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Nesta segunda-feira (26), no Dia Internacional da Linguagem de Sinais, ouvintes e surdos caminharam pelo Centro do Recife na 20ª passeata de surdos de Pernambuco em protesto por mais inclusão e por mais escolas bilíngues em Pernambuco. 

Rogério Santos, coordenador de educação inclusiva da cidade de Barreiros, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, explica que a luta é por mais inclusão. “Estamos na luta por escolas que sejam bilíngues, pelo reconhecimento da língua de sinais, pela acessibilidade de Libras. Esse movimento é um marco porque, mesmo depois da pandemia da Covid-19, ele não se desfez e esse momento mostra o quanto a sociedade surda é forte. A gente precisa continuar incentivando a sociedade a ser mais inclusiva com a comunidade surda, difundindo a Libras (Língua Brasileira de Sinais)”, destaca Rogério.

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Carol Logman, que é uma pessoa surda, aponta que a atividade de hoje é para destacar o dia do “orgulho surdo” e para dar visibilidade a essa comunidade. Ela aponta que a população foi às ruas por mais inclusão, escolas bilíngues de referência para os surdos em Pernambuco, onde possam aprender a primeira língua de forma de empoderamento, onde possam ver o mundo de forma diferente.

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“A gente está lutando para continuar desenvolvendo a nossa língua, que é a Libras, e acabar com o capacitismo. Queremos que vocês, ouvintes, possam se comunicar conosco, aprendam mais sobre a comunidade surda. Aí vocês vão conseguir entender a importância da nossa língua, da nossa luta e da nossa cultura”, fala Logman.

Ela explica que o dia 26 de setembro foi escolhido para representar a comunidade porque foi neste dia quando se foi criado o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), centro de referência nacional na área da surdez, que subsidia a formulação de políticas públicas.

“A gente pretende hoje se reunir com a prefeitura [do Recife] para pedir várias questões, mas o principal é a escola bilíngue para os surdos porque é o primeiro passo para que a criança surda possa se desenvolver. Já existem algumas escolas, mas não são bilíngues, de referência, para que também o professor possa ser surdo, onde ele fale de surdo para surdo” assevera.

A Ben & Jerry's, sorveteria conhecida por defender as causas da comunidade LGBTQIAP+ pelo mundo, mudou a marca para comemorar o Dia da Visibilidade sexual, celebrado nesta sexta-feira (23). Com isso, a empresa se transformou em Bi&Jerry's.

Além disso, as cores rosa e roxo, que representam a bandeira bissexual, estarão fazendo parte dos cartazes das lojas físicas e na comunicação da marca nas redes sociais, como já está sendo feito. "Podem até tentar esquecer a letra B no fundo do pote, mas a gente traz informação pra tirar ela de lá", compartilhou a sorveteria em sua conta oficial do Instagram.

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No Twitter, a empresa anunciou a sua promoção especial para o Dia da Visibilidade Bissexual. As pessoas que tiverem preferência por dois sabores diferentes de sorvete poderão levar duas bolas pelo preço de uma.

A Bi&Jerry's tem um histórico de defender as causas da população LGBTQIAP+. Segundo conta no próprio site da sorveteria, desde o início da década de 80 que os fundadores implantavam os direitos igualitários dentro das políticas da empresa, independente da orientação sexual ou identidade de gênero. 

"Em 2014, quando viemos para o Brasil, o país onde há maior violência contra as pessoas LGBTQIA+ no mundo, vimos a necessidade de ir além e de usar a nossa casquinha como megafone para esta causa e poder mudar essa realidade", aponta a empresa.

Para Nahia Alkorta, a decisão de um comitê das Nações Unidas que determinou que ela havia sofrido violência obstétrica ao dar à luz seu primeiro filho foi um triunfo depois de uma década exigindo justiça.

Diagnosticada com estresse pós-traumático pelo que aconteceu em um hospital no norte da Espanha em 2012, Alkorta recorreu à ONU depois de falhar nos tribunais espanhóis.

O Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (CEDAW) estabeleceu em julho que ela sofreu intervenções injustificadas que constituíram violência obstétrica, incluindo uma cesariana sem consentimento, imobilização de seus braços e proibição de ser acompanhada por seu parceiro.

"Desde que a resolução da CEDAW saiu, mais de cem mulheres me contataram dizendo que isso também aconteceu com elas", afirma Alkorta, uma basca de 36 anos, à AFP.

É algo "que não se fala pela dor que gera, pela vergonha, pelo fato (de se pensar que) teria que ser assim", diz.

A decisão da CEDAW, para quem a violência obstétrica - um "fenômeno generalizado e sistemático" - é aquela "sofrida pelas mulheres durante o atendimento ao parto nos centros de saúde", pediu à Espanha que indenize Alkorta por danos físicos e psicológicos e garanta que os direitos reprodutivos das mulheres sejam respeitados nos sistemas de saúde e justiça.

Essa decisão veio em um momento em que ativistas na Europa buscam tornar visível a violência obstétrica, muitas vezes não reconhecida.

Algumas associações médicas até questionam a validade de se falar sobre violência obstétrica.

"As mulheres estão contando outra história", responde Alkorta.

- "Totalmente vendida" -

Pesadelos, insônia, memórias traumáticas... As consequências para Alkorta foram muitas após a provação que começou quando sua bolsa estourou com 38 semanas.

No hospital de San Sebastián, no País Basco (norte), ela recebeu ocitocina para induzir o parto sem explicação médica, apesar de estar tendo contrações.

Segundo ela, a equipe começou a ficar agressiva com suas perguntas.

No dia seguinte, os obstetras decidiram fazer uma cesariana, sem consultá-la e apesar de uma parteira garantir que o trabalho de parto estava progredindo.

"Falei para eles explicarem devagar, porque eu estava muito cansada, e a explicação era que eles iriam tirar a criança e que seriam 40 minutos e pronto", conta Alkorta, agora mãe de três filhos.

Com os braços amarrados, protocolo em alguns hospitais durante as cesarianas, e sem o marido, impedido de acompanhá-la, sentiu-se "totalmente vendida".

Só horas depois Alkorta conseguiu abraçar o filho, totalmente saudável.

Na Europa, as estatísticas sobre violência obstétrica são escassas, mas, segundo ativistas, as mulheres sofrem rotineiramente com a falta de informação, comportamento rude ou humilhante por parte do pessoal médico e, em alguns casos, práticas perigosas.

Uma iniciativa recente na Sérvia para "Acabar com a violência obstétrica" coletou 70.000 assinaturas em cinco dias.

Uma de suas demandas é que o Estado pague por um acompanhante na sala de parto, já que atualmente alguns hospitais públicos cobram para permitir sua presença.

De acordo com a petição, muitas mulheres na Sérvia sofrem insultos, humilhação e negligência médica.

Países como Espanha e Itália criaram observatórios de violência obstétrica, mas, segundo ativistas, poucos casos chegam aos tribunais.

"Muitas mães que sofreram partos traumáticos nos contactam, mas quase nenhuma delas acaba entrando com uma ação judicial", diz Nina Gelkova, da organização búlgara Rodilnitza.

- Consentimento e respeito -

Em sua defesa na CEDAW, a Espanha, que apoiou a justiça do país que absolveu o hospital, assegurou que não há partos "à la carte".

"Eu não estava procurando um parto à la carte, de jeito nenhum, procurava um tratamento humano e não recebi", responde Alkorta.

"Não sou contra intervenções que se justifiquem, salvam muitas vidas, mas o limite tem que ser sempre o consentimento e o respeito", frisa.

Francisca Fernández Guillén, advogada de Alkorta, explica que a equipe médica ou familiares podem minimizar as experiências traumáticas durante o parto.

"Às vezes, o casal ou a família aconselham a mulher a esquecer o que aconteceu", diz Fernández.

Mas a situação parece estar mudando.

O vice-presidente da Federação de Associações de Parteiras da Espanha (FAME), Daniel Morillas, indicou que em seus 16 anos de trabalho como assistente de parto ele testemunhou uma conscientização sobre os direitos das mães e seu papel ativo no parto, embora considere que ainda há um longo caminho a percorrer.

"A primeira coisa que temos que fazer para lutar contra a violência obstétrica é reconhecer sua existência", aponta.

Felizmente, muitos médicos e parteiras "perceberam que ela existe e estão tentando mudá-la", acrescenta.

O Espaço de Acolhimento e Cuidado Trans do Hospital das Clínicas (HC) de Pernambuco, localizado na Zona Oeste do Recife, sofreu um aumento da lista de espera de cirurgia devido, entre outras dificuldades, à pandemia da Covid-19. Segundo a coordenação do espaço, a lista de espera está em 700 pessoas atualmente.

O projeto já realizou 57 cirurgias nos oito anos de atuação, com um padrão antes da pandemia de um procedimento por mês. Contudo, as paralisações causadas pelo agravamento da pandemia e dificuldades impostas em 2021 fizeram com que apenas nove procedimentos fossem concluídos.

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O espaço oferece cuidado integral à população trans e é um dos cinco centros que realiza procedimentos gratuitos de transgenitalização no Brasil. Mesmo com o ‘desfinanciamento’ que o Sistema Único de Saúde (SUS) sofre, a iniciativa mantém as portas abertas para garantir um acompanhamento ambulatorial humanizado em meio à pandemia.

O levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra), divulgado nessa sexta-feira (28), apontou que o Brasil ainda lidera o recorde negativo de assassinatos com 135 travestis e mulheres trans e cinco homens trans mortos em 2021. Historicamente a população transsexual luta contra a negligência do Estado e se firma na busca por direitos contra os espectros da discriminação da social.

“A população trans e travesti vem requerer a legitimidade de cuidado, esse lugar de humanidade, essa possibilidade de viver sem ser discriminada e apontada na rua por suas diferenças”, apontou uma das idealizadoras do Espaço trans, Suzana Livadias.

Exclusão no sistema de saúde

Um dos pontos mais preocupantes ainda é a exclusão nos serviços de saúde, principalmente no que se refere ao atendimento primário. "Todas as demandas de saúde eram negligenciadas por que não tinha uma visibilidade da população trans como específica de cuidados comuns. A gente vai ver descrita nos cuidados da Aids, mas outros cuidados também são necessários”, ressaltou Livadias.

Criado em 2014, o espaço no bairro da Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, oferece diversas especialidades como Urologia, Ginecologia, Endocrinologia, Dermatologia, Assistência Social, acompanhamento psicoterápico e encaminha casos de violência para instituições parceiras.

O serviço mais procurado é o procedimento de adequação corporal, oferecida com a proposta de garantir maior dignidade e bem-estar. “A adequação vem muitas vezes para dar conta de um desconforto da pessoa e para ajudar que a sociedade consiga respeitar essa expressão”, descreveu a psicóloga.

Cirurgias

As mulheres trans têm a possibilidade de passar por cirurgias de suavização do pomo de Adão e feminilização da voz, colocação de próteses mamárias e redesignação sexual. Já os homens trans podem fazer a mamoplastia masculinizadora ou retirar o útero.

---> 7 artistas trans e travestis para colocar no 'play' agora

Livadias cobra mais investimento federal já que demoraria mais de 58 anos para atender toda a fila, mesmo que conseguisse retomar o ritmo de antes da pandemia. Sem ser uma política prioritária do Governo, em 2020 só 31 cirurgias foram feitas pelo SUS no Brasil, uma queda de 86% em comparação ao ano anterior.


Érica Gomes recebe os pacientes do projeto. Reprodução

Representatividade que conforta

O acolhimento inicial no Espaço Trans é feito por Érica Gomes, que recebe os pacientes e dá entrada no processo multidisciplinar. Como mulher trans, ela compreende que sua presença incentiva outras pessoas em situação semelhante a não desistir das oportunidades.

“[Ter uma] pessoa trans nesse local é como se encurtasse a distância entre a instituição e a população atendida. Eu vejo que as pessoas se sentem representadas e acolhidas e vejo também como uma possibilidade de incentivo para que essas pessoas possam procurar trabalho em ambientes formais”, comentou.

Além do corpo

Ciente de que a aparência é fundamental na relação de autocuidado, ela enxerga que o processo de aceitação passa primeiro pelo equilíbrio psicológico. “Saúde não é só hormonização e cirurgia. Saúde também é bem-estar social e o bem-estar social vai além dos muros do hospital”, indicou.

“As pessoas vêm muito em busca dessas cirurgias pelo fato da sociedade exigir que você para ser uma pessoa trans tem que reproduzir toda a performance do que é ser mulher na sociedade", observou. “Não é por aí. Fazer esses procedimentos não vão te dar segurança de que a sociedade vai te ver com outros olhos”, acrescentou.

Dessa forma, antes de iniciar o processo, ela explica que é importante refletir e se questionar sobre o real motivo para o interesse nas cirurgias. "O que essas cirurgias vão mudar na sua vida em relação ao olhar da sociedade à pessoa trans? A gente sabe que não muda nada. A gente tem a sensação de que é como se fossem metas colocadas na vida das pessoas trans e [é como se a gente] tivesse que alcançar e quando a gente alcança, são impostas outras metas, metas até impossíveis”, advertiu.

Como integrante do quadro de profissionais, ela se orgulha em participar das ações do Espaço que representa um modelo para o Norte e Nordeste. O projeto é o único nas regiões oferecido pelo SUS. os demais são o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, o HC da Universidade Federal de Goiás, o HC da Universidade de São Paulo e o Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro.

O contato com o Espaço Trans do Recife é feito por encaminhamento da Secretaria Estadual de Saúde ou pelos canais do projeto. O atendimento é feito de forma presencial, pelo telefone (81) 2126.3587 ou no e-mail espacotranshcufpe@gmail.com, de segunda à sexta, das 7h às 17h. Para agendar uma consulta é preciso repassar dados pessoais e a numeração do cartão do SUS. 
 

No Brasil, país que mais mata pessoas trans e travestis em todo o mundo, o primeiro mês do ano se encerra com uma data emblemática: o Dia da Visibilidade Trans. Celebrado desde 2004, o dia 29 de janeiro é mais um entre tantos na luta pelo respeito à identidade de gênero e orientação sexual dos cidadãos brasileiros, além de promover a reflexão acerca da violência crescente entre a população transexual. 

Os números são alarmantes. Desde 2008, quando começou a ser contabilizada, a ocorrência de assassinatos de mulheres trans e travestis, maiores vítimas de transfeminicídio, só cresceu. Segundo relatório feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em 2020 foram registrados 175 assassinatos, 40% a mais que o ano anterior, quando o país ocupou a primeira posição na lista dos que mais matam pessoas trans no mundo pela 13° vez consecutiva. 

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Já em 2021, o número de mortes motivadas por ódio e preconceito de gênero foi um pouco menor, 140, de acordo com levantamento da Antra. No entanto, o Brasil continua despontando nas estatísticas de violência e, segundo dados da instituição, de cada 10 homicídios contra trans no mundo, quatro ocorreram em solo brasileiro. 

Para marcar a data e colaborar com o debate, O LeiaJá traz uma lista com artistas trans e travestis que estão marcando seus lugares no mundo através da música. São mulheres e homens trans e travestis que com sua arte estão ocupando lugares de relevância na socieadade e chamando para a conscientização. Dá o play e atualize sua playlist. 

Linn da Quebrada

Cantora, compositora, atriz e ativista social, Linn se considera multiartista por atuar em diversas frentes. Neste ano de 2022, ela integra o elenco do Big Brother Brasil, e tem ajudado a levantar o debate sobre respeito às pessoas trans e travestis. 

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Isis Broken

A cantora sergipana acumula indicações e prêmios por suas obras audiovisuais e, em 2021, lançou seu primeiro álbum: Bruxa Cangaceira. Também no último ano, ela tornou-se mãe do pequeno Apolo, fruto de seu relacionamento transcentrado com o músico e produtor Aqualien. 

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Pepita

Cantora, compositora e dançarina, Pepita foi uma das primeiras funkeiras trans do Brasil. No Instagram, ela conta com mais de um milhão de seguidores e é muito respeitada dentro do ativismo LGBTQIA+. 

Nick Cruz

O cantor é um dos mais novos nomes do pop brasileiro e vem chamando atenção por suas músicas leves e divertidas, sobretudo entre o público jovem. Ele lançou o clipe de sua primeira canção, Me sinto bem, em 2019, e logo descolou um contrato com a mesma gravadora de Anitta, a Warner Music. 

Bixarte

A rapper, atriz, cantora e poetisa paraibana Bixarte fala sobre ancestralidade e visibilidade trans em suas produções.

Julian Santos

Mùsico independente e 'artivista', o paraibano Julin Santos usa seu trabalho a favor da luta contra a transfobia. 

Monna Brutal

Com rimas ferinas e flow seguro, a rapper paulista fala sobre machismo, transfobia e resistência em suas músicas. 

Em sua reta final, as primeiras prévias nacionais da história do PSDB para a escolha do seu candidato ao Palácio do Planalto cumpriram a missão de dar visibilidade ao partido no debate sobre a construção de uma terceira via na disputa presidencial em 2022, mas o processo interno ajudou também a esgarçar o ambiente já bastante tensionado da sigla. No radar de importantes líderes tucanos está o temor de que o partido saia fraturado da votação marcada para o próximo domingo, 21.

Um projeto presidencial encabeçado pelo PSDB não conta com ampla concordância na sigla. Em parte por causa de profundas rixas internas e em parte por uma disputa por recursos para as futuras campanhas eleitorais.

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Durante a última semana antes da votação, os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) se esforçaram para transparecer um clima de entendimento. Tomaram chimarrão no Palácio Piratini, em Porto Alegre, e foram mais cordiais durante o debate realizado pela CNN Brasil. Ontem, porém, Leite jogou farpas no correligionário paulista em uma entrevista convocada para negar que tenha pedido a Doria o adiamento do início da campanha da vacinação, em janeiro.

Os governadores paulista e gaúcho concorrem de fato à vaga de presidenciável tucano - Arthur Virgílio (AM), o outro nome na disputa, não tem chances. O vencedor das prévias terá de se deparar com uma questão central: a possibilidade de uma debandada de parlamentares tucanos, o que pode encolher a bancada federal do partido. Em conversas reservadas, quadros do PSDB calculam que até 15 dos 34 deputados federais podem deixar a legenda na janela de transferência partidária do ano que vem, período em que é permitido mudar de agremiação sem perder o mandato.

Esse processo é motivado por uma mistura de cálculos e predileções eleitorais locais, briga por recursos e ressentimentos políticos. Em Estados onde o bolsonarismo tem mais força, como Acre, Rondônia e Mato do Grosso do Sul, os tucanos locais teriam dificuldade em se eleger no campo da oposição. Mas há também o caso do grupo liderado pelos deputados mineiros Aécio Neves e Paulo Abi Ackel. Ambos são desafetos declarados de Doria e dificilmente ficarão no PSDB no caso de vitória do governador paulista.

"Eu não convoquei uma confraria, mas uma eleição. E eleição é disputa e passionalidade. Isso deixa marcas que levam tempo e exigem maturidade para que se reconfigure um processo de unidade plena. Vai depender da absoluta capacidade do líder escolhido no domingo de construir pontes. Não precisa ser do dia para a noite e nem numa semana. Há tempo", disse ao Estadão o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo (mais informações nesta página).

Questionado sobre uma possível debandada, Abi Ackel foi enigmático. "Ninguém sabe qual será o resultado das prévias e como o vencedor vai se posicionar. As prévias devem ser instrumento de inclusão e não de exclusão. Não faz sentido o partido sair menor desse processo."

ENCONTRO

Os dois lados da disputa interna estão cientes dos possíveis efeitos. Na última terça feira, o coordenador da pré-campanha de Doria, Wilson Pedroso, viajou a Porto Alegre para organizar a visita do governador paulista ao Rio Grande do Sul e aproveitou para tomar um café com o deputado federal Lucas Redecker (RS), que comanda a campanha de Eduardo Leite.

Na conversa, eles concordaram que é preciso fazer um gesto para unificar o partido depois das prévias. Combinaram um encontro de aproximação com a bancada com a presença dos dois governadores, independente de quem for o vencedor do pleito interno. A leitura de ambos é que será preciso recuperar o eleitor tucano que migrou para o bolsonarismo após as eleições de 2018, quando o PSDB registrou o pior resultado de sua história em uma eleição presidencial. "Apesar das caneladas, a gente criou relações com as prévias. Em São Paulo tivemos caneladas nas prévias (em 2016 e 2018), mas todo mundo saiu unido", disse Pedroso.

O senador José Aníbal, que integra a comissão organizadora do processo, recorre uma frase do ex-vice presidente da República Marco Maciel ao falar sobre a possibilidade de um racha pós- prévias: "As consequências vêm depois", disse. "Seria um anticlímax se não houvesse unidade no dia seguinte."

Contra o anticlímax, Virgílio aposta no fair play dos caciques tucanos. Para o ex-prefeito de Manaus, a maior parte da bancada federal começou a votar com o governo de Jair Bolsonaro porque não tinha perspectiva em relação ao próprio partido. "Espero que não tenha debandada. Tem que ser um compromisso de honra apoiar o perdedor", afirmou.

APLICATIVO

Com apenas 44,7 mil tucanos aptos a votar no domingo em um universo de 1,3 milhão de filiados, o PSDB montou uma operação para sanar eventuais problemas com o aplicativo criado para a votação nas prévias. A executiva nacional montou um call center no diretório em Brasília com mais de 20 atendentes disponíveis para ajudar os tucanos que tiverem dificuldades com o aparato, que exige, entre outras coisas, uma dupla identificação facial.

O sistema, que é inédito no Brasil, foi motivo de polêmica e suspeitas nos bastidores da campanha. Há o temor de que o processo possa ser prejudicado pelo eventual mal funcionamento do aplicativo que foi criado pelo PSDB para que os filiados votem remotamente.

Após passar por diversas etapas de aperfeiçoamento, segundo a comissão de prévias, e até mesmo de uma simulação do processo de votação ontem, o app ainda desperta desconfiança em relação ao seu funcionamento e segurança. Diretórios mais organizados do partido tanto ligados a Leite quanto a Doria também vão oferecer suporte técnico.

O sistema é de difícil manuseio, o que, de acordo com a região do País, ainda pode ser intensificado pelo baixo sinal de internet. Na capital paulista, base de Doria, o diretório municipal montou 40 postos avançados onde os filiados terão acesso a tablets e internet 5G.

A tecnologia não poderá resolver o atual ponto nevrálgico do PSDB. O partido que ganhou a fama de se acomodar no equilíbrio do muro acumulou ao longo dos anos significativas divisões internas. Qual será o papel das primárias num processo de conciliação ou ruptura é o que se verá nos próximos dias.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Janeiro é considerado o mês dedicado à visibilidade trans. A data foi definida em 29 de janeiro de 2004, quando homens e mulheres trans e travestis foram até o Congresso Nacional com a campanha Travesti e Respeito, pautando a visibilidade das vidas trans e a promoção da cidadania. Mas, 17 anos depois, para as pessoas trans, o Brasil ainda é o retrato da falta de direitos, do preconceito e da violência.

De acordo com a ONG Transgender Europe (TGEU), responsável por monitorar 71 países, o Brasil é o que país que mais mata transexuais no mundo. Em 2020, o Brasil teve 175 assassinatos de pessoas trans. Segundo o relatório anual da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), o número equivale a uma morte a cada dois dias. Todas as vítimas eram mulheres não cis (leia sobre gêneros aqui), e em sua maioria negras, pobres e que trabalhavam como prostitutas na rua.

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A prostituição é um dos principais motivos do número alto de mortes. Sem perspectivas e sem o apoio da família, da sociedade e do mercado de trabalho, grande parte das mulheres trans acaba seguindo esse caminho que, por muitas vezes, é o único que pode gerar a renda necessária para sobreviver. Expostas aos perigos da rua, muitas se tornam estatística. O fator está diretamente ligado ao baixo tempo médio de vida de uma pessoa trans, que é de apenas 35 anos, enquanto a expectativa de vida da população em geral - pessoas cis e heterossexuai s- é de 75,5 anos.

As dificuldades começam dentro de casa. Com medo da reação da família, muitas transexuais demoram a iniciar o tão sonhado processo de transição, período pelo qual uma pessoa passa para se adequar ao gênero a que ela realmente sente pertencer, podendo se submeter a tratamentos hormonais, cirúrgicos, fonoaudiológicos, entre outros.

É o caso da universitária Bruna Tavares, nascida em um âmbito familiar conservador, que já se identificava como mulher trans desde os 15 anos, mas só conseguiu dar os primeiros passos aos 19. “A parte mais difícil de todo esse processo foi contar para as pessoas mais próximas que eu estaria começando uma transição. Muitas pessoas não esperavam que eu fizesse algo assim. Depois da transição, eu pude ser mais eu mesma, isso me abriu portas. Fiquei mais confiante comigo mesma”, disse.

A estudante, no entanto, ainda sente medo de andar na rua. “Ser uma pessoa trans no Brasil é muito complicado. A gente sai na rua e bate aquele medo de alguém estar percebendo que somos trans. Sempre vemos notícias de transexuais sendo mortas. Não deixa de passar pela nossa cabeça que poderia ter sido eu ou alguma amiga próxima. Vivemos com um medo constante de uma coisa simples, que é ser quem a gente é”, desabafou.

Um dos casos de maior repercussão e que causou comoção mundial foi o assassinato da travesti Dandara Santos, de 42 anos, em 15 de fevereiro de 2017, no Ceará. O homicídio obteve visibilidade após o compartilhamento, nas redes sociais, do vídeo que mostra a vítima sendo agredida por um grupo no meio da rua. 

A gravação, com pouco mais de um minuto, mostra os momentos de tortura e agressão, realizados por pelo menos quatro homens, com chutes, chineladas e pedaços de madeira. Ao final, é possível ver os culpados descendo a rua, com a travesti desacordada num carrinho de mão. O crime não parou por aí. Dandara foi morta a tiros.

Uma escultura em homenagem à travesti foi exposta em Nova York, em 2019. A obra, do artista Rubem Robierb, simboliza as asas de uma borboleta. A intenção foi representar a ideia de tolerância, e de que as pessoas devem acreditar em seus sonhos.

Em 2020, A Câmara Municipal de Fortaleza aprovou um projeto que denomina uma rua com o nome de Dandara Ketley, no bairro Bom Jardim, onde a travesti foi assassinada. A proposta é conscientizar sobre a necessidade de políticas públicas que promovam a proteção e a cidadania.

Mesmo com o alto índice de violência, conquistas também marcam os anos de luta. Nos últimos 17 anos, a população trans conseguiu passar a doar sangue e caracterizar a transfobia como racismo, além de obter o direito a mudar seus nomes de registro civil, como é o caso da digital influencer de Belém do Pará Francielle Neriah, que leva, com frequência, informações e vivências de sua realidade como pessoa trans.

Os seguidores puderam acompanhar todo o seu processo de transição. “Não é uma vitória de casa, uma vitória de bem material, é uma vitória de bem-estar espiritual, ainda que eu saiba que sou mulher, não por ter silicone ou traços femininos, mas sim por agora ter meu registro civil feminino. Isso significa que eu, como mulher trans, posso obter os mesmos direitos que as demais, porque além de ser mulher de alma, sou uma mulher em documento. Não foi fácil, mas eu consegui”, declarou.

A influencer conta que, antes da transição, se sentia feliz, mas não completa, e não conseguia se ver no futuro sendo Forlan - seu nome de batismo. “Não tinha como eu me ver e me idealizar com algo que não era eu. A partir do momento em que eu me libertei, consegui querer ter minha casa, querer ter meu espaço, meu lugar de fala, querer voltar a sonhar sabendo que eu estaria me encaixando naquilo que eu me vejo”, contou.

por Lucas Ribeiro, André Maia e Larissa Silva.

 

Um projeto inspirado na atriz Taís Araújo e na vereadora Marielle Franco, morta em 2018, une mulheres de todo o Brasil na busca por visibilidade para os seus negócios. A ação, intitulada “Negras que Movem”, reúne cerca de 30 mulheres de diferentes Estados e carreiras, para divulgar seus projetos e negócios.

O movimento visa inspirar outras mulheres a compartilhar suas histórias e conhecer outras profissionais, fazendo a ponte para possíveis parcerias de negócios. A campanha pode ser acompanhada através do Instagram, que leva o mesmo nome do projeto.

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"No grupo há mulheres das mais diferentes carreiras, então é muito provável que você se identifique com alguma delas ou que necessite de algum serviço oferecido. É muito importante também mostrar essas histórias, de profissionais negras que estão fazendo sucesso pelo país, para que cada vez mais mulheres negras saibam que o local delas também é naqueles espaços”, comentou a jornalista Jaqueline Fraga, uma das responsáveis pelas ações de comunicação do grupo e autora do livro  “Negra Sou: a ascensão da mulher negra no mercado de trabalho”.

O projeto “Negras que Movem”, foi criado junto ao movimento “Julho das Pretas”, que celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha neste sábado (25).

No próximo domingo (28) se comemora o Dia do Orgulho LGBT. A data é celebrada durante todo o mês de junho com o intuito de trazer visibilidade ao público e por conta de uma história de lutas contra preconceitos, que infelizmente ainda são vivenciados.

O LeiaJá listou algumas séries com visibilidade LGBTQ+ para você conferir.

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Skan 

Divulgação NRK

Sense 8

Divulgação Netflix

Sex Education

Divulgação Netflix

Pose

Divulgação Netflix

 

One Day at a Time

Divulgação Netflix

Elite

Divulgação Netflix

 

Skan France

Divulgação France TV

The Society

Divulgação Netflix

Atypical

Divulgação Netflix

 

Queer As Folk

Divulgação Showtime

 

No início da noite desta sexta-feira (29), dezenas de manifestantes saíram em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife, pedindo pelo fim da violência contra as mulheres. A ação foi organizada pelo Fórum de Mulheres de Pernambuco para “reforçar a necessidade de dar visibilidade às violências contra as mulheres e lembrar de cada mulher que teve a sua vida interrompida, que foi assediada, ferida ou humilhada pelo machismo”.

Na tentativa de chamar a atenção da sociedade, as manifestantes chegaram a interromper o tráfego dos veículos e mostraram as faixas, cartazes e gritaram palavras de ordem contra o machismo que, segundo as manifestantes, “é o viagra da violência contra as mulheres”. A interdição foi parcial e os protestantes seguiram tomando uma faixa da avenida. 

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“Estamos em vigília porque a violência contra as mulheres também é racista. Enquanto a taxa de homicídios de mulheres não negras teve crescimento de 1,6%, a taxa de homicídios de mulheres negras cresceu quase 30%”, pontua as organizadoras.

Nesta quarta-feira (30), as cantoras Preta Gil e Gloria Groove disponibilizaram no YouTube o clipe da música Só o Amor. A canção faz parte da trilha sonora da novela A Dona do Pedaço, principalmente quando a personagem Britney, interpretada pela atriz Glamour Garcia, está em cena.

No vídeo, Glamour surge ao lado de mais quatro mulheres que exaltam a visibilidade trans. Preta explicou um pouco do conceito do novo trabalho nas redes sociais. "Um manisfesto importante, onde exaltamos a existência a luta da Comunidade Trans que no clipe é representada por 5 mulheres guerreiras que admiramos muito. [...] Todos os valores arrecadados com os views do YouTube de 'Só o Amor' serão doados para a Casa Chama", escreveu.

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Os fãs também podem ouvir as histórias das protagonistas do clipe nos episódios de Vidas Transversais, compartilhados no IGTV de Preta Gil.

Confira o clipe de Só o Amor:

No último domingo (23), São Paulo mostrou para o mundo a sua 23ª edição da Parada LGBT. Uma multidão desfilou pela Avenida Paulista na busca de conseguirem alcançar o respeito e construir uma sociedade igualitária. Assim como na vida real, a ficção também expõe a batalha travada da sexualidade contra o preconceito.

Para celebrar o Dia Internacional do Orgulho LGBT nesta sexta-feira (28), data que marcou a revolta de Stonewall, em Nova York, há 50 anos, o LeiaJá escolheu dez filmes que abordam a pluralidade do amor e a conquista pelos direitos de uma vida sem amarras.

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Meu Nome é Ray

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

Com Amor, Simon

Ana e Vitória

Girl

A Garota Dinamarquesa

Amor Por Direito

Carol

Flores Raras

Alex Strangelove

Pela primeira vez numa Copa do Mundo, a seleção da Jamaica irá estrear na competição justamente contra a seleção brasileira. As Reggae Girlz, como são conhecidas, entram em campo no próximo domingo (9), com a marca histórica de primeiro país caribenho a disputar o mundial. Contudo, para que isso fosse possível, a seleção jamaicana, precisou contar com um apoio muito especial. A ajuda veio da filha de Bob Marley.

Cedella Marley atua desde 2014 como representante do futebol feminino jamaicano, apoiando financeiramente a seleção. Além disso, afim de obter patrocinadores, ela também trabalhou na divulgação da equipe. "Meu pai não estaria surpreso, pois quando eu coloco meu pé, alguma coisa acontece. Ele estaria orgulhoso de mim", afirmou Cedella a BBC.

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Para a treinadora da seleção jamaicana, Hue Menzies, a ajuda foi essencial à equipe. "Parabéns pra ela por colocar seu pescoço por nós", disse, afirmando a importância do apoio. "Nós vamos para casa celebrar a mudança de percepção sobre o poder da mulher", concluiu.

Por Gabriela Ribeiro

A três dias de estrear na Copa do Mundo, a seleção brasileira feminina de futebol, provavelmente contará com uma maior visibilidade por parte da torcida no país. Isso porque, de acordo com os resultados da pesquisa de IBOPE, publicada nesta sexta-feira (7), as mulheres têm ganhado força no que diz respeito ao consumo do esporte.

Segundo os números divulgados pela pesquisa, nos últimos três anos, desde o fim da Copa do Mundo realizada no país, o tempo médio de mulheres consumindo o futebol cresceu em cerca de 30%. Sendo a grande maioria da faixa etária dos 25 a 34 anos.

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As meninas do Brasil entram em campo no próximo domingo (9), contra a seleção da Jamaica. A partida será transmitida em TV aberta, nas emissoras Rede Globo e TV Bandeirantes, a partir das 10h30.

Por Gabriela Ribeiro

A SP Escola de Teatro, em São Paulo, em parceria com a Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), coletivos e entidades em defesa dos direitos humanos realizam entre os dias 24 de janeiro e 2 de fevereiro a 7ª edição da SP Transvisão – Semana da Visibilidade de Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans.  A programação é gratuita.

Neste ano, o tema do evento é “Resistir para existir, nossas vidas importam”, e terá discussões sobre políticas de igualdade tanto nas esferas sociais como jurídicas. Além disso, haverá debates, exibição de filmes, palestras e ações sociais.

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Amanhã (24), a abertura da semana da visibilidade trans terá a inauguração da exposição “Plural 24h”, no Museu da Diversidade Sexual, na estação República do Metrô, às 17h. A mostra coletiva reúne obras de fotografia e desenho produzida por 12 artistas, abordando situações rotineiras vividas por pessoas LGBT.

Na próxima sexta-feira (1º), haverá a cerimônia de entrega do prêmio Claudia Wonder, cuja causa esteja ligada à visibilidade das causas de travestis e transexuais, além de receber o concurso “Trans-critos, relatos de vidas” e seis shows de artistas trans.

A Caminhada pela Paz encerra a semana de atividades, no dia 2 de fevereiro, a partir das 13h, na rua Libero Badaró, na altura do número 39, na Sé.

Confira a programação completa:

24/01 – Abertura da exposição “Plural 24h”

Local: Museu da Diversidade Sexual (estação República do metrô)

Horário: 17h

Mostra coletiva com obras de 12 artistas produzidas nas técnicas fotografia e desenho, abordando situações rotineiras vividas por pessoas da comunidade LGBT.

28/01 – Exibição do filme “Orações para Bob”

Local: Centro de Acolhida Zaki Narchi (rua Zaki Narchi, 600, Carandiru)

Horário: 15h

Em seguida, haverá uma roda de conversa mediada por Brenda Oliver e Rubi Delafuente, com participação de Elisabete Arabage e Flávia Borges da Defensoria Pública do estado de São Paulo e às 17h30, shows produzidos pelas próprias acolhidas do centro.

29/01 – Apresentações no Coreto

Local: Coreto da Praça da República

Horário: 15h

Apresentação: Brunna Valin, Maite Schneider e Millena Wanzeller

Presenças confirmadas:

Defensoria Pública – Atendimento e orientação

CRT (Centro de Referência e Treinamento)– Divulgação de material e orientação

Unidade Móvel de Cidadania LGBTI Central

30/01 – Jantar Trans e roda de conversa “Interseccionalidades e Sororidade”

Local: Casa Florescer (rua Prates, 1101, Bom Retiro)

Horário: 18h

Roda de conversa mediada por Nicole Mahier e Jacque Chanel, seguida do Jantar Trans, organizado pelo Projeto ONG Séforas, finalizando com apresentações das acolhidas da Casa.

31/01 – Apresentação do projeto do livro-reportagem “Transmasculinidades”

Local: Centro de Cidadania LGBTI Laura Vermont (Leste) (Av. Nordestina, 496, Vila Americana)

Horário: 16h

Apresentação do trabalho de autoria do jornalista Luiz Fernando Prado Uchoa com participação de Yasmin Pestana e Rafael Faber da Defensoria pública do Estado de São Paulo, falando sobre direitos em geral.

1º/02 – Apresentações artísticas

Local: SP Escola de Teatro (praça Roosevelt, 210, Consolação)

Horário: 18h

Lançamentos de exposição e do Concurso “Trans-critos, relatos de vidas”, além de seis shows de artistas trans e a entrega do prêmio Claudia Wonder, destinado a pessoas e entidades cuja atuação está ligada à visibilidade das causas de travestis e trasexuais.

2/02 – 4ª Caminhada Pela Paz

Local: Rua Líbero Badaró, 39, Sé

Horário: 13h

Caminhada tem como tema “Travestis e transexuais: Nossas vidas importam”, com o objetivo de levantar a discussão sobre enfrentamento às discriminações sofridas pela população de travestis, homens e mulheres trans.

  No mês da visibilidade trans, a capital pernambucana recebe o espetáculo ‘BR-TRANS’, na Caixa Cultural Recife. A peça será exibida de 31 de janeiro a 9 de fevereiro, às 20h.

Idealizado pelo ator Silvero Pereira e dirigido por Jezebel de Carli, o espetáculo, que tem a temática voltada para o universo de travestis, transexuais e artistas transformistas, já passou por 11 cidades brasileiras, além das apresentações internacionais, realizadas na Alemanha e nos Estados Unidos.

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Os ingressos custam R$ 30 e podem ser adquiridos na bilheteria da Caixa Cultura, que será aberta às 9h do dia 30/01 (quarta) para as sessões de 31/01, 01 e 02/02; e no dia 06/02 (quarta) para a sessões de 07 a 09/02.

 

Serviço

Espetáculo BR-TRANS

31 de janeiro a 9 de fevereiro | 20h

CAIXA Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero, Recife)

R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)

Informações: (81) 3425-1915

Com o objetivo de abrir espaço e incentivar a propagação de artistas pernambucanos independentes, o Terra Café Bar promove, no próximo domingo (16), um dia de shows intimistas no Festival Íntimos. Sobem ao palco as cantoras Concê e Janah Flor, além das bandas Delamancha e Verdes e Valterianos.

A iniciativa surgiu na cidade de Goiana onde já foram realizadas três edições do festival. O evento movimentou a cena local promovendo shows gratuitos de artistas como Zeca Viana, Lucas Torres e Alex Guterres. Agora, pela primeira vez no Recife, o festival pretende obter o mesmo êxito no sentido de fomentar a cena dos artistas independentes.

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Na edição recifense, a cantora Concê mostra seu trabalho inédito pautado no single Calcanhar; a banda Delamancha mostra seu rock misturado ao blues; Joanah Flor mostra seus hits que reverenciam o manguebeat; e a Verdes e Valterianos apresenta seu rock psicodélico. Em outubro, no dia 13, o festival acontece em João Pessoa. 

Serviço

Festival Íntimos

Domingo (16) | 16h

Terra Café Bar (Rua Monte Castelo, 102 - Boa Vista)

R$ 10 ou R$ 5 + 1kg de alimento não perecível

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Qualquer cidadão que esteja ao menos um pouco atento ao cenário político já deve ter ficado surpreso ou ter a atenção voltada, nem que seja por um momento, para um político que extrapolou em seu discurso ou que falou sem receio sobre temas polêmicos beirando ao sensacionalismo. Muitos nem sabem, mas essa é uma estratégia utilizado por muitos deles em busca de se tornarem mais conhecidos entre a população e, consequentemente, barganhar alianças mais poderosas aumentando a chance de conquistarem mais votos. 

Quando se trata de falar em políticos polêmicos é quase automático vir à mente o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC). Se para muitos a sua forma “sincera” e “despojada” choca e traz repugnação, também há quem acredite que esse perfil do tipo que “fala tudo na cara” fez Bolsonaro se tornar cada dia mais conhecido, odiado e amado. 

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O próprio, que vai disputar a presidência da República, falou sobre o assunto. Durante entrevista concedida, nesta semana, afirmou que para “mudar o Brasil” não tem que ficar “cheio de dedos”, nem tampouco ser “educadinho”, e muito menos de mimimi. “Não dá mais para ficar nessa vaselina que está não”, disparou sem medo das interpretações que suas falas provocam. Vale ressaltar que Bolsonaro, em um cenário de disputa sem Lula, lidera com 18% a 20%, de acordo com a pesquisa do Instituto Datafolha. 

O deputado federal Silvio Costa (Avante) é outro que não fica atrás quando se trata de causar. Os discursos, no plenário da Câmara dos Deputados, são conhecidos por elevar o tom de voz ao fazer críticas diversas. Em entrevistas concedidas, ele também não titubeia ao opinar sobre qualquer assunto que for questionado. 

Entre as últimas declarações mais polêmicas, Silvio disparou sem pensar afirmando que “quem vota em Bolsonaro é idiota”. O parlamentar, que pretende disputar uma vaga no Senado Federal, também não poupa o governo Paulo Câmara e já detonou a atual gestão dizendo que “Pernambuco virou casa da mãe Joana”. “O assaltante, o bandido, olha para a cara de Paulo Câmara, aí fala que Pernambuco não tem governador”, criticou. 

O colega de bancada Jean Wyllys (PSOL) é outro que, não raro, expõe suas opiniões de forma direta. Ele chegou a ser vaiado pelos colegas de bancada, durante uma sessão, por defender a exposição Queermuseu, em Porto Alegre, no ano passado, que foi acusada de fazer apologia à pedofilia e zoofilia. Ele, que também defende abertamente a regulamentação do aborto e segurança jurídica para as prostitutas, vira e mexe fala que é vítima de preconceito por ser homossexual. “Eu sei o que é ser gay e atravessar esses corredores. Eu sei o que é ser gay e ser olhado pelos homens héteros, inclusive pela polícia legislativa aqui e a maneira como eu olho para eles é, o tempo inteiro, julgada”, desabafou em texto no seu Facebook. 

O senador Magno Malta (PR) não se intimida ao falar. Ele, que se diz defensor das crianças e adolescentes, e faz um trabalho de combate à pedofilia, já chegou até criticar menores de idade afirmando que eles também podem “estuprar e matar”. Também comenta, em muitos vídeos publicados em seu Facebook, a questão de identidade de gênero chegando a dizer que estão querendo “erotizar as crianças brasileiras”. Magno, que já foi cogitado para ser o vice de Bolsonaro, também já falou sobre a corrupção. “Ficar rico roubando dinheiro público é fácil”, disparou. 

Um caso curioso envolve o deputado federal Marco Feliciano (PSC) que, nos últimos meses, decidiu seguir uma nova tática: quase que diariamente o também pastor publica em seu Facebook um vídeo abordando algum tema polêmico como homossexualismo, religião e afins. Já virou marca a frase que utiliza “a nossa família merece respeito”. Ele também sempre pede com veemência que os internautas compartilhem suas publicações já ganhando grande repercussão em algumas delas. 

Demarcação de espaço 

A cientista política Priscila Lapa, em entrevista ao LeiaJá, destacou que a corrida eleitoral já começou e que, neste momento de pré-campanha, é a hora em que os candidatos demarcam o seu espaço. Alguns não irá se lançar como candidato, mas visam “barganhar” apoio político. “Por exemplo, um Marco Feliciano já é uma pessoa conhecida, tem uma legião de seguidores e, provavelmente, o que ele está tentando é aumentar o seu espaço de atuação para ele poder barganhar alianças mais poderosas e mais consistentes para a eleição deste ano". 

“É muito comum nesse período pré-campanha, nessa arrumação dos partidos, saber quem vai coligar com quem, quem vai fazer chapão, quem não, e esse espaço que eles vão ganhando nas redes sociais é uma maneira de ganharem o apoio e visibilidade. A gente sabe que, hoje, as redes sociais potencializa muito essa exposição dos candidatos. Eles ganham força para possíveis alianças e ganham espaço dentro do seu partido também”, declarou. 

Lapa ainda explicou que, quando a campanha começar efetivamente, a tendência é que se amenizem essas discussões sobre temas polêmicos. “Neste momento, os políticos estão querendo se firmar, mas quando começar a campanha propriamente dita, nas ruas, aí começam a recuar um pouco nessa temática e procuram agradar o eleitorado com temas mais gerais fugindo dessas polêmicas, mas agora a estratégia é fidelizar os eleitores que já são seguidores e demarcar esse espaço”, reiterou. 

A cientista ressaltou que as redes sociais são o principal espaço para o debate político e que a campanha de rua perdeu muito espaço devido a essa ascensão. “Existe toda uma cobrança por parte dos que utilizam as redes sociais para que os políticos se posicionem. As pessoas querem saber o que eles pensam sobre determinados temas. Essa cobrança aumentou a partir das redes sociais sobre o posicionamento. Não dá mais para fugir e ficar em cima do muro”. 

Lucas Duque, capitão da seleção masculina de rúgbi do Brasil, disse em entrevista à AFP que seu esporte cresceu muito no país desde a confirmação de que voltaria ao programa olímpico, e aposta nos Jogos do Rio para ganhar ainda mais visibilidade. A estreia, marcada para esta terça-feira (9), será contra um 'pedreira', a temida seleção de Fiji, atual bicampeã do World Rugby Sevens Series, maior competição da modalidade.

-Qual foi impacto do retorno do rúgbi ao programa olímpico na divulgação do esporte no Brasil?

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Com a inclusão nos Jogos Olímpicos, o rúgbi deu um boom. Os olhos começam a ficar voltados para nós, tanto em termos de mídia, patrocinadores, apoio... Nossa confederação vem se estruturando cada vez melhor. Foi de suma importância para difundir o esporte no nosso país. A partir do momento em que o esporte se torna olímpico, os brasileiros procuram entender regras, saber onde tem time, então está ajudando bastante.

-O que mudou concretamente?

A principal diferença é que aparece mais na mídia, na TV, tem mais gente comentando e mais gente investindo. É um esporte que precisa de recursos para ser difundido, ainda mais num país tão grande. A confederação pegou essa onda, conseguiu capitalizar muito patrocínio e acho que o caminho é por aí. Nosso esporte tem que se tornar conhecido. Fizemos projetos em escolas e as pessoas está nos buscando cada vez mais.

-Você consegue viver do rúgbi?

Nos últimos três anos, tenho vivido só do rúgbi. Não é como o futebol, que gera milhões, mas o governo vem dando ajuda, através de bolsas, justamente por se tratar de um esporte olímpico agora. Ante, eu tinha que tirar do meu próprio dinheiro para poder jogar, era um esporte extremamente amador. Hoje em dia, a estrutura administrativa da confederação é totalmente profissional. Os atletas ainda são semiprofissionais, a gente não cria carreira nem ganha aposentadoria com o rúgbi, mas os recursos vêm chegando a vai melhorando de pouquinho em pouquinho. Os clubes são totalmente amadores, mas recebemos salários da confederação, do Comitê Olímpico e do Governo Federal. Hoje, consigo pagar minhas contas tranquilamente.

-Como é passar do rúgbi com 15 jogadores, que é o mais popular no mundo, para a modalidade olímpica, com sete?

Quando comecei, só tinha o rúgbi de 15, mas eu sempre joguei 'seven', então é meio misturado. No Brasil, não temos seleções separadas como em outros países. Todo mundo que joga 15 também joga 'seven', porque temos qualidade, mas a quantidade ainda permite que tenhamos duas seleções.

-Qual é sua expectativa para essa Olimpíada?

O objetivo é ser o mais competitivo possível. Sendo realista, o nosso ranking é um pouco abaixo das grandes potências, mais vamos chegar lá, dar tudo em campo, conseguir boas jogadas e desempenhar um bom papel.

-Como você vê seu papel de capitão?

É um papel de liderança. Tento liderar, falar algumas palavras, mas o mais importante é agir naturalmente. No rúgbi de 7, que é uma modalidade mais reduzida, temos jogadores de muita personalidade então o capitão não chega a ter tanta importância, só tento mesmo ser uma referência.

-Como é a sensação de disputar a Olimpíada com seu irmão, Moisés?

É muito legal, rúgbi é família, então participar com meu irmão, não tem coisa melhor.

Neste domingo, dia 21, a Avenida Boa Viagem recebe a 13ª Parada da Diversidade. O evento é realizado pelo Fórum LGBT de Pernambuco e é já consolidada como um dos principais eventos LGBT do Brasil. A concentração do evento é às 9h no Parque Dona Lindu e a expectativa é de 600 mil pessoas participarem dessa edição.

"A ocasião convida à reflexão sobre a necessidade de se construir novas estratégias que visem a erradicação da homofobia e a garantia integral de direitos à população LGBT", afirma Thiago Rocha, um dos membros da Coordenação colegiada do Fórum LGBT de Pernambuco. 

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A Parada conta com 12 trios que realizam o trajeto do Parque Dona Lindu até a Padaria Boa Viagem. Parceiros, apoiadores e autoridades políticas participarão do evento e abrirão a parada. 

Participam os trios do Grupo Gay Leões do Norte; CECH - Centro estadual de combate a Homofobia – Sec. Direitos Humanos de PE; Boate Metrópole; Instituto PAPAI; Fórum LGBT (garantindo as falas de ordem política); Banda Balada e Beijo com Serginho; Instituto José Ricardo e Grupo Mães pela Igualdade; Prefeitura – DST/AIDS; Amigos LGBT; Coletivo de Lésbicas; Boate The Birdcage – Olinda; e, pela primeira vez saíra o trio da ONG Amotrans. Neste último, o tema será Anos 60 e o som ficará a cargo do DJ Toninho Pride.

Um dos destaques deste ano é o Trio da Cidadania, com uma o DJ Patrick Tor4, do Baile Tropical, no som.

Visibilidade e direitos

Realizada desde 2002, a Parada é uma estratégia de luta, a partir da qual a visibilidade é encarada como "fortalecimento de ações no enfrentamento da homofobia e de promoção da livre expressão da sexualidade". Além disso, o evento é claramente uma celebração do orgulho de ser LGBT.

 

Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), no ano de 2013 cerca de 312 gays, lésbicas e travestis brasileiros foram assassinados, média de um homicídio a cada 28 horas. De acordo com a entidade, 99% dos crimes foram motivados por homofobia. Houve uma queda de 7,7% em relação a 2012, quando foram registradas 388 mortes. Os dados também mostram que Pernambuco e São Paulo foram os estados onde mais LGBTs foram assassinados em 2014.

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