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O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC), disse nesta quarta-feira (11) que todos os dias a “escória” cria narrativas contra o crescimento do Brasil. Apesar de não fazer referência direta, o filho do presidente rebatia, mais uma vez, às críticas das quais foi alvo depois de dizer que “por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos”

A fala foi interpretada como uma defesa da instalação de um regime ditatorial no país, uma vez que tanto Carlos quanto o próprio Bolsonaro e seus demais filhos são defensores explícitos da época da ditadura no Brasil. Na noite da segunda (9) e durante essa terça (10) o assunto foi o mais comentado no meio político, com duras avaliações sobre a postura do vereador. 

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No Twitter, na manhã de hoje, Carlos observou: “a escória cria diariamente narrativas para tentar impedir o Brasil de crescer e favorecer os bandidos de sempre! Estes porcarias não devem por medo em ninguém, pois não passam de frangas. Quando confrontadas pela população se borram. Jamais esqueçam que vocês [povo] têm o poder”.

Além disso, na noite de ontem, ele usou a mesma rede social para chamar de lixo os que o criticaram. “Seus lixos, sabemos qual o intuito de vocês e o que querem. Não tenho medo algum diante de mais uma investida desonesta vindo de quem vem! Não transformarão o Brasil numa Venezuela!”, disparou.

E alfinetou a imprensa: “O que falei: por vias democráticas as coisas não mudam rapidamente. É um fato. Uma justificativa aos que cobram mudanças urgentes. O que jornalistas espalham: Carlos Bolsonaro defende ditadura. CANALHAS! [sic]”.

Diversos nomes da política dispararam contra Carlos Bolsonaro. O ex-candidato a presidente pelo PSOL, Guilherme Boulos, disse que o vereador poderia estar expressando o desejo do pai; a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) argumentou que pela censura e repressão não há avanços; e a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) sugeriu que a oposição obstruísse a pauta no Congresso até que o presidente desmentisse o filho.  

Além disso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), disse que desprezava a fala do vereador e o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), chamou Carlos de "projetinho de Hitler".

A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) sugeriu, nesta terça-feira (10), que a bancada de oposição no Congresso Nacional entre em obstrução de pauta até o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se pronunciar sobre o argumento do filho e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC), de que “por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos”.

Ao avaliar a declaração de Carlos, Manuela salientou que no Brasil o primeiro atingido com uma eventual intervenção autoritária é o parlamento nacional. “Oposição - toda ela, a de centro também- deveria entrar em obstrução no parlamento até o presidente da República desmentir a declaração do filho. Nada de iniciativa do governo deveria entrar em pauta ou ser votado”, disse a comunista.

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“Conhecemos a história do Brasil. O parlamento é sempre o primeiro a ser fechado quando o golpismo se impõe. Desde 1823”, emendou a ex-candidata à vice-presidente em 2018 na chapa de Fernando Haddad (PT). 

Na ótica de Manuela, “os inimigos do que resta de Estado Democrático de Direito  tramam isso [um golpe] de dentro dos palácios, com todas as vantagens e possibilidades de quem exerce o poder”.

“Um dos filhos do presidente, que Bolsonaro já disse mais de uma vez que fala em seu nome, ameaça o país com um golpe”, disse. “A unidade dos democratas de todos os matizes é urgente. Os limites da nossa democracia e das instituições que lhe são características são reais. Mas o que esses tiranetes preparam, acreditem, é muito pior”, acrescentou.

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