As recentes mobilizações que acontecem em todo o País estão influenciando na aceleração de alguns trâmites na Câmara Federal e no Senado. Matérias antes engavetadas estão sendo novamente discutidas e reformuladas nas Casas Legislativas. O fim do voto secreto é um desses projetos que está vindo à tona, mas está longe do consenso entre os parlamentares.
O cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Adriano Oliveira acredita que o projeto vai ser aprovado tanto no Senado como na Câmara Federal, por conta do momento de transparência que está sendo cobrado dos parlamentares. “Em razão do momento sim (vai ser aprovado). Além de provocar aumento de poder de pressão dos parlamentares pelo Executivo e pela opinião pública”, analisou o acadêmico.
##RECOMENDA##Segundo Oliveira, com o voto aberto, a dependência do legislativo para o Governo Federal afetará o sistema democrático. “A transparência faz bem (para a democracia), por um lado. Mas, pelo outro, considere que a pressão do Executivo (sobre o legislativo), é ruim”, disse.
Em sua opinião, nem sempre o que é exigido pela opinião pública é bom para o País. “Nem tudo é adequado. Além disso, algumas mudanças que são pedidas nas ruas não acontecerão. Inclusive a reforma política. Existe uma dificuldade no Congresso para a reforma política e dificuldades de investimento para a mobilidade”, afirmou o professor.
Mesmo com as dificuldades de ter os seus projetos aprovados no Parlamento, o cientista político ainda coloca em dúvida o isolamento da presidente Dilma Rousseff (PT). “Pode ser que sim ou não (queda de popularidade), pois se a opinião pública estiver com ela, o Congresso fica isolado”, concluiu.