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Reunião Pública discute situação das comunidades da pesca do Recife Pescadoras/es artesanais do Recife reclamam de ação do Ministério Público de criminalização da categoria e silêncio da Prefeitura do Recife com a comunidade em ação de retirada das palafitas.

Com o propósito de ouvir as comunidades, a Mandata da Vereadora Elaine Cristina (PSOL) realiza, às 15h, desta terça-feira (21), uma Reunião Pública para discutir a situação das comunidades da pesca artesanal do Recife. A ação vai acontecer na sede da Livroteca Brincante do Pina (Rua Artur Lício, n°291, no Pina, Recife).

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Segundo o comunicador social e ativista do Caranguejo Uçá, Edson Fly, além de criminalizados com “processos, as/os pescadoras/es da Ilha de Deus, São Miguel e Caranguejo Tabaiares e Pina estão sendo multados, e vítimas do racismo ambiental‘’.

A pescadora da comunidade do Bode, Vânia Maria dos Santos Tavares, trouxe a preocupação sobre o onde será o local para beneficiamento do pescado com o projeto da retirada das palafitas, dragagem e criação de quiosques na área.

“A gente quer saber como  a gente vai chegar no rio, onde vamos colocar os nossos botes e onde a gente vai catar e tratar os mariscos e sururus. Como vai ficar a nossa situação? Mais antiga atividade produtiva da cidade, contando, atualmente, com mais de 10 mil recifenses em comunidades tradicionais pesqueiras.

A atividade não é base de pesquisa estatística desde 2007, segundo a representante do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Laurineide Santana, o que implica na não elaboração e execução de políticas e serviços públicos para a categoria.

Serviço:

O quê: Reunião Pública para discutir a situação das comunidades pesqueiras do município. 

Local: Sede da Livroteca Brincante do Pina (R. Artur Lício, 291, Pina)

Horário: 15h

*Da assessoria 

A vereadora do município de Arcoverde, no Sertão do estado, Zirleide Monteiro (PTB), afirmou, na última segunda-feira (30), na plenária da Câmara Municipal, que uma mulher que teria feito um vídeo de chacota dela tem um filho com deficiência “por castigo de Deus”. 

Zirleide afirmou que durante o final de semana foi publicado nas redes sociais um vídeo em que a parlamentar sofre uma queda durante a sessão plenária anterior. Ela, então, criticou a autora da publicação, afirmando que “já veio pra sofrer”. 

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“Não preciso citar o nome da cidadã, que o castigo de Deus ele dá aqui em vida. Quando ela veio com um filho deficiente, é porque ela tinha alguma conta a pagar com aquele lá de cima. Ela já veio pra sofrer”, declarou Monteiro. 

O presidente da Casa, vereador Wevertton Siqueira (Podemos), repudiou a fala da parlamentar e pediu que ela se desculpasse pelas ofensas proferidas. "Eu quero lhe fazer um pedido, em forma de respeito com todas as mães que têm um filho deficiente. Acho que a senhora foi muito infeliz em suas palavras em dizer que o filho de uma mãe veio deficiente porque é um castigo de uma pessoa ser ruim ou ser boa", disse Siqueira. O vereador ainda pediu desculpas em nome da colega.

Zirleide se desculpou após retomar a palavra. “Infelizmente, às outras mães eu deixo aqui o meu [pedido de] perdão. Só eu sei o que foi dito por essa pessoa durante esse fim de semana, e talvez você não saiba do que eu esteja falando”, explicou brevemente a parlamentar. 

A vereadora Aurilene Silva (PT), do município de Axixá do Tocantins, foi vítima de um sequestro na noite da última quarta-feira (13). Junto à parlamentar, estavam, também, o marido e os dois filhos, de 10 e oito anos de idade. A família foi abordada ao chegar na chácara em que moravam, a oito quilômetros do centro da cidade. O sequestro aconteceu após um anúncio de assalto, cometido por dois homens. 

Os assaltantes amarram Aurilene e o esposo e pediram celular da vereadora, bem como a senha do aparelho para efetuar transações bancárias. “Quando cheguei à minha residência, desci do carro para abrir a porteira. Foi o momento em que eu vi os bandidos vindo em minha direção. Veio um, e outro ficou mais atrás. A minha reação foi correr e gritar muito”, contou Aurilene ao jornal O Globo. 

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Segundo ela, o vidro do carro estava fechado e o marido não entendeu o que estava acontecendo. “Ele saiu e entrou em confronto com o bandido. O bandido falou que era para ele se render, se não ia atirar na gente. Ele derrubou o meu marido no chão e amarrou ele”, continuou a vereadora. 

Em seguida, o casal foi levado para dentro da propriedade. No local, os criminosos perguntaram à vítima quanto em dinheiro ela teria disponível para realizar uma transferência bancária para os criminosos. 

Aurilene afirma ter respondido que tinha “entre R$ 3 mil e R$ 5 mil”. Segundo ela, nesse momento, o criminoso se aproximou dela e pediu que ela ficasse “tranquila”, porque ele não iria matá-los, pois a ação seria apenas um “recado”, um “aviso”. Um dos suspeitos trancou as vítimas em um quarto e abandonou a propriedade após furtar uma televisão. Em seu relato, Aurilene conta que conseguiu se soltar deslizando as mãos e usou um cortador de unhas para soltar o marido. 

À reportagem, Aurilene contou que ela e o marido ficaram com hematomas no corpo e afirmou que o carro da família foi jogado em um barranco. No boletim de ocorrência, ela disse suspeitar que o caso pode ter motivações políticas. 

Uma festa no Complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, marca nesta quinta-feira (27) o lançamento da fotobiografia de Marielle Franco. Há 44 anos, nesse mesmo dia, nascia a vereadora, que construiu um legado de luta pelos direitos humanos, justiça e igualdade social. A carreira na política foi precocemente interrompida em março de 2018, quando ela e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros,  no Rio.

As investigações sobre o crime tiveram novos capítulos esta semana. O lançamento do livro se junta aos esforços para manter a memória de Marielle viva e cobrar uma solução final para o caso, que já dura mais de cinco anos sem as principais respostas.

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“Estratégias de preservação da memória, como o lançamento da fotobiografia, são fundamentais para continuar mantendo a pressão sobre as autoridades. Que se alcancem as respostas sobre quem mandou matar Marielle Franco e o porquê. Estratégias de memória são fundamentais para que a gente confronte as campanhas permanentes de desinformação e discurso de ódio que acontecem desde 2018 para desqualificar a luta política da Marielle”, diz Lígia Batista, diretora-executiva do Instituto Marielle.

Discursos

Além do instituto, o livro é organizado em parceria com a vereadora e viúva Mônica Benício (PSOL) e a Editora Azougue Editorial. As páginas trazem discursos de Marielle, textos de convidados e fotografias inéditas ou pouco conhecidas do público em geral.

Imagens da infância, por exemplo, mostram ela e a irmã Anielle, atual ministra da Igualdade Racial, cantando e dançando no palco improvisado em cima de uma cama. A casa ficava na Maré, lugar do qual a vereadora falava sempre com orgulho: “Sou uma mulher negra, mas tenho falado muito que, antes de reivindicar e compreender o que era ser uma mulher negra no mundo, eu já era favelada”, diz um dos trechos do livro.

Nas páginas seguintes, sobre a adolescência, as fotos mostram uma Marielle entre os 16 e 18 anos de idade em atividades na pastoral da juventude, da Igreja Católica. Mas ela logo teve de lidar com algumas contradições internas, já que outro ambiente bem diferente do religioso estava se tornando cada vez mais atrativo: “eu entro num período que estou indo muito a baile funk, sendo adolescente da favela que curte baile, torcida, farra e fugir da igreja pra ir pro baile. ‘Fazendo adolescentisse’, vamos dizer assim”, conta Marielle, em outro trecho.

“É muito importante para a gente conectar o que era e o que foi a caminhada de Marielle Franco antes da carreira na política institucional, porque essa trajetória é seguramente o que marca a agenda de prioridades dela como parlamentar. A vida enquanto ativista, a formação familiar: tudo isso traz elementos fundamentais que orientavam e guiavam a luta política dela”, diz Lígia Batista.

Programação

Todo 27 de julho, o Instituto Marielle Franco prepara atividades especiais para celebrar a memória da vereadora. Em anos passados, foi inaugurada uma estátua de Marielle no Buraco do Lume, no centro do Rio. Foi lançada uma história em quadrinhos sobre as raízes históricas da vereadora e organizou-se uma entrevista ao vivo com a cantora Elza Soares.

Agora, em 2023, no evento de lançamento da fotobiografia, na Maré, haverá uma exposição de fotos exclusivas de Marielle que, segundo o instituto, estão sendo recuperadas e armazenadas no acervo digital. Apresentações de música e poesia completam a festa.

Serviço

Lançamento da fotobiografia e exposição de fotos de Marielle Franco

Atrações: Voz e violão Evy, apresentação Natalhão, Marechal e Preta QueenB Rull

Endereço: rua Bitencourt Sampaio, 181 - Maré, Rio de Janeiro

Data e horário: 27 de julho, das 18h às 22h30

Entrada Franca

Preso desde 2019, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, que dirigiu o carro usado para executar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e Anderson Gomes, em 2018, confessou participação no crime e delatou outros envolvidos. No acordo com as autoridades, ele negociou a proteção da família e a transferência para um presídio estadual, que não foi divulgado.

Outros presos pelos crimes são o também ex-policial Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos, e o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, capturado nessa segunda (24).

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No depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, Élcio apresentou detalhes fundamentais para subsidiar a continuidade das investigações. Ele disse que Lessa revelou que já havia tentado matar Marielle três meses antes do assassinato e que a placa do veículo usado na execução foi clonada e a antiga cortada e jogada na linha do trem.

Ainda no acordo de delação, o réu confesso apontou que a preparação do crime foi feita pelo aplicativo Confide, com três camadas de segurança, e que a ordem de assassinato foi intermediada pelo sargento da Polícia Militar Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, morto há dois anos.

Uma vereadora do PL de Florianópolis, capital de Santa Catarina, propôs, nessa terça-feira (11), que a cidade celebre o “Dia do Batman” em 17 de setembro. Segundo Maryanne Matos, o objetivo é “homenagear o personagem” e “tratar da segurança” de Floripa.

Na justificativa apresentada aos colegas da Câmara Municipal, Matos diz que o “Batman Day” é uma celebração “global e atemporal”, quando os “cidadãos do mundo” homenageiam o “legado de Batman”. Este trecho da proposta, inclusive, parece ter sido copiada na íntegra de um texto publicado na internet.

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Segundo a vereadora do Partido Liberal, o mesmo do inelegível Jair Bolsonaro, o Batman reflete a justiça e a segurança pública há 80 anos.

“O Batman não tem superpoderes, em sua luta contra o crime, ele utiliza uma enorme coleção de equipamentos avançados, veículos extraordinários, seu cérebro privilegiado e técnicas de combate corpo-a-corpo”, diz ainda Maryanne.

Histórico com o Batman

Também neste ano, Maryanne Matos solicitou que o "Batman de Floripa" fosse homenageado com a Medalha Beata Joana de Gusmão objetiva homenagear pessoas que tenham se destacado pelo trabalho voluntário à entidades filantrópica.

Pouco mais de dois meses após assumir o mandato na Câmara Municipal do Recife, o coletivo Pretas Juntas confirmou a ruptura na manhã desta quarta-feira (19). A co-vereadora Débora Aguiar acusa a vereadora Elaine Cristina de golpe e diz que sequer houve uma conversa sobre o seu desligamento e de outras coordenadoras do mandato. 

Com 2.965 votos conquistados em 2020, a campanha alcançou a suplência do PSOL na Casa e, em fevereiro deste ano, assumiu a cadeira após a titular, Dani Portela, eleger-se como deputada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A informação sobre o fim do coletivo foi dada nas redes sociais pela vereadora Elaine Cristina.  

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Ela indicou que era violentada e cerceada pela co-vereadora e pelas quatro coordenadoras que foram expulsas do coletivo. Segundo ela, essas pessoas “deveriam estar somando comigo nas batalhas e enfrentamentos diários no espaço legislativo, que por si só já é tão hostil a todas nós". 

No comunicado, Elaine apontou que as ex-companheiras desrespeitavam a própria composição coletiva e os princípios e valores adotados pelo grupo. "Num projeto que se diz coletivo, não cabem posturas autoritárias e violentas de qualquer tipo. Não é possível fazer um projeto de fortalecimento de mulheres negras nos espaços de poder, se algumas assumem uma postura de instrumentalizar outras, sem qualquer respeito aos princípios e valores que devem reger a nossa prática política". 

A co-vereadora Débora Aguiar também se pronunciou e acusou a ex-colega de golpe. Ela pontuou que a vereadora abandonou as demandas dos movimentos sociais que apoiaram a candidatura das Pretas Juntas e começou a diminuir a atuação de outras mulheres dentro do mandato.  

Débora conta que foi retirada do cargo sem qualquer diálogo e bloqueada do perfil das redes sociais nesta manhã. "Elaine Cristina e Larissa Montanhas não estavam comprometidas em defender as agendas antiprobicionistas, e que fortalecem a democracia e Elaine Cristina se negava a falar de forma integral os discursos que nós construíamos, se isentando de denunciar o bolsonarismo, a política punitivista, a exemplo dos casos das violências nas escolas. Diversas reuniões e agendas, eu não fui comunicada nem convidada. Desarticular minha ida a espaços, como na última reunião de Parlamentares Negros em Brasília", apontou. 

A gestão do coletivo Pretas Juntas era composta por cinco coordenadoras, que deveriam tomar as decisões em consenso. Entretanto, o acordo não teria se cumprido por parte de Elaine. "Durante esses três meses de forma autoritária tomaram várias decisões sem o consentimento da Coletiva e das coordenadoras. Desde agendas políticas a decisões financeiras".  

"Ontem à noite, mais uma vez, Elaine mostrou sua postura autoritária e sem nenhum diálogo comigo, exonerou quatro das cinco coordenadoras. É extremamente desrespeitoso e vergonhoso o que ela tem feito com a vida das pessoas", complementou Débora Aguiar. 

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O LeiaJá entrou em contato com a vereadora Elaine Cristina e com a co-vereadora Débora Aguiar, mas não foi atendido. 

Em nota, o PSOL Pernambuco informou que ainda vai se reunir para debater sobre a ruptura, ams acolhe a vereadora Elaine Cristina como representante do partido na Casa.

"A Direção do partido irá se reunir em breve para discutir o ocorrido. De antemão, a legenda reconhece o significado do coletivo que foi eleito com mais de 2,5 mil votos na capital pernambucana e sua dedicação em importantes pautas como a defesa da classe trabalhadora e a luta feminista, antiprobicionista e antirracista. Contudo, o espaço legislativo na Câmara Municipal do Recife é do PSOL , que acolhe a psolista Elaine Cristina, e defenderá o mandato que pertence à legenda", considerou o partido.

A  vereadora de Belo Horizonte Flávia Borja (PP), proferiu falas transfóbicas na Câmara de Vereadores ao afirmar que pessoas trans “não são bem-vindas na sociedade”. A parlamentar discursava contrária a um projeto de lei que prevê a aplicação de multa para estabelecimentos que discriminarem pessoas em razão da orientação sexual, na última terça-feira (4). “Deus fez homem e mulher, e o que passa disso não é bem-vindo na sociedade”, disse. 

“Esse é um projeto que vai contra a defesa real das mulheres e também contra a liberdade de crença, de religião. Nós entendemos que Deus fez o homem e a mulher, e o que passar disso não é bem-vindo na sociedade”, declarou. 

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O projeto de lei 162/2021 foi apresentado por Duda Salabert (PDT), quando ainda era vereadora. Ela foi eleita a primeira deputada federal trans da história nas eleições de 2022. A proposição não foi aprovada. 

A vereadora Iza Lourença (PSOL) subiu à tribuna da Câmara após a fala transfóbica para reforçar que a transfobia é crime. “Liberdade religiosa e de expressão não são passe livre para você discriminar as pessoas. Esse projeto não é para enfiar ideologia de gênero pela goela abaixo”, declarou. 

 

A Polícia Civil do Ceará concluiu que a vereadora Yanny Brena (PL) foi assassinada pelo namorado, Rickson Pinto, que se suicidou em seguida. Ambos foram encontrados mortos na casa dela, em Juazeiro do Norte (CE), no dia 3 de março. Segundo informações da investigação, a parlamentar estava insatisfeita com a relação e havia terminado o namoro um dia antes do crime. Rickson chegou a responder processo por posse ilegal de arma de fogo.

Segundo o laudo da perícia, Yanny morreu por asfixia. O documento concluiu que a vereadora levou o golpe "mata leão" do namorado e ficou inconsciente. Em seguida, foi colocada em suspensão incompleta - uma modalidade de enforcamento. Com isso, Rickson tentou fazer parecer que a namorada havia se suicidado.

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Vestígios de material genético encontrados nas unhas de Yanny e Rickson evidenciam que ambos tiveram uma briga com luta corporal antes do assassinato. Segundo os peritos, a vereadora morreu por volta de meia-noite, enquanto o namorado se matou entre 4 e 8 horas da manhã. As informações foram apresentadas nesta quinta-feira, 23, em coletiva de imprensa no auditório da Casa da Mulher Cearense de Juazeiro do Norte.

Yanny Brena Alencar Araújo tinha 26 anos e estava em seu primeiro mandato como vereadora pelo PL. Ela deveria exercer a presidência da Câmara até o fim de 2024 e foi a segunda mulher a chefiar o Poder Legislativo da maior cidade do interior do Ceará.

Médica recém-formada, Yanny era irmã do deputado federal Yury do Paredão (PL). Após sua morte, o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra, decretou luto oficial de três dias e disse estar "transtornado".

“Marielle, presente!” Há cinco anos, o grito é ouvido em manifestações pelo país. Nele, está expressa a indignação pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O grito é, ao mesmo tempo, uma homenagem à memória de quem dedicou boa parte da vida na luta contra as desigualdades. Os tiros que tiraram a vida de Marielle interromperam, de maneira precoce, uma trajetória política ascendente, mas não silenciaram as pautas que representava. A morte reverberou o nome dela pelo mundo. De agente direta, virou símbolo e inspiração para os que defendem os direitos humanos e a justiça social.

O dia 14 de março virou “Dia Marielle Franco – Dia de Luta contra o genocídio da Mulher Negra” no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro. E pode virar também uma data nacional, se o Congresso Nacional aprovar o projeto de lei enviado pelo presidente Lula na semana passada. Um auditório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi batizado com o nome dela, assim como a tribuna da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. 

Marielle Franco virou nome de prêmios: um que contemplava os melhores ensaios feministas de uma editora de livros e outro, aprovado na Câmara dos Vereadores de São Paulo, para celebrar defensores dos direitos humanos na cidade. Escolas de samba prestaram homenagens a ela no Carnaval de 2019. No Rio, a Estação Primeira de Mangueira citou a vereadora no samba-enredo sobre heróis da resistência. Em São Paulo, o rosto dela foi o destaque de uma ala da Vai-Vai, que apresentou enredo sobre lutas do povo negro.

Nesses cinco anos, o rosto da vereadora passou a estampar murais e grafites em diferentes partes do Brasil, geralmente acompanhados de pedidos de justiça. Das homenagens mais emblemáticas, em 2018, manifestantes colaram uma placa com o nome dela em cima da sinalização da praça Marechal Floriano, no Centro do Rio. Dois deputados de extrema-direita (Rodrigo Amorim e Daniel Silveira) quebraram a placa em um ato de campanha eleitoral. Mas uma grande mobilização, que incluiu financiamento coletivo, garantiu a produção de outras milhares, iguais à original. 

Em 2021, a Prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou oficialmente uma placa na mesma praça. Em 2022, uma estátua de bronze da vereadora foi colocada no Buraco do Lume, também no Centro, no lugar onde ela costumava se reunir com eleitores e ativistas.

O reconhecimento internacional veio de diferentes maneiras. Uma oficina de arte digital foi realizada em Nairóbi, Quênia, com o nome de Marielle. Ela virou nome do terraço da Biblioteca Municipal delle Oblate, em Florença, Itália; de um jardim suspenso em Paris, na França; de uma parada de ônibus em Grenoble, no sudeste da França; de uma rua em Lisboa, Portugal; de uma bolsa de estudos na universidade Johns Hopkins, em Washington, DC, Estados Unidos. Teve o nome inserido em uma placa da estação de metrô Rio de Janeiro, em Buenos Aires, Argentina. O rosto foi pintado em um mural em Berlim, Alemanha, e em um grafite na fachada do Museu Stedelijk, em Amsterdã, Holanda.

“Quando veio a primeira homenagem internacional, eu me lembro perfeitamente da surpresa que eu tive. Mas eu comecei a entender um pouco a missão da minha irmã aqui”, lembra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. “Eu acho que a Mari passou por isso para abrir muitos caminhos. Passou por isso para trazer uma visão fortalecida para as mulheres, principalmente para as mulheres negras, mas para todas as mulheres que se reconheciam nela e na luta. Eu acho que ela virou onipresente”.

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Legado político

Para além das homenagens, o legado de Marielle continuou vivo, sobretudo, pela ação política direta das que assumiram as pautas que ela defendia. A viúva Mônica Benício foi eleita vereadora no Rio pelo PSOL em 2020 com 22.919 votos. Na campanha, prometeu representar os projetos de Marielle, focar nos direitos humanos e nas demandas do universo LGBTQIA+.

“Hoje, o sentido da minha luta é justamente para que ninguém sinta uma dor parecida com a que eu senti naquele momento. Isso é um pouco do que norteia o meu fazer tanto na política institucional, quanto no meu fazer de militante”, diz Mônica. “Lutar pela memória da Marielle fala também sobre um lugar que não é só o da minha companheira, mas de todos os aspectos que envolvem hoje a imagem dela de representação, de luta, de esperança. Essa imagem da luta política também é uma imagem que me dá esperança em um mundo melhor, me dá esperança em entender que a Marielle continua em algum lugar”.

Em 2019, três assessoras diretas da Marielle – igualmente negras e oriundas de favelas – assumiram mandatos como deputadas estaduais. Renata Souza, Dani Monteiro e Mônica Francisco fizeram parte da bancada do PSOL na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na eleição seguinte, em 2022, as duas primeiras tiveram um aumento expressivo de votos e conquistaram um segundo mandato. Renata Souza, saiu de 63.937 para 174.132 votos; Dani Monteiro, de 27.982 para 50.140 votos.

“Marielle era grande demais para que uma só pessoa representasse toda a sua luta. A grandeza da Marielle representa a luta por uma nova sociedade. E o principal recado deixado por ela é que a humanidade não se desumanize. Marielle é presente em todas as lutas contra as desigualdades sociais, em especial contra as desigualdades de gênero, raça e classe”, afirma Renata Souza. “Que a gente sinta afeto pelo outro, para garantir que a vida seja plena para qualquer pessoa, seja ela mulher, negra, pobre, indígena, quilombola, caiçara, seja a população LGBTQIA+. Que a gente possa ter esse nível de humanidade que a Marielle tanto nos ensinou”.

Renata Souza e Dani Monteiro estão entre as 44 pessoas eleitas em 2022, no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas do país, que adotaram as diretrizes da Agenda Marielle Franco. O projeto, criado em 2020, reúne um conjunto de compromissos políticos inspirados no legado da vereadora, como antirracismo, feminismo, direitos LGBTQIA+, saúde e educação pública, justiça ambiental e climática, além de demandas de moradores de favelas e periferias.

Instituto Marielle Franco

Quem coordena a Agenda é o Instituto Marielle Franco, criado pela família da vereadora em 2018. O propósito inicial era defender a memória da parlamentar e pressionar as autoridades que investigavam o assassinato. Mas o Instituto ampliou o alcance e passou a focar também na promoção de mudanças sociais. 

Na página oficial, consta que uma das missões é “potencializar e dar apoio às mulheres, pessoas negras e faveladas que querem ocupar a política, para que os espaços de tomada de decisão tenham mais a cara do povo”. A direção ficou com Anielle Franco, irmã da vereadora, desde a criação até o início desse ano, quando ela assumiu o cargo de ministra da Igualdade Racial.

Anielle coordenou uma série de projetos no Instituto Marielle Franco. Entre eles, o lançamento da Plataforma Antirracista (Pane) em 2020, para apoiar candidaturas negras nas eleições municipais, e o projeto Escola Marielles em 2021, para formar politicamente mulheres de grupos minoritários.

“Eu precisava tomar conta da minha família, tomar conta desse legado, tomar conta dessa memória. E não digo ‘tomar conta’ como uma pessoa que vai pegar, ter como posse, mas para legitimar a luta que é de uma família preta, que sempre lutou para ter tudo que tinha. E três coisas me motivaram a seguir: cuidar dessa memória, cuidar da minha mãe e da minha sobrinha”, afirma a ministra.

O Instituto Marielle Franco hoje está sob nova direção: Lígia Batista, de 29 anos. Ela é formada em direito e mestranda em Políticas Públicas e Direitos Humanos. Antes, trabalhou na Anistia Internacional Brasil e na Open Society Foundations. A diretora enfatiza que defender o legado de Marielle é inspirar mulheres negras, LGBTQIA+ e periféricas a ocupar espaços de poder e tomada de decisão.

“Que o medo não seja um impeditivo para que elas estejam ali. Ao mesmo tempo que a gente quer ver cada vez mais mulheres negras eleitas, também queremos que elas se sustentem no poder. Então, a gente entende o lugar do debate sobre violência política como muito central para esse trabalho. Até porque o Instituto surge a partir de um feminicídio político. A nossa intenção é mobilizar através desse trabalho com a memória. Que as pessoas não esqueçam da história da Marielle, não esqueçam desse legado político deixado para o Brasil”, diz.

Os laudos cadavéricos concluídos, nessa segunda-feira (6), pela Perícia Forense do Ceará apontam que a causa das mortes da presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, Yanny Brena (PL), e do namorado, Rickson Pinto, foi asfixia. A informação é da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

A principal linha de investigação do caso é que Yanny Brena teria sido vítima de feminicídio pelo namorado. Ainda segundo a Polícia Civil, Rickson teria atentado contra a própria vida em seguida. A Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte está a frente das investigações. Cerca de 20 pessoas já foram ouvidas.

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"A SSPDS reforça que a Polícia Civil aguarda receber outros laudos solicitados à Pefoce sobre o local de crime e de imagens de câmeras de segurança, além do laudo de pesquisa de substâncias em amostras de sangue e urina. A unidade segue realizando diligências e oitivas no intuito de elucidar os fatos. Mais informações serão repassadas em momento oportuno para não comprometer os trabalhos policiais em andamento", diz nota divulgada pela pasta.

O corpo de Yanny Brena tinha marcas de violência. A empregada doméstica que trabalhava para o casal foi a primeira pessoa a encontrar os corpos. Os dois estavam de mãos dadas. Yanny Brena teria terminado o namoro com o empresário Rickson Pinto poucos dias antes do casal ser encontrado morto.

Yanny Brena Alencar Araújo era médica e foi a primeira mulher a presidir a Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, no primeiro mandato como vereadora. Ela era irmã do deputado federal Yury do Paredão (PL). Já Rickson Pinto era de Natal (RN) e namorado de Yanny Brena desde 2020. O jovem tinha uma filha de um relacionamento anterior e já havia sido preso por porte ilegal de arma de fogo. Ele também participava de vaquejadas e postava registros dos eventos nas redes sociais.

Após a morte de Rickson Pinto e da namorada, a vereadora de Juazeiro do Norte Yanny Brena, constatou-se que ele já tinha sido preso por posse ilegal de arma de fogo.

A ocorrência aconteceu em novembro de 2018, quando o rapaz foi flagrado com a arma. Ele tornou-se réu na justiça, após ser denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), em 2019. A justiça acatou a denúncia e Rickson passou a ser réu no processo.

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Na ocasião da prisão pela posse da arma, a polícia encontrou munições, o que também constitui ilegalidade. Rickson chegou a negar ser o dono da arma, mas depois confessou ter a posse do armamento. Ele foi solto após pagar fiança de R$ 2 mil. No ano passado, a justiça chegou a confirmar a denúncia, mas a chamada audiência de instrução e julgamento não chegou a ser realizada.

Na sexta-feira, 3, os corpos de Rickson e de Yanny foram encontrados na casa dela, em Juazeiro do Norte. A polícia está investigando o caso.

Uma das linhas de investigação é a de feminicídio seguido de suicídio, já que havia marcas de luta corporal nos corpos dos dois.

Apesar de nenhuma arma ter sido encontrada no local, e nem marcas de ferimentos por arma de fogo, a polícia ainda busca confirmar a suspeita de que Rickson teria tentado comprar um revólver poucos dias antes do ocorrido.

A vereadora Yanny Brena (PL) e o namorado, Rickson Pinto, foram encontrados mortos, nesta sexta-feira (3), na casa onde moravam, no interior do Ceará. Yanny era presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte. A polícia ainda não chegou a conclusões sobre a causa da morte.

Segundo as recentes investigações feitas no local, foram achadas cordas próximas aos corpos, e o casal estava de mãos dadas. Também não há sinal de arrombamento da casa, nem marcas de arma de fogo. A perícia vai analisar o caso e a conclusão da causa das mortes deverá ser divulgada em até 30 dias.

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Segundo a assessoria da vereadora, ela não tinha contato com os colegas da Câmara desde a última quarta-feira (1º), e a última vez que presidiu uma sessão na casa legislativa foi no dia 28 de fevereiro. Yanny era irmã do deputado federal Yury do Paredão (PL-CE). Ela também era médica e foi eleita vereadora em novembro de 2022, aos 26 anos de idade.

Glêdson Bezerra, prefeito de Juazeiro do Norte, decretou luto oficial de três dias na cidade. "Com muita consternação recebi a notícia do falecimento da nossa querida Yanny Brena, presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte. Neste momento de dor, externo os meus mais sinceros sentimentos de pesar aos seus familiares, aos amigos, aos vereadores e ao povo da nossa cidade de modo em geral. Que Deus dê conformação a todos, neste momento de grande comoção", declarou.

A vereadora Katia Pereira Soares, conhecida como Kátia das Rendeiras (Republicanos), de Caruaru, foi presa na manhã desta quarta-feira (1º) na Operação Primus, da Polícia Civil. Os agentes cumpriram dois mandados de prisão, sendo um na residência da parlamentar, e o outro na casa do assessor dela, que não teve o nome revelado. O objetivo da ação é reprimir supostas práticas de peculato e corrupção. Por meio de nota, a Polícia Civil disse que as investigações do caso foram iniciadas em março de 2022.

Também foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens e bloqueio judicial de ativos financeiros dos envolvidos. No último dia 15 de fevereiro, outro mandado de busca e apreensão havia sido cumprido no gabinete da parlamentar, na Câmara da cidade. Foram apreendidos aparelhos eletrônicos e documentos.

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À época, por meio de nota, a vereadora disse que "se colocou à disposição para cumprir a determinação judicial, tendo em vista confiar na justiça e afirma que está disponível para qualquer ato que venha a contribuir com as investigações".

Em contato com o LeiaJá, a assessoria da Câmara Municipal de Caruaru confirmou o cumprimento de um mandado de busca e apreensão há duas semanas e confirmou, também, que a parlamentar havia sido alvo de mandado de prisão em sua residência, nesta quarta-feira (1º). Perguntada sobre como se manterá o cargo de Kátia e de seu assessor, a assessoria informou que se pronunciará posteriormente, por meio de nota.

É a segunda vez que Kátia das Rendeiras é alvo de uma investigação policial em um ano. Exatamente um ano atrás, em março de 2022, ela prestou depoimento sobre um possível caso de "rachadinha" na Câmara de Vereadores de Caruaru e sobre o assassinato do blogueiro Hallysson Wagnner, de 35 anos, ocorrido no dia 26 de setembro de 2021.

Após nove horas de sessão, os vereadores de São Miguel do Oeste cassaram o mandato de Maria Tereza Capra (PT) por suposta quebra de decoro parlamentar. Foram 10 votos a favor e apenas um contra, o da própria vereadora, no relatório da Comissão de Inquérito que havia dado parecer pela cassação após Capra ter publicado um vídeo em suas redes sociais com a denúncia de uma manifestação de vários participantes com suposto gesto nazista em frente à base do exército da cidade, em 2 de novembro de 2022.

Segundo a alegação da acusação, a parlamentar teria propagado notícias falsas e atribuído aos cidadãos de São Miguel do Oeste o crime de saudar o nazismo e de ser berço de uma célula neonazista. A outra mulher do legislativo do município catarinense, Cristiane Zanatta (PSDB), se ausentou da sessão.

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Durante a fala da defesa, que ocorreu após as 23h de sexta-feira, 3, a vereadora falou sobre as ameaças recebidas desde novembro, com destaque para suas redes sociais, e criticou a moção de repúdio feita pelos vereadores no dia seguinte às supostas manifestações nazistas. "É no parlamento onde é possível equilibrar as forças de representatividade da mulher, aqui estão 11 homens, uma mulher ausente e uma vereadora que vai ser cassada", reforçou Capra durante sua fala no plenário da Câmara.

Segundo o advogado de defesa, Sérgio Graziano, o processo é de perseguição política. "Não há qualquer fato jurídico, político ou social que justifique a cassação. Em 31 anos do exercício da advocacia nunca vi tamanha injustiça", afirmou. Ele lembrou ainda que não é comum que as pessoas ergam os braços durante a execução do Hino Nacional e que nem mesmo os membros das Forças Armadas têm esse ritual.

Ainda nas alegações finais, a defesa de Capra apontou para possível parcialidade do então presidente da Câmara, Vanirto Conrad, e de dois dos três membros da Comissão de Inquérito, Ravier Centenaro e Carlos Agostini. Foram mencionadas também supostas falhas e vícios do processo, como a incongruência das denúncias populares, em que as peças acusatórias não descrevem a quebra de decoro.

A defesa também alegou que a Comissão de Inquérito Parlamentar teria decidido de forma arbitrária e contraditória, concluindo que não haveria comprovação de quebra de decoro parlamentar e que, em caso de aceitação do mérito, deveria ser dada outra penalidade para a vereadora que não a cassação.

A sessão extraordinária terminou depois das 3h da madrugada deste sábado, 4, e teve grande presença de público, inclusive do deputado federal Pedro Uczai (PT) e da deputada estadual Luciane Carminatti (PT).

A deputada federal eleita Clarissa Tércio (PP) pode perder a vaga na Câmara dos Deputados antes mesmo de assumir. A parlamentar foi citada em uma notícia-crime enviada pela vereadora do Recife, Liana Cirne (PT), ao Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia se baseia em um vídeo publicado pela bolsonarista em apoio à invasão do Congresso Nacional, nesse domingo (8). 

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No entendimento de Liana, a postagem de Tércio no dia da invasão se caracteriza como um incentivo aos extremistas que praticaram vandalismo. O documento encaminhado nessa segunda (9) também recomenda que ela seja incluída no inquérito que investiga os atos antidemocráticos e que uma investigação por terrorismo e atos preparatórios do terrorismo seja instaurada. 

A vereadora cobra que os magistrados adotem as seguintes medidas cautelares contra Clarissa Técio: suspensão da diplomação como deputada federal, proibição de entrar ao Congresso, e remoção do seu perfil no Instagram e do vídeo publicado.   

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A vereadora do Recife Michele Collins (PP) fez uma fala homofóbica e transfóbica nesta quarta-feira (4), ao criticar o fim da Secretaria Nacional de Combate e Prevenção às Drogas, que foi substituída pela Secretaria dos Direitos LGBTQIA+. A pasta inédita no governo federal foi instituída pelo ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. A política sobre drogas, no entanto, passou a ser de competência dos ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Saúde. 

No vídeo publicado nas redes sociais, a parlamentar disse estar indignada com o fim da Secretaria de Combate e Prevenção às Drogas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e ironizou a nova pasta do Ministério: “Faz o L”. 

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“Há 28 anos eu sou militante da política de drogas. Tive o meu marido nas drogas e trabalho todos os dias com mães que choram porque estão com os filhos perdidos. E você que votou no Lula, faz o L agora. Você que votou no Lula e tem alguém na sua família que estava sendo cuidado e tratado no governo Bolsonaro, foram mais de 80% de aumento de tratamento de dependente químico. E sabe qual é a política que vai entrar agora? A redução de danos. Agora faz o L você que votou nele. Estamos aqui indignados”, relatou.  “O desgoverno Lula acabou com a Secretaria Nacional de Combate e Prevenção às Drogas e substituiu pela Secretaria dos Direitos LGBTQIA+. Faz o L agora”, complementou, na legenda da publicação.

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Ainda com indicações transfóbicas, Michele Collins compartilhou o anúncio de que uma travesti comandará pela primeira vez na história a Secretaria dos Direitos LGBTQIA+. “Olha aí a presepada. Acaba com a Secretaria Nacional de Cuidado e Prevenção às Drogas e cria a LGBTQIA+”. 

Em seguida, para tentar amenizar a fala, Collins publicou um vídeo no story e afirmou que “LGBTQIA+ é gente igual a qualquer outra pessoa. As secretarias, as políticas públicas tem que ser para pessoas, e não para opções sexuais. Isso é um absurdo desse desgoverno e cada vez que eu vejo uma palhaçada dessa eu só me lembro das pessoas que eu conheço e que votaram nessa porcaria desse governo. Pessoas que são crentes, cristãos, que amam a família, que têm filhos e votaram para que tudo isso acontecesse. Tá aí, parabéns para vocês”. 

Antes, a vereadora do Recife questionou: “Será que não tem nenhum LGBT que usa drogas? Será que quem é LGBTQI não é gente que seja contemplada também na secretaria de drogas ou em qualquer outra?”. “LGBTQIA+ é gente igual a qualquer outra pessoa. As secretarias, as políticas públicas tem que ser para pessoas, e não para opções sexuais. Isso é um absurdo desse desgoverno”.

Um parlamentar abraçou e beijou à força uma vereadora durante uma sessão da câmara municipal em Florianópolis, Santa Catarina, nessa quarta-feira (7). O caso foi denunciado por Carla Ayres (PT), através de suas redes sociais.

Câmeras que transmitiam a sessão flagraram o momento em que Marquinhos da Silva (PSC) puxa a vereadora pelo braço. Carla tenta se esquivar, mas é abraçada e beijada no rosto à força pelo parlamentar.

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A vereadora utilizou as redes sociais para denunciar o ocorrido.  “No dia em que aprovamos a Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Florianópolis, mais uma cena de assédio que precisamos lutar para que não ocorra nas ruas e nos parlamentos do nosso país. Não é brincadeira se só um riu!”, afirmou.

O parlamentar também se pronunciou, através de uma nota postada no Instagram, e disse que recebeu “com tristeza a notícia de acusação de assédio”. Marquinhos da Silva se desculpou pela atitude.

“Reconheço meu erro em abordar a vereadora de maneira inconveniente, sem a sua autorização, e diante disso peço minhas sinceras desculpas a ela e a todas as mulheres que se sentiram ofendidas pelo meu ato. Ressalto que em nenhum momento agi de maneira má-intencionada, porém, fui infeliz em invadir o seu espaço”.

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Um grupo de manifestantes bolsonaristas ocupou a Câmara Municipal de Sinop, no Mato Grosso, na manhã de segunda-feira (28), e atacou a vereadora Graciele Marques dos Santos (PT), durante a sessão plenária. A motivação teria sido uma fake news de que a parlamentar iria protocolar um projeto de lei para retirar na cidade os acampamentos das manifestações antidemocráticas da cidade. 

Graciele é a única mulher entre os 15 vereadores eleitos na Câmara de Sinop, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou com 76,59% dos votos nas eleições deste ano. 

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O grupo chamou a vereadora de “vagabunda”, “ratazana”, e “filha da p***”, segundo o Uol. Durante a fala de Graciele na tribuna, os manifestantes ficaram de costas para ela, mas continuaram com as ofensas. Os demais vereadores presentes, inclusive o presidente da Casa, Elbio Volkweis (Patriotas), foram registrados rindo da situação. 

O presidente da Câmara já foi filmado em bloqueios nas estradas ao lado de um dos suspeitos de atear fogo em caminhões durante as manifestações antidemocráticas.

No Twitter, nesta terça-feira (29), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou solidariedade à parlamentar, única mulher entre os 15 vereadores da cidade. “A violência política de gênero causou danos irreparáveis na política brasileira nos últimos anos. As mulheres precisam ser respeitadas na política e nosso país precisa recuperar a paz e a democracia”, destacou o petista. 

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A vereadora de São Miguel do Oeste (SC), Maria Tereza Capra (PT), recebeu um pedido de cassação do seu mandato feito pelos demais vereadores da cidade por ter repudiado o gesto nazista feito pelos bolsonaristas que faziam parte da manifestação antidemocrática durante a execução do hino nacional, no dia 2 de novembro, em frente ao quartel do Exército da cidade. 

No dia seguinte à saudação nazista, o PT de São Miguel do Oeste, presidido por Capra, divulgou uma nota condenando a saudação Sieg Heil (salve a vitória). Ainda no dia 3 de novembro, a parlamentar se manifestou nas suas redes sociais e disse que é “uma vergonha o que acontece aqui”. “São Miguel do Oeste sendo reconhecida nacionalmente como o lugar em que manifestantes que não reconhecem o resultado das urnas, porque perderam a eleição, trancam uma via importante para se manifestar contrário ao resultado democrático da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Além de tudo, esses manifestantes fizeram uma saudação nazista. Isso é repetir o maior drama que a população mundial já viu”, disse. 

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A vereadora tem sido alvo de ataques em São Miguel do Oeste após a nota de repúdio e a carta. Ela precisou sair da cidade para se proteger da ofensiva bolsonarista. “Eu tive que abandonar minha cidade, meu escritório, meu mandato, para me sentir segura. Isso é muito triste para mim, é muito dolorido. Eu preciso me proteger e proteger os meus filhos”, lamentou. 

Maria Tereza também vinha enfrentando violência nas ruas do município, além das ameaças nas redes sociais. “Violaram meu patrimônio. O meu carro foi riscado com ameaças, escreveram no meu carro”, relatou, ao Brasil de Fato. “Está comprovado que em Santa Catarina está o maior número de células neonazistas no país, e eles estão armados”, alertou. 

Uma moção de repúdio já foi aprovada pelos vereadores contra Capra, que pode enfrentar o processo de cassação. “É um pedido injusto e é uma orquestração de algumas pessoas aqui da cidade. Estão querendo me responsabilizar por algo que eu não fiz. Eu apenas manifestei o meu repúdio e publiquei um vídeo em minhas redes sociais”, disse a parlamentar. 

Em defesa dos seus eleitores, ela manifestou estar sofrendo violência de “uma pequena parte da população de São Miguel do Oeste, não é o povo de São Miguel do Oeste que está contra mim”. 

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