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O tumor maligno nos pulmões do presidente do Uruguai Tabaré Vázquez tem não é operável, informou a imprensa local nesta quinta-feira citando fontes médicas e políticas.

Segundo a mídia, o tumor que afeta Vázquez tem metástases e inicialmente está fora da possibilidade de uma cirurgia.

Oficialmente, a Presidência da República informou que Vázquez iniciou um "tratamento de radiocirurgia em sua lesão no pulmão" e que "ele continuará cumprindo suas funções governamentais regularmente".

O próprio Vázquez relatou sua doença em um comunicado à imprensa e, em uma entrevista subsequente, disse que vai concluir seu mandato, que termina em 1º de março, quando um novo presidente assumir.

O presidente apareceu em várias reuniões oficiais nos últimos dias.

O Uruguai realizará eleições gerais em 27 de outubro e a Frente Amplio (esquerda), no poder desde 2005, busca alcançar seu quarto mandato consecutivo.

Vázquez, oncologista de 79 anos que se tornou um ícone na luta contra o tabagismo, foi diagnosticado com câncer de pulmão duas semanas atrás, depois que um nódulo pulmonar foi encontrado em um exame de rotina.

Com um discurso veemente e um pedido de união nacional, Tabaré Vázquez assumiu a Presidência do Uruguai neste domingo, substituindo José Mujica. O novo presidente já havia governado o país entre 2005 e 2010, quando deixou o poder com um índice de aprovação de mais de 70%.

Em seu primeiro discurso ao Parlamento, Vázquez, um médico oncologista de 75 anos, apelou à necessidade de uma unidade nacional que ultrapasse as diferenças partidárias. Ele fez um pedido aos uruguaios para "analisarem e discutirem juntos e com respeito os distintos caminhos para alcançar uma educação pública melhor", além de destacar o esforço para aperfeiçoar os sistemas de saúde e habitação.

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O novo presidente garantiu que seu governo será inspirado pelo legado de José Artigas, um caudilho inflexível em sua luta pela liberdade, pela República e pelos direitos dos menos favorecidos, que hoje é venerado por todos os setores políticos do país.

Ele lembrou que Artigas, depois de vencer uma batalha contra os espanhóis na época colonial, pediu clemência aos derrotados, e usou esse símbolo do poder da piedade para fazer uma critica velada ao grupo extremista Estado Islâmico. "Que diferente do momento atual, no qual se sacrificam vítimas, se grava tudo para televisão, e tristemente se mostram essas imagens como se fossem de um espetáculo circense ou desportivo", condenou.

Seguindo nessa linha, ele observou que ocorrem coisas "simplesmente horríveis" hoje no mundo. "Poucas vezes em sua história a humanidade se viu tão sacudida e tão golpeada, tão oprimida como nestes tempos. A violência, o medo, o terror, a intolerância assolam distintas regiões de nosso planeta", disse.

No Parlamento, ouvindo o discurso de Vázquez, estavam os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, do Paraguai, Horácio Cartes, do Chile, Michelle Bachelet, do Peru, Ollanta Humala, do Equador, Rafael Correa, e de Cuba, Raúl Castro.

Vázquez terá a honra de ser o terceiro uruguaio a comandar o país duas vezes desde o início do século XX, algo raro de ocorrer já que a reeleição direta não é permitida no Uruguai. Tabaré, como frequentemente é chamado pelos cidadãos, chega ao cargo pela segunda vez após vencer em novembro a disputa contra o candidato do Partido Nacional, Luis Lacalle Pou, com 53% dos votos.

Como Mujica, Vázquez integra a Frente Ampla, coalização heterogênea de partidos de esquerda que reúne desde democratas cristão até comunistas, passando por socialistas e ex-guerrilheiros. O novo presidente participou dos maiores trunfos políticos do grupo: foi prefeito de Montevidéu entre 1990 e 1995, quando liderou a primeira vitória eleitoral da frente na capital uruguaia e, após várias tentativas frustradas, se tornou o primeiro presidente eleito pela coalização.

Sóbrio e com o costume de se vestir com roupas elegantes, calmo ao falar, e morador de um distinto bairro residencial de Montevidéu, o estilo de Vázquez difere muito do de seu antecessor. Pouco habituado às discussões filosóficas de Mujica, os pontos fortes do novo governante do país têm mais a ver com sua capacidade de gestão.

O presidente assume um governo com altos índices de aceitação popular, uma economia em crescimento, salários em alta e um nível de desemprego historicamente baixo. Por outro lado, o déficit fiscal do país tem preocupado alguns analistas, além dos problemas com o sistema educativo e a segurança pública. Ele terá também que implementar a lei que legalizou a comercialização da maconha, uma iniciativa de Mujica que chamou a atenção do mundo todo, mas cujas medidas principais ainda não foram colocadas em prática. Fonte: Associated Press.

O ex-presidente Tabaré Vázquez deve liderar a eleição presidencial no Uruguai, mas sem a maioria necessária para evitar um segundo turno, de acordo com as pesquisas de opinião feitas no país. Três estudos indicam que o candidato da coalizão Frente Ampla, de 74 anos, deve voltar a enfrentar Luis Alberto Lacalle Pou, 41, do partido Nacional, nas urnas no dia 30 de novembro.

Vázquez, que foi presidente entre 2005 e 2010, deve encerrar a contagem com 44% ou 45% dos votos, enquanto seu principal rival deve ter entre 31% e 33%. Segundo as pesquisas, o terceiro colocado deve ser Pedro Bordaberry, do partido Colorado, com 13% ou 14% dos votos.

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"Esta força política foi votada pela maioria, mas teremos que ir para um segundo turno", Vázquez disse aos apoiadores assim que os resultados das pesquisas de boca de urna foram divulgados. "É um grande reconhecimento aos nove anos de governo da Frente Ampla".

Os uruguaios também votaram para eleger o seu Congresso no domingo. As pesquisas indicam que a Frente Ampla deve perder sua maioria no Legislativo, mas Vazquez disse esperar que a coalizão irá manter essa vantagem.

Como o primeiro presidente socialista do Uruguai, Vázquez encerrou o controle político exercido pelos partidos Colorado e Nacional. Ele teve como meta políticas econômicas moderadas que ajudaram o país a acelerar ante os vizinhos ao mesmo tempo em que melhorou a vida dos mais pobres.

Lacalle Pou, por sua vez, promete atuar no combate ao crime crescente, melhorar a educação e modificar a lei que tornou o Uruguai o primeiro mercado nacional legal de maconha, liderada pelo atual presidente, José Mujica. Fonte: Associated Press.

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