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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, prometeu nesta segunda-feira (22) que apresentará até o fim da semana um projeto para atuação definitiva das Forças Armadas na região da Terra Indígena Yanomami (TIY), no Norte do Brasil, após pedido do ministro da Casa Civil da Presidência da República, Rui Costa, coordenador dessa operação interministerial na região.

“Ele [ministro Rui Costa] me pediu, e eu vou apresentar, até o final desta semana, uma proposta para que esse trabalho lá, no Norte, seja definitivo. Nós vamos ter que deixar uma aeronave definitiva, é uma coisa que nós vamos apresentar. Mas, quando põe em algum lugar, falta em outro lugar”, observou o ministro da Defesa.

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Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal (PF), Humberto Freire de Barros, confirmou que aviões ilegais entram diariamente no Território Yanomami.

Denúncias feitas por líderes indígenas locais apontaram falta de controle do espaço aéreo próximo à TIY e, em consequência, a continuidade das atividades ilegais de garimpo no território.

Crise humanitária

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o ministro José Múcio afirmou acreditar que a crise na TI Yanomami havia acabado após a assistência conjunta de diversos ministérios, no início de 2023. “Depois, o problema parou. Não era uma coisa definitiva, uma operação continuada. Então, nós voltamos [do território indígena]. Agora, o problema voltou.” 

Segundo o ministro, por causa da persistência da crise humanitária, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu uma proposta definitiva, há cerca de duas semanas, após longa reunião com representantes de outras pastas envolvidas com a temática.

“O presidente da República, desta vez, nos reuniu e recomendou que nós apresentássemos uma proposta para que a solução fosse definitiva, ou seja, que nós deixássemos um contingente lá, com crise ou sem crise, mas sempre à disposição desse problema.”

Nesta manhã, o ministro disse que chegou cedo à Esplanada dos Ministérios para conversar com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para elaboração e apresentação ao governo federal de uma solução definitiva das Forças Armadas. “Desta vez, é uma proposta, não para uma solução de emergência. Vamos atender a uma emergência, mas dando características de uma solução definitiva.”

Disponibilidade

José Múcio negou a indisponibilidade de aeronaves para levar ministros à Terra Yanomami, na última semana, e reforçou que o diálogo interministerial já existe. “Evidentemente, que nós [Ministério da Defesa] não temos aviões, nem helicóptero no estoque, na prateleira [...]. Nós temos o mesmo número de aeronaves há alguns anos e temos mais ministros, temos outras ações. E essa questão dos yanomami precisa de atenção especial.”

O chefe da Defesa esclareceu que conversou com outros três ministros durante a noite em que estavam na TI Yanomami: Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança Climática, Sílvio Almeida, dos Direitos Humanos e Cidadania, e Sônia Guajajara, para prontamente atendê-los. “Nossa disposição é estar permanentemente ajudando, porque o nosso papel é este. Não é por querer. É porque é a nossa obrigação.” Ele se disse pronto para o diálogo. “Eu sou um homem de diálogo. Eu estou pronto. Se estiver errado, corrigir, ver onde está o erro. E se tiver um lugar de que a gente possa abrir mão e levar para lá, estamos à disposição.”

Apoio operacional e logístico

Desde janeiro de 2023, o Ministério da Defesa integra a força-tarefa do governo federal para a proteção dos indígenas, além de atuar no combate a crimes entre as fronteiras e ao garimpo ilegal na região.

No entender de José Múcio, o Ministério da Defesa é responsável pela infraestrutura de toda a operação de assistência humanitária aos yanomami, devido à necessidade de grandes deslocamentos feitos por aviões da FAB. Ele citou a logística de distribuição de cestas de alimentos aos indígenas e ressaltou que, apesar da absoluta disposição dos militares em ajudar, é preciso compatibilizá-la com a disponibilidade das Forças Armadas. “Às vezes, existe disposição, mas não há disponibilidade. Estamos precisando compatibilizar a disposição com a disponibilidade.”

Balanço

De acordo com Ministério da Defesa, nos últimos 12 meses, as Forças Armadas entregaram 36,6 mil cestas de alimentos aos yanomami. E o total de cestas entregues pelo governo federal soma 58,4 mil, sendo 47,1 mil em Roraima e 11,5 mil, no Amazonas.

As Forças Armadas transportarão mais 15 mil cestas de alimentos para o território indígena até 31 de março. A nova ação faz parte da Operação Catrimani, determinada na última quinta-feira (18) na Portaria n° 263/2024.

O cantor Alexandre Pires e seu empresário, Matheus Possebon, são investigados pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento com o garimpo ilegal em terras indígenas. Endereços ligados ao artista e ao agente foram alvo de buscas nesta segunda-feira, 4, na Operação Disco de Ouro.

O cantor teria recebido, segundo a investigação, pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. Já o empresário é suspeito de financiar o garimpo na Terra Indígena Yanomami. Possebon seria um dos "responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes", aponta a PF.

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Alexandre Pires fez sucesso no início dos anos 1990 com o grupo de pagode Só Pra Contrariar. Dez anos depois, decidiu fazer carreira solo. O cantor tem mais de 18 milhões de discos vendidos.

A investigação foi aberta depois que a Polícia Federal apreendeu, em janeiro de 2022, quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente na sede de uma das empresas suspeitas. O carregamento seria enviado ao exterior.

A cassiterita é encontrada na forma de rocha bruta. Ela costuma ser vendida na forma de um pó concentrado, obtido após o processo de mineração. Também é útil para a extração de estanho.

A PF afirma que os investigados teriam montado um esquema para dar aparência de legalidade ao garimpo. A cassiterita seria extraída no território yanomami, em Roraima, mas declarada no papel como originária do Rio Tapajós.

Ao longo do inquérito, a Polícia Federal identificou uma rede de pessoas e empresas envolvidas na operacionalização das fraudes.

"Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas", diz o comunicado divulgado pela PF.

Os policiais cumpriram nesta segunda dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). A Justiça Federal também autorizou o bloqueio de até R$ 130 milhões em bens dos investigados.

A próxima etapa da investigação será analisar o material apreendido na operação.

COM A PALAVRA, ALEXANDRE PIRES E MATHEUS POSSEBON

A reportagem entrou em contato com a assessoria do cantor, que informou que enviaria uma nota, mas o posicionamento não foi encaminhado até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda, 10, a Operação Frutos do Ouro na mira de financiadores de uma rede de exploração de ouro extraído da Terra Indígena Yanomami. Agentes vasculham cinco endereços de Boa Vista (RR) e São Paulo.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo alvo da ofensiva teria movimentado cerca de R$ 80 milhões. A quadrilha usa uma empresa de comércio de frutos do mar, em Boa Vista, para movimentar parte do dinheiro que é usado na compra de ouro, dizem os investigadores.

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As apurações tramitam junto à 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima e tiveram início com a identificação de um suspeito que, em 2019, tentou embarcar com mais de 5kg de ouro no Aeroporto de Boa Vista, com destino à Campinas, no interior paulista.

Tal suspeito teria recebido valores de uma joalheira de São Paulo, que movimentou mais R$ 50 milhões. Outro alvo das investigações receberia salários de cerca de R$ 5 mil e teria movimentado mais de R$ 15 milhões.

O Corpo de Bombeiros de Roraima informou que encontrou o corpo de uma criança indígena de 7 anos, na comunidade Parima, na Terra Yanomami. A criança foi morta durante ataque a tiros ocorrido na última segunda-feira (3). Na ocasião, mais cinco pessoas também ficaram feridas: um líder indígena, de 48 anos, uma mulher de 24 anos, a filha dela, de 5 , e duas meninas, de 15 e 9 anos.

As buscas, que duraram três dias, começaram dois dias após o ataque. O corpo da criança caiu no rio e foi localizado na sexta-feira (7) perto do local do desaparecimento. Um helicóptero tinha sido enviado de Boa Vista para auxiliar no atendimento às vítimas.

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O corpo da criança foi entregue aos parentes e permanecerá na comunidade para os rituais da cultura Yanomami.

Em uma rede social, o Corpo de Bombeiros informou que quatro mergulhadores da corporação trabalharam nas buscas, que começaram no dia 5 e terminaram no dia 7 deste mês, com a localização do corpo da criança. A missão teve apoio do Exército e da Marinha e da Polícia Militar de Roraima.

Garimpeiros

Os responsáveis pelo ataque fugiram do local e ainda não foram identificados. Após o ataque, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) divulgou nota informando que servidores da pasta se deslocaram para a aldeia, com policiais federais, militares e agentes da Força Nacional de Segurança.

“O MPI reforça que segue trabalhando com as demais esferas de governo buscando a completa retirada dos garimpeiros das terras indígenas. Essa atividade degrada não só o meio ambiente, mas ataca o modo de vida e toda a organização social dos povos indígenas”, diz o texto.

Uma criança morreu e cinco indígenas ficaram feridos durante um ataque a tiros a uma aldeia yanomami na região de Parima, em Roraima, nessa segunda-feira (3). Um helicóptero foi enviado de Boa Vista para auxiliar no atendimento às vítimas. 

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) não informou quem foram os responsáveis pelo ataque, mas disse que eles fugiram do local. Servidores do MPI se deslocaram para a aldeia, junto com policiais federais, militares e agentes da Força Nacional de Segurança. 

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“O MPI reforça que segue trabalhando com as demais esferas de governo buscando a completa retirada dos garimpeiros das terras indígenas. Essa atividade degrada não só o meio ambiente, mas ataca o modo de vida e toda a organização social dos povos indígenas”, informa a nota do ministério.

Em mais uma ação contra o garimpo ilegal no território Yanomami, o Ibama e a Polícia Rodoviária Federal apreenderam e queimaram um avião, uma caminhonete e uma moto em Iracema, no sul de Roraima. Dados da Polícia Federal apontam a queda drástica de 96,6% alertas de garimpo ilegal na região. 

Os veículos destruídos nesse fim de semana foram encontrados em estradas e pistas de pouso ilegais. Eles eram usados pelos criminosos para chegar à Terra Indígena e facilitavam a prática de garimpo na região. Equipamentos e outros insumos também foram apreendidos. 

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As apreensões fazem parte da Operação Xapiri, que conta com apoio da Funai e outros órgãos governamentais. Nesse sábado (6), o corpo de uma mulher foi encontrado na comunidade Uxiú. Ele ainda não teve a identificação revelada, mas apresentava sinais de violência sexual e seria de uma venezuelana assassinada há dias. 

Alertas caíram em abril

O mês de abril fechou com a queda de 96,6% dos alertas de garimpo ilegal na região. No ano passado, o mês contou com 444 registros. Em 2023, o mesmo período teve apenas 18 chamados. Os alertas são monitorados por imagens de satélite, aponta a Polícia Federal. 

O corpo de uma mulher, com sinais de violência sexual e enforcamento, foi encontrado dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, neste sábado (6). A identidade da vítima ainda não foi confirmada.

Segundo a Polícia Federal, ela foi localizada em uma área próxima ao local onde os corpos de oito garimpeiros foram achados, na última terça-feira (2). O corpo da mulher já foi removido para Boa Vista, onde passará por exames e perícia do Instituto Médico-Legal (IML).

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Com mais essa vítima, chega a 14 o número de mortos em menos de uma semana na região. Quatro garimpeiros foram mortos em confronto com forças policiais, no domingo (30), e um indígena foi assassinado e outros dois feridos, no último sábado (29), desta vez na região de Uxiú, onde há forte presença de atividade de garimpo ilegal.

A onda de violência chegou a levar uma comitiva do governo federal, no início da semana, para Roraima. As ministras Nísia Trindade (Saúde), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) foram ao estado anunciar medidas para intensificar as ações para a retirada de garimpeiros e atendimento de saúde às comunidades indígenas.

Um dos anúncios foi a ampliação em mais 220 agentes da Força Nacional de Segurança no território Yanomami. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, eles vão auxiliar na desintrusão de garimpeiros ilegais da área.

)Mais oito corpos foram encontrados na comunidade Uxiú, nas terras indígenas Yanomami, em Roraima, onde no último sábado (29) garimpeiros assassinaram um indígena e balearam outros dois.

A Polícia Federal (PF) investiga a circunstância das mortes. A corporação não informou se os corpos são ou não de indígenas.

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Policiais estão na região fazendo perícias. Os corpos ainda não foram retirados do local. O próximo passo é a transferência para os exames médico-legais.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou nesta segunda, 1º, uma reunião interministerial para traçar ações emergenciais e concluir a retirada dos garimpeiros das comunidades Yanomami. O trabalho teve início em fevereiro na Operação Libertação. O foco nesta fase tem sido o trabalho de inteligência.

A preocupação é garantir uma desocupação pacífica. O governo estima que cerca de 75% dos garimpeiros já deixaram os territórios indígenas, mas uma parcela vêm resistindo, inclusive com violência, em obedecer a orientação de saída voluntária. 330 pontos de garimpo foram desmobilizados até o momento, segundo o governo.

"A nossa preocupação é que tudo aconteça da forma mais pacífica possível. A gente não está, de forma algum, incentivando esses conflitos. A gente quer amenizar essa situação. Nós não queremos derramamento de sangue", disse mais cedo a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, em coletiva de imprensa.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também se manifestou sobre a situação. Ela afirmou que a abordagem do governo tem sido 'humanitária', mas defendeu a responsabilização dos garimpeiros que investiram contra as comunidades indígenas e dos financiadores dessas ações.

"São os garimpeiros que criaram um problema social, ambiental e de destruição de um povo, de uma etnia. As crateras que estão abertas, a insistência em permanecer, mesmo com todos os esforços para o convencimento da saída pacífica é uma demonstração de que existem forças muito poderosas economicamente por trás dessa ação criminosa", criticou.

Uma comitiva formada por representantes dos ministérios dos Povos Indígenas, do Meio Ambiente, da Justiça, da Saúde, da Defesa e dos Direitos Humanos está em Roraima acompanhando a situação.

Mortes

Os dois indígenas que sobreviveram após serem baleados no último sábado na comunidade Uxiú passaram por cirurgias e seguem internados no Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista. O Ministério da Saúde e o Governo de Roraima confirmaram que eles não correm risco de morte. Já Ilson Xirixana, que atuava como agente de saúde indígena, não resistiu aos ferimentos.

No dia seguinte, quatro homens foram mortos por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A corporação afirma que os assassinatos aconteceram durante um confronto. Policiais e servidores do Ibama teriam sido atacados em uma expedição para fiscalização de pontos de garimpo ilegal.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou ter encontrado indícios 'muito fortes' de que alguns pontos de garimpo são mantidos com apoio de organizações criminosas. Um dos mortos no confronto com a PRF teria envolvimento com o crime organizado.

Quatro garimpeiros foram mortos durante uma ação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ibama na noite do domingo, 30, em terras indígenas yanomami, em Rondônia. O episódio ocorreu um dia depois de um indígena ter sido assassinado com um tiro na cabeça na mesma região. Além dele, dois ficaram feridos em estado grave.

Em nota, a PRF disse que foi recebida a tiros por garimpeiros ilegais na noite do domingo, enquanto a aeronave da instituição desembarcava.

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De acordo com a Polícia, os quatro garimpeiros estavam "munidos de armamento de grosso calibre".

Foram apreendidos um fuzil, três pistolas, sete espingardas e duas miras holográficas, 38 munições de diversos calibres, carregadores e outros equipamentos bélicos.

A Polícia Federal investigará o caso.

Ataques aos yanomamis

No último sábado, 29, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuana, Júnior Hekurari Yanomami, informou que garimpeiros ilegais alvejaram três indígenas yanomamis na comunidade Uxiu, em Roraima, localizada dentro da reserva. Ilson Xirixana, 36, morreu após ser atingido na região da cabeça.

Ele era agente indígena de saúde da comunidade. Os outros dois feridos foram encaminhados as pressas em estado grave para o Hospital Geral de Boa Vista.

Segundo o governo do Estado de Roraima, ambos passaram por cirurgia no domingo.

"[Eles estão] acordados, com todos os sinais vitais em pleno funcionamento e sem nenhum risco de morte", disse por meio de uma nota oficial. O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), foi ao hospital para visitar os indígenas feridos.

O Ministério dos Povos indígenas afirmou que uma comitiva interministerial está a caminho de Roraima para reforçar a ação de "desintrusão dos criminosos".

Dentre os oficiais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, o diretor da Força Nacional, coronel Fernando Alencar, e o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire seguiriam também para a região.

A Polícia Federal investiga um ataque a tiros que ocorreu no sábado, 29, na comunidade Uxiu, em Roraima, e resultou na morte de um yanomami. Outros dois indígenas ficaram feridos, em estado grave. Equipes da PF foram deslocadas para o local, onde começaram a ouvir testemunhas e a fazer perícias.

Além disso, o Ministério da Justiça enviará nesta segunda, 1º, uma comitiva para o território yanomami. O indígena que morreu tinha 36 anos e levou um tiro na cabeça. Os outros dois, também baleados, foram encaminhados para o Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista.

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O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuana, Júnior Hekurari Yanomami, afirmou no Twitter que o ataque teria partido de garimpeiros. Conforme relatos, os atiradores estavam encapuzados.

A comitiva do Ministério da Justiça incluirá o secretário de Segurança Pública, Tadeu Alencar, o diretor da Força Nacional, coronel Fernando Alencar, e o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da PF, Humberto Freire. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, defendeu "ações coordenadas até a retirada de todos os invasores do território".

Procurados, o governo de Roraima, o Hospital Geral e a Funai não haviam se manifestado até a publicação deste texto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o emprego da Força Nacional para apoiar ações da Polícia Federal na Terra Indígena (TI) Yanomami. A informação consta da Portaria nº 356, publicada hoje (18) no Diário Oficial da União.

Os agentes vão atuar por 90 dias na região, participando de atividades e serviços “imprescindíveis à preservação da ordem pública, na segurança das pessoas e preservação do patrimônio, em caráter episódico e planejado”, diz a portaria assinada pelo ministro Flávio Dino.

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De acordo com o documento, o contingente a ser enviado vai obedecer a um planejamento definido pela diretoria da Força Nacional de Segurança Pública.

Balanço das ações

As ações de enfrentamento à crise humanitária do povo yanomami já resultaram no desmonte de mais de 290 acampamentos de garimpeiros na terra indígena, retirada de 70 balsas, quatro aeronaves, 11 barcos, destruição de 145 motores e o bloqueio de R$ 68 milhões da cadeia do garimpo.

Os números foram apresentados pelo secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marivaldo Pereira, durante audiência pública da Comissão Temporária do Senado que acompanha a situação dos yanomamis em Roraima, na semana passada. A audiência foi convocada para apresentação de um balanço das ações executadas pelo governo federal e debate de soluções para a crise.

O espaço aéreo na Terra Indígena Yanomami voltará a ser fechado nesta quinta-feira (6) a partir das 21h. Antes, a previsão para a retomada do fechamento era para 6 de maio (https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-02/fab-mantera-abertura-parcial-do-espaco-aereo-yanomami-ate-maio), mas a medida foi antecipada para acelerar a saída de garimpeiros ilegais que ainda estão na região.

O espaço aéreo foi inicialmente fechado em 1º de fevereiro e reaberto no dia 12 do mesmo mês para permitir a saída coordenada e espontânea de garimpeiros que atuam ilegalmente na região. O controle será realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

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Zona de identificação Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), foi estabelecida uma Zona de Identificação de Defesa Aérea (Zida) no espaço aéreo da terra Yanomami, com a proibição do tráfego aéreo, à exceção de aeronaves militares ou a serviço dos órgãos públicos envolvidos na Operação Yanomami, desde que previamente submetidas ao processo de autorização de voo.

“A Zida foi dividida em três áreas: uma reservada (Área Branca); uma restrita (Área Amarela); e uma  proibida (Área Vermelha), esta última coincidente com a reserva Yanomami”, disse a FAB.

As aeronaves que descumprirem os requisitos e regras estabelecidas estarão sujeitas a medidas de policiamento do espaço aéreo e sujeitas às Medidas de Proteção do Espaço Aéreo (Mpea).

O controle aeroespacial durante a operação será capitaneado pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), responsável por conduzir os meios aéreos necessários para identificação, coerção ou detenção dos tráfegos que estiverem voando na área.

A Polícia Federal resgatou na noite de terça-feira, 14, em um barco em meio ao rio Mucajaí, uma adolescente de 15 anos que foi cooptada para se prostituir em garimpo na Terra Yanomami.

A jovem havia sido dada como desaparecida à Polícia Civil em Roraima. A mãe da menina não tinha notícias da filha desde o dia 12 de fevereiro.

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Com a adolescente foram encontradas outras quatro mulheres que também teriam sido 'cooptadas' por agenciadores para se prostituírem no garimpo.

A adolescente teria conhecido as mulheres durante o trajeto para o local. Ela passou mais de 20 dias na região.

A jovem relatou aos policiais federais que recebeu uma proposta para ser cozinheira no garimpo através de um contato em uma rede social. Ela teria saído para o garimpo em um voo já no dia seguinte ao contato.

A Polícia Federal investiga não só as violências contra a adolescente, mas também suposta organização criminosa envolvida na cooptação de mulheres, inclusive menores de idade, para se prostituírem nas áreas de garimpo de Roraima.

A operação de resgate da menor mobilizou agentes do Ibama, Forças Armadas, Força Nacional de Segurança Pública, Funai e da Polícia Rodoviária Federal.

A Telebras concluiu a instalação de três antenas fixas de conexão banda larga via satélita na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Os equipamentos, que funcionam com energia solar, estão nos polos-base de Surucucu, Auaris e da Missão Catrimani, e se somam às outras 17 antenas portáteis que já foram envidas para apoiar o atendimento médico à população e fortalecer as ações de enfrentamento à situação de emergência em saúde pública, segundo informou o Ministério das Counicações.

A antena se comunica diretamente com o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), a uma taxa de transmissão de download de 20 Mbps e de upload de 2 Mbps. Um modem que garante a conexão aos celulares e computadores acompanha a antena, que tem 76 cm de diâmetro. Desde janeiro, segundo o governo federal, um total de 395 antenas foram entregues em todo o país.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em um discurso feito no SA Summit 2023, nos Estados Unidos, declarou que os povos “indígenas devem se integrar a nós, brasileiros”. A fala foi feita nesta segunda-feira (27) durante sua palestra no evento.

No contexto de seu discurso, ele disse sem apresentar provas que o “problema” das terras Yanomamis não iniciou durante o seu governo, se retirando da responsabilidade da situação atual no território indígena. “Eu lembro que, no passado, 1992. Um presidente do Brasil naquela época foi visitar um grande país, quando voltou, trocou o Ministro da Justiça, e esse novo Ministro da Justiça, a primeira ação dele foi assinar uma portaria para começar a demarcar a reserva Yanomami.”, ele contou. 

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O presidente em atividade na época era Fernando Collor. O então deputado Bolsonaro foi contra a decisão, e apresentou um recurso que tramitou na câmara até 1995, quando foi arquivado.

O ex-capitão continua seu discurso se defendendo das críticas que vem recebendo desde o final do seu governo. “Tá na mídia agora, ‘índios morrendo’, ‘culpa do Bolsonaro’, é o tempo todo assim. Esse problema vem de tempo. Ora, se foi demarcado terra [sic], é pra ele viver a sua vida como sempre levou. Eu sou contra isso. Acho que o índio tem que mais… o indígena, é se integrar a nós, brasileiros.”, ele completou.

Um grupo de indígenas isolados, dentro do Território Yanomami, em Roraima, está a apenas 15 quilômetros de um ponto de garimpo ilegal. Imagens captadas durante um sobrevoo, nesta sexta-feira (10), comprovam a existência da comunidade e registram, inclusive, malocas e plantações de alimentos no entorno.

O monitoramento faz parte de uma ação coordenada que envolveu os ministérios dos Povos Indígenas e do Meio Ambiente, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Força Nacional e Polícia Federal.

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De acordo com a Funai, tratam-se de indígenas do povo Moxihatëtëa. Eles ainda não foram contatados, mas são monitorados pela fundação desde 2010. Os povos isolados são comunidades que, por decisão própria ou por determinadas circunstâncias, vivem em isolamento total ou sem contato significativo com a sociedade em geral.

Pelo menos desde 2017, o Ministério Público Federal (MPF) vem alertando sobre a ameaça de genocídio dos povos yanomami isolados Moxihatëtëa. Em 2021, dois indígenas da comunidade foram mortos a tiros por garimpeiros.

Além dos Moxihatëtëa, a Funai estima que há pelo menos outras três comunidades de indígenas isolados no território Yanomami, mas ainda não há comprovação oficial. O temor dos especialistas é que o contato forçado dessas comunidades isoladas com não indígenas provoque a dizimação desses povos, seja por conflitos diretos ou propagação de doenças. 

Afetados pela presença do garimpo ilegal em suas terras há anos, os indígenas yanomami têm sofrido com casos de desnutrição, doenças como malária e pneumonia, além de violência, incluindo episódios de agressões e assassinatos. A situação se agravou nos últimos quatro anos.

A repercussão internacional das imagens de crianças e adultos desnutridos e de unidades de saúde lotadas de pessoas com malária e outras doenças mobilizou o governo federal a implementar medidas emergenciais para socorrer os yanomami. As ações incluem a elaboração de relatórios de diagnóstico, envio de equipes médicas, de insumos e alimentos, bem como a repressão direta aos garimpeiros e seus financiadores.

A Polícia Federal (PF) começou nesta sexta-feira (10) a operação para retirar garimpeiros de comunidades Yanomami em Roraima. A primeira etapa da chamada Operação Libertação tem dois objetivos: reunir provas sobre a ação dos invasores e destruir a infraestrutura usada pelos garimpeiros, inclusive maquinário. "Os trabalhos visam à interrupção da logística do crime", afirma a PF em comunicado.

Foi montada uma força-tarefa com representantes da Polícia Federal, Ibama, Funai, Força Nacional e Ministério da Defesa para retirar os invasores. Ainda não se sabe quanto tempo o trabalho vai levar. O planejamento integrado da operação está sendo feito no Centro de Comando e Controle da Superintendência Regional da PF em Roraima.

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Uma das preocupações das autoridades é não dificultar a saída dos garimpeiros das terras Yanomami. Os responsáveis pela operação também estão atentos em evitar que o trabalho gere uma nova crise humanitária se essas pessoas ficarem sem meios mínimos para subsistência.

Além do trabalho operacional, a PF também investiga se os Yanomami foram vítimas de genocídio, omissão de socorro e crimes ambientais no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A crise vivida por essas comunidades é tema de uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2020. Os ministros chegaram a ordenar a expulsão de garimpeiros e madeireiros ilegais, inclusive com uso da força, o que não foi cumprido. Também determinaram que todas as medidas necessárias para proteger a vida e a saúde da população Yanomami fossem tomadas. O STF disse ter encontrado indícios de que o governo Bolsonaro descumpriu decisões e prestou informações falsas sobre situação dos indígenas.

Os yanomamis não tinham conhecimento de legumes brasileiros como cenoura, repolho, beterraba, de acordo com uma história contada pelo agente ambiental federal do Ibama Wallace Lopes, no Twitter. Na publicação, ele conta o relato de um amigo, que estranhou o fato de os yanomamis não pegarem os legumes recebidos para comer. 

Ao perceber que ninguém pegava os legumes, que faziam parte dos alimentos apreendidos dos garimpeiros e doados para as comunidades indígenas, ele mostrou os alimentos e organizou um “masterchef indígena” com uma sopa coletiva. “Após investigar, descobri que os Yanomamis não conheciam aqueles legumes (tão básicos para nós) e não sabiam a forma de consumo”, disse. 

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O deputado federal e ex-ministro do Governo Bolsonaro Ricardo Salles (PL-SP) relembrou a expressão “passar a boiada”, utilizada por ele em 2020, e lamentou que o verdadeiro significado dela não teria sido veiculado à época, assim como a realização do que ele queria dizer. Alegando ter sido tirado de contexto, o parlamentar, em nova entrevista ao UOL, disse que o trecho sobre “passar boiada” se referia a uma mudança nos termos burocráticos dos ministérios, a fim de dar maior celeridade e foco às demandas. 

“Infelizmente, não. [...] Minha fala na reunião ministerial, embora seja, por alguns, propositalmente manipulada, eu falei que todos os ministérios [...] do Brasil precisam, e já passou da hora, de fazer um esforço muito grande de desburocratizar. [...] Isso que quis dizer com passar boiada, e se tivesse acontecido, Brasil estaria em situação muito melhor. Não tem nada a ver com a situação da Amazônia, é outra história, outro contexto”, disse o deputado. 

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Durante a reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020, o então ministro do Meio Ambiente alertou os ministros sobre o que considerava ser uma oportunidade trazida pela pandemia da Covid-19, de aproveitar o foco da sociedade e dos governos nos assuntos sobre a pandemia e mudar regras dentro das atividades ministeriais, ainda que isso pudesse um conflito no Judiciário. 

“Então pra isso precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de COVID e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De IPHAN, de ministério da Agricultura, de ministério de Meio Ambiente, de ministério disso, de ministério daquilo. Agora é hora de unir esforços pra dar de baciada a simplificação, é de regulatório que nós precisamos, em todos os aspectos”, disse, à época. 

Crise Yanomami 

Ao UOL, Ricardo Salles também disse que o problema dos indígenas yanomamis é "muito antigo" e que a responsabilidade pela crise humanitária é da "sociedade". Salles foi ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro até ser exonerado em junho de 2021 por suspeitas de facilitar a exportação ilegal de madeira do Brasil aos EUA e à Europa. 

"O problema dos yanomamis é muito antigo, o território tem muita influência do tráfico de drogas, a fronteira é difícil. Há muitas décadas a região sofre com uma série de fragilidades que resultaram nessa situação muito triste", afirmou Salles. 

Ele também minimizou a responsabilidade do governo Bolsonaro sobre a crise humanitária na Terra Yanomami. Salles negou que tenha facilitado o garimpo ilegal na região durante seu período como ministro. 

 

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados quer que a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) responda no Conselho de Ética do Senado sobre a crise humanitária vivida pelos yanomami. Nesta quinta-feira (9) a sigla, que não elegeu nenhum senador, protocolou uma representação contra a parlamentar no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.

Segundo o documento, assinado pelo presidente da legenda, Juliano Medeiros, enquanto esteve à frente da pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, no governo do ex-presidente Jair Boslonaro, Damares utilizou a máquina pública para promover uma política “etnocida e racista” contra os povos originários, em especial os yanomami.

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“Em vez de promover uma ação articulada em defesa da vida, agiu com descaso e ausência de medidas em proteção aos povos indígenas, impõe-se a abertura do processo disciplinar e, ao fim do processo, a cassação de seu mandato”, diz a representação.

O documento, que traz vários anexos de fotos feitas na Terra Indígena (TI) Yanomami, ressalta ainda que a ministra perpetuou, junto ao ex-presidente da Funai, Marcelo Xavier, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, uma “política de morte”.

Caso a denúncia seja aceita e avance no colegiado, as penas previstas vão de medidas disciplinares – como advertência, censura e perda temporária do exercício do mandato –, até a mais severa: a perda do mandato.

Desativado

O Conselho de Ética do Senado não se reúne desde antes da pandemia de covid-19. Os cargos do colegiado estão vagos. Cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), instalar o colegiado e aos líderes dos blocos partidários, indicar seus integrantes.

Até que isso ocorra, a representação fica parada no conselho. Depois de instalado, o presidente do colegiado, é quem decide se dará ou não seguimento à denúncia. Antes dele, é praxe que seja pedido um parecer sobre o caso para a Advocacia-Geral do Senado.

Outro lado

Até o fechamento da matéria a assessoria da senadora Damares Alves não comentou o posicionamento da parlamentar sobre a representação.

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