa Francisco presidiu a audiência semanal, nesta quarta-feira (29), apesar da gripe que o obrigou a cancelar a viagem para a COP28, em Dubai, e pediu para um auxiliar ler o texto em seu lugar durante a cerimônia.

O pontífice argentino, de 86 anos, parecia cansado e com dificuldades para respirar durante a audiência no Vaticano. "Com esta gripe, ainda não estou bem", declarou aos fiéis.

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"Não tem febre, mas a inflamação pulmonar associada à dificuldade respiratória persiste", informou à tarde o Vaticano, acrescentando que o pontífice segue o tratamento com antibióticos.

Com um quadro gripal desde o fim de semana e seguindo o conselho dos médicos, Francisco cancelou na terça-feira a viagem à reunião de cúpula anual do clima, a COP28, em Dubai.

O pontífice, que na juventude foi submetido a uma ablação parcial do pulmão, deveria discursar no sábado na COP28. Ele ficaria nos Emirados Árabes Unidos de sexta-feira a domingo.

No final da audiência desta quarta-feira, Francisco pediu o fim das guerras de Gaza e da Ucrânia, com uma voz muito frágil. Alguns minutos depois, no entanto, pareceu mais animado ao assistir a uma apresentação circense com acrobatas.

E antes da audiência geral, afirmou aos visitantes do Celtic Football Club, de Glasgow, que estava "melhor do que ontem".

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, disse mais tarde que o papa está "em processo de recuperação", mas não quer correr riscos viajando a Dubai.

Francisco ainda pretende participar dos debates sobre o clima, segundo o Vaticano, mas ainda não foi divulgado como o fará.

Parolin disse que ele mesmo assistirá à primeira parte dos debates da ONU, enquanto uma equipe do Vaticano permanecerá durante todo o evento.

Francisco, que nos últimos anos sofreu vários problemas de saúde e em junho foi submetido a uma cirurgia no intestino, cancelou as audiências de sábado passado devido ao que o Vaticano chamou de "leve estado gripal".

O pontífice passou por uma tomografia computadorizada, que "descartou o risco de complicações pulmonares".

O estado de saúde do papa Francisco, que apresentou um quadro gripal no fim de semana, é "bom e estável", anunciou nesta segunda-feira o Vaticano, que confirmou o encontro do pontífice que está agendado com o presidente do Paraguai.

"O estado de saúde do papa é bom e estável, não tem febre e sua condição respiratória melhorou claramente", afirmou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, em um comunicado.

"A radiografia descartou uma pneumonia, mas mostrou uma inflamação pulmonar que estava provocando dificuldades respiratórias. Para aumentar a eficácia da terapia, o tratamento com antibióticos está sendo administrado por via intravenosa", acrescenta a nota.

O papa argentino, de 86 anos, pretende viajar na sexta-feira para Dubai, onde acontecerá a reunião anual do clima, a COP28.

O "leve estado gripal" do pontífice o obrigou a cancelar as audiências previstas para a manhã de sábado.

No domingo, ele pronunciou a bênção do Angelus de sua residência, e não da janela do palácio apostólico diante da Praça de São Pedro do Vaticano.

Francisco transformou a defesa do meio ambiente em uma das causas de seu papado e deve discursar na COP28 de Dubai em 2 de dezembro.

O papa deve apresentar um apelo aos países para que reduzam drasticamente as emissões de gases do efeito estufa.

Antes da viagem, "vários compromissos importantes previstos para os próximos dias foram adiados (...) para facilitar a convalescença do papa", enquanto "outros, de caráter institucional ou mais suportáveis em seu atual estado de saúde, foram mantidos", explicou Matteo Bruni.

O papa deve receber nesta segunda-feira o presidente do Paraguai, Santiago Peña.

O estado de saúde de Francisco piorou nos últimos meses, o que o obriga a utilizar uma cadeira de rodas em seus deslocamentos, ao mesmo tempo que prosseguem as especulações sobre uma renúncia ao cargo, como fez o seu antecessor Bento XVI.

O líder da Igreja Católica foi submetido a uma cirurgia no intestino em 2021 e foi hospitalizado em duas ocasiões este ano, uma delas para outra operação.

O papa Francisco, de 86 anos, provocou preocupação nos fiéis ao dizer nesta segunda-feira (6) que não se sentia bem de saúde, porém o Vaticano afirmou que trata-se apenas de um resfriado.

Em uma audiência com rabinos europeus no Vaticano, o líder da Igreja Católica agradeceu pela visita, mas explicou que não leria o discurso que estava programado para a ocasião.

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"Bom dia, cumprimento todos vocês e lhes dou as boas-vindas. Obrigado por essa visita que tanto me agrada, mas acontece que eu não estou bem de saúde e, por isso, prefiro não ler o discurso, mas sim dá-lo para vocês o levarem", declarou o Papa, com a voz aparentando cansaço.

Pouco depois, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que Jorge Bergoglio estava "com um pouco de resfriado". "Ele tinha o desejo de cumprimentar individualmente os rabinos europeus e, por isso, entregou o discurso. De resto, as atividades do Papa prosseguem regularmente", ressaltou.

Francisco tem uma agenda cheia de encontros privados e audiências públicas nesta segunda-feira, incluindo uma reunião com 7 mil crianças provenientes de todo o mundo.

Em junho passado, Bergoglio ficou nove dias internado devido a uma cirurgia para tratar uma hérnia em uma cicatriz abdominal.  Antes disso, em março, o Papa havia sido hospitalizado devido a uma bronquite.

Apelo pela paz

O discurso entregue por Francisco aos rabinos demonstrou preocupação com a "disseminação de manifestações antissemitas" no mundo, na esteira do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas no Oriente Médio.

No entanto, o Papa alertou contra o "brusco ímpeto da vingança e a loucura do ódio bélico" e destacou que as pessoas precisam ser "testemunhas de diálogo". "Não as armas, não o terrorismo, não a guerra, mas sim a compaixão, a justiça e o diálogo são os meios adequados para edificar a paz", acrescentou. 

O Vaticano publicou, nessa quarta-feira (25), a carta aos fiéis elaborada a partir do Sínodo dos Bispos, encontro do papa Francisco com demais clérigos no qual deliberam, em assembleia, sobre o futuro da Igreja Católica. Não há referências às guerras da Ucrânia e de Israel.

Apesar dos dois conflitos, o texto não faz qualquer menção direta. "Rezamos pelas vítimas da violência assassina, sem esquecer todos aqueles que a pobreza e a corrupção lançaram nos perigosos caminhos da migração", diz. Pela primeira vez, mulheres puderam participar do Sínodo dos Bispos e ter poder de voto - ao todo, 54 delas estiveram na assembleia.

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O documento, o primeiro divulgado em quase um mês de reuniões, diz que a Igreja deve se comprometer para garantir que nenhuma pessoa seja vítima de abusos por parte do clero. Também afirma que deve se aproximar dos mais pobres e a escutar as pessoas que são vítimas de racismo, incluindo os indígenas e os povos cujas culturas são desprezadas. Porém, a reunião manteve a resistência à abertura para a participação das mulheres em cargos altos dentro da Igreja.

O Sínodo foi convocado por Francisco para ser realizado entre os anos 2021 e 2024, como parte de seus esforços para reformar a Igreja. Durante dois anos de consultas preliminares entre os católicos em todo o mundo, houve um apelo para que a Igreja, que proíbe mulheres nos seus cargos mais altos, abrisse mais oportunidades para o público feminino assumir papéis de tomada de decisão. O processo acabou gerando uma expectativa por mudanças, mas a carta divulgada nesta quarta-feira deixa claro que essas diferenças permanecem.

O cardeal Robert Prevost, chefe americano do escritório dos bispos do Vaticano, disse que as mulheres estão recebendo cada vez mais cargos de alto escalão no Vaticano e estão até sendo consultadas na nomeação de bispos. Mas, ele insistiu que não há como mudar a tradição de 2.000 anos da Igreja, que confere a ordenação sacerdotal apenas aos homens.

O cardeal Dieudonn Nzapalainga, arcebispo de Bangui, na República Centro-Africana, disse que as mulheres não podem ser deixadas para trás. No entanto, afirmou que incluí-las em funções de autoridade na Igreja era um "trabalho em andamento". "Eles não têm um papel formal, mas eu escuto. Eu ouço as mulheres. Convido as mulheres a participar", disse.

Mulheres reclamam que são excluídas do sacerdócio e dos mais altos cargos de poder, mas, em contrapartida, são as responsáveis pela maior parte do trabalho da Igreja. Nas observações à assembleia nesta quarta-feira, o papa Francisco falou longamente sobre a natureza feminina da Igreja.

A carta teve aprovação de 336 dos 364 membros que integram o Sínodo. Os delegados retornarão a Roma em outubro do próximo ano para continuar o debate e apresentar propostas a Francisco. (Com Associated Press).

O governo da Nicarágua, liderado por Daniel Ortega, libertou 12 sacerdotes detidos e os enviou ao Vaticano após um acordo com a Santa Sé. 

Entre os religiosos, porém, não está dom Rolando Álvarez, que mais uma vez teria se recusado a deixar o país. 

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A informação consta em nota oficial divulgada pelo governo de Ortega nesta quinta-feira (19).

No texto, a Nicarágua explica que "depois de conversações frutíferas com a Santa Sé" foi alcançado um acordo para transferir ao Vaticano os 12 sacerdotes que, por diferentes razões, foram processados. Todos viajaram hoje para Roma, capital da Itália.

"O governo de Reconciliação e Unidade Nacional da República da Nicarágua não esgotou os recursos para garantir e defender a paz tão cara às famílias nicaraguenses", acrescenta.

O Executivo de Ortega reforça ainda que "este acordo alcançado com a intercessão de altas autoridades da Igreja Católica da Nicarágua e do Vaticano representa a vontade e o compromisso permanente de encontrar soluções, em reconhecimento e encorajamento de tanta fé e esperança que sempre anima os fiéis nicaraguenses, que são a maioria".

Os padres expulsos e enviados ao Vaticano são Manuel Salvador Garcia Rodriguez, José Leonard Urbina Rodriguez, Jaime Ivan Montesinos Sauceda, Fernando Israel Zamora Silva, Osman José Amador Guillen e Julio Ricardo Norori Jimenez.

A lista também inclui Cristóbal Reynaldo Gadea Velasquez, Alvaro José Toledo Amador, José Ivan Rye Terceiro, pastor Eugenio Rodríguez Benavidez, Yessner Cipriano Pineda Meneses e Ramon Angulo Reyes.

Por sua vez, dom Rolando Álvarez, que foi condenado a mais de 26 anos de prisão por "traição", após se recusar a deixar o país rumo aos Estados Unidos junto com outros 222 presos políticos, não foi libertado e enviado ao Vaticano.

Todos os sacerdotes "serão recebidos em Roma, segundo os acordos, por funcionários da Secretaria de Estado da Santa Sé".

A Igreja Católica da Nicarágua é alvo de uma campanha do governo que tem como objetivo prender ou expulsar padres e freiras do país. Neste ano, a repressão se intensificou com os religiosos denunciando agressões e a vigilância do governo sobre cerimônias.

Da Ansa

O deputado federal Aliel Machado (PV-PR) entregou nesta quarta-feira (20) no Vaticano, uma homenagem concedida pela Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa (Cidoso) ao Papa Francisco. A indicação do Papa partiu do presidente Aliel, e a votação para validar a escolha ocorreu no dia 22 de agosto deste ano. A escolha de homenagear Francisco evidencia o trabalho de enorme relevância mundial em defesa dos idosos que o Pontífice realiza.

Presidente da Comissão em Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, o deputado paranaense falou sobre a emoção do encontro. “Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida. Tivemos, junto com outros parlamentares, a oportunidade de ter uma audiência com o Papa Francisco. O tema da nossa audiência foi o direito da pessoa idosa e os desafios que nós temos no nosso país. O papa falou da luta que devemos ter em defesa dos mais humildes, dos mais pobres. Além disso, fiquei muito honrado porque ele agradeceu por ter entrado na política e por lutar pelos que mais precisam”, revelou Aliel.

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Durante o encontro, o parlamentar entregou ao papa a homenagem concedida pela Cidoso, o Prêmio Zilda Arns. O Prêmio é uma forma de reconhecimento às pessoas e instituições que contribuíram ou têm contribuído ativamente na defesa dos direitos das pessoas idosas e consiste em um diploma de menção honrosa, concedido anualmente a até cinco homenageados. Seu nome homenageia a Dra. Zilda Arns Neumann, médica pediatra que atuou em causas humanitárias e sanitárias, uma das fundadoras da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. Conselheira no Conselho Nacional de Saúde, Zilda Arns também trabalhou no Ministério da Saúde.

Os deputados entregaram ainda uma carta em italiano sobre a importância da luta pela ratificação da Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos. Após a audiência com os brasileiros, que durou cerca de 30 minutos, o papa Francisco se dirigiu para a audiência geral, que ocorreu na Praça São Pedro, com a presença de centenas de fieis. Durante a fala, o papa agradeceu e fez questão de citar o encontro com os parlamentares brasileiros.

“Antes de vir para cá, tive uma reunião com legisladores brasileiros que trabalham para os pobres, que tentam promover os pobres com assistência e justiça social. E eles não se esquecem dos pobres: eles trabalham para os pobres”, contou Francisco, ao concluir a catequese ao dizer da importância do testemunho que escutou do trabalho que este grupo faz pelos mais necessitados, e fez um convite: “não se esqueçam dos pobres, porque serão eles que abrirão a porta do céu”.

O grupo de deputados da missão oficial da Câmara é composto por sete Deputados Federais que fazem parte da Comissão em Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Cidoso): Aliel Machado, Castro Neto, Reimont Otoni, Flávia Morais, Simone Marquetto, Leandre dal Ponte e Zé Catedral.

*Da assessoria 

Um casal polonês e os seus sete filhos, assassinados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial por esconderem judeus perseguidos, foram beatificados neste domingo (10), um marco, já que é a primeira vez que uma família inteira recebe este alto reconhecimento da Igreja Católica.

A beatificação decidida pelo papa Francisco foi celebrada em Markowa, cidade natal dos novos beatos, para onde viajou o emissário do Vaticano, cardeal Marcello Semeraro.

"Espero que esta família polonesa, que foi um raio de luz nas trevas da Segunda Guerra Mundial, seja para todos um modelo a seguir do impulso para o bem, para o serviço dos necessitados", disse Francisco neste domingo.

Milhares de pessoas participaram da cerimônia, incluindo o presidente e o primeiro-ministro da Polônia, além de padres, do grande rabino do país e de uma delegação israelense.

A tragédia ocorreu em 24 de março de 1944 nesta cidade no sudeste da Polônia, quando a polícia alemã assassinou Jozef Ulma e sua esposa Wiktoria, que estava grávida de sete meses e deu à luz durante o massacre.

Os seus outros filhos, Stanislawa, Barbara, Wladyslav, Franciszek, Antoni e Maria, com idades entre os dois e os oito anos, também foram executados, junto com oito judeus que a família escondeu no sótão da casa.

Os judeus perseguidos eram Shaul Goldman e seus cinco filhos, sua neta de cinco anos e Golda Grünfeld.

Os nazistas atiraram do andar inferior para o sótão e o sangue das vítimas escorreu do teto e caiu sobre a fotografia de duas mulheres judias que estava sobre uma mesa.

Atualmente esta imagem é "uma relíquia" do martírio, segundo o Vaticano.

- Batismo de sangue -

O massacre encerrou "uma história de amor e amizade", explicou a jornalista italiana Manuella Tulli, que escreveu um livro sobre a família com o historiador e padre polonês Pawel Rytel-Andrianik.

"Quando os judeus pediram ajuda, eles abriram as portas. Viveram juntos durante um ano e meio, cozinhando e comendo juntos", disse Tulli à AFP.

Além de agricultor, Jozef Ulma gostava de fotografia. Algumas de suas fotos sobreviveram ao massacre e revelam a vida familiar através de cenas cotidianas.

"Vemos as crianças correndo descalças na grama, fazendo a lição de casa, a mãe pendurando as roupas", disse Tulli.

As famílias foram denunciadas por um policial polonês. Após a execução, outros 24 judeus em Markowa foram assassinados por seus vizinhos.

Esta é a primeira vez que a Igreja de Roma beatifica uma família inteira. Em um gesto inusitado, foi incluído o bebê de Ulma, que não foi batizado, condição para receber esta distinção.

A criança pode ser beatificada através do conceito de "batismo de sangue" por ter nascido "no momento do martírio da mãe", segundo o departamento de canonização do Vaticano.

A Igreja Católica exige que para beatificar um fiel, ele ou ela deve ter realizado um milagre, mas os mártires estão isentos.

Jozef e Wiktoria Ulma foram reconhecidos em 1995 por Israel como membros dos “Justos entre as Nações”, uma honra para os gentios que ajudaram a salvar os judeus do extermínio nazista.

Em Markowa existe um museu dedicado à família. Desde 2018, a Polônia decretou o dia 24 de março, data do massacre, como dia de homenagem aos poloneses que resgataram judeus durante a ocupação alemã.

O papa Francisco recebeu nesta sexta-feira (08), no Vaticano, o famoso ator americano Sylvester Stallone, acompanhado por sua esposa, seu irmão e suas filhas, para uma breve audiência privada.

"Crescemos assistindo aos seus filmes", disse o papa a Stallone, por meio de um intérprete.

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Em resposta, o ator, que protagonizou Rambo e Rocky, levantou os punhos em pose de boxeador e perguntou ao pontífice se ele estava "pronto para lutar boxe". Francisco respondeu com um sorriso e também levantou o punho.

Stallone possui origem italiana por parte de seu pai, um siciliano que emigrou para os Estados Unidos - onde o ator nasceu.

Durou 45 minutos a reunião privada entre o papa Francisco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada nesta quarta-feira (21), no Vaticano.

Esse tempo é o padrão das audiências do pontífice com lideranças políticas internacionais. Lula presenteou o Papa com uma gravura do artista pernambucano J.F.Borges que retrata a Sagrada Família, enquanto a primeira-dama Janja deu ao líder católico uma estátua de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia.

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Já Francisco entregou ao presidente um baixo-relevo em bronze com a frase "A paz é uma flor frágil", mensagem para a Jornada Mundial da Paz deste ano, além de um documento sobre a irmandade humana e um livro sobre a pregação feita por Jorge Bergoglio em uma Praça São Pedro vazia em março de 2020, no início da pandemia de Covid-19.

Durante o encontro, Lula convidou o Papa para participar do Círio de Nazaré, uma das maiores festas católicas do Brasil e que acontece todo mês de outubro em Belém, no estado amazônico do Pará.

Francisco visitou o Brasil apenas uma vez, em julho de 2013, para a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro.

Fotos do encontro mostram um abraço comovido entre o Papa e Lula, que sempre agradeceu ao pontífice por tê-lo encorajado durante os processos da Lava Jato e o período na cadeia.

Essa foi a segunda reunião pessoal entre os dois líderes, que já haviam se encontrado em fevereiro de 2020. "Agradeço o papa Francisco pela audiência no Vaticano e a boa conversa sobre a paz no mundo", disse Lula no Twitter.

*Da Ansa 

O presidente Lula (PT) disse que vai convidar o papa Francisco para conhecer o Círio de Nazaré, a principal festa católica do Brasil, celebrada em Belém do Pará. Uma visita do petista ao Vaticano está programada para esta terça-feira (20).

Durante um evento em Abaetetuba, no Pará, Lula se mostrou confiante com a vinda do papa e apontou que seria extraordinário recebê-lo no Círio. A famosa procissão ocorre no mês de outubro e reúne milhões de fiéis na capital paraense.

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"Eu quero convidá-lo para ele vir ao Brasil outra vez. Mas eu queria convidá-lo para vir na festa do Círio aqui. Seria extraordinário que ele pudesse participar aqui no estado do Pará do Círio de Nazaré. Já tem audiência. Eu vou convidá-lo e vou pedir bênção para todo o povo de Abaetetuba. Se preparem porque as coisas vão acontecer neste país", afirmou.

O presidente ainda comentou sobre a redução do preço dos combustíveis e prometeu reduzir os índices da inflação. "Eu disse que o preço da gasolina ia baixar. Do diesel, da carne, dos alimentos também. Já estão baixando e vão baixar mais ainda. E vamos diminuir a inflação e gerar mais empregos. A roda gigante da economia vai girar". 

O papa Francisco, líder da Igreja Católica, e o patriarca egípcio Teodoro II, líder da Igreja Copta, presidiram a audiência geral no Vaticano, nesta quarta-feira (10), um gesto inédito de amizade entre as duas religiões.

Teodoro II (Tawadros II) faz uma visita de quatro dias ao papa Francisco para comemorar o 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e o líder ortodoxo Shenouda III, ocorrido em maio de 1973. Com ele, iniciou-se o diálogo entre as duas igrejas.

O pontífice argentino abraçou calorosamente o chamado "papa copta", que falou para milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a tradicional audiência geral das quartas-feiras.

"Aprecio tudo o que você fez nesses 10 anos de serviço ao mundo em todos os campos. Rezo para que Cristo o conserve em plena saúde e lhe conceda a bênção de uma vida longa", disse Teodoro II, dirigindo-se a Francisco.

"Caro amigo e irmão Teodoro (...) Agradeço-lhe sinceramente por seu compromisso com a crescente amizade entre a Igreja Ortodoxa Copta e a Igreja Católica", devolveu Francisco.

Este é o terceiro encontro entre os dois líderes religiosos após a primeira visita do patriarca ortodoxo ao Vaticano em 2013 e o encontro em 2017 durante a viagem do papa Francisco ao Egito. Na ocasião, assinaram uma declaração conjunta, reafirmando seus laços de "fraternidade e amizade", apesar da separação das duas religiões.

Os coptas representam a maior comunidade cristã no Oriente Médio, com cerca de 10% dos aproximadamente 100 milhões de habitantes do Egito. Sofreram represálias de islâmicos, sobretudo, após a queda do presidente islâmico Mohamed Mursi em 2013, quando igrejas, escolas e casas foram incendiadas.

O papa Francisco fez um apelo à acolhida de migrantes, neste domingo (30), em uma missa ao ar livre em Budapeste, com a presença de milhares de pessoas, no terceiro e último dia de sua visita à Hungria.

"Por favor, abramos as portas!", pediu o papa, defensor do acolhimento aos refugiados, diante de um grande público e na presença do primeiro-ministro húngaro, o nacionalista Viktor Orbán, que defende uma linha dura contra os migrantes.

"É triste e dói ver as portas fechadas: as portas fechadas do nosso egoísmo para com quem caminha conosco todos os dias (...), as portas fechadas da nossa indiferença para com os que estão mergulhados no sofrimento e na pobreza”, afirmou.

Ao longo de sua visita à Hungria, Francisco fez um discurso crítico sobre a política de Orbán, que justifica sua oposição ao acolhimento de migrantes ou refugiados defendendo a “civilização cristã”.

O pontífice argentino havia pedido na véspera "erradicar os males da indiferença" durante um encontro com refugiados, em sua maioria ucranianos.

- "Cumpramos com nossa missão cristã" -

O papa chegou por volta das 9h locais(4h no horário de Brasília), a bordo de seu "papamóvel", à praça central de Kossuth Lajos, na capital húngara.

Desde as primeiras horas da manhã, os fiéis começaram a se aglomerar, sob um sol de primavera, em meio a um forte dispositivo de segurança. Cerca de 50.000 pessoas estiveram presentes, segundo a assessoria de imprensa do Vaticano.

"É algo único, fascinante, ver o papa tão de perto", disse à AFP Levente Kiss, um estudante húngaro de 21 anos, elogiando "o apelo do papa em apoiar os refugiados, especialmente aqueles que fogem da guerra na Ucrânia".

“Embora sua opinião nem sempre corresponda à de diferentes organizações ou do governo, é importante que, além dos discursos políticos, cumpramos nossa missão cristã”, disse o jovem.

A guerra na Ucrânia - país que faz fronteira com a Hungria - também foi um dos temas centrais desta segunda visita do papa em menos de dois anos a este país da Europa Central.

Em mais um apelo do papa para buscar a paz na Ucrânia, ele denunciou a ascensão do nacionalismo e pediu "recuperar a alma europeia".

Desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, mais de dois milhões de ucranianos transitaram por solo húngaro, embora apenas 35 mil tenham solicitado o status de “proteção temporária” implementado pela União Europeia (UE), segundo dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).

A posição ambígua de Orbán em relação ao conflito não os encoraja a permanecer na Hungria.

- Reunião com opositor -

Em um encontro que não foi anunciado no programa da sua visita, o papa reuniu-se na tarde de sábado com o prefeito de Budapeste, Gergely Karácsony, um ferrenho opositor de Orbán.

Ele também se reuniu com o metropolita Hilarion, o ex-chefe de relações exteriores da Igreja Ortodoxa, destituído por sua relutância em relação à invasão russa da Ucrânia.

Um mês após sua internação por bronquite, Francisco parecia bem.

O argentino é o segundo pontífice a visitar a Hungria, depois de João Paulo II em 1991 e 1996.

Apesar da idade avançada e das dores no joelho que o obrigam a deslocar-se com bengala ou cadeira de rodas, prevê visitar Lisboa em agosto e Marselha (França) em setembro, além da Mongólia.

O Vaticano vai impulsionar a formação de bispos de todo o mundo na luta contra a pedofilia, graças a um acordo entre a comissão vaticana contra as agressões sexuais a menores e o Ministério para a Evangelização, anunciou o site Vatican News nesta sexta-feira (21).

O papa Francisco, que em 2014 criou a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores com o objetivo de acabar com o grave fenômeno da pedofilia dentro da Igreja, deseja que as entidades trabalhem juntas durante ao menos três anos na formação dos bispos.

A comissão foi criticada duramente por um de seus membros mais influentes, o jesuíta Hans Zollner, que renunciou recentemente ao cargo que ocupava nesse órgão recentemente, alegando que a entidade apresentava problemas estruturais relacionados ao cumprimento, à responsabilização e à transparência.

"A comissão deve resolver problemas urgentes", denunciou Zollner.

Segundo o acordo anunciado nesta sexta, serão organizadas, sobretudo, sessões de capacitação para os bispos recém-ordenados.

Em uma entrevista ao Vatican News, o responsável pela comissão, o cardeal americano Sean O'Malley, explicou que o órgão vai "desenvolver programas com o objetivo de atender as vítimas".

"Se contássemos no passado com a informação que temos agora sobre como proteger e compreender [essa problemática], a história da Igreja teria sido diferente", reconheceu.

"Estamos tentando contar também com a experiência de uma vítima para que os novos bispos possam ouvir em primeira mão o testemunho dramático e os efeitos que esse terrível crime tem sobre suas vidas", acrescentou O'Malley.

Francisco pediu à comissão para "sair e trabalhar com os bispos de todo o mundo para que se capacitem e consigam assim acompanhar e trabalhar com as vítimas" de forma a superar esse drama.

O responsável pelo dicastério (ministério), o cardeal Luis Antonio Tagle, declarou ao Vatican News que se trata de um desafio para sua pasta, já que implica em conhecer tanto as leis e normas aprovadas pelo Vaticano como as dos países envolvidos.

O'Malley considerou que a criação da comissão, há oito anos, gerou "expectativas pouco realistas" sobre como acabar com o fenômeno do abuso sexual de menores na Igreja e no mundo.

O papa Francisco, de 86 anos, foi internado nesta quarta-feira (29) em um hospital de Roma para ser submetido a "exames médicos programados", informou o Vaticano em uma breve nota, o que levou o pontífice argentino a cancelar as audiências previstas para quinta-feira (30).

"O Santo Padre está no (hospital) Gemelli desde esta tarde para exames previamente programados", afirmou o diretor da secretaria de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

"A agenda do papa foi suspensa caso ele tenha que fazer mais exames", acrescentou uma fonte do Vaticano à AFP, acrescentando que é "possível" que o papa passe a noite no hospital.

Francisco, que comemorou 10 anos de papado em março, participou da audiência geral na manhã de quarta-feira na Praça de São Pedro, durante a qual apareceu sorrindo enquanto cumprimentava os fiéis em seu "papamóvel".

No entanto, segundo os fotógrafos da AFP, se movimentava com dificuldade e parecia sentir fortes dores.

Francisco, que usa cadeira de rodas desde maio de 2022 devido a fortes dores no joelho direito, passou 10 dias no hospital Gemelli em julho de 2021 para uma delicada operação de cólon.

O papa explicou mais tarde que esta operação o deixou com "sequelas", então decidiu descartar a cirurgia no joelho, conforme aconselhado por seus médicos.

O mundo já sabia de seus diversos males pelo fato de sofrer de uma dor ciática crônica que o obrigava a mancar, motivo pelo qual teve que renunciar às cerimônias oficiais em algumas ocasiões.

O hospital Gemelli é o centro médico onde o papa João Paulo II também foi hospitalizado em várias ocasiões e teve um tumor benigno no cólon removido em 1992.

- Especulações e segredos -

A saúde do papa, sobretudo devido à idade de Francisco e a seus problemas para andar, costumam levantar todo tipo de especulações.

Nas várias entrevistas concedidas nos últimos meses, o papa latino-americano evocou a possibilidade de renunciar, tal como fez seu antecessor em 2013, Bento XVI, que morreu no final de 2022.

Em julho passado, Francisco confessou que "já não podia viajar" com o mesmo ritmo de antes e inclusive mencionou que poderia se afastar. Em fevereiro, esclareceu que a renúncia de um papa "não deve virar moda" e que essa ideia "no momento não estava em sua agenda".

Há um ano, Francisco conta com um "assistente pessoal de saúde", uma enfermeira, que o acompanha de forma permanente.

A saúde dos papas tem sido sempre uma "matéria reservada" para o Vaticano e mantida geralmente em segredo.

O médico e jornalista argentino Nelson Castro apresentou recentemente em Roma um livro sobre a saúde dos papas e as doenças sofridas por eles desde Leão XIII e falou em particular sobre o tema com Francisco.

Ele afirmou a Castro que havia se "recuperado por completo" e que "não havia se sentido limitado desde então".

Também confessou que quando residia na Argentina tratou dores nas costas com acupuntura chinesa, que sofria de "cálculos na vesícula biliar" e que, em 2004, teve um problema cardíaco "temporário" devido a um ligeiro estreitamento de uma artéria.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua associação ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, a quem o parlamentar chama de ditador. Ortega é fortemente criticado pela comunidade internacional e leva a alcunha de autoritário pela forma como governa. Após descontamento público com uma fala do Papa Francisco, o nicaraguense fechou, nesse domingo (12), a embaixada do Vaticano no país.

“Ao silenciar sobre a ditadura de Ortega, Lula demonstra que comunga dos mesmos 'valores' do presidente da Nicarágua. Nunca foi pela democracia, sempre foi pelo totalitarismo, pelo fim da liberdade e pelo seu projeto pessoal de poder”, escreveu Flávio Bolsonaro nas redes sociais. O parlamentar acredita que Lula, além de apoiar “ditaduras de esquerda”, também apoia ações de perseguição aos cristãos. 

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Lula e Ortega possuem uma boa relação diplomática e o presidente brasileiro já foi criticado por minimizar o autoritarismo do presidente sandinista. O fechamento da embaixada do Vaticano na Nicarágua foi confirmado à Reuters por uma autoridade da Igreja Católica. A medida ocorre dias depois da divulgação da entrevista em que o Papa Francisco chamou o regime nicaraguense de “ditadura grosseira” e disse que o ditador tem “desequilíbrio”. 

"Perseguição" a cristãos

A narrativa de perseguição religiosa é antiga entre a bolha bolsonarista ao se referir a políticos e movimentos de esquerda. Por Lula ter acesso a uma agenda progressista, que flerta com temas como a identidade de gênero, encarceramento e drogas, frequentemente o presidente brasileiro é taxado de falso cristão por não andar junto ao espectro conservador, apesar de ser católico desde criança.

Em outubro do ano passado, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a remoção de publicações do senador Flávio Bolsonaro, do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e de outras pessoas, dizendo que Lula defendeu a invasão de igrejas e a perseguição de cristãos. Segundo o ministro, as postagens "transmitem de forma intencional e maliciosa" a mensagem de que Lula é aliado de Daniel Ortega, e assim, será contra os evangélicos e perseguirá cristãos. 

 

O Vaticano anunciou, nesta terça-feira (10), a abertura de uma investigação sobre o desparecimento em 1983 de uma adolescente que vivia no Vaticano, um fato nunca esclarecido e que foi tema de um documentário na plataforma Netflix.

Emanuela Orlandi, de 15 anos, cujo pai trabalhava para o Vaticano, desapareceu depois de uma aula de música em Roma em 22 de junho de 1983.

Desde então, o caso rendeu diversas teorias, nunca comprovadas.

Uma ex-amante do criminoso Enrico de Pedis, suspeito de pertencer à máfia, à loja maçônica P2 e a setores das finanças do Vaticano, o acusou de ter sequestrado a jovem e enterrado seu corpo em concreto.

Em 2012, a Justiça italiana chegou a abrir o túmulo de Enrico de Pedis, um dos líderes de um grupo criminoso romano conhecido como 'banda della Magliana'. Ele foi assassinado em um acerto de contas em 1990.

Segundo algumas teorias, a adolescente foi sequestrada por este grupo para recuperar um empréstimo do ex-presidente americano do Banco Vaticano (IOR), Paul Marcinkus.

Outra teoria evoca um sequestro da adolescente para conseguir a liberação de Mehmet Ali Agca, o turco que tentou assassinar o papa João Paulo II em 1981.

Em uma carta aberta divulgada em 2010, Agca garantiu que Emanuela Orlandi estava viva em 2019 e que era necessário buscar pistas nos arquivos da CIA.

Este desaparecimento foi tema de uma série documental em 2022 exibida pela Netflix, na qual o irmão de Emanuela afirma que o papa Francisco lhe disse: "Está no céu", dando a entender -segundo a família- que o Vaticano sabe o que aconteceu à jovem.

A advogada da família, Laura Sgro, deseja saber quais as intenções da Justiça do Vaticano. "Não sabemos o que o Vaticano fará. Nas próximas horas pedirei uma reunião com o promotor de Justiça. Até agora, o Vaticano não fez nada", disse à AFP.

"Que documentos querem revisar, os da investigação da promotoria de Roma o tem algum arquivo que queiram compartilhar?", questiona-se.

"Há anos peço que sejam interrogadas algumas personalidades pertencentes à cúpula do Vaticano. Infelizmente, algumas já faleceram", destacou.

Dezenas de milhares de fiéis passaram pelo corpo de Bento XVI, exposto na capela funerária da basílica de São Pedro, no Vaticano, para se despedir, nesta segunda-feira (2), do papa emérito, falecido no sábado aos 95 anos.

A longa fila chegou até a imensa Praça de São Pedro e rodeava as famosas colunas de Bernini, guardadas por um importante dispositivo de segurança e também por centenas de jornalistas do mundo inteiro que foram cobrir o enterro do papa.

Após o fechamento das portas da Basílica, às 19h locais (15h em Brasília), o Vaticano informou que cerca de 65 mil pessoas foram se despedir do papa emérito.

"Foi um grande papa, profundo e único", afirmou a italiana Francesca Gabrielli, que viajou da Toscana para visitar a capela ardente.

O corpo de Joseph Ratzinger jaz em um catafalco coberto por um tecido dourado e cercado por dois guardas suíços com trajes de gala, em frente ao altar mor da basílica, dominado pelo baldaquino em bronze preto com imponentes colunas retorcidas, desenhadas pelo mestre do barroco Gian Lorenzo Bernini.

Vários cardeais e membros da Cúria Romana velam o morto, enquanto o secretário particular por anos do papa emérito, o bispo Georg Gänswein, recebe as condolências das autoridades.

"Senhor, eu te amo". Estas foram as últimas palavras pronunciadas em italiano pouco antes de Bento XVI falecer, no sábado, na presença de uma enfermeira, relatou o bispo Gänswein.

Os fiéis entravam em silêncio pelo corredor central do maior templo católico do mundo, a maioria fotografando com seus celulares o corpo do papa emérito, vestido de branco com uma casula vermelha, cor do luto papal, uma mitra branca com borda dourada e um rosário nas mãos. Seu rosto está quase irreconhecível.

Alguns rezavam ou faziam o sinal da cruz ao passar em frente ao corpo.

Um círio alto, junto de muitas velas, iluminam parte do recinto, enquanto o cheiro de incenso perfuma o ambiente.

Entre os primeiros a chegar para se despedir de Bento XVI estava a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente da República, Sergio Mattarella.

O corpo do primeiro pontífice alemão da era moderna foi trasladado durante a madrugada da capela privada do Mosteiro Mater Ecclesiae, onde residiu desde sua renúncia, em 2013, nos jardins do Vaticano, até a basílica em uma cerimônia privada.

Na terça e na quarta-feira, os fiéis ainda poderão visitar a basílica das 3h às 15h de Brasília (06h às 18h GMT) para velar Joseph Ratzinger, o teólogo brilhante e fervoroso guardião do dogma, conhecido por suas posições conservadoras, que renunciou ao cargo após oito anos de pontificado, alegando não ter mais condições para chefiar o Vaticano.

O papa Francisco prestou várias homenagens públicas ao "amado" Bento XVI, "fiel servidor do Evangelho e da Igreja", recordando sua "bondade", "nobreza", "testemunho de fé e de oração, sobretudo, nestes últimos anos de vida de afastamento".

- Funeral de um papa sem funções -

Francisco presidirá na quinta-feira os funerais solenes de Bento XVI na Praça de São Pedro.

O funeral de um papa emérito, ou seja, sem funções, não tem um protocolo específico, motivo pelo qual se decidiu seguir alguns dos passos a serem adotados no caso do falecimento de um pontífice em exercício.

Esta é a primeira vez na história que um papa preside o funeral de seu antecessor.

Inédita e sóbria, a cerimônia começará às 5h30, horário de Brasília (08h30 GMT), conforme anunciado pelo Vaticano.

A casa real espanhola confirmou a presença no sepultamento da rainha Sofia, esposa do rei emérito Juan Carlos I. O presidente polonês, Andrzej Duda, também irá na quinta-feira.

Com este ato, terminará a saga dos "dois papas", os dois vestidos de branco, que conviveram por quase uma década no menor Estado do mundo.

Ao fim da cerimônia, o caixão do pontífice emérito será enterrado nas grutas vaticanas, debaixo de São Pedro, na mesma cripta onde o corpo de João Paulo II esteve até 2011, informou nesta segunda-feira o porta-voz do Vaticano, Matteu Bruni.

Após oito anos de pontificado marcados por múltiplas crises e escândalos, e tendo passado os últimos dez anos de sua vida rezando e estudando, Bento XVI foi acusado, no início de 2022, de ter acobertado quatro padres pedófilos quando era arcebispo na Alemanha. Uma mancha que maculou seu papado e que ele negou até o fim de sua vida.

"Sabia de muitas coisas. Uma pena que não ajudou a expor esses escândalos", lamentou a alemã Valeria Michalak, depois de prestar-lhe sua homenagem na basílica.

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