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O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez transmissão ao vivo na madrugada deste domingo (16) para se defender de acusações de pedofilia. No sábado (15), um vídeo em que o chefe do Executivo cita meninas venezuelanas e diz que "pintou um clima" viralizou na internet, impulsionado pela oposição. Segundo ele, a fala foi tirada de contexto. "O PT ultrapassou todos os limites", afirmou.

A polêmica começou após uma declaração do presidente a um podcast na sexta-feira (14). Respondendo a uma pergunta sobre a hipótese de o Brasil se tornar comunista numa eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, ele insinuou que meninas venezuelanas têm de se prostituir no Brasil para "ganhar a vida". Bolsonaro relatou que, em 2020, estava andando de moto em Brasília quando viu meninas "arrumadinhas" de "14, 15 anos", até que "pintou um clima" e ele pediu para entrar na casa delas.

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"Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, de moto. Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas no sábado numa comunidade, e vi que eram parecidas. Pintou um clima, voltei. 'Posso entrar na sua casa?', entrei. Tinha umas 15, 20 meninas sábado de manhã se arrumando. Todas venezuelanas. Aí eu te pergunto, menina bonitinha se arrumando sábado de manhã para quê? Para ganhar a vida", disse o presidente ao Podcast.

Na live desta madrugada, Bolsonaro afirmou que o episódio relatado por ele foi mostrado em uma transmissão ao vivo que fez em 2020. Ele disse ter mostrado "toda a sua indignação" naquela ocasião. "O PT recorta pedaços como se eu estivesse atrás de programas. Pelo amor de Deus. Fiz uma live para isso, foi demonstrado o que estava acontecendo. Que vergonha é essa? Que falta de respeito é essa? Sempre combati a pedofilia", afirmou.

"O que eu estava mostrando com aquilo (era) a minha indignação. Aquelas meninas venezuelanas que tinham fugido de seu país, tinham fugido da fome. Estavam se arrumando para quê? Mostrei toda a minha indignação ali", completou.

A fala original de Bolsonaro sobre as meninas gerou forte repercussão nas redes e entre a classe política. O deputado federal André Janones (Avante-MG) gravou um vídeo afirmando ser indefensável a declaração do presidente. "Não dá para defender pedofilia agora. Esse homem é casado, ele está confessando que criou um clima entre ele e uma menina de 14 anos", disse. "Se o presidente Bolsonaro comprovar que isso é armação, que é montagem, eu renuncio ao meu mandato de deputado federal".

Deputado pede investigação à PGR

O deputado distrital Leandro Grass (PV) encaminhou ofício à Procuradoria-Geral da República pedindo investigação sobre a conduta do chefe do Executivo. No documento, o parlamentar argumenta que "tão grave" quanto a declaração sobre ter "pintado um clima" foi o fato de o presidente ter identificado uma situação de exploração de menores e "não ter feito uma denúncia formal para as autoridades competentes".

"Se havia algum problema por ele verificado, deveria procurar as instâncias de controle, justamente para que providências fossem tomadas. Há, na região, Conselho Tutelar ativo e que exerce seu mister com bastante competência", diz o ofício.

A Igreja Católica venezuelana informou nesta quarta-feira (6) que abriu uma investigação sobre os casos de abuso sexual cometidos contra menores por parte de membros da instituição, após a reportagem do jornal americano The Washington Post sobre a readmissão de padres condenados.

“Nos sentimos profundamente consternados e magoados diante das situações de abuso”, disse o primeiro vice-presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, Mario Moronta, em coletiva de imprensa, na qual garantiu que a Igreja “colaborou para o esclarecimento dos fatos”.

“Os bispos não se opuseram nem se opõem à atuação dos órgãos competentes da justiça civil nessa questão dos abusos”, ressaltou o religioso. Segundo ele, essa investigação levará “meses ou muito mais tempo”.

“É preciso verificar todos os dados, não apenas das vítimas, mas também de outras pessoas”, afirmou. “Mantemos os dados [de abusos na investigação] em confidencialidade por respeito às vítimas, mas também porque estamos fazendo um estudo bastante sério a respeito”, explicou.

The Washington Post publicou há duas semanas uma investigação de 10 casos que “envolvem denúncias de abuso sexual infantil” por parte de sacerdotes na Venezuela. O jornal descobriu que metade dos condenados por abuso entre 2001 e 2022 “foram libertados antes do tempo” ou “não cumpriram nenhum” tempo na prisão, e que foi permitido o retorno de ao menos três deles ao ministério.

De acordo com a Conferência Episcopal, as denúncias desses casos estão sendo tratadas em suas respectivas dioceses, onde estão sendo realizados este ano procedimentos penais e administrativos, além de suspensões.

“Cada diocese é autônoma, compartilhamos informações (...), mas quando há um caso, é diretamente com o Vaticano e há um relatório para a Conferência Episcopal”, explicou Moronta, que acrescentou que só a Santa Sé pode agir e decidir sobre o futuro do religioso acusado.

O jornal americano relatou casos nos estados venezuelanos de Zulia, Falcón, Anzoátegui, Mérida e Lara, onde um padre condenado a sete anos por abusar sexualmente de um menino de seis anos não finalizou sua pena e voltou à igreja.

“Ele foi suspenso ao longo deste ano e, em todo caso, há um processo judicial contra ele”, justificou Moronta.

A Igreja Católica foi abalada por centenas de acusações e revelações de abusos sexuais cometidos por sacerdotes em todo o mundo, com um alto impacto na América Latina.

A Conferência Episcopal da Venezuela disse que está trabalhando em uma “comissão de prevenção”, com oficinas e cursos, e que impôs medidas como proibir que crianças vivam em casas paroquiais e convidar os pais para as catequeses de seus filhos.

No Dia Mundial do Refugiado, celebrado nesta segunda-feira, 20 de junho, o chefe da família de venezuelanos indígenas da etnia Warao, Celso Zapata, de 45 anos, contou ao LeiaJá a sua trajetória. E ela não foi fácil. Sua saga começou no dia 7 de janeiro de 2018, quando decidiu sair da Venezuela e vir para o Brasil.

“Vendi tudo o que tinha em casa: colchão, cama, roupa, sapato, botijão de gás, bicicleta, televisão, geladeira. Disse à família que iria sair para buscar melhoria. Eu vivia como classe média e a crise me afetou muito”, conta. 

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No Brasil, ele e a família passaram por Boa Vista, em Roraima, e Manaus, no Amazonas, mas voltou para a Venezuela em novembro de 2020. Chegando lá, encontrou três familiares doentes e voltou para o Brasil de imediato. “E trouxe eles para o Brasil. Fui para Manaus, depois Belém (Pará) e depois vim para Recife, pois tinha família aqui. Fiquei na Muribeca”, disse. 

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Ele conta que estava trabalhando em Jardim São Paulo, Zona Oeste da cidade, mas decidiu sair do emprego para procurar soluções para ajudar a família, já que todos são refugiados. “Eu morava em Jaboatão e no mesmo dia que saí, conseguiram a casa de Santo Amaro. Foi quando conheci Sirley (Vieira, coordenador do Cáritas), pelo Cáritas e, através dele, agora temos essa ajuda, mesmo sendo de um ano”. De acordo com Celso, 11 famílias de venezuelanos indígenas da etnia Warao moram em Nova Morada, na Várzea. Ao total, são 11 homens, 11 mulheres e 27 crianças, disse o líder.

Segundo Celso, a cidade que mais o acolheu e acolheu a sua família foi Recife. “Aqui tem muita gente com um coração bom, que ajuda. Saímos na rua e sempre conseguimos algo para comprar alimento. Aqui está melhor, apesar de faltas algumas coisas. Agora está mais difícil conseguir trabalho. Se para um brasileiro é difícil, imagina para os venezuelanos, é mais difícil ainda”, explica.

Uma das maiores lamentações dele é que os seus três filhos, Celso, de 11 anos, Pedro, de 8 anos e a garotinham de 6 anos, não estão estudando.

A Cáritas Brasileira e a Secretaria de Assistência Social de Pernambuco, a partir de um projeto emergencial de acolhimento temporário, oferecem abrigo aos refugiados venezuelanos. Esse projeto também faz a distribuição de alimentos para as famílias toda segunda-feira, e todos moram em casas próximas para estarem mais perto um do outro.

À reportagem do LeiaJá, o Warao lamentou que o contrato do abrigo, que é de um ano, está perto de acabar, “não sei como vai ser depois disso”. No entanto, ele revelou que, caso não consiga emprego e moradia, deve voltar à Venezuela. “Quero voltar porque tenho um irmão lá que está sofrendo, e vendo ele sofrer, eu sofro também. Tenho que enfrentar isso com ele e com a minha família, mesmo as coisas sendo caras e perigosas”. Todo mês Celso tenta ajudar o irmão financeiramente. Ele disse que tenta dividir todo o dinheiro que consegue para ajudá-lo.

O capitão José desertou após anos de pressão. Para o tenente Rafael abriram um julgamento e o expulsaram. Ambos tinham expedientes limpos na Força Armada da Venezuela, mas serem homossexuais lhes valeu perseguição, discriminação e humilhações.

"Atos contra a natureza" podem acarretar três anos de prisão e uma saída desonrosa, segundo o Código Orgânico da Justiça Militar vigente, o que obriga militares homossexuais a se enrustirem.

Após várias reformas, a mais recente, em setembro de 2021, o código mantém imóvel esse artigo, apesar dos pedidos de derrogação feitos por ativistas ao Parlamento, de maioria governista.

"É mais grave ser gay do que ser corrupto", lamenta José, como pediu para ser chamado este capitão da Guarda Nacional, de 36 anos.

"Há militares corruptos, ladrões, narco-traficantes, com procedimentos que os sancionam e seguem trabalhando como se nada tivesse acontecido", disse José, que guarda em seu celular uma fotografia onde se observa uma região careca em sua cabeça. "Era tamanha a pressão que fazia cair o meu cabelo".

A Força Armada foi acusada de violações sistemáticas de direitos humanos no controle dos protestos, o que sua cúpula nega.

A "primeira pergunta que te fazem na entrevista de ingresso é qual é sua orientação sexual: homossexual, bissexual ou heterossexual? Se não responde que é heterossexual está descartado, ali começa o primeiro filtro", aponta Rafael, o tenente do Exército expulso, de 37 anos.

Teste de polígrafo

O pesadelo de José começou em 2017, quando foi investigado "um grupo grande de militares para determinar quem era gay".

Não era casado, não tinha filhos, requisitos obrigatórios para ascender a patentes superiores. Se bem que muitos se casam para salvar sua carreira, José se negou e mantinha em segredo uma relação com um homem.

Ficou quatro dias detido. "Foram os piores quatro dias da minha vida", relata em lágrimas.

"Você tem noiva?", recorda que perguntaram várias vezes, com fúria.

"No último dia da investigação me fizeram o teste de polígrafo, me prenderam em um quarto, me conectaram a umas máquinas, praticamente sem roupa, conectado com fios nos dedos, nas mãos. Me perguntaram o mais íntimo".

"Como vamos ter aqui um maricas?, disse que o repetiam para obrigá-lo a assinar um documento em que ele aceitava ser gay. "Como não tiveram uma prova contundente (...) se dedicaram a me humilhar.

Nunca mais lhe foi permitido comandar tropas. Passou meses preso em um galpão, onde apenas cumpria horário. "O comandante dessa unidade me dizia que tinha nojo de maricas, que não me queria perto".

Por último, lhe foi atribuído o gerenciamento da conta de um comando no Twitter.

"Estava tão decepcionado que decidi sair", sustenta José, que agora está exilado na Espanha.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expressou nesta terça-feira (1º) seu "forte apoio" ao presidente russo, Vladimir Putin, durante uma conversa por telefone entre os dois, seis dias após a invasão russa da Ucrânia, informou o Kremlin a repórteres.

"Nicolás Maduro expressou seu forte apoio às ações-chave da Rússia, condenando a atividade desestabilizadora dos Estados Unidos e da Otan e enfatizando a importância de combater a campanha de mentiras e desinformação lançada pelos países ocidentais", indica a declaração do governo russo após a ligação realizada por "iniciativa venezuelana".

Putin, por sua vez, "compartilhou sua visão da situação em relação à Ucrânia, destacando que os objetivos da operação militar especial eram proteger a população civil de Donbass", territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, assim como "a soberania russa sobre a Crimeia, a desmilitarização e desnazificação do Estado ucraniano e a garantia de sua condição neutra e não nuclear".

A relação russo-venezuelana remonta à época do falecido presidente Hugo Chávez, que apoiou a Rússia durante a guerra relâmpago com a Geórgia em agosto de 2008 pelo controle da Ossétia do Sul. Após o conflito, Moscou reconheceu a independência desta província e de Abkhazia, outra região georgiana separatista pró-Rússia.

Chávez (1999-2013) também comprou armas e equipamentos militares russos por centenas de milhões de dólares em meio a um boom do petróleo que terminou em 2014.

A última família de venezuelanos indígenas da etnia Warao se mudou nessa terça-feira (15), para uma casa em Nova Morada, na Várzea, Zona Oeste do Recife. As nove famílias de imigrantes estavam juntas em um local temporário oferecido pela Secretaria de Assistência Social de Pernambuco e executado pela Cáritas Brasileira. As casas foram alugadas a partir de um projeto emergencial de acolhimento temporário dos venezuelanos durante cinco meses. Apesar do abrigo, os imigrantes questionam para onde vão depois desse período, tendo em vista que a principal forma de conseguir alguma renda é pedindo dinheiro nos sinais.  

O Projeto Emergencial para Ajuda Humanitária à População Indígena da etnia Warao da Cáritas conta com o apoio de organizações internacionais e da sociedade civil na área de acolhimento, implementação de experiências em projetos humanitários e desenvolvimento social para indígenas Warao, e também tem parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) do governo de Pernambuco. A locação das casas de acolhimento na Região Metropolitana do Recife (RMR) durante cinco meses é uma forma de trabalho para fortalecer o vínculo familiar comunitário, autonomia e corresponsabilidade. 

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Cerca de 80 indígenas Waraos estão locados em casas nos bairros de Santo Amaro e Várzea, que foram alugadas pelo Cáritas Arquidiocesana de Olinda e Recife (CAOR). São 13 famílias ao total acolhidas pelo projeto; uma está locada em Santo Amaro, e as outras 12 em Nova Morada. Os imóveis são divididos por duas ou três famílias, e são disponibilizados fogão, geladeira, ventilador e filtro de água, além do fornecimento semanal de alimentos. 

De acordo com o coordenador do Cáritas, Sirley Vieira, a distribuição da alimentação tende a acontecer toda segunda-feira, e todas as famílias moram em casas próximas. "Porém, como esses estavam lá no CSU e iam se mudar hoje, combinei com eles para entregar a alimentação no dia da mudança. Em Nova Morada, o total são 12 famílias; quatro em uma rua, quatro em outra; duas em outra e mais duas numa outra".

Só uma família está em um bairro diferente, em Santo Amaro. Ele explicou a motivação da distância. "Existia uma família em Santo Amaro que a gente dava assistência e as filhas já estudavam em Santo Amaro, e eles quiseram ficar lá. Arrumamos a casa e instalamos eles lá, mas a Prefeitura tinha feito um acordo com eles no mesmo período para continuar dando assistência, foi quando essa casa ficou vaga e como tinham muitas famílias no CSU da Imbiribeira, a gente perguntou se uma delas queria ir para Santo Amaro, até que uma se prontificou", disse. 

"Todas as outras famílias estão instaladas aqui. Foi uma solicitação deles porque, a princípio, quando a gente foi fazer o mapeamento e o levantamento para colocar as famílias, conseguimos fechar os primeiros contratos da casa aqui em Nova Morada. As primeiras famílias que se instalaram aqui gostaram do bairro e todos solicitaram vir para cá. Isso causou um certo problema pra gente no início, porque a gente não tinha garantia de conseguir todos os outros aluguéis, mas encontramos casas, abrimos processo de negociação com os proprietários e hoje, graças a Deus, a gente conseguiu fechar a última casa", contou. 

No entanto, em conversa com os venezuelanos, eles contaram à reportagem do LeiaJá que se veem desamparados e sem saber para onde ir em cinco meses. "Deveria ser de pelo menos um ano para podermos nos organizar melhor", disse o chefe de uma das famílias. 

A principal forma deles conseguirem dinheiro é pedindo nas ruas e nos sinais do Recife, foi assim que uma mulher, que manda cerca de R$ 200 para a mãe que está na Venezuela todos os meses, conseguiu comprar uma geladeira, já que tem muita gente na casa. "Eu comprei a geladeira com o dinheiro do meu suor, e quando sair daqui, como vai ser?", questionou. 

Um outro imigrante disse que não poderia falar nada porque não tinha "coisas boas" para falar. "Estaria mentindo", disse. A justificativa foi a sensação da volta às ruas estar se aproximando a cada dia que passa. Além disso, não sabem se quando saírem da casa vão poder levar os móveis doados pelo Governo de Pernambuco, "não dá para confiar". 

“O projeto prevê um apoio de cinco meses, os que estão sendo instalados conta de agora a garantia do apoio de todo o projeto. Estamos em diálogo desde o ano passado com o governo do estado pra ver se eles conseguem estender esse prazo por pelo menos um ano, e eles já pontuaram a possibilidade da extensão, mas ainda não deram a posição final, estão vendo qual é o recurso que eles conseguem. E é isso o que a gente pretende, que eles fiquem com garantia de 12 meses porque a gente acredita que é o tempo mínimo para eles poderem realmente se ajustar”, detalhou o coordenador da Cáritas. 

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A seleção brasileira feminina de futebol venceu mais uma no Torneio Internacional de Manaus, na noite deste domingo (28). A equipe de Marta, que entrou apenas no segundo tempo, abusou dos erros no primeiro tempo, oscilou ao longo da partida, mas goleou a Venezuela por 4 a 1, em jogo do quadrangular amistoso disputado na Arena da Amazônia.

Foi o segundo jogo das brasileiras na competição, que encerra a temporada da seleção feminina. No anterior. Na noite de quinta, havia goleado a Índia por 6 a 1, em partida que marcou a despedida oficial da volante Formiga da seleção. A equipe nacional se despede do torneio e do ano na quarta-feira, diante do Chile, novamente na Arena da Amazônia.

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Apesar do favoritismo, a seleção começou mal a partida deste domingo, com erros seguidos em todos os setores nos primeiro 15 minutos. As falhas em série custaram caro logo aos 2 minutos. As brechas na defesa permitiram a Villamizar disparar pela direita, entrar na área e finalizar com perigo. A goleira Lorena deu rebote e a própria Villamizar completou para as redes.

Mais organizada em campo, a Venezuela quase anotou o segundo gol aos 8, quando Castellanos finalizou de longe e mandou rente à trave esquerda da goleira brasileira. A situação só se acalmou aos 19, quando o Brasil buscou o empate, em lance de bola parada. Após cobrança de escanteio, Kerolin escorou de cabeça para as redes.

Apesar do empate, a seleção seguia com dificuldades em campo. Sofria para armar boas jogadas no ataque. E o gol da virada acabou saindo novamente da bola parada. Aos 24, Debinha cobrou falta na área e Gabi Nunes desviou para as redes, de cabeça, na primeira trave.

Aos trancos e barrancos, o Brasil deslanchou apenas aos 39, quando Kerolin anotou o terceiro gol das anfitriãs. Seis minutos depois, Debinha aproveitou vacilo na saída de bola das venezuelanas e marcou o quarto gol brasileiro. O placar, contudo, não refletia exatamente o que tinha sido o primeiro tempo em Manaus.

Para o segundo tempo, a técnica Pia Sundhage voltou a fazer testes na equipe, como fizera no amistoso anterior. Colocou em campo logo no início Júlia Bianchi, Giovana e Yasmim. A partir dos 20, colocou nova leva em campo, incluindo a atacante Marta, para alegria da torcida. Ivana Fuso também entrou na partida.

As mudanças deixaram a equipe de Pia mais ofensiva. Aos 33, Gio carimbou o travessão. Dez minutos depois, Geyse fez linda jogada individual ao disparar pela esquerda, invadir a área e bater rente à trave da goleira Cáceres. Aos 48, Geyse teve outra chance e mandou para as redes, mas a arbitragem anulou o lance.

O chavismo consolidou sua hegemonia na Venezuela ao vencer as eleições regionais e municipais do último domingo (21).

O regime de Nicolás Maduro conquistou 20 dos 23 estados do país e a capital Caracas, enquanto a oposição se limitou a vitórias em Cojedes, Nueva Esparta e Zulia.

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"Das 24 unidades da federação, conquistamos 21. Boa vitória, boa colheita", afirmou Maduro após a divulgação dos resultados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Com 90,1% das urnas apuradas, o CNE registrava participação de 41,80% do eleitorado, totalizando 8,15 milhões de votantes.

Essas foram as primeiras eleições com participação da oposição em quatro anos, já que as forças antichavistas denunciavam falta de condições democráticas para uma disputa justa e limpa.

Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv) e número dois do chavismo, celebrou a jornada de "civismo" e disse que a participação do eleitorado foi "mais que suficiente para calar a boca de quem falava em fraude".

Ainda assim, houve dezenas de denúncias de fraudes e intimidações. A ONG Súmate informou ter recebido 64 relatos documentados de irregularidades durante as eleições, mas a missão enviada pela União Europeia para acompanhar o pleito ainda não se pronunciou.

Já a ONG Foro Penal denunciou ao menos 13 prisões, além de uma morte no estado de Zulia. A oposição ainda hoje não reconhece a reeleição de Maduro em 2018 e o acusa de ocupar o cargo de forma ilegítima.

Da Ansa

Após três anos de boicote, a oposição venezuelana volta hoje às urnas em eleições regionais, que o governo de Nicolás Maduro pretende usar para se reerguer e conseguir a suspensão das sanções internacionais. Com propostas antagônicas, chavistas e dissidentes disputam o poder em 23 Estados e 335 prefeituras, além de cadeiras na Assembleia Nacional.

Em um país desgastado pela crise política e econômica, 21 milhões dos 30 milhões de venezuelanos poderão votar sem garantias de lisura, mas observadas, pela primeira vez em 15 anos, por uma missão da União Europeia, que deve atestar, juntamente com a ONU, se houve algum tipo de fraude.

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VANTAGEM. O resultado é esperado: o chavismo deve vencer a maior parte dos Estados. Mesmo assim, alguns partidos dissidentes acreditam que participar das eleições era o melhor caminho para chegar a uma disputa presidencial mais limpa em 2024. Para o professor da Universidade Simón Bolívar Erik del Bufalo, esse foi um erro, pois a oposição se fragmentou ainda mais.

"Pode terminar de se destruir. Essas eleições dividiram demais os adversários do chavismo. Há mais divergências entre os partidos dissidentes do que com relação ao chavismo, o que prova o grau de retrocesso político que vivemos", afirma Del Bufalo. A divisão é tanta que em muitas regiões o antichavismo sequer conseguiu emplacar candidatos.

A participação dos partidos contrários ao chavismo não representará uma frente comum contra o PSUV, de Maduro, mas indica que o apoio internacional dado ao líder opositor Juan Guaidó já não é mais suficiente. Desde que se declarou presidente interino, em janeiro de 2019, Guaidó vem perdendo força na Venezuela. Pesquisa do Datanalisis mostra que o apoio a ele passou de 63%, em 2019, para 15%, hoje.

O partido Força Popular (de Guaidó) estará presente nas urnas, assim como o Primero Justicia, de Henrique Capriles e de José Manuel Olivares, que passou os últimos três anos exilado em Bogotá, na Colômbia, mas regressou à Venezuela para disputar o governo de Guaira, Estado vizinho a Caracas.

Os adversários do chavismo que decidiram ficar de fora deste processo eleitoral, como a líder Maria Corina Machado, continuam dizendo que o simples fato de participar dele é uma maneira de legitimar o governo de Maduro. "Aqueles que participam da farsa de domingo (hoje) estão entregando uma luta", afirmou Corina Machado ao jornal colombiano El Tiempo.

SANÇÕES. Com a realização destas eleições, principalmente com a presença de observadores internacionais, o governo chavista busca a suspensão das sanções internacionais, para poder vender livremente seu petróleo e importar gasolina. Analistas, no entanto, acreditam que, mesmo que haja uma certificação de que o processo eleitoral foi livre e justo, é preciso uma mudança de posição do governo de Joe Biden com relação ao regime chavista, antes que sanções sejam levantadas.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou neste domingo que o país atingiu 70% de sua população vacinada contra a Covid-19, e anunciou o início da vacinação de crianças a partir de 2 anos.

"Tenho que anunciar oficialmente que chegamos a 70% da população vacinada na Venezuela", informou Maduro em discurso transmitido pela TV estatal. Além disso, “amanhã começaremos a vacinar meninos e meninas com mais de 2 anos".

O presidente pediu que a população não baixe a guarda. O país, de 30 milhões de habitantes, iniciou em fevereiro a aplicação da vacina russa Sputnik V e da chinesa Sinopharm, ambas de duas doses. Em seguida, incorporou a cubana Abdala, de três aplicações.

Até o momento, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estima que mais de 23 milhões de doses tenham sido aplicadas na Venezuela: 13,8 milhões de venezuelanos imunizados com a primeira dose, e 9,2 milhões, com duas doses.

Segundo dados oficiais, foram confirmados no país 412.472 infectados pelo novo coronavírus e 4.955 mortos desde o começo da pandemia.

A oposição da Venezuela solicitou ao governo do presidente Nicolás Maduro que retome as negociações para pôr fim à crise política no país, depois que o Executivo chavista se afastou da terceira rodada de diálogo prevista para este domingo (17) no México.

"Exortamos a contraparte a retomar o quanto antes as sessões no México para produzir os acordos necessários", disse o líder da delegação opositora, Gerardo Blyde, em entrevista coletiva na Cidade do México.

O encontro deveria se estender até a próximo quarta-feira (20) na capital mexicana.

O governo Maduro anunciou ontem que não compareceria à reunião depois que Alex Saab, empresário colombiano com nacionalidade venezuelana, foi extraditado de Cabo Verde para os Estados Unidos, que o acusa de lavar dinheiro para o governo venezuelano.

"Ninguém é mais importante que o povo venezuelano", comentou Blyde, ao lamentar o "novo atraso" produzido nas negociações iniciadas em agosto com mediação da Noruega.

O líder opositor disse que a delegação da chamada Plataforma Unitária viajou à Cidade do México por seu "compromisso com o povo venezuelano" e manifestou sua disposição para seguir avançando no diálogo.

"Tínhamos muitas expectativas sobre esta reunião e estas expectativas continuam para a próxima [...]. Queremos abordar com profundidade todos os temas da agenda, pois só assim poderemos chegar a acordos que produzam soluções para o país", acrescentou.

Blyde se referiu à "crise humanitária" na Venezuela, que, segundo ele, tem reflexos no setor da saúde, ao fracasso econômico que obrigou cerca de 5 milhões de pessoas a deixarem o país e à falta de garantias democráticas.

O Brasil sofreu muito mais do que o costume para vencer a Venezuela, mas na base do sufoco conseguiu a vitória, de virada, por 3 a 1. Na noite desta quinta-feira (7), o time do técnico Tite sentiu muito a falta do atacante Neymar, suspenso, e viu o jogo das tribunas do estádio Olímpico de Caracas. Assim, o time se mantém com 100% de aproveitamento nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar - agora, são nove jogos, nove vitórias e 27 pontos conquistados.

A seleção brasileira volta a campo no domingo, em jogo atrasado da 5.ª rodada contra a Colômbia, em Barranquilla, quando Tite já poderá contar com Neymar. Nesta quinta, o começo do jogo não foi do jeito que o torcedor brasileiro esperava. Depois de perder um gol com Gabriel Barbosa aos seis minutos, quando ele bateu de esquerda após receber passe de Paquetá, o Brasil sofreu o primeiro gol do jogo.

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Aos dez minutos, Soteldo saiu da marcação de Gerson e recebeu com liberdade pela direita do ataque, nas costas de Guilherme Arana. Ele cruzou na área para Eric Ramírez, que estava marcado, mas Fabinho e Marquinhos escorregaram ao mesmo tempo e o venezuelano ficou livre e nem precisou pular para cabecear no canto direito de Alisson e abrir o placar.

O Brasil não sofria um gol nas Eliminatórias Sul-Americanas desde a segunda rodada, quando a equipe do técnico Tite venceu o Peru, no estádio Nacional, em Lima, por 4 a 2 - foram 632 minutos sem levar gols.

A seleção brasileira tinha problemas em sua transição. Após sair com a bola da defesa, volantes e meias tinham dificuldade na hora de encaixar o passe vertical em velocidade para surpreender a defesa Venezuela.

Mesmo assim, a equipe chegava com perigo. Aos 18, Gabriel Jesus levou perigo em uma cabeçada que saiu pela linha de fundo. Três minutos depois, Everton Ribeiro recebeu na esquerda, nas costas da defesa e entrou na área em velocidade. De frente para o gol, resolveu tocar para Gabriel Barbosa, mas a bola desviou em Ferraresi e explodiu no travessão.

O time brasileiro tinha muito mais posse de bola, mas não chegava com perigo ao gol de Graterol. Burocrática e lenta, a seleção brasileira apenas trocou passes na altura do meio-campo, e esteve longe de apresentar um bom futebol.

A Venezuela, por sua vez, fazia uma partida de muita entrega. No final da primeira etapa, o time chegou mais uma vez com perigo. Mais uma vez Soteldo apareceu pela direita e levantou na área. Ramírez não conseguiu cabecear e no rebote, Peñaranda bateu cruzado para boa defesa de Alisson - o goleiro brasileiro ainda fez outra defesa, em chute de Machís.

No segundo tempo, Tite voltou com Raphinha no lugar de Everton Ribeiro. Tite queria dar maior velocidade na condução de bola e no passe da seleção brasileira. Nos primeiros dez minutos, o Brasil conseguiu uma sequência de três escanteios, mas a defesa venezuelana conseguiu afastar o perigo.

Aos 11, o Brasil teve uma falta pela esquerda do ataque. Guilherme Arana, que não foi bem na primeira etapa, fez um bom cruzamento na área e Thiago Silva subiu bem para cabecear para o gol e marcar o que seria o empate da seleção brasileira. Contudo, a arbitragem anulou a jogada por impedimento do zagueiro, que foi confirmado pelo VAR (Árbitro de Vídeo).

Aos 17, Tite mandou a campo o atacante Vinícius Jr. e o Brasil passou a atuar com quatro jogadores no ataque - Raphinha, Gabriel Jesus, Gabriel Barbosa e Vinicius Junior. O problema era quem iria criar as jogadas para quem atuava mais à frente. Sem Neymar, a seleção brasileira sentiu muito a falta de algum jogador que chamasse mais a responsabilidade de conduzir a equipe.

De tanto insistir nas jogadas de bola aérea, o Brasil finalmente chegou ao empate, aos 24 minutos. Raphinha cobrou escanteio na segunda trave e o zagueiro Marquinhos subiu mais que a defesa para cabecear com força para o chão e vencer o goleiro Graterol - foi o quarto gol do defensor em 61 partidas pela seleção, o seu segundo nas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Catar-2022.

Apesar de jogar mal, a fragilidade da seleção venezuelana explicava o empate da seleção brasileira, que já merecia melhor sorte no jogo. Tite sacou Gabriel Jesus e Danilo e mandou a campo Vinicius Junior e Emerson.

Aos 37 minutos, finalmente a seleção brasileira fez uma boa jogada ofensiva. Raphinha fez ótima jogada, carregou pelo meio da defesa venezuelana e abriu na esquerda para Vinícius Jr. O atacante do Brasil cortou a marcação e bateu, mas Graterol espalmou. No rebote, Gabriel Barbosa foi derrubado por González e o árbitro peruano Kevin Ortega assinalou o pênalti.

Na cobrança, Gabriel Barbosa, que jogou com a camisa com o nome de Gabi nas costas, bateu com sua costumeira eficiência e virou o jogo para a seleção brasileira. O gol tirou um peso das costas do atacante, que fez o seu primeiro gol nas Eliminatórias - foi o seu quarto gol com a camisa do Brasil e o seu 10.º de pênalti nesta temporada.

Aos 50 minutos, o Brasil ainda teve tempo de ampliar. Emerson achou Raphinha na área pela direita - ele levou a bola na linha de fundo e tocou no meio para Antony, livre, apenas empurrar para as redes e decretar o resultado final. A seleção não jogou tão bem, mas segue sua tranquila caminhada rumo ao Catar.

FICHA TÉCNICA:

VENEZUELA 1 x 3 BRASIL

VENEZUELA - Graterol; Hernandez, Ferraresi, Mejías (Chancellor) e González; José Martínez (Edson Castillo), Rincón (Moreno), Machís (Córdova), Solteldo e Peñaranda (Bello); Ramírez. Técnico: Leonardo González.

BRASIL - Alisson; Danilo (Emerson), Marquinhos, Thiago Silva e Guilherme Arana (Alex Sandro); Fabinho, Gerson, Everton Ribeiro (Raphinha) e Lucas Paquetá (Vinícius Jr.); Gabriel Barbosa e Gabriel Jesus (Antony). Técnico: Tite.

GOLS - Eric Ramírez, aos 10 minutos do primeiro tempo. Marquinhos, aos 24, Gabriel Barbosa (pênalti), aos 39, e Antony, aos 50 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Marquinhos, Bello e Hernández.

ÁRBITRO - Kevin Ortega (Peru).

RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.

LOCAL - Estádio Olímpico, em Caracas (Venezuela).

A seleção brasileira inicia, nesta quinta-feira (7), às 20h30, em Caracas, diante da Venezuela, uma série de três partidas pelas Eliminatórias Sul-Americanas que poderá encaminhar a classificação do time de Tite para a disputa da Copa do Mundo do ano que vem no Catar. Para isso, o selecionado terá de vencer os venezuelanos, depois os colombianos, em Barranquilla, no domingo e os uruguaios, em Manaus, no dia 14, alcançando os 33 pontos. Desta forma, tirando Brasil, Argentina e Uruguai, apenas mais uma seleção poderia somar até 15 pontos na classificação até o fim das três rodadas. Lembrando que o Brasil disputou uma partida a menos por causa do imbróglio ocorrido na Neo Química Arena, diante da Argentina.

O Brasil lidera as Eliminatórias com 24 pontos, após oito partidas, com aproveitamento de 100%. Argentina e Uruguai soma 18 e 15, respectivamente. A partir daí, inicia-se a uma disputa acirrada pela quarta colocação. O quinto lugar leva para a disputa da repescagem.

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Colômbia e Equador somam 13 pontos cada e precisariam de dois pontos para permanecerem na briga, caso o Brasil vença as três partidas. Os colombianos têm um caminho difícil: Uruguai, fora, Brasil e Equador, ambos em casa, enquanto os equatorianos recebem a Bolívia e depois saem para encarar Venezuela e Colômbia.

O Paraguai tem 11 pontos e precisaria de mais quatro frente a Argentina (c), Chile e Bolívia, ambos fora. Peru, com oito pontos, e Chile, com sete, podem até sonhar com o Catar, mas já é difícil prever que possam alcançar o Brasil.

Sem falar em vaga antecipada, Tite prefere usar a partida diante da fraca Venezuela, última colocada, com apenas quatro pontos - fruto de uma vitória, um empate e sete derrotas -, para fazer testes na seleção e observar o rendimento de atletas que tiveram menos oportunidades. É o caso do lateral-esquerdo Guilherme Arana, que vai fazer sua estreia na seleção principal.

"A própria campanha nos permite dar aos atletas um número maior de chances, como o Arana (lateral-esquerdo). Há uma competição interna muito forte e que a gente possa ter isso nessa sequência", admitiu o treinador, nesta quarta-feira, em entrevista coletiva, após o último treino em Bogotá, na Colômbia.

Tite também vai sentir como a equipe vai se comportar sem Neymar, suspenso por causa do cartão amarelo recebido na vitória diante do Peru, na última rodada. No meio estará ausente o volante e capitão Casemiro, um dos líderes do elenco, que apresentou uma infecção em um dente, foi cortado e substituído por Douglas Luiz, do Aston Villa. Mas o titular da cabeça de área em Caracas será Fabinho.

O ataque vai contar com a dupla de atacantes formada por Gabriel Jesus e Gabriel Barbosa. "Não acredito que colocar quatro atacantes vai te deixar ofensivo e não acredito que colocar quatro volantes vai deixar o time defensivo. Gosto de uma equipe que trabalhe bem a bola, mas sei que verticalizar é importante, a beleza está aí. Temos peças para fazer isso, jogadores agudos", afirmou Tite.

Na Venezuela, o técnico Leonardo González aposta na dupla de atacantes formada por Soteldo e Hurtado para buscar uma vitória, após duas derrotas consecutivas.

Zacary Egea acorda nervoso no meio da noite. “A planta!”, exclama antes de pular para o computador e confirmar que está tudo bem. Ele é um dos muitos venezuelanos adeptos dos jogos NFT como forma de ganhar dinheiro.

Zacary, de 32 anos, joga Plant Vs. Undead, em que cultiva plantas virtuais que pode vender, após um investimento inicial que produz lucro se todas as instruções do programa forem seguidas.

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Esses jogos eletrônicos são baseados em tokens não fungíveis (NFT, na sigla em inglês), ativos digitais em plataformas de tecnologia blockchain - a mesma usada com criptomoedas - que podem ser trocados por dinheiro.

Ele foi policial durante nove anos, mas pendurou o uniforme por causa do baixo salário que ganhava, em um país que atravessa seu oitavo ano de recessão e o quarto de hiperinflação, e onde a moeda local e a capacidade de poupança foram destruídas.

“O que eu quero com isso? Juntar dinheiro para ter uma casa própria para ter minha família”, disse à AFP este homem que mora com sua mãe em um complexo de apartamentos em uma área popular de Caracas. "É uma projeção de longo prazo."

Com cerca de 300 dólares que economizou trabalhando como mototaxista e entregador de um aplicativo - seu atual emprego - ele melhorou seu computador e começou a jogar.

Antes, abriu uma carteira digital para processar NFTs, a fim de trocar seus ganhos por dinheiro real.

Seu primeiro investimento: 80 dólares em um girassol e alguns repolhos digitais, que em algum momento o permitirá adquirir uma semente para "plantar" uma árvore, que depois poderá vender por 2 mil dólares quando ela crescer.

Em um caderno escolar, ele registra os detalhes do comportamento de sua operação, com dados de mercado como um corretor de valores.

“Às 6 da manhã estou parado atento ao jogo. Depois que saio para trabalhar na rua fico atento (no celular) para regar a planta, para que não tenha um corvo” que a prejudique, explica.

“Uma noite eu estava dormindo e acordei agitado... 'A planta!' E levantei para me conectar. Mas estava tudo bem", lembra ele rindo.

- As "bolsas" -

É cada vez mais comum ouvir falar de jogos NFT nas ruas, especialmente nos bairros da classe trabalhadora de Caracas.

O dono de uma mercearia surge de repente e interrompe um grupo que está falando sobre o assunto. "Estão falando sobre 'Plant'?!", pergunta com entusiasmo. "Eu quero me meter."

Uma amostra da atração gerada por esses videogames é que entre os 50 sites mais visitados da Venezuela, segundo o índice Alexa da Amazon, Plant Vs. Undead aparece em 18º lugar, e no 35º está Axie Infinity, outro jogo NFT em que o usuário luta com criaturas chamadas "axies" que também são digitalizadas como tokens trocáveis por dinheiro.

O jogo Axie Infinity requer um investimento muito maior, de cerca de mil dólares, para participar.

“Essas plataformas de jogos que remuneram seus participantes se tornaram, em países hiperinflacionários como a Venezuela, opções de geração de renda além do trabalho formal, jogando por uma, três, quatro horas por dia”, explica Aaron Olmos, economista e pesquisador universitário da área de criptoativos.

Olmos adverte que os jogos "criam sua própria economia". Os NFTs "chegam com um preço base que começa a crescer à medida que os jogadores se animam", mas também podem cair de valor, enfatiza ele.

Uma modalidade que está ganhando força são as "bolsas": um investidor paga pelo acesso ao jogo e contrata um jogador, geralmente um adolescente, para gerar lucros e rentabilizar seu investimento.

"Uma conta Axie (...) pode dar em média 500, 400 dólares por mês com uma bolsa", e isso é suficiente "para sustentar uma família", explica Yerson Rivero, que investe em criptoativos e joga em NFT.

Na Venezuela, a cesta básica custa 220 dólares, segundo estimativas privadas. E um salário mínimo equivale a 2,5 dólares mensais.

Yerson, com Jesús Almerida e outros amigos, montou um discreto escritório nos fundos de uma oficina mecânica para investir em criptoativos. Eles têm três computadores e passam os dias regando plantas virtuais.

“A criptomoeda é um negócio do futuro”, diz Jesus. "Decidi que, quando tivesse um bom capital, iria (...) criar uma criptocarteira para cada um dos meus filhos (...) para pagar sua universidade."

O ex-parlamentar Freddy Guevara, dirigente do partido de oposição Voluntad Popular e braço direito do líder opositor Juan Guaidó, recebeu liberdade condicional no domingo (15), na Venezuela. A decisão ocorreu cerca de três semanas após o presidente do país, Nicolás Maduro, confirmar o início de um novo diálogo com a oposição previsto para o mês de agosto.

Guevara foi preso no início de julho, na capital Caracas, por agentes da inteligência venezuelana, acusado de traição e terrorismo.

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A promotoria alegou que o ex-parlamentar estava vinculado a uma série confrontos violentos entre gangues e policiais, e que segundo Maduro seriam parte de um plano para tirá-lo do poder.

O ex-parlamentar estava detido na sede do serviço de inteligência venezuelano e foi diagnosticado com covid-19 durante o tempo de custódia.

Ao ser solto, o opositor afirmou que esteve isolado por vários dias e ainda não tinha detalhes sobre as regras atreladas à sua liberação. "Não estou certo sobre quais são as limitações", disse em entrevista a uma emissora local de televisão. "Enquanto não houver solução política aqui na Venezuela, sei que minha liberdade é condicional como a liberdade de todos os venezuelanos", acrescentou.

Na última sexta-feira, 13, as diretrizes que devem guiar as conversas entre o governo venezuelano e a oposição foram firmadas através de um acordo.

O processo terá como palco o México e será mediado pela Noruega. A libertação de presos políticos está entre os itens previstos pela agenda.

Guevara afirmou que descobriu sobre a tentativa de diálogo "há três ou quatro dias" e ainda não sabe se fará parte das negociações.

No passado, o ex-parlamentar foi acusado de "incitar violência" em protestos contra a instalação da Assembleia Nacional Constituinte, em 2017.

Para evitar a prisão, o opositor se refugiou na embaixada do Chile por três anos, até receber um indulto presidencial em 2020. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ameaçou pedir de volta o investimento de US$ 120 milhões feito no mecanismo Covax da Organização Mundial de Saúde (OMS), caso a entidade não entregue vacinas ao país.

Em virtude da desatualização dos dados macroeconômicos do país em organismos internacionais, hoje, a Venezuela não teria direito às cotas. O país tem tido dificuldades para encontrar imunizantes em virtude das sanções impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo venezuelano anunciou nesta quinta-feira (24) que assinou um "contrato de fornecimento" de 12 milhões de doses da Abdala, vacina cubana contra a covid-19, que, segundo o laboratório que a desenvolveu, tem eficácia de 92% e aguarda a aprovação da OMS.

"Queríamos agradecer que esta vacina seja incorporada ao processo de imunização e ao plano de vacinação da Venezuela e assinamos contrato para o fornecimento de 12 milhões de vacinas Abdala, que estaremos recebendo nos próximos meses", anunciou a vice-presidente, Delcy Rodríguez.

Delcy recebeu no aeroporto internacional de Maiquetía, que atende a Caracas, um primeiro lote de 30.000 doses, cobrindo uma população de 10.000 pessoas, sendo necessárias três aplicações.

“Esta é essencialmente uma doação que Cuba faz ao nosso país irmão”, disse Eulogio Pimentel, vice-presidente da BioCubaFarma, empresa farmacêutica estatal responsável pela Abdala, em coletiva de imprensa em Havana. Esse primeiro lote que chegou à Venezuela não faz parte dos 12 milhões de vacinas acordadas, esclareceu Pimentel.

Em 21 de junho, a farmacêutica BioCubaFarma anunciou que a vacina candidata fabricada por Cuba tem uma eficácia de mais de 92%, sendo o primeiro imunizante contra o novo coronavírus criado na América Latina.

Autoridades científicas da ilha informaram no fim de semana passado que a Soberana 2, sua outra candidata no combate à pandemia de covid-19, completou suas três fases de teste e alcançou uma eficácia de 62% com duas doses, das três existentes nos imunizantes desenvolvidos em Cuba.

Nem a Abdala, nem a Soberana 2, receberam ainda a aprovação da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou da autoridade reguladora cubana, mas ambas estão sendo administradas à população da ilha.

A Venezuela, que espera vacinar 70% de sua população de 30 milhões de habitantes este ano, iniciou em fevereiro a aplicação das vacinas Sputnik V e Sinopharm. O governo também negocia a aquisição de vacinas por meio do sistema Covax, da OMS.

Uma blitz da Guarda Nacional venezuelana para o veículo de Alexa. Ao ver que seu documento diz "Alexander", pedem-na para sair do carro e revistá-la. "Queriam tirar minha roupa, lembra ela, vítima recorrente de episódios de transfobia.

"Me disseram 'abaixe a calcinha precisamos ver se você está levando drogas'. Eles me fizeram tirar o sutiã", relata essa mulher trans de 33 anos.

"Eles me humilharam", desabafa ela, que acredita não ter sofrido "tanto" abuso físico por ser "muito grande".

Não é a primeira vez que isso acontece em uma Venezuela conservadora, onde reina a rejeição - muitas vezes dissimulada - à comunidade LGBT + e não existem leis destinadas a garantir seus direitos.

Alexa La Galana foi o nome que ela assumiu há dez anos, quando iniciou sua transição. Recebeu tratamento hormonal e, graças a um reality show, pôde fazer a cirurgia de readequação sexual.

Ela tem uma cintura fina, seios fartos e cabelos abaixo dos ombros. Mora no perigoso bairro de 23 de Enero. A "necessidade" a levou a se tornar uma trabalhadora do sexo. Até agora, afirma, não foi agredida fisicamente. Mas lida com xingamentos, olhares fixos e sussurros.

"Mas, em um país tão violento como a Venezuela, o melhor é dar uma de louca e continuar andando", resigna-se.

Ela tem razão. Em 2020, o país registrou uma taxa de 45,6 mortes violentas a cada 100 mil habitantes, um índice sete vezes maior do que a média mundial, segundo o Observatório Venezuelano de Violência. A instituição é uma referência, diante da ausência de dados oficiais.

No caso da comunidade LGBT +, é o mesmo quadro: sem números oficiais. Existem apenas dados compilados por ONGs, que relatam mais de 100 pessoas assassinadas por sua orientação sexual e identidade e expressão de gênero desde 2008. As principais vítimas são homens gays e pessoas trans.

Na semana passada, uma mulher trans foi assassinada e mutilada em um bairro de Caracas, sob circunstâncias ainda não esclarecidas pelas autoridades.

O diretor da ONG Acción Ciudadana contra el sida (ACCSI), Alberto Nieves, garante que esse tipo de conduta não é novidade.

Um relatório de sua organização, que registrou 109 mortes violentas na comunidade LGBT + entre 2008 e 2017 (a data mais recente), revela assassinatos por disparos, esfaqueamento, estrangulamento, mutilação genital, rostos esfolados, espancamentos, colunas fraturadas. A maioria das vítimas são pessoas trans.

"Em Caracas, por exemplo, jogaram pessoas trans do 17º andar de um prédio em construção e, em Barinas (oeste), foram dois cadáveres que lhe cortaram a cabeça com um facão", conta Nieves.

Um grupo de cerca de dez pessoas protestou nesta segunda-feira (21) por este crime ocorrido há uma semana. Na mesma noite, um casal gay foi morto.

Em situação normal o Brasil já seria favorito contra a Venezuela no futebol, ainda mais em uma Copa América disputada no País. Mas na partida inaugural do torneio continental, a seleção encontrou um adversário desentrosado e desfalcado após 13 casos de covid-19 que deixaram jogadores em isolamento na véspera da partida. A vitória do time comandado pelo técnico Tite por 3 a 0 foi justa, mas se apertasse poderia ter feito muito mais.

O duelo, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, não teve a presença de público e foi realizado mesmo após críticas de torcedores contrários à realização da competição no Brasil em um momento no qual a pandemia de coronavírus está com números altíssimos de novos casos e mortes.

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Até para rebater as críticas, a Conmebol divulgou neste domingo uma "Carta aberta à opinião pública" e nela argumentou que a organização do torneio de seleções mais antigo do mundo se sustenta em três pilares principais: responsabilidade, profissionalismo e objetivo esportivo. Também ressaltou a "bolha sanitária" que as dez delegações estão submetidas.

O controle todo detectou 17 casos positivos de covid-19 no sábado, por exemplo. Por isso a Venezuela entrou em campo bastante desfalcada - os outros casos ocorreram com a seleção da Bolívia. E além da crítica na insistência em realizar o evento, existe um outro problema na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cujo presidente está afastado do cargo acusado de assédio moral e sexual.

E foi diante de todo esse cenário que os jogadores brasileiros entraram em campo - a contragosto, pois falaram publicamente que a Copa América no País não vinha em boa hora - para fazer o básico e estrear com vitória.

Tite até aproveitou o duelo para dar chance a alguns atletas que não vinham sendo titulares.

Um dos que melhor aproveitou a oportunidade foi Éder Militão, que atuou como zagueiro, mas deu importantes passes para os atacantes, ajudando a quebrar a linha defensiva venezuelana.

Logo nos primeiros minutos já dava para perceber a fragilidade do rival e que o gol brasileiro não demoraria a sair. Em dez minutos o Brasil teve duas boas chances com Richarlyson e uma com Militão, que desperdiçou uma cabeçada. Mas aos 22, em cobrança de escanteio de Neymar, a bola sobrou para Marquinhos, que abriu o marcador.

Depois disso, Richarlyson teve nova chance e marcou, mas ele estava impedido na jogada. Com boa movimentação, Neymar se mostrava bem na criação e muitas vezes era parado com faltas. Aos 29, o camisa 10 fez linda jogada, se livrou de Martínez e chutou, mas a bola foi para fora, com muito perigo.

Na etapa final, o jogo continuou em ritmo lento, até que Danilo fez boa jogada individual e foi derrubado dentro da área. O juiz marcou pênalti e na cobrança perfeita de Neymar o atacante chegou a 67 gols pela seleção brasileira, se igualando a Ronaldo Fenômeno. Ambos estão atrás apenas de Pelé, que tem 95 gols, segundo as contas da CBF.

Após ampliar para 2 a 0, o Brasil diminuiu ainda mais o ritmo. A Venezuela, por sua vez, não conseguiu exigir nenhuma defesa de Alisson e ainda sofreu o terceiro. Neymar recebeu em ótimas condições, partiu em velocidade e tirou o goleiro da jogada. O atacante então cruzou para Gabriel Barbosa, livre, empurrar para o gol vazio e fechar o placar.

Para a seleção de Tite, o importante foi estrear com vitória e cumprir sua obrigação na abertura do campeonato. Agora, na próxima rodada, na quinta-feira, o Brasil enfrenta o Peru, no Engenhão, em busca de mais três pontos na Copa América. Será um duelo um pouco mais difícil, mas a seleção vem embalada com oito vitórias seguidas e está mostrando sua força.

FICHA TÉCNICA:

BRASIL 3 x 0 VENEZUELA

BRASIL - Alisson; Danilo, Éder Militão, Marquinhos e Renan Lodi (Alex Sandro); Casemiro, Fred (Fabinho) e Lucas Paquetá (Everton Ribeiro); Gabriel Jesus (Vinicius Jr.), Richarlison (Gabigol) e Neymar. Técnico: Tite

VENEZUELA - Graterol; Alex González (Hernández), La Mantía, Adrian Martinez, Del Pino e Cumaná; Moreno, Casseres (Castillo), Manzano (Celis) e José Martínez; Aristeguieta (Córdova). Técnico: José Peseiro.

GOLS - Marquinhos, aos 22 do 1º tempo; Neymar, aos 18, e Gabigol, aos 43 do 2º tempo.

ÁRBITTRO - Esteban Ostojich (Uruguai).

CARTÕES AMARELOS - Renan Lodi, Gabigol, Del Pino e Manzano.

LOCAL - Mané Garrincha, em Brasília.

Vai ter Copa América no Brasil. Depois da desistência de Colômbia e Argentina como sedes originais, de um manifesto dos atletas da seleção brasileira com críticas ao torneio por "razões humanitárias e de cunho profissional", dos protestos de movimentos sociais no Distrito Federal por conta dos jogos durante o agravamento da pandemia e até da desistência de três patrocinadores, o torneio de seleções da América do Sul começa neste domingo, com Brasil e Venezuela, às 18h, em Brasília.

A realização do torneio parecia tão incerta que o martelo só foi batido nesta quinta-feira, 10. O Supremo Tribunal Federal analisou, ao mesmo tempo, três processos contra a realização da competição em função da possibilidade de disseminação do novo coronavírus. Os 11 ministros do STF votaram contra esses pedidos. Eles permitiram o evento, pois os jogadores serão submetidos a testes para diagnosticar infecção por covid-19 e a disputa não terá público. O Ministério da Saúde já havia definido que a vacinação dos atletas não será obrigatória. Pelo menos quatro seleções, entre elas, o Brasil, ainda não tomaram nem a primeira dose.

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Mesmo assim, três patrocinadores decidiram não associar suas marcas ao torneio: Mastercard, Ambev e Diageo. Na prática, os contratos não foram rescindidos, mas campanhas publicitárias e exposições dessas marcas serão evitadas. Especialistas opinam que o torneio perdeu parte do seu poder de atração por conta das controvérsias e das polêmicas.

Do ponto de vista esportivo, a Copa América também não vale muita coisa. Atualmente, ela não vale classificação para algo maior, como a antiga Copa das Confederações. Além disso, foi banalizada. Já foram realizadas edições em 2015, 2016 e 2019. Esta será a quarta em seis anos.

Esse torneio de menor importância trouxe uma crise inédita à seleção brasileira. Desde que o País foi anunciado como sede, houve uma cisão. De um lado, jogadores e comissão técnica reclamaram que não foram ouvidos. Do outro, a CBF, então presidida por Rogério Caboclo, falava do compromisso com o Governo Federal, principal avalista do torneio no País. Entrevistas canceladas. Silêncio. O único a falar foi o capitão Casemiro, na última sexta-feira. Ele afirmou que todos sabiam qual era a posição dos atletas, mas não quis dizer qual era. Ficou no ar a ideia de um boicote à Copa América.

Na última terça, após a vitória sobre o Paraguai, o projeto de abandonar o torneio se dissipou totalmente. Os brasileiros divulgaram um manifesto genérico criticando a Conmebol. "Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira". Não ficou clara a razão da insatisfação do grupo. Mesmo contrariados, os atletas decidiram disputar o torneio.

A ideia de abandono se dissipou depois que Caboclo foi afastado da presidência por causa de uma denúncia de assédio sexual e moral feita por uma funcionária da entidade. Grande parte do descontentamento dos atletas estava concentrada na figura do presidente, que tratou os atletas como subordinados da CBF e quis controlar até o que eles diriam nas entrevistas.

Mesmo com todo esse auê, Tite manteve o grupo das Eliminatórias. A única mudança é a saída de Rodrigo Caio, do Flamengo, que havia sido convocado após lesão de Thiago Silva. O veterano do Chelsea voltou a treinar na sexta-feira. Esse grupo vem sobrando com seis vitórias nas seis rodadas iniciais. São seis pontos de vantagem para o segundo colocado.

Isso projeta um domínio avassalador no torneio? Não necessariamente. A Argentina, segunda força na tabela das Eliminatórias, tem motivações especiais no torneio. São 28 anos sem títulos, quase três décadas. E Messi está no meio dessa seca. A Copa América é uma das últimas oportunidades do astro conseguir um título com a seleção.

DISPUTAS NA DEFESA, MEIO E ATAQUE - As últimas partidas mostraram que a seleção brasileira apresenta disputa por vagas em diferentes setores. Não se trata daquela clara busca por espaço como acontece nos clubes, mas não dá para cravar quem é o dono da posição. A dúvida começa no gol, entre Alisson e Ederson. No jogo com o Paraguai, o goleiro do Manchester City aproveitou sua facilidade na saída de bola e ajudou na estratégia de Tite. Foi bem. Alisson não havia comprometido na partida anterior, contra o Equador.

Na defesa, Thiago Silva está recuperado da lesão muscular sofrida na final da Liga dos Campeões e que o tirou das duas partidas das Eliminatórias. A tendência é que ele volte a ser titular, mas Militão e Marquinhos não deram dores de cabeça na parte defensiva e foram seguros na saída de bola.

No meio, Fred atuou nas últimas duas partidas. Douglas Luiz era o titular até a suspensão para a partida contra o Equador. Por outro lado, há uma terceira opção. Paquetá atuou na função em parte dos dois jogos. No Paraguai, ele ainda definiu a vitória. São três disputando uma vaga.

No ataque a disputa continua aberta. Tite costuma olhar o adversário para escolher seu camisa 9. Diante do Paraguai, começaram jogando Gabriel Jesus, que teve ótima atuação, e Roberto Firmino, mais discreto. Também recuperado de um problema muscular, Gabriel pode buscar outra chance.

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