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As recentes mobilizações que acontecem em todo o País estão influenciando na aceleração de alguns trâmites na Câmara Federal e no Senado. Matérias antes engavetadas estão sendo novamente discutidas e reformuladas nas Casas Legislativas. O fim do voto secreto é um desses projetos que está vindo à tona, mas está longe do consenso entre os parlamentares.

O cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Adriano Oliveira acredita que o projeto vai ser aprovado tanto no Senado como na Câmara Federal, por conta do momento de transparência que está sendo cobrado dos parlamentares. “Em razão do momento sim (vai ser aprovado). Além de provocar aumento de poder de pressão dos parlamentares pelo Executivo e pela opinião pública”, analisou o acadêmico.

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Segundo Oliveira, com o voto aberto, a dependência do legislativo para o Governo Federal afetará o sistema democrático. “A transparência faz bem (para a democracia), por um lado. Mas, pelo outro, considere que a pressão do Executivo (sobre o legislativo), é ruim”, disse.

Em sua opinião, nem sempre o que é exigido pela opinião pública é bom para o País.  “Nem tudo é adequado. Além disso, algumas mudanças que são pedidas nas ruas não acontecerão. Inclusive a reforma política. Existe uma dificuldade no Congresso para a reforma política e dificuldades de investimento para a mobilidade”, afirmou o professor.

Mesmo com as dificuldades de ter os seus projetos aprovados no Parlamento, o cientista político ainda coloca em dúvida o isolamento da presidente Dilma Rousseff (PT). “Pode ser que sim ou não (queda de popularidade), pois se a opinião pública estiver com ela, o Congresso fica isolado”, concluiu. 

O Senado intensifica o ritmo de votações nesta semana, com sessões deliberativas de segunda a sexta. Normalmente, há votações apenas nas terças, quartas e quintas, mas com uma pauta prioritária em reposta aos apelos feitos em manifestações por todo país a Mesa Diretora resolveu estender as análises para os outros dias.

Uma das matérias previstas na Ordem do Dia desta segunda (8) é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37/2011, que reduz o número de suplentes de senadores e mantém a proibição de haver eleição de suplente que seja cônjuge ou parente do candidato titular.

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Deve entrar na pauta a PEC 10/2013, de autoria do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que acaba com o foro privilegiado para autoridades nos casos de crimes comuns. Dessa forma, será seguido o princípio de isonomia e em caso de infrações penais comuns serão seguidas as regras processuais gerais. Atualmente, deputados federais, senadores, ministros e outras autoridades do Executivo e do Judiciário só podem ser processados e julgados em matéria criminal no Supremo Tribunal Federal (STF). Já os governadores e desembargadores são julgados no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Duas PECs de autoria de Humberto Costa (PT-PE) também devem ser votadas no Senado ainda neste primeiro semestre parlamentar. A proposta 75/2011 prevê a possibilidade de aplicação, a membros do Ministério Público, das penas de demissão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Já a PEC 53/2011 exclui a pena de aposentadoria para magistrados.

Outra reivindicação das ruas é a votação da PEC 20/2013, que estabelece o fim do voto secreto no Parlamento. Com a medida, processos de votação como indicações de autoridades e chefes de missões diplomáticas; exoneração do procurador-geral da República antes do fim de seu mandato; perda de mandato de deputado federal ou senador por quebra de decoro ou condenação criminal definitiva; apreciação de vetos do presidente da República a projetos de lei aprovados pelo passarão a ser abertos e públicos.

Pauta prioritária
Após os protestos realizados em junho, o Senado definiu uma pauta prioritária para as votações. Do total de 23 matérias previstas, nove foram aprovadas.

O PLS 240/2013, que estabelece as novas regras para o Fundo de Participação dos Estados (FPE), o PLC 39/2013, que prevê sanções para empresas que participam de corrupção, e o PLC 3/2013, que estabelece o atendimento integral pelo SUS às mulheres vítimas de violência sexual, foram aprovados e aguardam sanção presidencial. Já PRS, que amplia as oportunidades para participação popular no processo legislativo, foi aprovado e enviado para promulgação. 

Outras matérias foram votadas no Senado e seguiram para a Câmara dos Deputados. É o caso do PLS 2014/2011, que torna a corrupção um crime hediondo; do PLS 105/2011, que estabelece o regime do Simples para advogados; da PEC 6/2012, que exige ficha limpa para o servidor público; do PLC 41/2013, que destina os royalties do petróleo para educação e saúde; e do PLS 129/2012, que altera a arrecadação de direitos autorais pelo Ecad.

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Enquanto a emenda à Constituição (PEC) que põe fim ao voto secreto ainda está emperrada no Congresso Nacional, alguns deputados pernambucanos já tomaram posição sobre o polêmico projeto que provavelmente passará para a Câmara Federal. Os parlamentares governistas Gonzaga Patriota (PSB) e Fernando Ferro (PT) apoiam a abertura das votações, já o deputado Mendonça Filho (DEM), membro da bancada oposicionista, prefere que alguns itens da matéria continuem em caráter sigiloso.

Segundo o deputado Gonzaga Patriota todos os votos no Parlamento já deveriam ter sido abertos. “Eu sou favorável a acabar com o voto secreto. Totalmente. Eu sempre fui contra. Voto secreto é só para o eleitor. Tem que ser tudo aberto”, afirmou o parlamentar.

O petista Fernando Ferro também segue a linha de raciocínio do socialista. Para ele, o sistema de voto secreto contribui para a traição entre os correligionários. “Com o voto aberto, as pessoas vão assumir seus compromissos. Não vão se esconder. Vai ficar claro a sua atitude. O voto secreto da à liberdade de trair. E a gente sabe que isso acontece muitas vezes”, opinou o deputado.

“No geral, deve haver transparência. Eu reconheço que alguns casos têm ameaças. Como no processo de cassação. Mas acho que a abertura do voto é o mais lógico para o processo de transparência”, completou o petista.

Para o deputado Mendonça Filho (DEM), a possibilidade de acabar com todas as votações no Parlamento, vai deixar a Casa Legislativa totalmente dependente do Executivo. “Acho que a Câmara aprovará essa emenda. O povo quer acompanhar o Parlamento. Mas acho que o voto devia ser aberto para a cassação de mandatos e mais outros itens. Mas a de veto presidencial, por exemplo, tem que continuar o voto secreto, porque é prerrogativa de defesa do parlamentar”, analisou o democrata.

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O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), defendeu que a votação de vetos não se dê por voto aberto. "Em algumas situações, o voto secreto é fundamental na democracia. O veto é uma das questões que precisa ser debatida", afirmou nesta quinta-feira ao fim de uma audiência pública com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. "Sou a favor do voto aberto, mas creio que existem situações em que o voto secreto é fundamento da liberdade democrática."

Para Braga, é fundamental manter o sigilo do voto dos parlamentares também quando se trata de indicação de ministros de tribunais. "Se o voto for aberto, esses juízes que amanhã julgarão os senadores, o presidente da República, poderão se considerar impedidos porque muitas vezes o voto aberto compromete", destacou. "Aquilo que pode ser corporativismo não defendo, como voto secreto para cassação ou para escolha da mesa. Mas, na hora de escolher membros do CNJ, do CNMP, ministros do Supremo, do STJ, do TST, onde você está exercendo constituição de poderes, aí o voto tem que ser secreto", completou.

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O líder citou a rejeição do nome do procurador da República Vladimir Barros Aras para uma cadeira do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) ontem no plenário da Casa. "Se o voto fosse aberto, quem faria isso?", questionou. A rejeição de Vladimir, uma indicação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi uma reação dos senadores às suas investigações, algumas delas contra senadores, como o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL).

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta quinta-feira que a votação dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional continue sendo secreta. Para o tucano, essa é a única exceção defendida por ele como forma de "preservar a vontade do parlamentar".

"Preservar o voto secreto na derrubada de veto presidencial é preservar o Parlamento das pressões do poder Executivo, porque, com o voto aberto, com a maioria grande que o governo tem, é muito difícil de ser derrubado (o veto). Então, em todos os outros casos, o voto tem que ser aberto", completou.

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Nesta quarta-feira, 3, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou uma proposta de emenda constitucional que pretende acabar com o voto secreto na maioria das votações do Congresso Nacional. O texto, apresentado em abril do senador Paulo Paim (PT-RS), permite que todos saibam como os parlamentares votaram nas seguintes hipóteses: impeachment de presidentes da República, indicações de autoridades e de chefes de missões diplomáticas; exoneração do procurador-geral da República antes do fim do mandato; apreciação de vetos presidenciais a projetos aprovados pelo Congresso.

A PEC, contudo, não diz respeito à votação secreta para a eleição dos presidentes do Senado e das comissões temáticas, matéria que consta do regimento interno da Casa. Por isso, o senador Pedro Taques (PDT-MT) pediu a aprovação de um projeto de resolução de autoria dele a fim de acabar também com essas modalidades de votação secreta. O pedido, entretanto, ainda não foi apreciado.

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta quinta-feira que a votação dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional continue sendo secreta. Para o tucano, essa é a única exceção defendida por ele como forma de "preservar a vontade do parlamentar".

"Preservar o voto secreto na derrubada de veto presidencial é preservar o Parlamento das pressões do poder Executivo, porque, com o voto aberto, com a maioria grande que o governo tem, é muito difícil de ser derrubado (o veto). Então, em todos os outros casos, o voto tem que ser secreto", completou.

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A PEC, contudo, não diz respeito à votação secreta para a eleição dos presidentes do Senado e das comissões temáticas, matéria que consta do regimento interno da Casa. Por isso, o senador Pedro Taques (PDT-MT) pediu a aprovação de um projeto de resolução de autoria dele a fim de acabar também com essas modalidades de votação secreta. O pedido, entretanto, ainda não foi apreciado.

Mantendo o esforço por uma agenda positiva, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado atropelou o Executivo e aprovou o fim do voto secreto no Congresso Nacional. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 20, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), acaba com a votação sigilosa nas três situações previstas constitucionalmente: cassação de parlamentares, análise de vetos presidenciais e indicação de autoridades. O texto segue agora para o plenário.

Por ser uma PEC, a tramitação da proposta é um pouco mais lenta, já que é necessário apreciar a matéria em cinco sessões e votá-la em dois turnos. Para acelerar, o presidente da CCJ, Vital do Rêgo (PMDB-PB) irá sugerir ao colégio de líderes a aprovação de um requerimento de urgência para colocá-la em pauta, em primeiro turno, já na quarta-feira.

Com a aprovação da PEC 20, o Senado atropela o Executivo e se adianta em relação ao plebiscito proposto pela presidente Dilma Rousseff, como uma resposta às manifestações que tomaram as ruas. A presidente sugeriu na mensagem que enviou ao Congresso o fim do voto secreto, sem especificar em quais situações. "Foi importante a presidente Dilma ter colocado o fim do voto secreto no plebiscito porque é uma sinalização importante de que ela é a favor da matéria. Mas não precisamos esperar plebiscito para decidir. Esse apelo (pelo fim do voto secreto) é um dos mais fortes da população, dos mais claros. Podemos nos adiantar", justificou o senador Paulo Paim.

 

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Com informações da Agência Senado

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende eliminar o voto secreto no Congresso Nacional. Ao contrário do texto apreciado na Câmara dos Deputados na semana passada, que se restringe à cassação de mandatos, os senadores se manifestaram a favor do voto aberto para todos os outros casos em que há sigilo.

Da forma como está, o texto permite que todos saibam como os parlamentares votaram não apenas em processos de perda de mandato de deputado federal ou de senador da República, como também em votação de impeachment de Presidentes da República. A apreciação de vetos presidenciais também passa a se dar mediante voto público. Outros casos são a indicação de autoridade feita pelo Presidente da República, como escolha de magistrados e de Procurador-Geral da República, e a escolha de chefes de missão diplomática em caráter permanente.

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O presidente da CCJ, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou que vai propor nesta quinta-feira, 4, aos líderes partidários da Casa que seja aprovado um pedido para acelerar a tramitação da PEC a fim de ela ir à votação o quanto antes em plenário. Ele explicou que o rito de tramitação normal da PEC tem de respeitar, primeiro, cinco sessões legislativas de discussão e, depois, um tempo (interstício) entre a votação do primeiro e do segundo turno. "Só quem pode quebrar esse prazo são os líderes", ponderou, na saída da reunião.

Vital do Rêgo lembrou que a presidente Dilma Rousseff propôs que o debate sobre o fim do voto secreto fizesse parte do plebiscito sobre reforma política e que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados também aprovou uma PEC sobre a matéria. "Mas o Senado tem material muito mais ousado", observou.

Na mensagem enviada ao Congresso Nacional nesta terça-feira (2) sobre o plebiscito para a reforma política, a presidente Dilma Rousseff frisou que os governantes precisam dar à população uma resposta adequada às reivindicações feitas nas últimas semanas. O documento com as sugestões do Executivo foi entre aos presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Alves e Renan Calheiros, respectivamente.

"Cabe às instituições representativas não só comemorar mais esse avanço democrático, mas também dar a adequada resposta à voz das ruas, buscando diálogo e a celebração de pactos que possibilitem a construção de caminhos para o entendimento das demandas apresentadas", disse Dilma, que nos últimos dias tem realizado reuniões com governadores, prefeitos, representantes da sociedade civil e ministros.

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No documento, a presidente salienta a "necessidade de fortalecer o sistema político" e que, por isso, sugere ao Congresso Nacional a realização de uma "consulta popular, na forma de um plebiscito para que o povo se pronuncie sobre as linhas mestras que devem balizar a reforma política que o país tanto necessita".

O Executivo também sugeriu cinco pontos a serem considerados na elaboração das questões do plebiscito, ao lado de outros que "poderão vir a ser oportunamente apontados por deputados e senadores".

O primeiro deles é a forma de financiamento da campanha eleitoral, para permitir uma avaliação das vantagens e desvantagens do modelo atual e fazer comparações entre os modelos privado e misto. A possível reformulação do sistema eleitoral também está entre as propostas, para que se faça "uma opção entre o sistema proporcional como é hoje, o voto distrital puro ou misto, o voto majoritário para a eleição de parlamentares, o voto em lista fechada ou flexível, ou, então, o voto em dois turnos como propõem entidades da sociedade civil".

Dilma também sugeriu para o plebiscito a "continuidade ou não da existência de suplência nas eleições para o Senado, a manutenção ou não da existência de coligações partidárias para a eleição de deputados e vereadores, e o fim ou não do voto secreto no Parlamento".

Por fim, a presidente informa que consultou a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármem Lúcia, sobre prazos e procedimentos para a realização do plebiscito.

Para ler a íntegra da mensagem presidencial, clique no link abaixo.

A bancada da oposição na Câmara do Recife, a partir da próxima legislatura, apresentará na tarde desta segunda feira (5), uma carta compromisso questionando os vereadores sobre o voto secreto e auxilio – paletó (14º e 15º salarios). De acordo com o vereador eleito, Raul Jungmann (PPS), o documento será entregue aos 39 parlamentares que conquistaram uma vaga na casa José Mariano.

Com esta ação o grupo tenciona que os parlamentares tomem um posicionamento público sobre assuntos polêmicos, principalmente nesse momento decisivo na escolha dos nomes que irão compor a mesa diretora da câmara. Segundo Jungmann, não há uma discussão em torno de teses e programas, mas somente em torno dos nomes que irão presidir e cuidar da administração do Legislativo Municipal. 

Jungmann que tem sido o porta voz da oposição, argumentou que o documento também será entregue a entidades como (Associação Brasileira de Imprensa), Cress (Conselho Regional de Serviço Social), entre outros. Ele destacou a necessidade de dialogo do Legislativo e a sociedade civil organizada.

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A defesa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular os votos dos senadores que se manifestarem na tribuna do Senado a favor da cassação do parlamentar acusado de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A votação em plenário está prevista para quarta-feira.

A defesa de Demóstenes conta com a ajuda de uma decisão do STF. Na sexta-feira, o tribunal divulgou decisão do ministro Celso de Mello, decano da corte, sinalizando o risco de os votos serem anulados. O ministro recusou pedido do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), em mandado de segurança, para que a Justiça lhe desse aval para anunciar seu voto. Ferraço disse que vai tentar um novo mandado de segurança ainda nesta segunda-feira, antevéspera da votação do pedido de cassação do mandato do colega.

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A defesa de Demóstenes Torres reagiu. "O voto é secreto e, se algum senador quiser fazer proselitismo, anunciando o voto, ele é nulo. Posso ir ao Supremo para tornar o voto inválido", afirmou o advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro. "Se houver um movimento de tornar o voto aberto, em clara violação à Constituição, acho que é passível a contestação na Justiça."

Para Ferraço, o voto secreto não pode ser visto como conquista do parlamentar, mas algo que favorece o corporativismo. "Não vou colocar o meu voto em risco, mas me sinto no dever e na obrigação de explicitar aos meus eleitores a minha posição. O voto é secreto, mas as manifestações e o debate político no plenário são do livre arbítrio de cada um", disse o senador, lembrando que já houve votação aberta em favor da cassação no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Ao negar o pedido de Ferraço, Celso de Mello deixou claro que concorda com o princípio da transparência e da publicidade como valores ético-jurídicos. No entanto, o ministro do Supremo disse que não pode desconhecer "o caráter impositivo da cláusula de sigilo" que a Constituição institui para as votações de processos por quebra de decoro. Para que Ferraço pudesse votar abertamente, Celso de Mello diz que é preciso mudar a Constituição. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Plenário do Senado aprovou, nessa quarta-feira (4), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 86/2007, elaborada pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que determina o voto aberto nos processos de perda de mandato de deputados e senadores. A votação foi realizada em dois turnos, tendo 56 votos em primeiro turno e 55 em segundo turno. Houve apenas um voto contrário.

A aprovação muda o artigo 54 da Constituição, no parágrafo que estabelece o voto secreto em decisões de perda de mandato de parlamentares. Álvaro Dias, ao justificar o projeto, mencionar os escândalos do “mensalão” e das “sanguessugas” como exemplos de situações em que a recomendação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar pela perda do mandato acabou não sendo seguida pelo Plenário. “É possível que se crie constrangimento, mas a população tem o direito de fiscalizar o seu representante”, explicou.

A PEC seguirá agora para a votação na Câmara dos Deputados. A aprovação não deve ser a tempo para a aplicação na votação de cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), marcada para a próxima quarta-feira (11), no Plenário do Senado.

Com informações da Agência Senado.

Depois de muita pressão popular que rendeu até bate-boca entre eleitores e a vereadora Maria Lúcia Scarpelli (PCB), que pediu aos colegas o esvaziamento do quórum no primeiro turno, a Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou nesta terça-feira (3), em segundo turno, o fim do voto secreto. A Proposta de Emenda à Lei Orgânica 15/2012 foi aprovada por unanimidade pelos 39 parlamentares presentes à sessão.

Até então, o expediente era usado nas votações de cassações de mandatos - o que nunca ocorreu - e na análise de vetos do prefeito. O texto tramitou por cinco meses na Casa e sua aprovação é uma tentativa dos parlamentares de limpar a imagem do Legislativo, bastante desgastada principalmente após a aprovação, na última sessão ordinária do ano passado, de um aumento de mais de 61% nos próprios salários - vetado pelo Executivo depois de diversas manifestações nas ruas da capital.

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Dos 853 municípios de Minas, apenas outros cinco acabaram com os votos secretos de vereadores: Uberlândia, no Triângulo Mineiro; Patos de Minas, no Alto Paranaíba; Timóteo, no Vale do Rio Doce; e Ipatinga e Coronel Fabriciano, no Vale do Aço mineiro.

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