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A Faculdade de Medicina e o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) irão participar de uma rede global de pesquisa que pretende encontrar a cura definitiva para a infecção HIV, o vírus causador da aids, por meio de engenharia genética. A nova abordagem de combate ao vírus buscará o bloqueio completo do HIV dentro das células e sua posterior eliminação. 

“As últimas décadas representaram avanços muito importantes no tratamento e controle do HIV e AIDS. Mas o paciente segue precisando se tratar continuamente e o risco de agravamento em caso de interrupção permanece. Esta nova abordagem significará um passo fundamental. Poderá ser, finalmente, a cura do HIV”, destacou o professor titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP, Esper Kallás, que coordenará o grupo brasileiro.

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Atualmente, o combate ao HIV é feito principalmente com o uso de medicamentos retrovirais, que precisam ser tomados pelos pacientes por toda a vida. No entanto, essas drogas eliminam o vírus que está circulante no sangue, mas atua com menor intensidade nas células infectadas.

Com a nova abordagem proposta pela pesquisa, os cientistas buscarão maneiras de bloquear e trancar o HIV dentro das células, deixando-o inativo, o que deverá ser feito com drogas que agirão no material genético do vírus. A ideia é encontrar os caminhos para modificar o vírus dentro da célula a ponto de destruí-lo, eliminando-o do paciente.

A rede, conhecida em inglês como HIV Obstruction by Programmed Epigenetics (HOPE) Collaboratory, é liderado por Gladstone Institute, Scripps Research Florida e Weil Cornell Medicine, e receberá investimentos de U$ 26,5 milhões para desenvolver a pesquisa.

Após cumpridas as fases experimentais iniciais pela rede de pesquisas, ensaios clínicos deverão ser conduzidos no Hospital das Clínicas da FMUSP.

 

Um estudo preliminar apresentado nesta semana pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) indica que a imunidade em vacinados com as duas doses da Coronavac é menor em homens com mais de 55 anos.

O professor Jorge Kalil detalhou os três parâmetros verificados na pesquisa. “A resposta de anticorpos contra o sars-cov-2, mais especificamente a três tipos de proteínas do coronavírus, responsáveis por sua estrutura e adesão às células; os anticorpos neutralizantes, ou seja, aqueles que de fato inativam o vírus; e a resposta celular, que acontece através de uma proliferação de células de defesa, os linfócitos, numa cultura de células do sangue, depois de estímulo com fragmentos do vírus, os chamados peptídeos das proteínas virais”.

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Terceira dose

Após analisar amostras de 70 pessoas que já tiveram coronavírus e 100 que receberam as duas doses do imunizante, com intervalo mínimo de quatro semanas, foi percebido que um terço do público teve uma resposta de anticorpos ou de células contra a doença.

"Nos homens com mais de 55 anos, não houve diferença no interferon-gama, mas sim na interleucina-2, o que aponta para uma possível dificuldade na produção de células T de memória, que garantem a resposta imune contra o vírus muito tempo após a vacinação”, acrescentou o professor Edécio Cunha Neto.

Retomada das etapas de vacinação

A baixa resposta ao vírus se mostrou acentuada a partir dos 80 anos. Por isso, os pesquisadores recomendam a terceira dose. "Isso demonstra bem que o regime vacinal que foi utilizado não é suficiente para dar uma razoável cobertura contra doença grave e contra morte”, adverte Kalil.

A indicação da Comissão Técnica de Assessoramento a Imunizações (Cetai) é que a terceira dose seja aplicada em quem tem mais de 80 anos e, quando possível, sejam aplicadas em pessoas com mais de 60.

Imunizante para a terceira aplicação

“Muito provavelmente será aplicada uma vacina heteróloga, ou seja, uma outra vacina que não a Coronavac, preferencialmente ou AstraZeneca ou Pfizer”, pontua o cientista.

Os resultados já eram esperados pelo grupo, que mesmo assim, ressalta que as vacinas ainda são a melhor forma de se proteger da doença.

A pesquisa segue para definir qual imunizante é o mais adequado para a terceira dose. "Esse estudo encontra-se em andamento e espera-se que em um mês já tenhamos esses resultados, o que é muito importante para a definição de qual vacina será usada na terceira dose”, concluiu o professor.

Neste sábado (14), a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES) confirmou mais 1.294 casos e 17 óbitos relacionados à Covid-19. Com a crescente dos índices de transmissão, o Estado totaliza 600.002 casos.

Das novas notificações, 32 (2,5%) são de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.262 (97,5%) são leves, informa a pasta. Sobre os registros gerais, Pernambuco identificou 52.792 casos graves e 547.210 leves.

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A SES acrescentou que os novos óbitos ocorreram entre 26/12/2020 e 13/08/2021. Desde o início da pandemia, o Estado acumula 19.152 vidas perdidas pela Covid-19.

Os cinco milhões de habitantes de Sydney, a maior cidade da Austrália, terão que passar "pelo menos" mais duas semanas em confinamento devido ao coronavírus, anunciou a chefe do governo estadual, Gladys Berejiklian, nesta quarta-feira (terça, 12, em Brasília).

O anúncio foi feito no momento em que a cidade atravessa sua terceira semana de confinamento, em uma luta para conter a variante Delta do coronavírus, mais contagiosa, identificada pela primeira vez na Índia.

Sydney detectou 97 novos casos nas últimas 24 horas, mais do que no dia anterior.

"Sempre dói dizer isso, mas precisamos estender o bloqueio por pelo menos mais duas semanas", informou Berejiklian.

Sob a estratégia "covid zero" da Austrália, as autoridades estão tentando erradicar a transmissão comunitária do vírus.

A paralisação deveria terminar em 16 de julho, mas foi adiada para 30 de julho.

Muitos dos residentes de Sydney podem deixar suas casas para fazer exercícios, fazer compras, trabalhar ou receber cuidados médicos, mas as escolas estão fechadas e as pessoas estão sendo solicitadas a ficar em casa.

Algumas fontes de contágio enfrentam restrições mais severas, incluindo um prédio de apartamentos em Bondi que foi totalmente fechado depois de registrar nove casos.

A polícia colocou em prática uma vigilância no prédio para evitar que os ocupantes saíssem do local.

Berejiklian não descartou restrições mais duras em toda a cidade se os casos continuarem a aumentar.

O surto atual de covid-19 na Austrália começou em meados de junho e atingiu 864 casos.

Vinte pessoas estão em tratamento intensivo e duas morreram.

A Austrália foi exaltada por seu controle precoce da pandemia, mas a lenta aplicação de vacinas deixou a população desprotegida, enquanto outros países começaram a se abrir.

As fronteiras australianas foram fechadas desde março de 2020 e não se espera que reabram antes do final do ano.

A Administração de Fernando de Noronha confirmou mais três casos de transmissão local da Covid-19 nessa terça-feira (30). Desde o início da pandemia, a ilha já perdeu cinco moradores em razão do vírus.

Com o aumento de infectados, Noronha acompanha 18 pacientes em quarentena domiciliar. Ao todo, 715 casos foram registrados, sendo 633 em moradores e 82 em turistas.

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O comunicado também informa que mais um paciente se recuperou da infecção e soma às 692 curas clínicas identificadas na ilha.

 

Após a polêmica participação da oncologista Nise Yamaguchi na CPI da Covid-19, nessa quarta-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa da médica considerada uma das principais defensoras da cloroquina no tratamento de pacientes da doença no Brasil. Em seu depoimento, ela negou a intenção de mudar a bula do remédio e afirmou que Bolsonaro foi quem indicou o tratamento precoce.

Pressionada pelo médico e senador Otto Alencar (PSD-BA), Yamaguchi sequer soube diferenciar um vírus de um protozoário, nem apresentou provas do seu suposto estudo sobre o tratamento precoce. No Twitter, Bolsonaro questionou a postura firme do Senado, o qual foi chamado de "verdadeiro tribunal de exceção".

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"É inadmissível que profissionais de saúde sejam tratados de forma tão covarde!", escreveu o presidente após a participação de Yamaguchi, que evidenciou a proximidade com o Governo Federal e levantou uma nova hipótese de comando paralelo no Ministério da Saúde.

Como de costume, após governistas e aliados serem fritados na CPI, Bolsonaro adota a estratégia de minimizar os danos causados pela descoordenação federal no combate à pandemia, que já matou mais de 465 mil brasileiros, e apressa a participação de governadores na investigação. O Senado já sinalizou que os gestores serão convocados para responder sobre a suspeita de desvios de recursos destinados às demandas da pandemia.

"É preciso respeitar a autoridade e a autonomia médica. Médicos devem ter liberdade para salvar vidas e isso vem sendo ameaçado por um grupo político que atua visando somente atacar o Governo enquanto nega investigar desvios de recursos para o combate à pandemia", reiterou Bolsonaro. 

Publicidade negacionista

Durante o avanço da pandemia que acometeu mais de 16 milhões brasileiros, embora não tenha especialização em Infectologia, a médica fez propaganda pela substância ineficaz e sugeriu o fim das medidas de isolamento para atingir a imunidade de rebanho entre a população.

Confira

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A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco registrou, nesta segunda-feira (31), 1.087 casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 92 (8%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 995 (92%) são leves.

Agora, Pernambuco totaliza 482.157 casos confirmados da doença, sendo 44.795 graves e 437.362 leves.

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Também foram confirmados 55 óbitos, ocorridos entre 25/05/2020 e 30/05/2021. Com isso, o Estado totaliza 15.862 mortes pela Covid-19.

Oxigênio

A Central Emergencial de Fornecimento de Gases Medicinais, montada pelo Governo de Pernambuco no último sábado (29), já forneceu, até as 10h desta segunda-feira, 5.355 m³ de oxigênio para atender 35 municípios pernambucanos. A unidade emergencial, que está trabalhando no regime 24h por dia, já abasteceu 583 cilindros de oxigênio para garantir o atendimento aos pacientes com a Covid-19 em unidades municipais de saúde.

 

A China criticou, nesta quinta-feira (27), a "história sombria" dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, depois que o presidente Joe Biden ordenou uma investigação sobre as origens da Covid-19.

Washington está revisando sua posição diplomática com Pequim em questões como o comércio, a tecnologia ou os direitos humanos, enquanto intensifica os esforços para criar com os sócios ocidentais uma frente diplomática contra a suposta agressão chinesa.

Na quarta-feira (26), o presidente Biden reabriu as feridas entre as duas potências ao ordenar que as agências de inteligência americanas informem em um prazo de 90 dias se a Covid-19 surgiu na China de uma fonte animal ou por um acidente de laboratório.

A teoria do vazamento de um laboratório, inicialmente citada pelo antecessor de Biden, Donald Trump, e depois descartada como "altamente improvável" por uma missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) que visitou a China com muito atraso, ressurgiu nos últimos dias, estimulada por Washington.

A China é muito sensível às acusações de que poderia ter feito mais para deter a propagação de uma pandemia que provocou mais de 3,5 milhões de mortes e paralisou economias em todo o mundo desde que foi detectada na cidade de Wuhan no fim de 2019.

Pequim rejeita a teoria de que o vírus pode ter surgido em um laboratório de virologia em Wuhan e acusa Washington de vender "conspirações" e politizar a pandemia.

"Os motivos e propósitos do governo Biden são claros", afirmou nesta quinta-feira Zhao Lijian, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, que rejeitou a necessidade de uma nova investigação sobre a pandemia.

"O mundo conhece há muito tempo a história sombria dos serviços de inteligência americanos", disse, em referência às alegações infundadas dos Estados Unidos sobre armas de destruição em massa que justificaram sua invasão do Iraque.

Voltar à teoria do vazamento de um laboratório "é uma falta de respeito à ciência (...) e também um obstáculo na luta mundial contra a pandemia", afirmou Zhao.

Apesar das afirmações da China, a ideia de que o vírus saiu de um laboratório de Wuhan está ganhando cada vez mais adeptos no Estados Unidos.

Ao citar um relatório do serviço de inteligência americano, The Wall Street Journal informou no domingo que três pessoas do Instituto de Virologia de Wuhan foram hospitalizadas com uma doença sazonal em novembro de 2019, um mês antes de Pequim revelar a existência de um misterioso foco de pneumonia viral.

A hipótese da origem natural — respaldada como a mais provável pela equipe de especialistas da OMS que visitou a China — afirma que o vírus surgiu entre morcegos e depois passou aos humanos, provavelmente através de uma espécie intermediária.

Esta teoria foi amplamente aceita no início da pandemia, mas com o passar do tempo os cientistas não encontraram um vírus nos morcegos ou em outro animal que corresponda com a assinatura genética do SARS-CoV-2.

- Negociações comerciais -

A China quer deixar de lado a busca pela origem da pandemia, estimulada por países como Austrália e Reino Unido, e deseja se concentrar na recuperação econômica, depois de controlar o vírus dentro de suas fronteiras.

Neste contexto, o ministério do Comércio celebrou nesta quinta-feira as conversas com Washington que são parte de um acordo para tentar acabar com a guerra comercial.

Os dois países assinaram o chamado acordo de "fase 1", em janeiro de 2020, com o qual Pequim se comprometeu a aumentar suas compras de produtos e serviços americanos em pelo menos 200 bilhões de dólares durante 2020 e 2021.

Desde a detecção do vírus na China, a pandemia deixou mais de 3,5 milhões de mortos no mundo.

A situação é desigual, de acordo com as regiões.

Na América Latina, que registra mais de um milhão de mortos e 32,3 milhões de contágios, o Uruguai superou na quarta-feira a marca de 4.000 mortes por covid-19 e a Argentina, que enfrenta o pior momento da pandemia com mais de 75.500 vítimas fatais, recebeu mais de um milhão de doses das vacinas da AstraZeneca e Sputnik V.

Na Austrália, as autoridades anunciaram nesta quinta-feira que cinco milhões de habitantes de Melbourne, a segunda maior cidade do país, e sua região entrarão em confinamento para conter um foco de Covid-19.

Investigadores da Kaspersky detectaram um novo malware brasileiro, chamado "Bizarro", que já afetou 70 bancos em vários países da América do Sul e da Europa, incluindo a Itália.

Em comunicado, o grupo explicou como os autores do crime cibernético estão adotando métodos diferentes para evitar a análise e detecção do trojan bancário que está atuando, além da Itália e Brasil, na Argentina, Alemanha, Chile, Espanha, França e Portugal.

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O “Bizarro” é distribuído principalmente através de pacotes Microsoft Installer (MSI), sendo descarregados pelas vítimas através de links enviados em e-mails de spam.

O que acontece?

Uma vez que o usuário clica na mensagem é baixada automaticamente uma pasta zip de um site comprometido para implementar as suas funcionalidades maliciosas.

De acordo com os pesquisadores, o vírus bancário contém mais de 100 comandos, a maioria dos quais é usada para mostrar mensagens pop-up falsas aos usuários. Alguns deles, inclusive, são estruturados de forma que se pareçam com notificações enviadas por sistemas de banco online.

"Hoje, estamos testemunhando uma tendência revolucionária na distribuição de cavalos de troia bancários. Os cibercriminosos locais atacam ativamente os usuários não apenas em sua área geográfica, mas também em todo o mundo", explicou Fabio Assolini, especialista em segurança da Kaspersky.

Segundo o pesquisador, "com a implementação de novas técnicas, as famílias brasileiras de malware começaram a distribuir malware a outros continentes, e o Bizarro, que se dirige principalmente a utilizadores europeus, é um claro exemplo disso".

"Este malware deveria servir como um sinal para darmos mais atenção à análise dos atacantes regionais e das informações sobre ameaças locais, já que estes podem rapidamente converter-se num problema mundial", finalizou Assolini.

Para se defender contra essas ameaças crescentes, os especialistas recomendam que as empresas bancárias atualizem constantemente suas práticas de segurança, implementem soluções antifraude e eduquem seus clientes sobre os truques que podem ser usados pelos invasores, enviando regularmente conselhos sobre como identificar fraudes e como agir nessas situações.

Da Ansa

Um estudo feito pela Universidade de Miami, nos Estados Unidos, e publicado pelo The World Journal of Men's Health, mostra que resquícios da Sars-CoV-2 pode ficar no tecido peniano, mesmo após a cura da infecção, por cerca de seis meses e causar disfunção erétil no homem.

A pesquisa foi feita com as amostras obtidas de dois homens com histórico de infecção por Covid-19 e dois homens sem história de infecção. Todos os quatro passaram pela mesma cirurgia de implante de prótese para casos graves de disfunção erétil. 

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Os tecidos dos dois pacientes que tiveram a Covid-19 continham proteína pico do Sars-CoV-2 e evidências de disfunção endotelial - o contrário dos outros dois homens. A pesquisa foi a primeira a demonstrar que o vírus da Covid-19 pode permanecer no pênis por bastante tempo após a contaminação.

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Apesar do crescente número de casos da covid-19 no Brasil, a quantidade de pessoas que aparenta ignorar essa realidade também é alarmante. No Pará, até então, são confirmados 475.744 casos da doença e 13.204 é o número de óbitos. Entretanto, essas informações ainda não são o suficiente para impedir aglomerações em estabelecimentos e as festas clandestinas que têm sido denunciadas nas últimas semanas.

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Após a retomada das atividades em bares e nos demais estabelecimentos, mesmo que esses obedeçam às medidas de segurança, o risco de contaminação pelo novo coronavírus nesses locais ainda existe e preocupa.

Isso se explica pelo fato de que ambientes como bares e restaurantes mantêm os usuários por um período de tempo considerável dentro de suas instalações. Ao sentarem à mesa, as pessoas retiram as máscaras para consumo e permanecem assim até saírem do estabelecimento, como esclarece Andrei Siqueira, biomédico e doutor em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

Andrei acrescenta que, em um cenário de pandemia de um vírus respiratório, locais fechados se tornam um grande fator de risco para a transmissão da doença. “No caso de boates temos ainda um agravante. Mesmo durante as medidas mais restritivas, pessoas organizaram eventos de forma clandestina para realizar reuniões e festas. O senso de responsabilidade nessa situação se torna mais afetado ainda com o consumo do álcool”, diz.

Segundo o biomédico, comparando-se esses estabelecimentos com outros ambientes como supermercados e instituições de ensino, é possível notar a existência de algumas diferenças. O uso constante da máscara, por exemplo, é capaz de reduzir significativamente as possibilidades de contágio se todas as medidas de segurança forem respeitadas.

“Nesses dois locais a distribuição de álcool e a aferição da temperatura também auxiliam para redução da transmissão. Por não representarem locais de lazer e entretenimento, ao fim das atividades, as pessoas deixam o local (supermercados e escolas) e por isso podemos inferir que de forma geral são locais mais seguros que bares, boates e restaurantes”, complementa.

Andrei destaca ainda que dentre os locais com o funcionamento liberado, além de ambientes como farmácias, clínicas, hospitais e laboratórios, o risco de transmissão do vírus aumenta nas academias, bancos e lotéricas devido ao fluxo de pessoas e ao tempo de permanência médio.

O biomédico diz que, apesar de o Brasil seguir com o calendário de vacinação, é grande a quantidade de óbitos da pandemia e alerta que vivemos um momento que ainda necessita de muita cautela. Além disso, ele afirma que tomar a vacina e respeitar as medidas de prevenção são as melhores opções.

Andrei ainda cita outras medidas que devem ser tomadas. “Buscar formas de lazer e relaxamento que não envolvam reuniões. Na necessidade de trabalhar e realizar as atividades essenciais fora de casa, respeitar sempre os cuidados com a sua saúde e a das pessoas em sua volta. Dessa forma conseguiremos alcançar o exemplo de outros países que já voltaram com suas atividades de forma mais segura”, complementa.

Juliana Colino, de 20 anos, estudante do curso de Psicologia na Universidade Federal do Pará (UFPA), conta que a sua rotina ficou bastante diferente por causa da pandemia e que durante boa parte do tempo sem ter aulas da faculdade.

A estudante relata que adaptar-se a todas essas mudanças é difícil e estressante, principalmente por não ter um momento de lazer para se distrair. “Faz muita falta poder sair com a família e amigos, ir ao cinema, ir passear no shopping, porém é preciso ter consciência de que uma saída poderia contaminar alguém”, diz.

A estudante acredita que as aglomerações devem ser evitadas ao máximo e tenta evitar saídas desnecessárias. “Saio apenas para o balé, que é como se fosse meu trabalho, porém sempre sigo todos os cuidados, como manter o distanciamento, utilizar álcool em gel, e ficar sempre de máscara”, acrescenta.

A estudante diz que costuma sempre alertar tanto as pessoas da família quanto os amigos em relação ao distanciamento social. Sobre as aglomerações, Juliana finaliza: “Acredito que deveria ter uma fiscalização maior do governo, já que tentar conscientizar as pessoas não acho que adiantaria”.

Iuri Fernandes, sócio-proprietário de um pub localizado em Belém, diz que o estabelecimento ficou fechado por sete meses em 2020. Na época, todo o staff foi demitido. Após conseguirem um empréstimo do Governo do Estado, contando também com aporte dos sócios e empréstimos pessoais, Iuri reabriu o pub em outubro do ano passado, enxugando custos e com modelo para se adequar a uma operação de restaurante e não mais de bar. 

“Nosso horário de abertura sempre foi às 18 horas, e quando saiu o decreto fechando bares e restaurantes às 18 horas, mudamos novamente, abrindo às 12 e fechando às 18 horas. Iniciamos o atendimento via delivery. Ou seja, estamos dançando conforme a música. Financeiramente falando, no final de 2020 conseguimos lucrar e pagar boa parte dos atrasados com fornecedores. Esse ano tivemos que tomar mais empréstimo e estamos no zero a zero”, acrescenta.

Para a segurança dos consumidores, Iuri afirma que usa o protocolo padrão no estabelecimento. “Limite de pessoas reduzido, distanciamento das mesas, máscara obrigatória para clientes e staff, álcool em gel nas mesas, desinfecção de 15 em 15 dias do ambiente por uma empresa especializada”, destaca.

Quanto ao ritmo de funcionamento do local e o número de pessoas que costumam frequentá-lo, ele esclarece que tem picos de até 50 pessoas durante o fim de semana (sexta e sábado, à noite). Já durante a semana, segundo Iuri, a quantidade varia dependendo de vários fatores, como dia do mês e chuvas.

Iuri comenta que vê estabelecimentos buscando se reinventar e quem não se reinventou, fechou. Ele afirma que possui uma opinião muito pragmática a respeito disso. “Não posso julgar os outros, pois não sei onde aperta o sapato deles. Posso falar pelos meus bares, onde seguimos rigorosamente todas as normas estabelecidas. Acho que os consumidores têm um papel fundamental quanto às aglomerações, pois nenhum dono de estabelecimento obriga alguém a entrar na sua empresa. É um assunto delicado. Logo, não julgo quem não tem seguido as normas. Tenho minha opinião pessoal, como consumidor: eu não vou pra lugar lotado”, finaliza.

Por Isabella Cordeiro.

Nesta quarta-feira (5), em discurso no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar a China, insinuando que o país asiático teria se beneficiado economicamente da Covid-19. Ele chegou a afirmar que o novo coronavírus pode ter sido criado em laboratório.

"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em um laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é uma guerra química bacteriológica e radiológica. Será que estamos enfrentando uma nova guerra? Qual país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês", afirmou.

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A China foi o único país que teve um aumento de 2,3% em 2020. Além disso, não há qualquer evidência que comprove que a Covid-19 surgiu de alguma experiência mal-sucedida ou criada propositalmente pelo país asiático. Até o momento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a hipótese mais provável é que a origem do novo coronavírus seja de morcegos.

Mais dois casos e oito curas clínicas foram confirmados nessa segunda-feira (3), em Fernando de Noronha. Atualmente, o arquipélago acompanha 11 pacientes que se recuperam da Covid-19 em isolamento domiciliar.

A Administração estima que, desde o início da pandemia, Noronha notificou 661 casos, sendo 579 transmissões locais e 82 consideradas importadas. No período, apenas três óbitos foram registrados e 647 pessoas conseguiram se recuperar da infecção.

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A Índia superou neste sábado 400 mil novos casos de novo coronavírus em 24 horas, o primeiro país a atingir este número de contágios diários durante a pandemia. O Ministério da Saúde informou que nas últimas 24 horas foram registrados 401.993 novos casos, o que eleva o total de infectados desde o início da pandemia a 19,1 milhões. Também foram registradas 3.523 mortes por Covid-19, o que deixa o balanço total em 211.853 óbitos.

Muitos especialistas afirmam que os números reais são muito mais elevados porque a Índia não consegue fazer testes de diagnóstico suficientes e os registros sobre as causas das mortes são deficientes.

As autoridades indianas flexibilizaram as restrições na maioria das atividades no início do ano, quando o número de casos era de menos de 10 mil por dia. Apesar do aumento expressivo de casos no fim de março, as autoridades permitiram grandes concentrações religiosas, como a Kumbh Mela, que atrai milhões de peregrinos hindus, e comícios políticos.

Apenas em abril a Índia detectou quase sete milhões de casos. Mas em relação a sua população de 1,3 bilhão de habitantes, o número de contágios é relativamente baixo na comparação com outros países. Em mais uma tragédia, 16 pacientes de covid-19 e duas enfermeiras morreram neste sábado no incêndio de um hospital em Bharush, no estado de Gujarat (oeste).

No momento do incêndio, o hospital de quatro andares tinha 50 pacientes internados. "As primeiras informações da investigação revelam que o incêndio foi provocado por um curto-circuito na UTI do hospital", afirmou à AFP Rajendrasinh Chud, da polícia local.

Este foi o mais recente incidente do tipo no país. Em 23 de abril, 13 pacientes de covid-19 morreram em um incêndio na região de Mumbai. Poucos dias depois, 22 pessoas faleceram em outro incêndio no estado de Maharashtra.

O mesmo estado já havia registrado uma tragédia que matou 22 pacientes de coronavírus, quando um incidente interrompeu o fornecimento de oxigênio.

O sistema de saúde indiano enfrenta problemas crônicos de falta de financiamento e a pandemia provoca uma escassez crítica de oxigênio, medicamentos e leitos de hospital. Em muitas regiões, os pacientes morrem nos arredores dos hospitais sem conseguir uma internação.

Nos aproximamos dos 14 meses da pandemia em Pernambuco e uma dúvida em relação aos 13.967 mil mortos pelo vírus ainda gera receio. O prazo para transferência dos corpos se esgota e as consequências de desenterrar tantas vítimas da infecção susta. Por outro lado, o colapso do sistema funerário obriga a desocupação das covas para novos falecidos.

Antes mesmo da crise sanitária, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) já indicava que os corpos fossem exumados e colocados em urnas dois anos após o sepultamento. A retirada dos mortos pelo vírus pode até criar certo temor pelo medo de uma nova demanda de reinfecções, mas o biomédico Pablo Gualberto ressalta que é praticamente impossível os corpos contaminarem novas pessoas.

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"O vírus obrigatoriamente para sobreviver, ele precisa de uma célula viva para poder se replicar. Se ele não tiver uma célula, ele sobrevive por muito pouco tempo", explica. O especialista acrescenta que a falta de oxigênio faz com que a célula não consiga produzir energia, logo, sua sobrevivência "é coisa de minutos ou no máximo uma hora".

---> Colapso funerário obriga homem a enterrar a tia no Recife

Pablo indica que a transmissão da Covid-19 é muito rápida, tanto que ocorre principalmente quando expelimos gotículas na fala. Já a chance de contágio por meio de contato em superfícies e objetos, como o próprio caixão, é ainda menor. "Quando você coloca isso para dentro de uma realidade em casa, em que você tá sempre limpando ou que tem incidência de luz solar, isso já cai bastante, a sobrevivência desse vírus em si", pontua.

Mesmo assim, coveiros e funcionários das funerárias devem ficar atentos ao manejo dos corpos e seus fluídos, que ainda podem transmitir a doença por apenas alguns dias. "No cadáver a gente pode ter fluidos, por exemplo, saliva, secreções e até o próprio sangue. Esses fluidos sim podem levar risco. Por isso os enterros são isolados”, complementa.

A época de doenças sazonais aliada ao cenário de pandemia reforça a necessidade de fortalecer o sistema imunológico, responsável pela defesa do corpo humano. De acordo com o médico nutrólogo Vitor Arruda, a alimentação equilibrada não é o único aspecto importante na busca por uma imunidade eficiente.

“Se a gente fosse pensar em fortalecer o sistema imunológico como um todo, seria através dos hábitos. Três aspectos são muito importantes, sendo a alimentação de qualidade, com os nutrientes bem distribuídos, um deles. Além de exercícios físicos e sono de qualidade, que ajuda o corpo a se recuperar e produzir as substâncias necessárias para que a imunidade atue da maneira correta”, explicou o médico.

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Segundo o especialista, não é possível apontar uma única dieta a ser seguida para evitar as chamadas infecções por vírus, e sim, uma rotina efetiva em busca de equilíbrio nutricional. “Os carboidratos, proteínas e lipídeos, conhecidos como macronutrientes, devem ser considerados tão importantes quanto os chamados micronutrientes, que são as vitaminas e minerais”, complementa Vitor Arruda.

Não existem alimentos milagrosos que atuem na prevenção ou combate à Covid-19, de acordo com o médico. “A maneira efetiva de prevenção da doença continua sendo o uso da máscara, distanciamento social, e higienização constante. Isso também vale para os chamados ‘shots’ que prometem imunidade instantânea”, enfatiza.

Nutrientes devem ser priorizados

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de, no mínimo, 400 gramas de frutas, verduras e legumes diariamente. Segundo o nutrólogo Vitor Arruda, são nestes alimentos que serão encontrados alguns nutrientes essenciais para o fortalecimento do sistema imune, a exemplo da Vitamina C, Vitamina E, Zinco e Ácido Fólico. Saiba mais sobre cada um deles:

1. Vitamina C

Por não ser produzida pelo organismo, a vitamina C precisa ser ingerida através da alimentação. Além de um poderoso antioxidante, que ajuda a regenerar os tecidos, o nutriente também atua na prevenção de doenças, fortalecendo os linfócitos, que são responsáveis pela imunidade viral. Frutas como manga, acerola, laranja, goiaba e caju são ricas no nutriente.

2. Vitamina E

A substância tem ação anti-inflamatória e potencializa a atuação dos leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, que são as células responsáveis por defender o organismo contra infecções, doenças, alergias e resfriados. Para incluir a vitamina E na alimentação, é preciso investir em azeite de oliva, abacate, oleaginosas (castanhas, amêndoas e nozes), gema de ovo e grãos.

3. Ácido fólico

O ácido fólico é responsável por produzir e restaurar o DNA, o que impacta diretamente a  proteção da imunidade. Em consequência disso, os linfócitos são os mais prejudicados quando os níveis de ácido fólico estão baixos. A deficiência de folato diminui a resposta dos glóbulos brancos contra agentes estranhos no corpo e afeta a produção de anticorpos. Para adicionar o ácido fólico na dieta, recomenda-se o consumo de alimentos como vegetais verde escuros (agrião, couve e brócolis) e leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico e ervilha).

4. Zinco

O zinco é um nutriente mineral encontrado em todo o nosso corpo que tem um papel importante no sistema imunológico. Junto com o manganês, ele diminui a incidência de infecção. No entanto, ele não é armazenado pelo corpo, por isso é preciso manter os níveis adequados através da alimentação. Ele pode ser encontrado em frutos do mar como ostras, caranguejo e lagosta, carnes vermelhas e aves, grãos como lentilha e feijão, sementes, castanhas, leite e derivados.

Mais duas pessoas testaram positivo para a Covid-19 em Fernando de Noronha, que atingiu 653 notificações de pessoas com a doença nessa quarta-feira (28). Com três óbitos confirmados, atualmente a ilha acomoda 12 pacientes e acompanha mais um internado no Recife.

O acúmulo de casos é dividido entre 571 contaminações locais e 82 consideradas importadas. Desse total, 637 pessoas conseguiram se recuperar do vírus.

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Todos os pacientes estão em isolamento domiciliar, exceto um caso mais grave que foi transferido para um hospital de referência na capital pernambucana.

Nesta sexta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve em Manaus, Amazonas, para inaugurar um centro de convenções e receber o título de cidadão amazonense. Como de costume, o presidente não respeitou o distanciamento e o uso da máscara. Dezenas de apoiadores se aglomeraram para conseguir tirar uma foto com Bolsonaro.

O chefe do Executivo, que chegou de máscara para a inauguração do centro de convenções, tirou a proteção para fazer uma foto com uma criança que estava vestida de policial e com uma arma de brinquedo. Desse momento por diante o presidente não colocou mais a máscara e chegou a 'curtir' um forró com o ministro do Turismo, Gilson Machado, que é músico e tocou sanfona na inauguração do novo espaço amazonense. 

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Com mais de 366 mil casos da Covid-19, o Amazonas pode sofrer uma terceira onda de contaminação. O governador amazonense, Wilson Lima (PSC), se reuniu na última quinta-feira (22), com o ministro da Saúde Marcelo Queiroga. 

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"Reunimos hoje em Brasília com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para apresentar nosso plano de contingência e solicitar auxílio para o enfrentamento de uma eventual terceira onda da Covid-19 no Amazonas. Agradeço mais uma vez a atenção dada pelo Governo Federal ao Amazonas", compartilhou o governador.

No início do ano, com bastante intensidade até o mês de fevereiro, o Amazonas sofria com o desabastecimento de oxigênio para as vítimas da Covid-19. Com o sistema de saúde colapsado, faltava até equipamentos para intubação dos pacientes. Atualmente, mais de 12 mil pessoas perderam a vida para o vírus.

Publicada na respeitada revista científica “The Lancet”, uma carta elaborada a partir das pesquisas realizadas por seis cientistas de 5 universidades dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, aponta 10 motivos que sugerem a transmissibilidade do o SARS-CoV-2, o novo coronavírus, pelo ar.

Os chamados “aerossóis”, classificados como pequenas partículas que ficam em suspensão no ar depois de serem expelidas por alguém contaminado, seriam a causa central da presença do vírus para além das superfícies.

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Ainda de acordo com o estudo, a alta incidência de casos nos quais pessoas assintomáticas transmitiram a doença (pelo menos 59% em uma escala global), reforça a teoria.

Para ratificar a carta, foram estudados diversos eventos “superespalhadores” do vírus ao redor do mundo, e a partir disso, especialistas apontaram a fala, processo responsável pela produção de milhares de partículas de aerossóis, como a principal forma de disseminação da Covid-19.

Os pesquisadores também dizem ter capturado o vírus no ar em duas situações específicas. A primeira delas em experimentos de laboratório, onde o coronavírus permaneceu infeccioso por até 3 horas.

No segundo caso, foram identificadas partículas do SARS-CoV-2 em amostras de ar de quartos ocupados por pacientes com Covid-19, mesmo com ausência de intubação.

Há controvérsias

O tema tem sido considerado controverso na comunidade científica, visto que a Organização Mundial da Saúde (OMS), considera esse tipo de contágio possível apenas sob condições específicas, a exemplo de procedimentos médicos.

Embora uma série de estudos anteriores não tenha conseguido atingir o mesmo feito, isso já era esperado, segundo os especialistas.

O fenômeno ocorre porque colher a amostragem de vírus presente no ar é tecnicamente desafiador, já que os métodos de amostragem para a coleta de partículas finas é pouco eficaz.

Por que usar a máscara é importante?

Em contraste com a transmissão do novo coronavírus apenas por gotículas, a carta alerta para novas medidas de prevenção, que incluem o uso indispensável de máscaras, sobretudo em ambientes fechados, ainda que exista o distanciamento adequado. Admitir a possibilidade do vírus ser transmitido pelo ar, significa prestar mais atenção em sistemas de ventilação, filtragem de ar, tempo gasto em ambientes fechados, e também alerta para a necessidade de proteção de alto grau para equipes de saúde e trabalhadores da linha de frente.

Em casos de máscaras profissionais, como a N95 e a cirúrgica, siga a orientação do fabricante. Para quem faz uso de máscaras caseiras, a indicação é utilizá-las por até quatro horas. Repare também no estado da peça: se estiver suja, manchada ou molhada, melhor substituí-la antes do prazo.

Confira os 10 pontos levantados na carta:

1. Eventos 'superespalhadores' do vírus

2. Transmissão fora do mesmo ambiente (caso na Nova Zelândia)

3. Transmissão por assintomáticos

4. Transmissão é maior em ambientes internos

5. Transmissão em hospitais

6. Vírus viável já foi encontrado no ar

7. Vírus em filtros de ar e dutos

8. Estudos com animais em gaiolas

9. Não há evidências consistentes do contrário

10. Provas de outras formas dominantes de contágio são limitadas

Basta chegar um novo lote de vacinas em Pernambuco, que a Prefeitura do Recife se prontifica em anunciar a redução da faixa etária do grupo prioritário da Covid-19, atualmente em 60 anos. Contudo, mais da metade dos vacinados ainda aguarda pela segunda dose. A demora entre aplicações pode fortalecer o vírus e retardar ainda mais o retorno à normalidade, diz o biomédico Pablo Gualberto

Ao tentar marcar a segunda dose para a mãe, de 65 anos, no aplicativo Atende em Casa, a pedagoga Paula Silva percebeu que todas as vagas estavam esgotadas. Preocupada com o prazo entre doses, entrou em contato com o chat da plataforma para saber se poderia ir a um posto de saúde na data indicada a lápis no cartão de vacina, mesmo sem agendamento.

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"Ele disse que [o atraso] não teria problema, que poderia ser tomada depois. Mesmo que passasse o prazo, não tinha nada que comprovasse que, mesmo depois do prazo, a vacina perdia a eficácia. Eu questionei que não era essa a orientação do fabricante", contou.

A vacina de Oxford/AstraZeneca tem o prazo de até três meses entre aplicações, mas a idosa recebeu a Coranavac/Butantan, que estipula o intervalo de duas a quatro semanas. Enquanto o dia se aproximava e os grupos prioritários eram ampliados, nenhuma data estava disponível no aplicativo, lembra a pedagoga. 

Até o momento, o Recife recebeu 362.026 doses da Coronavac e 65.030 da Oxford/AstraZeneca, informa a Prefeitura, que destaca que segue as recomendações do Ministério da Saúde para definir os públicos prioritários no Recife.

Do total de 267.430 vacinados estimado pela gestão da capital, apenas 123.027 concluíram o ciclo de imunização, o que é um risco no enfrentamento à pandemia, afirma Gualberto.

"Se demorar muito, a gente pode perder a janela imunológica e aí cair a eficácia [...] tá só dando tempo para o vírus sofrer esses processos de mutação".

Ele explica que a 'resposta secundária' aumenta tanto a quantidade de células, quanto a especialização delas para defender nosso corpo.

"A situação que estamos vivendo agora não é decorrente de variantes. É o contrário. A situação que estamos vivendo favorece o surgimento de variantes. Então, quanto mais a gente facilita a disseminação do vírus, pelo fato dele se replicar no nosso corpo, ele consegue fazer mutações, que às vezes podem deixar ele muito mais potente", pontua, ao alertar que as orientações sanitárias de distanciamento, higienização das mãos e uso de máscara sejam mantidas mesmo após a vacina.

Apesar dos recordes diários de casos e óbitos da pandemia, para o biomédico, a situação no Brasil pode piorar pela 'falsa impressão' de imunidade.

"A gente ter uma parcela da população vacinada, que já está de certa forma imunizada, e quanto mais a gente vai espalhando o vírus, inclusive para essas pessoas, esse vírus pode acabar sofrendo um processo de seleção natural e acaba ficando mais potente, fugindo até mesmo da resposta imune causada pelas vacinas", adverte.

Enquanto a aposta do Ministério da Saúde é garantir o ciclo de imunização aos grupos prioritários, para Pablo, o ideal seria imunizar o máximo de pessoas, pois é necessário reduzir o número de contaminados e desafogar o sistema de saúde.

"A estratégia é interessante porque acaba vacinando muita gente, só que você precisa garantir que as novas doses cheguem. Aí é que tá o problema, a quantidade de demanda que a gente consegue entregar [...] Devido à situação da gente, em completa disseminação no país todo, eu acredito que seria melhor vacinar o máximo de pessoas", sinaliza.

O especialista também ressalta que é preciso esperar o tempo de resposta da vacina, que é de aproximadamente 15 dias. O que significa dizer que, mesmo vacinada, a pessoa ainda tem uma janela de possível contaminação. "Mesmo que você tome a vacina, possa ser que você pegue", reitera.

Na terça (13), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que 1,5 milhões de brasileiros estão com a segunda dose atrasada. Sobre o descumprimento do prazo, Pablo indica que, mesmo após expirado, é necessário o reforço e ressalta o resultado da fase 3 da Coronavac.

O estudo do Instituto Butantan comprovou que a eficácia do imunizante em casos sintomáticos é de 50,7% - superior aos 50,38% informados antes do resultado -, e que a vacina pode atingir 62,3% de eficácia em um intervalo de 28 dias.

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