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Em encontro com apoiadores em São Francisco do Sul, Santa Catarina, onde curte suas férias, o presidente Jair Bolsonaro disse para esquecerem a eleição presidencial de 2022, caso o Congresso Nacional não aprove o voto impresso no País. Essa declaração foi dada quando um dos apoiadores perguntou: "Falta muito para chegar 2022, para apertar o botão [da urna eletrônica] de novo, presidente?".

A Folha de São Paulo afirma que a resposta do presidente foi: "Se a gente não tiver voto impresso, pode esquecer a eleição". Esta não é a primeira vez que Bolsonaro fala em voto impresso nas eleições do Brasil e nas últimas semanas tem intensificado sua busca pela aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição que institua a obrigatoriedade do voto impresso.

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-> Voto impresso é inconstitucional, decide STF

Tema recorrente durante as eleições municipais deste ano, a possibilidade de impressão de votos segue em discussão no Congresso, mas não há consenso entre os senadores. Neste domingo (29), o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar em fraudes e defendeu o voto impresso. Já o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu as urnas eletrônicas e afirmou que o voto impresso traria “grande tumulto” ao processo eleitoral.

Defensor da possibilidade de impressão do voto, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) manifestou apoio à Proposta de Emenda à Constituição 135 de 2019, conhecida como PEC do Voto Impresso, apresentada pela deputada Bia Kicis (PSL-DF). A ideia é que o eleitor possa conferir o voto após escolher seus candidatos na urna. Os papéis ficariam armazenados em um recipiente acoplado à urna e serviriam para auditoria. O senador chegou a cogitar a possibilidade de apresentar uma PEC com teor semelhante, mas decidiu apoiar a medida que já está em discussão na Câmara dos Deputados. Plínio acredita que o direito à conferência do voto é um anseio do eleitor e que a palavra final sobre o tema é do Congresso.

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“Eu acho que essa questão do comprovante impresso não pode ser discutido assim: o ministro chegar e dizer que não pode. O ministro Barroso quer ser o dono da verdade, mas não é o dono da verdade. Eu acho que a gente tem que discutir. É um anseio da população. A gente quando fala nisso não está colocando em xeque o sistema. O sistema é confiável, funciona da urna eletrônica, mas não dá para auditar. Cabe a nós, o Congresso, nós, legisladores, discutir e ver se queremos ou não. Se a gente quiser, não vai ser a vontade do ministro que vai nos impedir de fazer. Mas é uma discussão. Não vou apresentar mais a PEC porque estamos priorizando a da deputada federal Bia Kicis, que está andando. Não é voto impresso. É comprovante de voto. Sou a favor do que a população quer”, disse o senador à Agência Senado.

Sem registro de fraudes

Na entrevista coletiva após a apuração dos votos do segundo turno da eleição municipal deste ano, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que nunca houve comprovação de fraudes desde que as urnas eletrônicas começaram a ser usadas.

“ A verdade porém é que o Supremo Tribunal Federal já entendeu pela inconstitucionalidade do voto impresso. E não apenas pelo custo, de R$ 2,5 bilhões, mas porque representaria um risco real ao sigilo para o voto. Eu penso que o voto impresso traria grande tumulto para o processo eleitoral brasileiro, porque todo candidato derrotado ia pedir recontagem, ia haver impugnações, alegações de nulidade e judicialização do processo eleitoral”, disse.

O presidente do TSE reforçou que a Justiça Eleitoral teria a obrigação de acatar o voto impresso se o Congresso aprovasse uma mudança na Constituição que não colocasse em risco o sigilo do voto.

“Há uma clausula pétrea na Constituição que diz que o voto tem que ser sigiloso, secreto. Se a PEC for aprovada e considerada constitucional, o papel dos juízes eleitorais é o de cumprir o que a nova norma determinar. Se houver emenda constitucional nesse sentido e for considerada válida, o papel de todos os juízes e da sociedade é cumprir”, apontou.

Aprovada pelo Congresso Nacional em 2015, a minirreforma eleitoral (Lei 13.165, de 2015) previa a impressão do voto. A então presidente Dilma Rousseff vetou o dispositivo, mas os parlamentares derrubaram o veto. Assim, a lei foi promulgada com a previsão de impressão do voto. Em junho de 2018, o STF suspendeu a medida por meio de uma liminar. Em setembro daquele ano, o STF firmou maioria e considerou a regra inconstitucional sob o argumento de que a regra poderia comprometer o sigilo e a liberdade do voto, decisão que divide a opinião dos parlamentares. Na ocasião, o senador Humberto Costa (PT-PE) defendeu a legitimidade do sistema eleitoral.

“Nosso sistema eleitoral é bastante seguro. Jamais teve qualquer fraude comprovada”, apontou o senador em setembro.

*Da Agência Senado

 

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse neste domingo, 29, que o voto impresso - como defendido pelo presidente Jair Bolsonaro - poderia trazer "grande tumulto ao processo eleitoral". Ele lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu pela inconstitucionalidade desse tema.

Hoje, Bolsonaro voltou a defender o voto impresso e questionou a segurança das urnas eletrônicas.

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"O presidente da República tem liberdade para exprimir sua opinião", disse Barroso, lembrando da decisão do STF. "Sou juiz, não posso me impressionar com retórica política."

Segundo o ministro, além do custo do voto impresso, haveria risco real ao sigilo do voto. "Respeitando opinião do presidente, penso que voto impresso traria grande tumulto a processo eleitoral."

Segundo Barroso, todo candidato derrotado pediria recontagem, nulidade e haveria judicialização. "Agora, se presidente tiver qualquer evidência, vamos investigar", disse.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar duramente as urnas eletrônicas, defendeu o voto impresso e, sem citar nomes, ironizou a ideia do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, de liberar o voto por smartphones no futuro. "Tem gente que nunca entrou na casa dos mais humildes", disparou.

As declarações foram dadas em meio a quase 30 minutos de entrevista dada a jornalistas após Bolsonaro votar na Escola Municipal Rosa da Fonseca, na Vila Militar, zona oeste do Rio. O tom das falas variou: às vezes, parecia falar como presidente de fato, mas outras vezes adotava tom de candidatura.

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"Eu, como presidente da República, quero voto impresso já", afirmou Bolsonaro, para quem essa é uma decisão do Executivo em acordo com o Legislativo. "Eu ganhei em 2018 só porque tinha muito mais votos. E digo mais: a apuração tem de ser pública, e não feita por meia dúzia de pessoas. O TSE tem a obrigação de entregar os boletos de urna."

O presidente também ironizou a ideia de o voto, no futuro, poder ser dado via smartphones. "Alguns falam em voto por telefone. Tem gente que nunca entrou na casa de mais humildes", comentou. "Seria mais complicado porque em locais tomados por violência... teriam de votar pelos indicados pela 'autoridade' local."

Assim como acontecera no primeiro turno, poucos apoiadores ficaram do lado de fora à espera do presidente. Ele votou ao lado do deputado Helio Lopes (PSL-RJ).

Bolsonaro não se engajou com força na campanha municipal do Rio, mas gravou vídeo em apoio ao atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos). Crivella busca a reeleição, mas ao longo de toda a campanha apareceu atrás de Eduardo Paes (DEM) nas pesquisas de intenção de voto.

Um protesto a favor do voto impresso acontece neste momento em frente ao Palácio do Planalto e reúne cerca de 50 pessoas. Organizado pelo bolsonarista Renan da Silva Sena, o movimento defende ainda a anulação das eleições municipais deste ano.

"Entendemos que houve fraude nessas eleições, fraude nas urnas eletrônicas. Nós achamos um absurdo eles (votos) não serem auditáveis. Nós entendemos que tem que ser processo transparente, para que todos tenham acesso ao seu próprio voto e qualquer dúvida possa ser auditável. Não podemos ficar na mão desse processo tecnológico que ignora a nossa liberdade de expressão, que é votar. E nós queremos voto impresso para 2022 e a anulação já dessas eleições", disse Sena em frente ao Planalto.

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Os manifestantes estão no local fazendo uma simulação do que seria o voto impresso. Eles defendem que o eleitor, após votar na urna eletrônica, posso imprimir seu voto e depositá-lo numa urna ao lado da cabine de votação.

O presidente Jair Bolsonaro, que estava no Palácio do Planalto participando de reunião virtual do G20 nesta manhã, deixou há pouco o local e seguiu para o Palácio da Alvorada, sem parar na manifestação.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu hoje no Twitter que os colegas sejam pressionados a colocar a análise do uso de voto impresso no Brasil como pauta prioritária no Congresso. "Vale pressionar todos os parlamentares para tratarmos essa pauta como prioritária. Isso pode ser conversado com os candidatos à presidência da Câmara, a eleição será 1º/FEV", escreveu o filho zero três do presidente Jair Bolsonaro, em resposta a um usuário da rede social.

Eduardo citou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/2019, chamada de "PEC do voto impresso", da deputada Bia Kicis (PSL-DF), que tornaria obrigatória a expedição de cédulas físicas nas eleições brasileiras. A matéria foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados em 17 de dezembro de 2019.

Segundo Eduardo, agora deverá ser criada uma comissão especial para analisar a PEC, que só depois seria apreciada pelo plenário. "Tenho fé, pois a emenda Bolsonaro do voto impresso (STF declarou inconstitucional) foi aprovada na Câmara com 433 votos (quorum de PEC)!", escreveu o deputado.

O presidente Bolsonaro também tem defendido o voto impresso e, na última sexta-feira, 20, falou a apoiadores que ele será uma realidade no Brasil já nas eleições de 2022. "O parlamento, como sempre, vai atender a vontade popular", disse o presidente na ocasião.

No dia seguinte das eleições municipais, dia 16 de novembro, Bolsonaro também voltou a lançar dúvidas, sem apresentação de provas, sobre a regularidade das eleições com urnas eletrônicas. "Você fica na dúvida. Não pode ter dúvida", disse o presidente a apoiadores naquele dia, ao defender o voto impresso.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu no Twitter que os colegas sejam pressionados a colocar a análise do uso de voto impresso no Brasil como pauta prioritária no Congresso. "Vale pressionar todos os parlamentares para tratarmos essa pauta como prioritária. Isso pode ser conversado com os candidatos à presidência da Câmara, a eleição será 1º/FEV", escreveu o filho zero três do presidente Jair Bolsonaro, em resposta a um usuário da rede social.

Eduardo citou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/2019, chamada de "PEC do voto impresso", da deputada Bia Kicis (PSL-DF), que tornaria obrigatória a expedição de cédulas físicas nas eleições brasileiras. A matéria foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados em 17 de dezembro de 2019.

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Segundo Eduardo, agora deverá ser criada uma comissão especial para analisar a PEC, que só depois seria apreciada pelo plenário. "Tenho fé, pois a emenda Bolsonaro do voto impresso STF declarou inconstitucional foi aprovada na Câmara com 433 votos quorum de PEC!", escreveu o deputado.

Na resposta ao usuário do Twitter que o questionou sobre a "articulação para aprovar a PEC do voto auditável através da impressão", o parlamentar também postou links para tuítes anteriores em que informa, por exemplo, que fez questionamentos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), sobre a apuração dos votos do primeiro turno das eleições municipais de 2020, realizado no dia 15 de novembro.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a lançar dúvidas, sem apresentar provas, sobre a regularidade das eleições feitas com urnas eletrônicas. "Você fica na dúvida. Não pode ter dúvida", disse Bolsonaro a apoiadores, ao defender o voto impresso, nessa segunda-feira (16).

Bolsonaro afirmou que "falta no Brasil" uma forma de auditar os votos. O Comprova, no entanto, mostrou que ataques de hackers ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não violam a segurança das eleições, e que o sistema de voto eletrônico brasileiro pode ser auditado.

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"No meu tempo tinha o papel. Podia fraudar na contagem do papel, mas se pedia recontagem... agora, não. Acabou, acabou. Alguns falam: por que está reclamando, se foi eleito pela urna eletrônica? Eu entendo que só fui eleito pela urna eletrônica porque tive muito voto, senão não teria chegado", disse Bolsonaro, conforme imagens divulgadas pelo canal Foco do Brasil no YouTube.

As acusações de Bolsonaro ocorrem no dia seguinte à derrota de candidatos que receberam apoio do presidente nas eleições municipais. Dos 45 candidatos a vereador que apareceram no "horário eleitoral gratuito" do presidente, nas redes sociais, apenas dez conquistaram uma vaga no Legislativo de suas cidades.

Bolsonaro negou que a derrota de aliados possa fragilizar a sua candidatura para reeleição em 2022. "A eleição municipal é dissociada das majoritárias. Não estou preocupado com 2022", disse.

Questionado por apoiadores se será candidato na próxima eleição presidencial, Bolsonaro sinalizou que sim e disse que está sendo "bem tratado" em viagens pelo Brasil. "Se esse tratamento deixar de existir, eu estou fora. Se continuar, vou pensar o que fazer."

Bolsonaro criticou a possível candidatura de Luciano Huck ao Palácio do Planalto. Sem citar o nome do apresentador, o presidente lembrou uma polêmica que envolveu marca de Huck, em 2015, que ofertou a camiseta infantil com a estampa "Vem ni mim que eu tô facin".

Bolsonaro disse que vê movimentações do "grupo de sempre", da esquerda, para o próximo pleito. "Tem um pessoal mais... Progressista aí, como um apresentador de televisão. Inclusive, lançou uma moda infantil há poucos anos, alguém sabe? 'Vem ni mim que eu tô facin'. É esse tipo de gente que se apresenta. E não é só isso. A gente vê que não tem como dar certo. Que compra avião no BNDES por quarenta e quatro milhões pagando quatro por cento ao ano de juros", disse Bolsonaro.

Em 2015, Huck pediu desculpas pela divulgação da camiseta em site de sua grife. "Assim que percebemos esse lamentável erro, imediatamente retiramos a imagem do ar", afirmou à época.

Huck teve encontros recentes como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.

Bolsonaro voltou a fazer comentários preconceituosos sobre nordestinos. A apoiadores, ele disse: "Sabia que lá no Ceará é proibido cantar aquela música 'encosta sua cabecinha no meu ombro e chora'? Senão, mata esmagado o namorado. Pronto, vai ter manchete pro Ceará aqui. Eu posso falar que o meu sogro é do Ceará."

Em julho de 2019, o presidente usou outra ofensa a nordestinos ao tratar do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Em conversa captada por microfones durante um café com jornalistas, ele afirmou que "daqueles governadores de paraíba, o pior é o do Maranhão". "Não tem que ter nada para esse cara", afirmou o presidente.

A impressão dos votos nas eleições brasileiras teria um custo de R$ 2,5 bilhões aos cofres públicos ao longo de dez anos, segundo estimativas feitas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A medida foi citada pelo presidente Jair Bolsonaro, em transmissão ao vivo nas redes sociais, na quinta-feira (5). O presidente defende a mudança já para 2022, quando tentará se reeleger.

A projeção dos custos foi feita pelo TSE em 2017, após o Congresso aprovar um projeto, em 2015, que previa a impressão de um comprovante físico dos votos nas urnas eletrônicas. Para isso, seria necessária a troca dos equipamentos por modelos com impressoras acopladas, gerando mais custos.

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A medida foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucional a regra, com o argumento de que ela coloca em risco o sigilo da votação e a liberdade dos eleitores. A decisão da Corte foi confirmada em setembro deste ano pelo plenário.

Reprovado

A Corte Eleitoral já testou o modelo proposto por Bolsonaro em 2002. Na ocasião, o voto impresso foi implantado em 150 municípios brasileiros, onde viviam 7,1 milhões de eleitores. Um relatório do tribunal concluiu que a experiência "demonstrou vários inconvenientes" e "nada agregou em termos de segurança ou transparência". O tribunal apontou que nas seções com voto impresso foram observadas filas maiores.

Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada de Bolsonaro, também prevê a impressão de um comprovante da votação que seria usado em eventuais auditorias.

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro defender a adoção do voto impresso, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, voltou a chamar a proposta de "retrocesso". "As urnas eletrônicas são confiáveis. O problema delas é o custo", declarou Barroso nesta sexta-feira (06), durante o 8º Fórum Liberdade e Democracia, em Vitória-ES.

Sem citar a fala de Bolsonaro, o ministro repetiu que a época de fraudes em apurações de votos foi superada no Brasil e reforçou sua posição favorável à adoção do voto distrital misto. O presidente do TSE já havia defendido as urnas eletrônicas - embora pondere sobre seu valor elevado - e a mudança do sistema eleitoral durante live promovida pelo Broadcast Político em 23 de outubro.

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Para reduzir o gasto público com o sistema eleitoral, o TSE trabalha em torno de um projeto para possibilitar "eleições digitais", de acordo com Barroso. "De preferência, utilizando o dispositivo móvel de cada um. Estamos estudando."

Eleições americanas

Em meio à reta final da apuração de votos nos Estados Unidos, Barroso evitou comparar os sistemas eleitorais brasileiro e americano. "Não tenho a pretensão de ter algo a ensinar. O que eu acho é que precisamos mudar para o sistema distrital misto com urgência", afirmou, no evento.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é inconstitucional a adoção do voto impresso, ao concluir que a medida viola o sigilo e a liberdade do voto. O julgamento foi encerrado às 23h59 da última segunda-feira (14) no plenário virtual do STF, uma plataforma online que permite que os ministros analisem casos sem se reunirem pessoalmente ou por videoconferência.

O voto impresso era uma das exigências previstas na minirreforma eleitoral, sancionada com vetos, em 2015, pela presidente cassada Dilma Rousseff (PT). Em novembro daquele ano, o Congresso derrubou o veto de Dilma ao voto impresso - ao todo, 368 deputados e 56 senadores votaram a favor da impressão, proposta apresentada pelo então deputado federal Jair Bolsonaro.

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"A impressão é um processo mecânico, mas controlado por dispositivos eletrônicos. Há riscos teóricos de manipulação da impressão - por exemplo, o cancelamento de votos confirmados ou a impressão de votos inexistentes", apontou o relator da ação, ministro Gilmar Mendes.

"A impressão do voto não se presta à auditoria das eleições. O registro impresso pode ser fraudado. Qualquer introdução ou exclusão de papeleta do invólucro lacrado gera discrepância com o registro eletrônico, semeando insolúvel desconfiança sobre ambos os sistemas - eletrônico e impresso", escreveu Gilmar.

Gilmar ainda destacou que o custo estimado para aquisição do módulo impressor para todas as urnas seria de cerca R$ 2 bilhões. "Não é possível fazer uma mudança tão abrupta no processo eleitoral, colocando em risco a segurança das eleições e gastando recursos de forma irresponsável", concluiu Gilmar.

A ideia inicial era que o registro do voto em papel fosse feito por impressoras acopladas às urnas. Após digitar os números do candidato, o eleitor poderia conferir em um visor de acrílico o voto impresso, que cairia em uma urna lacrada. Não seria possível tocar ou levar para casa o papel.

Em 2018, o plenário do STF já havia decidido suspender a implantação do voto impresso nas próximas eleições, atendendo a um pedido feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Agora, o tribunal revisitou o tema ao analisar o mérito de uma ação movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Acompanharam o relator os ministros Marco Aurélio Mello, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. Rosa Weber seguiu os colegas com ressalvas. O presidente do STF, Luiz Fux, por sua vez, se declarou suspeito.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, por 33 votos a 5, a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/2019, chamada de "PEC do voto impresso", que torna obrigatória a expedição de cédulas físicas nas eleições. A Proposta agora segue para uma Comissão Especial na Câmara.

Autora da PEC, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) comemorou o resultado da votação em sua conta no Twitter e agradeceu ao relator Paulo Eduardo Martins (PSC-PR). "Aprovada agora a PEC 135 do voto impresso na CCJ, uma das minhas pautas mais importantes e promessa de campanha. Vamos continuar trabalhando até sua aprovação final no Congresso", escreveu a parlamentar.

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A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados encerrou a reunião desta quarta-feira (11) sem concluir a análise da admissibilidade da proposta de emenda à Constituição (PEC 135/19) que exige a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos no Brasil. Pelo texto, essas cédulas poderão ser conferidas pelo eleitor e deverão ser depositadas em urnas indevassáveis de forma automática e sem contato manual, para fins de auditoria. A PEC, da deputada Bia Kicis (PSL-DF), acrescenta a medida à Constituição.

Em razão do início da Ordem do Dia do Plenário, a votação foi cancelada.

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Debate

A matéria dividiu opiniões na CCJ. A deputada Margarete Coelho (PP-PI), por exemplo, é contrária à proposta. Segundo ela, a impressão vai promover uma discriminação das pessoas com deficiência, como cegos, que não poderão conferir seus votos. “A contagem manual abre a possibilidade de mais uma fraude. Podemos detectar falibilidade nesse processo”, afirmou. De sua parte, o deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR) lembrou as fraudes eleitorais que se praticaram no passado com o voto impresso.

Já Bia Kicis disse que, longe de significar um retrocesso, a proposta trará avanços para que o eleitor tenha segurança. Ela explicou ainda que o eleitor não terá contato com o papel, mas apenas o visualizará, sem riscos para o pleito.

Por sua vez, o deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) sustentou que o voto impresso seria uma guarida constitucional para as eleições. “Você tem o resultado eletrônico, mas ele pode ser auditado cédula por cédula. A democracia precisa dessa segurança”, defendeu.

O presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), reclamou de parlamentares, de seu partido inclusive, que não marcaram presença para discutir e votar a admissibilidade da proposta. De acordo com ele, a matéria poderia ter sido admitida nesta quarta, mas agora deverá ficar para o próximo ano, sem garantias de ser votada.

*Da Agência Câmara Notícias

Apesar de estamos vivendo na era da tecnologia e do desenvolvimento de softwares, a deputada federal Carla Zambelli (PSL) acredita que para garantir a segurança de eleições futuras, a melhor medida a se tomar é acabar com a urna eletrônica.

De acordo com a parlamentar, o atual modelo de votação brasileiro - que é considerado um dos mais avançados do mundo - é passível de invasão e manipulação de hackers.

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“Uma quadrilha de amadores conseguiu hackear a República inteira, e ainda tem gente querendo nos convencer de que a urna eletrônica é ‘segura’?”, questionou a deputada, que é do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro.

Ainda em seu perfil no Twitter, Zambelli disse que Bolsonaro preparará um projeto a favor do voto impresso. “O Presidente Bolsonaro enviará ao Congresso um Projeto de Lei para o voto impresso obrigatório. Conte com o meu apoio!”, garantiu.

A empresa contratada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fornecer os equipamentos do voto impresso cobra uma indenização de ao menos R$ 21,5 milhões da Corte. Ela reivindica o pagamento a título de ressarcimento por prejuízo após a suspensão do contrato.

O contrato com a CIS Eletrônica da Amazônia - que havia vencido em abril o pregão da Justiça Eleitoral e ficou de entregar 30 mil conjuntos de impressão de votos por R$ 57,5 milhões - foi suspenso depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou o voto impresso para as eleições de 2018.

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A decisão ocorreu em junho. A CIS afirma que dois meses antes já havia começado a fazer os investimentos necessários para entregar os equipamentos.

"A licitação foi no começo do ano e tinha prazo muito curto para execução. Fizemos um chamado para toda a nossa cadeia de fornecedores porque a eleição tinha data, não tinha como a gente atrasar", disse ao jornal O Estado de S. Paulo Sadao Isuyama, proprietário da CIS.

Depois que o contrato foi suspenso, a área técnica do TSE analisou a demonstração de gastos entregues pela empresa e reconheceu, em ofício de agosto, que o caso é "passível de indenização".

A lei das licitações obriga órgão públicos a indenizar empresas pelo que foi gasto em caso de cancelamento de contrato.

Salários

Os funcionários da CIS Eletrônica estão com o salário atrasado há dois meses, de acordo com ata de uma assembleia na empresa. Segundo o documento, assinado pelo diretor do sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Messias Costa Zanes, a direção da empresa atribuiu o atraso ao entrave com o TSE.

Isuyama afirmou à reportagem que a empresa ainda enfrenta outras dificuldades, como pressão de fornecedores e a ausência de crédito.

"A situação de atraso de pagamento a fornecedores, funcionários e prestadores de serviços chegou ao limite, com ameaças de pedido de falência da empresa", escreveu ele ao TSE no final de agosto, pedindo pagamento imediato da parte da dívida que já havia sido reconhecida. "Os custos de multas, atrasos e armazenamento se avolumam, inflando a responsabilidade extracontratual muito acima dos valores a serem cobertos pelo TSE", completou.

A empresa pede que o contrato seja formalmente rescindido para que ela possa receber a indenização. No final de setembro, Isuyama foi informado pelo TSE que o processo estava com a presidente da Corte, Rosa Weber, para estudo e deliberação.

No sistema de acompanhamento do TSE, o contrato com a CIS Eletrônica ainda consta como "vigente".

Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o TSE informou que "procedeu à apuração de eventual valor a ser indenizado, em caso de rescisão do contrato", mas que houve controvérsia quanto aos valores apresentados pela empresa.

Diante disso, enviou o caso à Advocacia-Geral da União (AGU) no final de outubro. "Atualmente, a questão é analisada pela Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal."

Sem definição

O Supremo derrubou em junho, por oito votos a dois, o voto impresso nas eleições de 2018, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Para os procuradores, a medida colocaria o sigilo do voto em risco.

Com isso, os ministros suspenderam artigo da minirreforma eleitoral de 2015 que determinou a impressão do voto para eventual checagem dos resultados da disputa eleitoral.

Como os ministros ainda não se manifestaram sobre o voto impresso nas eleições seguintes, a questão não foi julgada de maneira definitiva.

Em março, a Justiça Eleitoral chegou a aprovar uma resolução sobre o voto impresso e optou pela compra escalonada. Impressoras seriam acopladas a 30 mil urnas neste ano e a mudança total ocorreria até 2028. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por 6 votos a 1, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atendeu a um pedido da Coligação "O Povo Feliz de Novo" (PT, PC do B e PROS) e determinou a remoção - dentro de um prazo de 24 horas - de um vídeo do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, no qual ele afirma que as eleições de outubro podem resultar em uma "fraude" por causa da ausência do voto impresso.

"A grande preocupação realmente não é perder no voto, é perder na fraude. Então essa possibilidade de fraude no segundo turno, talvez até no primeiro, é concreta", declarou Bolsonaro, em transmissão ao vivo nas redes sociais feita em 16 de setembro, enquanto se recuperava no Hospital Albert Einstein de um atentado sofrido em Juiz de Fora.

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A coligação "O Povo Feliz de Novo" alegava que Bolsonaro proferiu "inúmeras" ofensas não apenas ao PT, mas ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF). No mesmo vídeo, o candidato do PSL disse que eventual eleição do candidato petista Fernando Haddad representaria uma "ameaça à democracia".

Durante o julgamento, os ministros do TSE fizeram uma defesa contundente do sistema eletrônico de votação e da atuação da Justiça Eleitoral em garantir a lisura do pleito.

"Críticas são legítimas, vivemos graças a Deus num Estado Democrático de Direito. Agora críticas que buscam fragilizar a Justiça Eleitoral e sobretudo que buscam retirar-lhe a credibilidade junto à população hão de encontrar limites", disse a presidente do TSE, ministra Rosa Weber.

"O trabalho que aqui se faz é sério, responsável e permanente. Em absoluto é imune a críticas, mas não críticas que desbordem limites e levem à retirada da credibilidade de uma Justiça que é patrimônio do povo brasileiro", ressaltou Rosa Weber.

Para o ministro Admar Gonzaga, há que se pôr um freio quando os ataques de candidatos passam a mirar as instituições. "Quando esses exageros tocam nas instituições aí é algo que a gente tem de começar a pensar - e também os candidatos. É fácil ser valente por trás de uma câmera, pessoas que visivelmente destemperadas, visivelmente desequilibradas, insultam pessoas sérias, instituições", comentou o ministro, sem citar nomes.

"Aí há que se pôr um freio. E o freio repercute em algo definido como crime, que é embaraçar o exercício do sufrágio. As candidaturas têm de ter responsabilidade para não embaraçar o exercício do sufrágio", acrescentou.

Na avaliação de Admar Gonzaga, a repercussão das suspeitas de "fraude" lançadas por Bolsonaro causou o incitamento de seus militantes durante o primeiro turno das eleições, resultando em apoiadores de sua candidatura que filmaram o próprio voto. "Se estiverem empolgadas a repetir isso, serão alcançadas", avisou o ministro.

'atentado à dignidade'

Na opinião de Alexandre de Moraes, os comentários de Bolsonaro sobre fraude nas urnas eletrônicas extrapolaram o direito de crítica do candidato. "É um atentado realmente à dignidade da própria Justiça Eleitoral e à democracia ficar incentivando essa questão de fraudes nas urnas eletrônicas", criticou.

O ministro Edson Fachin, por sua vez, destacou que em 22 anos de uso do sistema eletrônico de votação não há demonstração de fraude. "Creio que essa afirmação (fraude) desborda da crítica, adentra o campo da agressão à honorabilidade da Justiça Eleitoral. Entendo que onde não há limite, não há liberdade. Onde tudo é possível, a rigor nada fica possível", frisou Fachin. "E essa afirmação (de Bolsonaro) deve ser objeto de refutação e quiçá objeto de autocrítica de quem a tenha formulado", completou o ministro.

O único ministro a votar contra a remoção do vídeo de Bolsonaro foi o relator do caso, ministro Carlos Horbach. Em parecer encaminhado ao TSE, o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, defendeu a manutenção do vídeo do candidato do PSL.

"Entende o Ministério Público que é absolutamente necessário que candidatos possam se expressar e construir suas versões, e descabe à Justiça patrulhar a veracidade, a integralidade, a consistência daquilo que dizem, não para a Justiça, mas dizem para o eleitorado, que é, esse sim, o julgador daquilo que é dito", sustentou Jacques.

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais defendeu o voto impresso para complementar o sistema eletrônico, em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (12). Para a associação, a impressão de todos os votos pode garantir mais segurança ao processo eleitoral.

Estabelecida em 2015 pela minirreforma eleitoral (Lei 13.165/15), a impressão dos votos foi derrubada liminarmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra o voto impresso foi movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi convidada para vir à audiência, mas não compareceu, alegando problemas de agenda. Para a PGR, a impressão do voto viola o direito fundamental do cidadão ao sigilo de seu voto.

Vulnerabilidade do sistema

Segundo o presidente da associação dos peritos, Marcos Camargo, o eleitor poderia conferir o voto depositado na urna, mas não precisaria levar o voto impresso para casa, para garantir o sigilo. Ele acredita que a urna eletrônica – implantada de forma gradual no Brasil a partir de 1996 – trouxe rapidez e eficiência na contagem dos votos, mas ressaltou que qualquer sistema computacional tem vulnerabilidade.

Conforme Camargo, a fraude nesses sistemas, por meio de ação de hackers, é facilitada, e mesmo a auditoria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), feita de forma eletrônica, poderia ser hackeada.

Ele acrescentou que o TSE realiza testes públicos nas urnas, e nesses testes alguns ataques obtiveram êxito. O TSE já corrigiu essas vulnerabilidades, mas, conforme o perito, nada impede que haja novos ataques.

“O sistema precisa de auditoria analógica, e essa é a premissa da importância do registro impresso do voto”, defendeu. “É necessário um sistema eleitoral independente do software”, completou.

Jurisprudência internacional

O representante da entidade da sociedade civil Comitê Multidisciplinar Independente Amílcar Brunazo Filho disse que a jurisprudência internacional mostra que é preciso imprimir o voto, para o eleitor conferir se votou corretamente na urna eletrônica. Ele considera a urna eletrônica um retrocesso.

Por outro lado, o consultor legislativo Fabio Mendes destacou que a urna funciona off-line, então é difícil que seja invadida. “Na Alemanha, a suprema corte considerou inconstitucional a utilização de urnas eletrônicas compradas em prateleiras, e não são essas urnas que são utilizadas pelo TSE. A brasileira foi criada especificamente para o tribunal”, apontou. Segundo ele, no sistema bancário e financeiro todo o processo de auditoria também é feito de forma eletrônica.

Decisões do Parlamento 

O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), que pediu a audiência, acredita que a eleição feita apenas pela urna eletrônica não é confiável. Ele destacou que o PSDB solicitou auditoria das últimas eleições, mas o TSE só permitiu que fosse feita em algumas regiões. “Qualquer ação que não seja passível de auditoria não é confiável”, avaliou.

Já o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Goulart (PSD-SP), afirmou que o STF tem “legislado”, ao mudar decisões do Parlamento. Representante da Associação Pátria Brasil na audiência, o procurador Felipe Gimenez, por sua vez, criticou o Tribunal Superior Eleitoral, por não debater o tema. O presidente do TSE, Luiz Fux, foi convidado para a audiência, mas também não compareceu.

Agência Câmara Notícias

Por 8 a 2, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira, 6, suspender a implantação do voto impresso nas próximas eleições, atendendo a um pedido de medida cautelar feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. O uso do voto impresso para as eleições deste ano foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2015, na minirreforma eleitoral.

Posicionaram-se contra a implantação do voto impresso os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Para eles, a medida representava um risco ao sigilo do voto e à confiabilidade do processo eleitoral.

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O relator da ação, ministro Gilmar Mendes, decidiu submeter o pedido de medida cautelar para barrar o voto impresso diretamente ao plenário da Corte. Na sessão, o relator defendeu a implantação gradual da medida, de acordo com a disponibilidade de recurso e as possibilidades do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apenas o ministro Dias Toffoli concordou com Gilmar.

"Eu não entendo como ilegítima a proposta de o Congresso adotar o voto impresso, mas considero que esse processo há de se fazer de maneira segura", disse Gilmar. Em seu voto, Gilmar destacou a experiência no Distrito Federal e em Sergipe com o voto impresso nas eleições de 2002.

"O experimento que se fez à época sobre a impressão do voto resultou, na verdade, num grande tumulto, porque todos nós sabemos que pelo menos os modelos atuais das impressoras suscitam uma série de problemas", comentou.

Um relatório da Corte Eleitoral sobre aquela eleição concluiu que a experiência "demonstrou vários inconvenientes" e "nada agregou em termos de segurança ou transparência",

Sigilo

A divergência no julgamento desta quarta-feira foi aberta pelo ministro Alexandre de Moraes, que acreditou os dispositivos da lei 13.165 de 2015 questionados pela PGR violam o sigilo e a liberdade do voto. Para Moraes, o voto impresso tem alta potencialidade de identificação do eleitor.

"Não é questão de economicidade ou celeridade na votação, se vai atrasar ou não, é uma questão de cunho eminentemente constitucional", observou Moraes.

Para o ministro Luís Roberto Barroso, o custo-benefício do voto impresso é "totalmente desfavorável". "A impressão do voto é cara e pouco acrescenta à segurança. Acho que há um retrocesso em se voltar o voto impresso. É fazer uma aposta analógica num mundo que se tornou digital", ponderou Barroso.

Para Cármen, a confiança no sistema eleitoral é um dos pontos altos do próprio sistema político brasileiro. "O Brasil não está acostumado a ser matriz, nem de práticas, menos ainda de administração. Nos acostumamos muito a copiar. Mas no caso da Justiça Eleitoral somos matriz e exportador de modelo", disse a presidente do STF.

"A democracia tem na sua própria característica uma dinâmica de propiciar o progresso das instituições, e não o retrocesso. Não há elementos que demonstrem haver alguma fissura ou sustentação nas desconfianças apresentadas (em relação à urna)", ressaltou a ministra.

O ministro Luiz Fux, que preside o TSE, se declarou suspeito e não votou. Fux prometeu revogar uma licitação aberta para a aquisição de impressoras.

A medida cautelar para suspender a implantação do voto impresso vale até o STF julgar o mérito da ação. Não há previsão de quando isso vai ocorrer.

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, há pouco, suspender o uso do voto impresso nas urnas eletrônicas durante as eleições de outubro. A Corte julga na tarde desta quarta-feira (6), pedido de liminar da Procuradoria-Geral da República (PGR) para impedir a impressão, criada na minirreforma eleitoral, em 2015. 

 Até o momento, votaram contra a impressão do voto os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski. A maioria entendeu que a impressão viola o princípio constitucional do sigilo do voto.

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 O julgamento continua para tomada dos votos restantes, dos ministros Celso de Mello e da presidente, Cármen Lúcia.  O relator do caso, Gilmar Mendes, e Dias Toffoli, votaram pela manutenção do voto impresso.

Apesar de ser chamado de voto impresso, o mecanismo serve somente para auditoria das urnas eletrônicas, e o eleitor não ficará com o comprovante da votação.

Ao entrar na cabine, o eleitor digitará o número de seu candidato. Em seguida, um comprovante para conferência vai aparecer no visor da urna. Se a opção estiver correta, o eleitor confirma o voto, e a impressão será direcionada para uma caixa lacrada, que será analisada posteriormente pela Justiça Eleitoral. A fiscalização deverá confirmar se os votos computados batem com os impressos.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira, 6, a favor de uma implantação gradual do voto impresso, de acordo com a disponibilidade de recurso e as possibilidades do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O uso do voto impresso para as eleições deste ano foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2015, na minirreforma eleitoral, e é alvo de uma ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Para a PGR, a votação impressa "caminha na contramão da proteção da garantia do anonimato do voto e significa verdadeiro retrocesso". A Justiça Eleitoral prevê a aquisição de 30 mil impressoras que serão acopladas às urnas nas eleições deste ano. A implantação será gradual e ficará concluída até 2028, de acordo com o TSE.

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"Eu não entendo como ilegítima a proposta de o Congresso adotar o voto impresso, mas considero que esse processo há de se fazer de maneira segura", disse o relator da ação, ministro Gilmar Mendes, que decidiu submeter o pedido de medida cautelar para barrar o voto impresso diretamente ao plenário da Corte.

"Não considero que deva se considerar inconstitucional a exigência do voto impresso, mas é preciso que haja todas as cautelas. A própria votação eletrônica começa em 1996, e só se universaliza em 2002. Há de ter um cuidado redobrado com essa temática. Se a legislação introduz uma modificação que pode traduzir-se num quadro de insegurança nesse patamar, é óbvio que a própria Justiça tem de tomar todos os cuidados e cautelas. Essa mudança teria de vir acompanhada de uma cláusula de transição", ressaltou o ministro, que deixou o comando do TSE em fevereiro.

Tumulto

Em seu voto, Gilmar Mendes destacou a experiência no Distrito Federal e em Sergipe com o voto impresso nas eleições de 2002. Naquele pleito, a impressão foi implantada em 150 municípios brasileiros.

"A impressora trabalha com insumos sensíveis - papel e tinta. Em um País como o Brasil, com áreas remotas, é impossível garantir que os insumos estarão em condições ideais. O experimento que se fez à época no Distrito Federal e no Sergipe sobre a impressão do voto resultou, na verdade, num grande tumulto, porque todos nós sabemos que pelo menos os modelos atuais das impressoras suscitam uma série de problemas", comentou.

Um relatório da Corte eleitoral sobre aquela campanha concluiu que a experiência "demonstrou vários inconvenientes", "nada agregou em termos de segurança ou transparência" e o pior: criou problemas. O tribunal apontou que nas seções com voto impresso foram observados filas maiores e um maior porcentual de urnas com defeito.

Fraudes

Gilmar também pontuou no voto que há uma "ideia de que as eleições no Brasil são fraudadas" e de que com o voto impresso, o eleitor poderá colocar a impressão no bolso e levá-la pra casa.

"Daqui a pouco farão uma apuração particular. Vende-se um tipo de ilusão que já ultrapassou os limites do ridículo. É preciso ter um pouco de cuidado com uma matéria sensível como essa, porque estamos lidando com alguma coisa que envolve a crença das pessoas", afirmou.

O ministro lembrou que, após o resultado das eleições presidenciais de 2014, o PSDB realizou uma auditoria independente dos sistemas de votação e apuração do segundo turno das eleições de 2014. Naquele pleito, Dilma Rousseff (PT) foi reeleita presidente por uma diferença de 3,46 milhões de votos, derrotando o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

"Depois de proclamado resultado surgiu essa imensa lenda urbana de que teria ocorrido manipulação dos resultados, o próprio candidato perdedor pediu auditoria no TSE e foi feito com seus peritos que indicou e de fato, certamente nem os mais entusiasmados dos seus defensores seriam capazes de não reconhecer de que ele perdeu a eleição não por problema da urna eletrônica mas porque lhe faltou voto em Minas. Em termos geopolíticos foi disso que se tratou", disse Gilmar.

Funcionamento

O registro do voto em papel será feito por impressoras acopladas às urnas. Após digitar os números do candidato, o eleitor poderá conferir em um visor de acrílico o voto impresso, que cairá em uma urna lacrada. Não será possível tocar ou levar para casa o papel, que será eventualmente conferido depois em caso de pedido de recontagem.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar nesta quarta-feira (6) um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para revogar o uso do voto impresso nas eleições de outubro. Também está na pauta de julgamento a validade da decisão do ministro Gilmar Mendes que suspendeu a decretação de condução coercitiva para levar investigados a interrogatório. 

Na ação que trata da condução coercitiva, Mendes atendeu,  em dezembro do ano passado, a pedidos feitos em duas ações por descumprimento de preceito fundamental (ADPF) protocoladas pelo PT e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),  após o juiz federal Sérgio Moro ter autorizado a condução do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento à Polícia Federal (PF) durante as investigações da Operação Lava Jato.

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As entidades alegaram que a condução coercitiva de investigados não é compatível com a liberdade de ir e vir garantida pela Constituição.

Ao impedir temporariamente juízes de todo o país de autorizar as conduções, Gilmar Mendes entendeu que o acusado não pode ser obrigado a prestar depoimento perante a Justiça.

“A condução coercitiva para interrogatório representa uma restrição da liberdade de locomoção e da presunção de não culpabilidade, para a presença em um ato ao qual o investigado não é obrigado a comparecer. Daí sua incompatibilidade com a Constituição Federal”, argumentou Mendes.

Voto impresso

Na ação que trata da validade do voto impresso, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, autora da ação direta de inconstitucionalidade (ADI), sustenta que o voto impresso “causará transtornos ao eleitorado, aumentará a possibilidade de fraudes e prejudicará a celeridade do processo eleitoral”, sendo inconstitucional também por ter o potencial de comprometer o sigilo do voto.

Ela pediu uma liminar (decisão provisória) urgente para revogar a implementação do voto impresso, previsto na Lei 13.650/2015 (minirreforma eleitoral).

Desde 2015, a lei prevê que o voto impresso seja 100% implementado nas eleições deste ano, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou ao Congresso, com anuência do Tribunal de Contas da União (TCU), não ter condições técnicas nem dispor em orçamento dos R$ 2 bilhões previstos para isso. O TSE assinou, em 30 de abril, um contrato de R$ 57 milhões para instalar impressoras em apenas 30 mil urnas eletrônicas, 5% do total.

A adoção do voto eletrônico teve início no Brasil nas eleições de 1996, quando 35% das urnas foram informatizadas. Desde o ano 2000, todas as urnas são eletrônicas, sem impressão do voto.

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