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Houve um tempo em que Washington era o epicentro da epidemia de crack e "a capital do homicídio" dos Estados Unidos. Embora as taxas associadas à violência dos anos 1990 estejam distantes, atualmente o aumento da criminalidade se tornou preocupante.

Enquanto a número de homicídios diminuiu em outras cidades do país, esta taxa aumentou em 28% na capital americana, em comparação com o mesmo período no ano passado.

Vários casos se tornaram símbolo deste fenômeno: uma menina morta após ser atingida por uma bala perdida, um jovem afegão que fugia de talibãs e acabou sendo assassinado, um adolescente morto a facadas durante uma discussão sobre molhos à porta de um McDonald's ou um trabalhador da construção civil salvadorenho que perdeu a vida durante uma tentativa de assalto na Universidade Howard.

Segundo as estatísticas oficiais, o número de roubo de veículos a mão armada mais que dobrou na capital federal.

A situação, entretanto, está longe de ser comparada à das décadas de 1980 e 1990, quando grande parte da cidade era considerada perigosa. Ainda assim, turistas continuam chegando à capital americana, onde muitos museus são gratuitos e os moradores elogiam a qualidade de vida.

Mas alguns reconhecem que tiveram que mudar seus hábitos, como deixar de abastecer seus carros à noite para não correrem o risco de serem assaltados.

A sensação de insegurança também foi relatada nas redes sociais, onde um restaurante pediu "ajuda" na plataforma X (antigo Twitter).

O consulado do México em Washington pediu aos seus cidadãos que "tomem precauções" diante do "aumento significativo de crimes em áreas anteriormente consideradas seguras".

- Múltiplos fatores -

A tendência, entretanto, ainda é "um pouco misteriosa", disse o criminologista da Universidade de Missouri-St. Louis, Richard Rosenfeld.

Enquanto em Nova York, Chicago, Filadélfia e Baltimore o número de homicídios diminuiu em relação ao mesmo período de 2022, Washington "é uma exceção", completou.

Para Joseph Richardson, professor da Universidade de Maryland, as causas exatas deste aumento ainda são desconhecidas, embora ele "especule" que pode ser a soma de múltiplos fatores, como uma mudança no comando da polícia da cidade ou até mesmo a minimização do papel do tráfico de drogas na violência armada.

Além de um potencial efeito "desestabilizador" da gentrificação, um processo de transformação urbana que eleva o custo de vida em determinada região, o que acaba por excluir a população mais pobre. Em Washington, o fenômeno deslocou muitos moradores negros, causando profunda agitação social em alguns bairros.

As autoridades alegam, por sua vez, uma falta de policiais ou o fato de que dois terços das detenções não serem seguidas de processos judiciais. Mas estes argumentos não convencem Rosenfeld. E a quantidade de armas não é algo específico da cidade.

"O que posso dizer é que Washington parece se recuperar mais lentamente das mudanças da pandemia (de covid-19) do que outras cidades", afirma ele, tendo áreas muito menos movimentadas do que antes de 2020, devido ao fechamento de empresas ou ao teletrabalho.

- "Dá no mesmo" -

Nomeada no meio do ano, a nova chefe de polícia de Washington, Pamela Smith, prometeu em julho uma abordagem que mobiliza "todo o governo" da capital federal, no momento em que "parece haver um aumento do número de menores que comentem" certos crimes violentos.

Dias depois, o membro do Conselho do Distrito de Columbia Trayon White declarou apoio à mobilização da Guarda Nacional para Washington com o objetivo de combater estes crimes.

O assunto chegou a ser abordado no Congresso americano. Em março, os republicanos convocaram uma sessão com as autoridades da capital e acusaram-nas de alimentar uma crise com a sua "frouxidão".

Jada, uma segurança afro-americana de 28 anos que trabalha no centro de Washington, consegue ver os efeitos da gentrificação, e duvida que as autoridades resolverão este fenômeno.

"Tenho a impressão de que se trata principalmente de crimes cometidos por pessoas negras contra pessoas negras. E como se trata de negros contra negros, ou de latinos contra latinos, dá no mesmo", disse ela à AFP.

Na segunda-feira (25), um jovem foi morto a tiros na região onde ela mora, no sudeste dos EUA.

Os Estados Unidos condenaram "duramente" nesta segunda-feira (25) o ataque contra a embaixada de Cuba em Washington e se comprometeram a realizar "uma investigação apropriada" sobre o ocorrido.

"O ódio lançou na noite de ontem, outra vez, um ataque terrorista contra nossa Embaixada em Washington, em um ato de violência e de impotência que poderia custar vidas valiosas", escreveu o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, em seu perfil na rede social X (antigo Twitter).

O chanceler Bruno Rodríguez havia informado durante a noite de domingo nessa mesma rede social que a embaixada de Cuba tinha sido alvo de um "ataque terrorista de um indivíduo que lançou dois coquetéis molotov", mas esclareceu que os funcionários da legação diplomática não ficaram feridos.

O governo do presidente americano Joe Biden, que mantém uma relação tensa com Cuba, "condena duramente o ataque reportado", afirmou, nesta segunda-feira (25), Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, em um comunicado.

"Os ataques contra instalações diplomáticas são inaceitáveis", disse.

Sullivan detalhou que o governo americano está "em contato com funcionários da embaixada cubana e autoridades encarregadas do cumprimento da lei para garantir uma investigação apropriada e oportuna", bem como para oferecer "apoio para futuros esforços de segurança".

A embaixadora cubana nos Estados Unidos, Lianys Torres Rivera, disse nesta segunda na rede X que foi dado acesso às autoridades americanas "para coletar amostras dos coquetéis molotov".

Washington reconhece que a segurança das embaixadas faz parte de suas "obrigações segundo as Convenções de Viena" e "está comprometido com a segurança das instalações diplomáticas e dos diplomatas que trabalham nelas", declarou aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

- 'Segundo ataque' -

O chanceler Rodríguez reiterou que se trata do "segundo ataque violento contra a sede diplomática em Washington", acrescentou o chanceler, em uma referência a outro incidente ocorrido em abril de 2020, quando um homem atirou contra a embaixada de Cuba na capital americana.

O México solidarizou-se com Cuba ao pedir "uma investigação aprofundada e que os responsáveis sejam levados à Justiça", segundo um comunicado de seu Ministério das Relações Exteriores.

O ataque de domingo aconteceu poucas horas após o retorno do presidente Miguel Díaz-Canel a Havana. O chefe de Estado passou a semana em Nova York, onde participou da Assembleia Geral das Nações Unidas e de outras atividades com simpatizantes de Cuba nos Estados Unidos.

Em Nova York também foram organizadas manifestações de cubanos que moram nos Estados Unidos contra a presença de Díaz-Canel na Assembleia da ONU.

"Os grupos anticubanos recorrem ao terrorismo ao sentirem impunidade, algo sobre o qual #Cuba tem alertado as autoridades americanas reiteradamente", afirmou Rodríguez na rede X.

Após a agressão de abril de 2020, as autoridades americanas prenderam Alexander Alazo, de 42 anos e morador do Texas, acusado de "ataque com intenção de matar".

- Tensões -

Contudo, "após três anos, o responsável ainda espera julgamento e o governo dos Estados Unidos se recusou a qualificar o ato como terrorismo", disse a chancelaria cubana em um comunicado nesta segunda.

Ao chegar à Casa Branca em janeiro de 2021, o presidente americano prometeu revisar a política para Cuba, mas mudou de opinião após as manifestações antigovernamentais de julho daquele mesmo ano na ilha, que terminaram com uma morte e dezenas de feridos, e depois das quais centenas de manifestantes continuam presos.

Antes de deixar o poder em 2021, seu antecessor Donald Trump recolocou Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo e depois a incluíram em outro grupo de nações que não respeitam a liberdade religiosa.

Atualmente, uma normalização dos laços com a ilha comunista - sob embargo americano desde 1962 - não parece estar na agenda de Biden, apesar de algumas medidas no âmbito migratório e da suspensão de certas restrições de viagens e para o envio de remessas.

O governo de Cuba informou que a embaixada do país em Washington foi alvo de um atentado terrorista na noite do domingo (24). Um homem lançou dois coquetéis molotov contra a representação cubana na capital dos Estados Unidos, segundo o chanceler do país, Bruno Rodríguez. Ninguém ficou ferido.

"É o segundo ataque violento contra sede diplomática em Washington desde abril de 2020", escreveu Rodríguez nas redes sociais, em referência a disparos de fuzil feitos por um homem contra a embaixada na ocasião.

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O atentado ocorreu horas depois de o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, ter desembarcado em Havana, após visitar Nova York. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, visita Washington nesta quinta-feira (21) pela segunda vez desde o início do conflito em seu país, com o objetivo de obter a promessa de que o governo dos Estados Unidos continuará apoiando a contraofensiva ante da invasão russa, apesar das resistências no Congresso a autorizar mais ajuda.

Zelensky será recebido na Casa Branca pelo presidente Joe Biden e visitará o Pentágono, como parte de sua campanha para obter mais armamento, incluindo mísseis de maior alcance.

O principal obstáculo à ajuda está no Congresso americano, onde o presidente ucraniano terá que convencer os líderes democratas e republicanos e, assim, evitar que um novo pacote de ajuda a Kiev seja bloqueado por disputas internas.

A Casa Branca afirmou que a visita de Zelensky acontece em um "momento realmente crítico" para a lenta contraofensiva iniciada pelas tropas ucranianas contra a Rússia em junho.

O presidente ucraniano chega a Washington depois de participar na Assembleia Geral da ONU em Nova York, onde pediu a manutenção do apoio a seu país ante o que chamou de "genocídio".

Zelensky deseja que Washington siga apoiando a luta ucraniana contra a invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022. O governo americano já enviou mais de 43 bilhões de dólares em assistência a Kiev.

"Estamos na linha de chegada", afirmou Zelensky em entrevista à CNN na terça-feira.

Nesta quinta-feira, várias cidades ucranianas foram alvos de ataques russos. Alguns mísseis atingiram Lviv, no oeste do país, longe da frente de batalha, e as autoridades relataram três mortes em Kherson, no sul, e vários feridos na capital, Kiev.

"Meses difíceis nos aguardam: a Rússia atacará as instalações de energia e de importância crítica do país", afirmou o vice-chefe do gabinete presidencial ucraniano, Oleksii Kuleba,

"Os juízes não são médicos", "O aborto deve continuar sendo legal!": centenas de pessoas se manifestaram, neste sábado (15), em Washington, pelo direito ao aborto, que esta semana voltou a ser questionado nos Estados Unidos.

O país está mergulhado em uma complexa disputa legal pelo acesso à pílula abortiva, que foi mantido temporariamente na sexta-feira pela Suprema Corte, mas continua ameaçado no longo prazo.

"Quando vão parar?", perguntava-se, neste sábado, Carol Bouchard em frente ao prédio de mármore branco, sede da Suprema Corte, máxima instância judicial do país.

Com um cartaz nas mãos, esta ex-advogada de 61 anos diz estar "muito enojada" com as ameaças que pesam sobre o aborto desde que a Suprema Corte cancelou, há quase um ano, o amparo constitucional que tinha desde 1973.

Desde então, as interrupções voluntárias da gravidez foram proibidas em quinze estados.

Nesta tarde ensolarada na capital americana, Brittany House, moradora da cidade, sobe à tribuna e fala sobre o aborto a que se submeteu em 2012, quando acabara de sair da universidade. "O aborto me deu liberdade", diz ela, assegurando que, aos 21 anos, "não teria conseguido manter meu filho".

Muitas septuagenárias também marcharam em frente à Suprema Corte, indignadas por verem que as restrições neste tema se multiplicam no país, cinquenta anos depois de terem lutado pelo direito ao aborto.

O aborto "salvou minha vida", diz Barbara Kraft, que no fim da década de 1970 interrompeu a gravidez após sofrer sérias complicações. "Acredito firmemente que as mulheres devem ter o direito de tomar esta decisão por si próprias", afirma.

A manifestação foi interrompida brevemente por um pequeno grupo de manifestantes "pró-vida" que proclamaram, usando um megafone, que "os abortos são assassinatos".

Protestos a favor do aborto também foram realizados em Los Angeles e Nova York.

Depois de seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que é preciso desenvolver uma governança global para combater as mudanças climáticas de forma efetiva e que o Conselho de Segurança das Nações Unidas precisa se atualizar para cumprir essa demanda. "Eu acho que o Conselho de Segurança da ONU hoje é de uma geopolítica de 45", afirmou, em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo veiculada na noite de sábado, 11, e referindo-se ao ano de fundação (1945) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo Lula, o Conselho de Segurança - que hoje é composto por Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China como membros permanentes - deveria ampliar seu quadro com países africanos e outras nações como Brasil, Alemanha, Índia, Japão, México e Argentina.

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"O que precisa é que a gente tenha mais representatividade, para que quando se tomar uma decisão, essa decisão possa ser cumprida e a gente possa ter certeza de que a gente vai recuperar o planeta terra para nós", disse o presidente da República.

No mesmo sentido, Lula reforçou as promessas de combate ao desmatamento e ao garimpo ilegal na Amazônia, comprometendo-se por trabalhar pelo desmatamento zero até 2030.

'Guerra Fria' e guerra na Ucrânia

Lula também se manifestou a respeito dos embates políticos e econômicos entre Estados Unidos e China e garantiu que não pretende entrar nessa "guerra fria". " O Brasil tem na China e nos Estados Unidos dois grandes parceiros comerciais e a gente quer manter a relação", afirmou.

Ele aproveitou para destacar que esse é um ótimo momento para fortalecer as relações entre o Mercosul e a União Europeia. "O que a Europa tem que compreender é que a Europa, junto com a América do Sul, a gente pode formar um bloco muito mais forte para negociar com essas duas potências", disse.

O presidente também voltou a falar da guerra entre Rússia e Ucrânia, repetindo sua proposta de formar uma aliança de países que não estão envolvidos no conflito e que poderiam agir para buscar um cessar-fogo entre os países, como um "G-20 pela paz". "O Putin tem que compreender que está errado", acrescentou.

Discussão de temas bilaterais com os EUA e convite a Biden para visita ao Brasil

Em reunião em Washington na sexta-feira, 10, Lula e Biden discutiram temas bilaterais e também pautas de interesse global, como defesa da democracia, disponibilização de fundos internacionais para países de grande biodiversidade e promoção de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.

Em destaque, os norte-americanos sinalizaram com um "apoio inicial" ao Fundo Amazônia e discutiram uma governança global para o clima, além de ações de combate ao extremismo e à violência política após os atos antidemocráticos ocorridos no Brasil, em 8 de janeiro, e no Capitólio, nos EUA, há cerca de dois anos.

Segundo nota do Itamaraty, Lula convidou Biden a visitar o Brasil e o norte-americano aceitou o convite. "Os dois líderes comprometeram-se a ampliar seu diálogo e buscar cooperação mais profunda em preparação para a celebração do bicentenário das relações diplomáticas Brasil-EUA em 2024", afirma o órgão.

A viagem de Lula aos Estados Unidos durou dois dias e ainda envolveu encontros com líderes da esquerda americana, como os parlamentares Alexandria Ocasio-Cortez e Bernie Sanders.

A ida aos Estados Unidos marca a terceira visita internacional deste mandato do presidente Lula, que já esteve na Argentina e no Uruguai em janeiro.

Além disso, depois da vitória nas urnas, mas antes da posse, Lula também visitou Portugal e esteve no Egito durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou por volta das 17h30, no horário local, na Blair House, em Washington DC, onde ficará hospedado para o encontro, nesta sexta, 10, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ele não falou à imprensa.

Lula chegou acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva. Não há agenda oficial prevista para esta quinta, 9, e o presidente deve permanecer na Blair House, residência oferecida a convidados importantes que visitam a capital dos EUA.

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Além de Lula e Janja, a comitiva ministerial também chegou à Blair House. É formada pelos ministros Mauro Vieira, de Relações Exteriores; Fernando Haddad, da Fazenda; Marina Silva, do Meio Ambiente; Anielle Franco, de Igualdade Racial; do assessor especial, embaixador Celso Amorim, e do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento e Comércio, Marcio Elias Rosa.

Os compromissos terão início apenas amanhã, dia 10. O ponto alto será o primeiro encontro de Lula com o chefe da Casa Branca desde a sua posse, em janeiro. Na pauta, defesa à democracia e combate ao extremismo após os eventos golpistas ocorridos nos Estados Unidos e no Brasil; a agenda ambiental, com foco nas mudanças climáticas e na proteção à Amazônia; questões econômicas, como a cadeia de suprimentos, e ainda temas globais como a guerra na Ucrânia. Os líderes devem se reunir nesta sexta-feira, às 15h30, no horário local.

Além da reunião com o chefe da Casa Branca, Lula tem uma agenda cheia e que inclui reuniões com democratas norte-americanos, como, por exemplo, o senador Bernie Sanders.

O avião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou no fim da tarde desta quinta-feira, 9, em Washington DC para encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de acordo com informações de assessores do Palácio do Planalto.

A expectativa é de que ele, a primeira-dama, Janja da Silva, e a comitiva brasileira cheguem à Blair House, onde ficarão hospedados, por volta de 18 horas no horário local, duas horas atrás em relação ao horário do Brasil.

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Além de Janja, o presidente brasileiro está acompanhado dos ministros Mauro Vieira, de Relações Exteriores; Fernando Haddad, da Fazenda; Marina Silva, do Meio Ambiente; Anielle Franco, de Igualdade Racial; do assessor especial, embaixador Celso Amorim, e do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento e Comércio, Marcio Elias Rosa.

Não há previsão de agenda oficial nesta quinta-feira. Amanhã, Lula tem um cronograma extenso e que inclui reuniões com democratas norte-americanos, como, por exemplo, o senador Bernie Sanders, e, por fim, o encontro com Biden.

O entorno da Blair House está tranquilo, com um ou outro apoiador do presidente Lula. Um dos cartazes à espera do brasileiro diz: "Bem vindo, Lula. Pelo fim da fome no Brasil".

Um tiroteio em massa perto de uma escola na cidade de Washington, no Distrito de Colúmbia, nos Estados Unidos, deixou vários feridos e pelo menos duas vítimas nesta quarta-feira (24), de acordo com o jornal local RawsAlerts. A polícia procura um veículo suspeito de ter conexão com o tiroteio. 

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*Em atualização

Os Estados Unidos rejeitaram, nesta segunda-feira (22), a acusação de que estariam retardando as negociações sobre o acordo nuclear com o Irã e garantiram que ainda há "questões pendentes" a resolver.

"Estamos motivados pelo fato de o Irã parecer ter cedido em algumas de suas exigências inaceitáveis, como a retirada da Guarda Revolucionária" da lista de organizações terroristas, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price.

"Estamos mais perto de um acordo do que há duas semanas", disse o porta-voz em conferência de imprensa, mas afirmou que "ainda há questões pendentes que devem ser resolvidas, lacunas que devem ser preenchidas", sem dar detalhes.

Por vários meses, Teerã condicionou qualquer acordo à remoção da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, da lista negra de organizações terroristas dos Estados Unidos.

Apesar das intensas negociações, os Estados Unidos ainda não responderam formalmente ao "texto final" apresentado pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, enquanto o Irã já o fez com vários comentários.

Teerã criticou nesta segunda-feira os Estados Unidos por "retardarem" sua resposta às propostas do Irã ao texto.

Em 26 de julho, Borrell, que lidera os esforços para que os Estados Unidos e o Irã cheguem a um entendimento, apresentou um projeto de acordo às partes para estudo e pediu a todos os atores nas negociações que o aceitassem para evitar uma "crise perigosa".

As discussões foram retomadas em 4 de agosto na capital austríaca para uma nova tentativa de salvar o acordo internacional de 2015 entre Irã, Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia.

"A ideia de que teríamos retardado as negociações de qualquer maneira simplesmente não é correta", disse Price, observando que os Estados Unidos ainda estão "examinando" as respostas iranianas e que Washington responderá assim que "esta revisão e suas consultas terminarem".

O Irã e as grandes potências do planeta assinaram um acordo para limitar o poder nuclear da nação islâmica com o objetivo de impedir o desenvolvimento de uma bomba nuclear. Mas, em 2018, o então presidente americano, Donald Trump, retirou seu país unilateralmente do acordo e impôs pesadas sanções ao Irã.

O ex-presidente americano Donald Trump retorna a Washington nesta terça-feira (26), pela primeira vez desde sua controversa saída da Casa Branca em 2021, sob a sombra do caos causado pela invasão do Capitólio.

O magnata, que flerta cada vez mais abertamente com a ideia de disputar a presidência em 2024, participará de um evento do America First Policy Institute, um "think tank" dirigido por seus aliados.

Seu discurso acontecerá horas depois do término de uma série de audiências públicas do comitê da Câmara dos Representantes, o qual investiga o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. Seus membros insistem na responsabilidade de Trump no episódio.

O empresário republicano afirma, sem provas, que houve fraude nas eleições de 2020, marcadas pela vitória do democrata Joe Biden.

O porta-voz do America First Policy Institute, Marc Lotter, disse, proém, que nesta terça Trump se concentrará no futuro, e não no passado.

"Fará um discurso de estratégia política", declarou Lotter à rede CNN.

As audiências da comissão parlamentar de investigação, que revelaram a estrutura do ataque e as tentativas do ex-presidente de reverter o resultado das eleições para se manter no poder, parecem ter prejudicado Trump.

Nessa segunda (25), Biden, que no início de sua presidência tentou evitar nomear seu antecessor, criticou sua inação no ataque ao Capitólio.

Enquanto Trump observava o que acontecia do "conforto" da Casa Branca, "corajosos policiais viveram um inferno digno da Idade Média (...) diante de uma multidão enfurecida que acreditava nas mentiras do presidente derrotado", denunciou.

Críticas

Trump, de 76 anos, mantém um lugar central nas fileiras republicanas com um núcleo de apoiadores leais, o que o colocaria na primeira posição, caso decida se candidatar à presidência.

As críticas afetaram sua imagem, porém, permitindo que adversários como o governador da Flórida, Ron DeSantis, ganhassem terreno.

Cerca de metade dos eleitores republicanos que votam nas primárias prefeririam outro candidato a Trump, de acordo com uma pesquisa recente do jornal The New York Times e da Siena College.

Na semana passada, Wall Street Journal e New York Post, de propriedade da influente família Murdoch, publicaram editoriais criticando o comportamento de Trump em 6 de janeiro de 2021.

Em um texto incomumente crítico, o New York Post afirmou que o bilionário se mostrou "indigno" de voltar à Casa Branca.

A polícia de Washington evacuou a área próxima ao Capitólio, a sede da Suprema Corte dos Estados Unidos e alguns prédios públicos nesta quinta-feira (19) por conta da suspeita de bomba, informam as autoridades locais.

O prédio do Capitólio também foi fechado para visitantes e as pessoas levadas para partes seguras da estrutura. Já o Congresso está vazio porque essa é uma semana de férias.

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Segundo os agentes, um veículo suspeito estacionou próximo à Biblioteca do Congresso e pode ter explosivos em seu interior. O FBI se uniu à Polícia do Capitólio e tenta "iniciar um diálogo" com um homem que estaria dentro do carro.

Dezenas de agentes estão isolando a área, em um local que já estava recebendo uma proteção especial desde a invasão do Capitólio desde o dia 6 de janeiro por apoiadores do então presidente Donald Trump. O ataque resultou em cinco mortes.

Em 2 de abril, um policial foi morto e outro ferido após um homem lançar seu carro contra as barreiras de proteção instaladas no local. 

Da Ansa

Nesta quinta-feira (3) chega ao catálogo da Netflix um dos filmes mais conhecidos da carreira do diretor Spike Lee, “Infiltrado na Klan” (2018). A trama é baseada na história verídica do policial negro Ron Stallworth (John David Washington) que atua no estado Colorado, nos Estados Unidos e que consegue se infiltrar na organização terrorista conhecida como Ku Klux Klan (KKK), a fim de descobrir como a facção atua, e quais os integrantes diretamente ligados. 

O filme teve como inspiração o livro escrito pelo próprio policial Stallworth, “Infiltrado na Klan: Desmascarado o Ódio” (2014). Junto à referência do livro, Spike Lee foi um dos pilares para escrever o roteiro do filme, que venceu o Oscar de 2019 na categoria Melhor Roteiro Adaptado. O longa-metragem recebeu outras cinco indicações, mas não conseguiu conquistá-las: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição e Melhor Ator Coadjuvante. 

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Além do filme contar com a presença do filho de Denzel Washington no papel principal, o restante do elenco também tem papel fundamental na obra, como o ator Adam Driver, que fez o papel do policial Flip Zimmerman, personagem que ajuda no plano de infiltração da Klan. E Topher Grace completa o elenco como um os pilares da organização racista, responsável por inúmeros discursos preconceituosos no longa. O ator é conhecido por interpretar o vilão Venom/Eddie Brock em “Homem Aranha 3” (2007). 

O diretor Spike Lee tem 64 anos e desde a década de 80 é referência no cenário cinematográfico por trazer a temática racial como um dos pilares a serem tratados em suas obras. Um dos primeiros filmes de grande impacto sobre o tema foi “Faça a Coisa Certa” (1989), que também levou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, e “Malcolm X” (1993), com Denzel Washington no papel principal.

Por Thaiza Mikaella

Milhares de soldados da Guarda Nacional mobilizados em Washington para a posse presidencial permanecerão na capital federal dos Estados Unidos até meados de março devido a ameaças persistentes, disseram autoridades do Pentágono nesta segunda-feira (25).

No entanto, não ofereceram informações específicas sobre as ameaças, afirmando que as informações vieram do FBI.

Há preocupação em Washington sobre possíveis novos atos de violência após o ataque de 6 de janeiro contra o Congresso por apoiadores do então presidente Donald Trump e antes do impeachment contra ele, cujo julgamento começa na semana de 8 de fevereiro.

O secretário interino do Exército, John Whitley, disse que eles foram informados sobre os possíveis riscos de "vários" eventos em Washington nas próximas semanas.

Autoridades de segurança expressaram preocupação de que eventuais protestos "sejam usados por agentes mal-intencionados ou gerem outros problemas", afirmou ele. "Estamos posicionando nossas forças para poder responder a essas ameaças, caso surjam."

O ataque ao Capitólio, que deixou cinco mortos e foi descrito como uma insurreição, levou o exército a aumentar o número de tropas da Guarda Nacional enviadas a Washington de algumas centenas de homens para 25.000 para a posse do presidente Joe Biden em 20 de janeiro.

Grande parte do centro da cidade foi bloqueado e as centenas de milhares de pessoas que normalmente comparecem à posse foram instadas a ficar em casa devido ao alto nível de segurança, além da pandemia.

Nesta segunda-feira, havia um contingente de cerca de 13.000 na capital. Cerca de 7.000 militares permanecerão até o final de janeiro, e então o número continuará a diminuir lentamente para cerca de 5.000 em meados de março, explicou Whitley.

Questionado sobre as ameaças específicas, Whitley encaminhou os repórteres ao FBI, que não respondeu aos pedidos de comentários.

Joe Biden marcará sua entrada na Casa Branca, em Washington, nesta quarta-feira (20), com 17 decretos para reverter políticas que marcaram a gestão de seu antecessor Donald Trump - anunciou sua equipe.

Entre elas, estão o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris sobre o clima, a anulação da decisão de deixar a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a construção do muro na fronteira com o México.

Um marco nessa mudança é que o imunologista Anthony Fauci falará em nome dos Estados Unidos em uma reunião do Conselho Executivo da OMS na quinta-feira (21), informou Jeff Zients, encarregado da resposta à pandemia do novo governo que toma posse nesta quarta-feira.

Para limitar a propagação do vírus - que já deixou mais de 400 mil mortos no país -, o presidente vai assinar um decreto para tornar obrigatório o uso de máscaras em prédios federais e para funcionários do governo central.

Para aliviar os efeitos da crise induzida pela pandemia, Biden planeja uma moratória aos despejos e um congelamento dos empréstimos federais a estudantes.

Para o democrata, o combate ao aquecimento climático é outra prioridade de seu mandato e, assim que chegar ao gabinete, enviará um e-mail à ONU para que os Estados Unidos possam voltar em um mês ao Acordo de Paris contra o aquecimento global, acrescentou Gina McCarthy, responsável por este assunto no novo gabinete.

Biden também quer reverter uma série de medidas de desregulamentação ambiental tomadas pelo governo republicano. Entre elas, vai revogar a autorização para o polêmico gasoduto Keystone XL, que liga os Estados Unidos ao Canadá.

- Naturalização -

Em termos de política migratória, o democrata busca nadar contra a onda de decretos que formou a doutrina Trump, a qual buscava fazer do combate à imigração irregular uma marca registrada de seu governo.

Biden anunciou que revogará um decreto de imigração altamente polêmico que proíbe a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de países predominantemente muçulmanos.

Também vai suspender as obras do muro da fronteira com o México, financiado pelo orçamento do Pentágono. Esta medida gerou disputas acirradas que agitaram a Presidência de Trump.

No âmbito legislativo, Biden apresentará um projeto de lei ao Congresso. Um dos pontos principais é que dará a quase 700 mil jovens que chegaram aos EUA de forma ilegal na infância, acompanhados dos pais, grupo conhecido como "Dreamers", um caminho para sua naturalização.

Os migrantes que se beneficiam do Estatuto de Proteção Temporária (TPS) - uma proteção que Trump tentou derrubar - também estão incluídos em um plano de múltiplas etapas que pode culminar em sua nacionalização.

"Será um privilégio trabalhar com o Congresso para aprovar a reforma legislativa sobre imigração e oferecer esse caminho, além de oferecer uma solução permanente para o que é claramente um sistema falido", disse Alejandro Mayorkas, nomeado para chefiar o Departamento de Segurança Interna - que administra política de imigração -, durante sua audiência de confirmação no Senado.

O projeto também inclui fundos adicionais para aumentar a vigilância e os controles nas fronteiras e um plano de assistência para El Salvador, Guatemala e Honduras, os países de origem da maioria desses migrantes.

Essa iniciativa irá para debate em um Congresso que será dominado por democratas em ambas as casas.

Os assessores de Biden anunciaram que esta salvaguarda é a primeira de uma série de mudanças que o governo pressionará nos próximos dias.

Ao chegar a Washington na véspera de sua posse, o presidente eleito dos Estado Unidos, Joe Biden, prestou uma breve homenagem aos mais de 400.000 americanos que perderam a vida para o novo coronavírus.

"Às vezes é difícil recordar, mas é assim que curamos. É importante fazer isso como nação", disse Biden em declarações em torno do espelho d'água em frente ao Lincoln Memorial.

"Vamos acender as luzes na escuridão da fonte sagrada da reflexão e lembrar de todos que perdemos", disse Biden, o democrata de 78 anos enquanto 400 lâmpadas foram acesas em torno do espelho d'água em um memorial aos que morreram.

Os sinos das igrejas tocaram em Washington, enquanto as luzes do Empire State Building de Nova York brilhavam em vermelho, como um coração pulsante.

Biden, que também sofreu uma profunda tragédia pessoal e é conhecido por sua empatia, destacou a necessidade de unir a nação após o caos dos quatro anos de governo do presidente em fim de mandato, Donald Trump.

A véspera da inauguração é normalmente uma data de grandes multidões em Washington. Mas Biden, acompanhado pela vice-presidente eleita Kamala Harris, visitou o espelho d'água sob a visão extraordinária de um National Mall deserto, devido às restrições de reuniões sociais relacionadas à covid-19 e aos alertas de segurança reforçados após o ataque mortal ao Capitólio em 6 de janeiro.

No extenso gramado do Mall, no lugar de multidões de simpatizantes, foram colocadas milhares de bandeiras do país e dos seus 50 estados para representar as pessoas que não puderam estar em Washington para a posse.

"Por muitos meses, sofremos sozinhos. Esta noite, sofremos e começamos a nos curar juntos", disse Harris - que faz história como a primeira vice-presidente do país - na breve cerimônia do espelho d'água.

"Embora possamos estar fisicamente separados, nós, o povo americano, estamos unidos em espírito."

No início da tarde, Biden fez uma despedida emocionada dos residentes de seu estado natal, Delaware, antes de voar para a cidade onde serviu por décadas como senador e depois por oito anos como vice-presidente.

A China disse nesta quinta-feira (7) que espera um "retorno à ordem" nos Estados Unidos após cenas de caos no Capitólio, enquanto estabeleceu um paralelo entre a situação em Washington e os protestos pró-democracia em Hong Kong.

A ex-colônia britânica foi abalada em 2019 por um movimento de protesto contra o controle de Pequim. As manifestações, em grande parte pacíficas em seus estágios iniciais, tornaram-se violentas, com militantes invadindo o Legco, o parlamento local.

Comentando sobre a intrusão de apoiadores do presidente Donald Trump no Capitólio e o caos que se seguiu na quarta-feira, uma porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse que as cenas eram "familiares" aos acontecimentos em Hong Kong.

Desta vez, porém, "a reação de algumas pessoas nos Estados Unidos, incluindo alguns meios de comunicação, é completamente diferente", afirmou Hua.

"No momento em que descreveram os manifestantes violentos em Hong Kong, que palavras eles usaram? (...) 'um bom espetáculo'", disse a porta-voz.

No Twitter, que está bloqueado na China, o jornal nacionalista Global Times adotou o mesmo argumento, com fotos das invasões ao Capitólio e ao Legco.

O veículo em inglês apontou que os manifestantes de Hong Kong haviam sido descritos como "heróis" por Nancy Pelosi, a presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos.

"Resta saber se dirá o mesmo sobre a situação no Capitólio", disse o jornal.

O Global Times ataca regularmente em seus editoriais a democracia "ao estilo ocidental" e defende o "modelo" autoritário chinês que considera mais eficaz.

Os eventos em Washington foram muito comentados online e totalizaram mais de 570 milhões de visualizações na plataforma Weibo.

"O que aconteceu no [parlamento local] de Hong Kong está se repetindo no Capitólio dos Estados Unidos", comentou um internauta.

Os protestos em Hong Kong foram sufocados no início de 2020 pelo confinamento ligado à Covid-19 e depois pela entrada em vigor de uma nova lei de "segurança nacional" acusada de amordaçar as liberdades no território.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quinta-feira (7) estar "furiosa e triste" com a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos por parte de seguidores de Donald Trump e afirmou que o presidente tem parte de responsabilidade pelo que aconteceu.

"Lamento profundamente que o presidente Trump não tenha admitido sua derrota, desde novembro e de novo ontem", criticou.

"As dúvidas sobre o resultado das eleições se avivaram e criaram o clima que tornou possível os eventos de ontem à noite", acrescentou, garantindo que seu choque foi compartilhado por "milhões de pessoas que admiram a tradição democrática dos Estados Unidos".

Merkel disse estar satisfeita com a declaração do presidente eleito Joe Biden, assim como com "muitas reações dos dois principais partidos dos Estados Unidos" que lhe garantiram "que esta democracia se mostrará muito mais forte do que invasores e desordeiros".

"Agora está claro que, com a confirmação da vitória eleitoral de Joe Biden e Kamala Harris, os Estados Unidos abrirão, como deve ser, em menos de duas semanas, um novo capítulo de sua democracia", completou.

Após os confrontos, o Congresso validou, nesta madrugada, a vitória de Joe Biden na eleição presidencial de 3 de novembro passado. A última etapa deste processo é sua posse, em 20 de janeiro.

A prefeita de Washington, Muriel Bowser, ordenou um toque de recolher em toda a cidade nesta quarta-feira (6), depois que apoiadores do presidente Donald Trump invadiram o Capitólio dos Estados Unidos para protestar contra sua derrota nas presidenciais de novembro, interrompendo a sessão conjunta convocada para certificar a vitória de Joe Biden.

Bowser determinou um toque de recolher a partir das 18h locais (20h no horário de Brasília), depois que milhares de manifestantes pró-Trump entraram no Congresso e forçaram os legisladores a declarar um recesso quando iniciavam o processo de confirmação de Biden como o próximo presidente dos EUA.

A medida permanecerá em vigor até às 6h de quinta-feira.

O congressista Jim McGovern declarou o recesso "sem objeções", batendo o martelo enquanto se ouviam gritos e distúrbios nas galerias públicas.

Funcionários do Capitólio declararam fechadas as instalações e legisladores reportaram no Twitter que estavam refugiados em seus escritórios, enquanto via-se os manifestantes, alguns deles com bandeiras de Trump, caminhando no edifício.

Segundo um congressista, "gás lacrimogêneo" foi usado no Capitólio. Um fotógrafo da AFP descreveu uma substância esfumaçada no ar no grande espaço circular sob a cúpula do Capitólio enquanto cem ou mais pessoas se reuniam.

"A polícia nos pediu para usar máscaras de gás, pois gás lacrimogêneo foi usado na rotunda", escreveu o representante democrata Jim Himes no Twitter.

A polícia precisou sacar armas na direção dos apoiadores do presidente que tentavam invadir a Câmara de Representantes dos Estados Unidos, disse um congressista.

"Responsáveis pela segurança da Câmara e da polícia do Capitólio sacaram suas armas enquanto manifestantes batiam na porta principal da Câmara", tuitou o legislador democrata Dan Kildee de dentro do Congresso.

"Pediram que nos jogássemos no chão e colocássemos máscaras de gás", contou.

Pelo Twitter, o presidente Donald Trump pediu aos manifestantes que protestassem de forma pacífica, após a invasão ao Capitólio.

O caos se seguiu a uma manifestação na qual Trump pediu que os legisladores rejeitassem a certificação da vitória de Biden.

"Por favor, apoiem nossa Polícia do Capitólio e os agentes da lei", tuitou Trump mais de uma hora antes de os manifestantes violarem o cordão de segurança do Congresso.

"Eles estão verdadeiramente ao lado do nosso país", disse Trump. "Mantenham-se pacíficos!".

Mais cedo, Trump também recorreu à rede social para criticar seu vice-presidente, Mike Pence, que presidia a sessão conjunta do Congresso e afirmou em um comunicado que não impedirá a certificação da vitória de Biden.

"Mike Pence não teve a coragem de fazer o que deveria ter sido feito para proteger nosso país e nossa Constituição", declarou Trump. "Os EUA exigem a verdade!".

Após Nova York, os estados de Washington e de Michigan também anunciaram uma série de novas medidas restritivas para tentar conter o avanço da pandemia de coronavírus Sars-CoV-2, já que ambos os locais viram os números da crise sanitária dobrar em poucas semanas.

O governador de Washington, Jay Inslee, anunciou novas regras pelas próximas quatro semanas, pois a localidade "tem mais de dois mil casos por dia na semana e uma média de casos que é o dobro de duas semanas atrás".

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"Isso nos coloca em uma situação mais perigosa do que nós estávamos em março. E isso significa, infelizmente, que chegou a hora de reinstaurar restrições nas atividades por todo o estado para preservar o bem-estar público, e salvar vidas", disse em comunicado oficial. O governo ainda anunciou ainda que dará cerca de US$ 50 milhões para as empresas "mitigarem" os efeitos econômicos da ação e outros US$ 20 milhões para as indústrias.

Entre as principais regras, estão a proibição de encontros familiares e de amigos em locais fechados com pessoas que não morem na mesma residência, a não ser que tenham feito uma quarentena de 14 dias, a proibição de servir à mesa em restaurantes e bares em ambientes fechados (áreas abertas com, no máximo, cinco pessoas por mesa) e restrições para celebrações religiosas em 20% da capacidade (ou 200 pessoas) em templos.

Já academias devem fechar as atividades indoor e as atividades ao ar livre podem ter no máximo cinco pessoas.

Em pronunciamento, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, disse que o estado "está à beira do precipício, no pior momento da pandemia" e que, o pior cenário previsto pelo comitê de saúde local, prevê mais de mil mortes por semana se nada for feito.

Por isso, pelas próximas três semanas, estão proibidas as aulas presenciais de escolas de ensino médio e universidades (que deverão ter apenas aulas a distância), os restaurantes e bares devem permanecer fechados para atendimento presencial em espaços fechados (apenas áreas abertas, entregas e retiradas) bem como cinemas, estádios, arenas, bingos, cassinos, locais de jogos e teatros.

Também foi solicitado às empresas que façam o máximo possível para que seus funcionários trabalhem de casa e estão vetadas as práticas de exercícios e de esportes em grupo - apenas liberados os esportes profissionais. Foram limitados os encontros de familiares e amigos para eventos em espaços abertos a 25 pessoas, mesmo número permitido para funerais.

Os anúncios ocorrem após uma semana de ritmo intenso de contaminações pela Covid-19 nos Estados Unidos. De acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins, o país ultrapassou a marca de 11 milhões de casos exatamente uma semana após ter batido os 10 milhões de contaminados. Até essa segunda-feira (16), o território contabiliza ainda 246.224 mortos pela doença.

Da Ansa

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