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Cinco anos depois do Ministério Público apresentar ação por improbidade administrativa, o ex-senador Zezé Perrella (MDB-MG) foi notificado pela Justiça e se tornou réu por receber R$ 1,2 milhão em reembolsos por serviços não comprovados quando ainda era deputado estadual em Minas Gerais (2007-2010). O ex-dirigente do Cruzeiro não havia sido localizado pelos oficiais de Justiça em endereços indicados durante os últimos cinco anos, e só se manifestou nos autos após ter os bens bloqueados em março deste ano.

A Promotoria acusa Perrella de ter entregue diversas notas fiscais fraudulentas com indicativos de serviços que não foram prestados com o objetivo de ser ressarcido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Como deputado estadual ele tinha direito a verba indenizatória - destinada ao custeio de despesas como aluguel de imóvel ou veículos para a atividade parlamentar - de, no máximo, R$ 20 mil por mês.

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Somente com gastos de 'assessoria contábil e tributária', Perrella gastou R$ 198,3 mil. Segundo o MP, os serviços não tinham 'qualquer caráter público', mas ele foi ressarcido em R$ 187,8 mil por despesas com divulgação de atividade parlamentar por meio de serviços gráficos. Ouvidos pela Promotoria, os proprietários de algumas empresas não confirmaram os serviços para o então deputado ou não conseguiram comprovar os trabalhos prestados. O representante de uma gráfica, inclusive, disse aos investigadores que a empresa estava desativada na época dos fatos.

Inicialmente, o pedido da Promotoria para bloquear os de bens de Perrella foi negado em 2016. No entanto, 'diante das frustradas tentativas de notificação', o Ministério Público recorreu da decisão e cobrou a liminar, autorizada pelo juiz Elton Pupo Nogueira, da 3ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias em março deste ano.

Apesar de não ter sido localizado pela Justiça ao longo dos últimos cinco anos, Perrella atuou no comando do Cruzeiro até dezembro do ano passado, quando o time foi rebaixado para a série B do Campeonato Brasileiro.

"Não entendo o motivo da dificuldade do réu ser encontrado, pessoa pública conhecida em Minas Gerais, por tantos anos desde a decisão no ano de 2016, quando foi apreciado o pedido de indisponibilidade de bens pela magistrada oficiante no feito", apontou Nogueira, em março. "Contudo, desde a decisão com indisponibilidade de pouco mais de dez mil reais, em cerca de sessenta dias o réu foi encontrado, apresentou defesa nos autos e recurso no Tribunal de Justiça".

Ao aceitar a ação e colocar Perrella no banco dos réus neste mês, o juiz afirmou que as provas apresentadas até então apontam a existência de 'elementos que demonstram a possibilidade de ocorrência de improbidade administrativa' praticada pelo ex-senador e seu enriquecimento ilícito.

COM A PALAVRA, O EX-SENADOR ZEZÉ PERRELLA

Até a publicação desta matéria, a reportagem não havia obtido contato com o ex-senador Zezé Perrella. O espaço permanece aberto a manifestações.

Em um clima nada amistoso, as eleições do Cruzeiro para escolha do novo mandatário contou com a presença do ex-presidente Zezé Perrella, que foi recebido nesta quinta-feira (21) no ginásio do Barro Preto com cusparada.

A imagem que circula nas redes sociais mostra Perrella chegando ao local da votação e passando por torcedores que protestavam contra a grave crise instalada no clube mineiro. Um deles então retira a máscara que usava e cospe na cara do ex-cartola.

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Segundo publicação do MInistério Público de Minas Gerais, dirigentes do Cruzeiro são investigados até o momento por falsificação de documentos/falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os investigados se remetem a gestão iniciada em 2017, ano em que Perrella voltou a presidência do clube. 

Ele se pronunciou sobre o ocorrido. Na fala, pediu união a torcida cruzeirense e respeito pela que fez pelo clube: "Eu nunca apoiei essa diretoria passada. Gostaria de lembrar a você torcedor que eu fico triste com alguns que não reconhece o que nós fizemos pelo clube", argumentou, citando os títulos conquistados e a construção da Toca da Raposa.

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Quatro dias após a definição do rebaixamento do Cruzeiro, a diretoria do clube mineiro confirmou nesta quinta-feira a saída de Zezé Perrella do comando da gestão do futebol. Ele havia assumido esta função há apenas dois meses, em meio a turbulências no Cruzeiro, dentro e fora dos gramados.

Perrella, com longo histórico de atuação no clube, já havia deixado o cargo de presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro na terça-feira. Ao se licenciar da função, ele alegara que pretendia se dedicar exclusivamente à gestão do futebol do clube mineiro. José Dalai Rocha assumira a função de presidente do conselho.

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Para o cargo de gestor do futebol, Márcio Rodrigues foi o escolhido pela diretoria. Ele foi vice-presidente do clube na gestão de Gilvan de Pinho Tavares, antecessor ao atual presidente, Wagner Pires de Sá.

Perrella, que vinha sendo oposição a Pires de Sá, aceitou se juntar ao grupo no início de outubro, quando o Cruzeiro já vivia situação difícil no Brasileirão. Ele substituiu Itair Machado, alvo de seguidas polêmicas nos últimos meses. Na mais recente, chamou a atenção da oposição do Cruzeiro o alto salário recebido pelo então vice-presidente, de R$ 180 mil por mês, apesar da forte crise financeira vivida pelo clube.

Na polêmica mais grave, Itair e o presidente cruzeirense são investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos. Há suspeita ainda de que os dirigentes tenham infringido regras de transferência da Fifa e da CBF.

Com uma fraca campanha no campeonato deste ano, o Cruzeiro foi rebaixado pela primeira vez na história no domingo, ao ser derrotado pelo Palmeiras por 2 a 0, no Mineirão, na última rodada do Brasileirão. Em 2020, a equipe mineira terá que disputar a Série B.

Na 17ª colocação do Campeonato Brasileiro da Série A, o Cruzeiro pode ser rebaixado à segunda divisão, já nesta quinta-feira (5), caso não vença o Grêmio, em Porto Alegre. Para evitar a queda nessa rodada, o time mineiro precisa ganhar e torcer contra o Ceará, diante do Corinthians. Ou seja: a situação é tensa.

Tão tensa, que o gestor de futebol e presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella, nem se preocupou em manter qualquer clima de tranquilidade na concentração. Às vésperas da decisão no Rio Grande do Sul, o dirigente xingou o elenco em uma entrevista coletiva.

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“Um monte de cagão. Eu vou mudar o quê agora, posso contratar alguém? O que eu tenho é isso e tô contando com eles. Que eles tenham vergonha na cara e deixem o Cruzeiro na primeira divisão. A responsabilidade é deles. Agora, a bola tá queimando no pó. O psicológico é um negócio horrível e quando mais pressão, pior”, disse. Confira o vídeo:

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Abel Braga não é mais técnico do Cruzeiro. O anúncio do desligamento foi feito na manhã desta sexta-feira pelo presidente do Conselho Deliberativo do clube, Zezé Perrella. Em sua curta passagem de 14 jogos pelo clube mineiro, o treinador conseguiu apenas três vitórias, três derrotas e oito empates. Ele deixa a equipe na 17.ª posição do Campeonato Brasileiro, com 36 pontos, na zona de rebaixamento. O substituto no cargo será Adilson Batista, que foi demitido do Ceará na quinta.

O clube mineiro convocou uma entrevista coletiva na Toca da Raposa II, em Belo Horizonte, para anunciar as mudanças no comando. Depois da derrota por 1 a 0 para o CSA, no Mineirão, na noite de quinta-feira, o então técnico Abel Braga pediu para não falar com os jornalistas. Abalado, apenas fez um pronunciamento e lamentou não ter obtido bons resultados. "Estou saindo com a consciência doendo porque vim com o intuito único, e exclusivamente, de ajudar esse clube e esses jogadores. Foram 14 jogos, onde conseguimos ficar 11 jogos sem perder e nós não conseguimos sair da zona. Esse peso é de não termos conseguido", disse.

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Na zona de rebaixamento do Brasileirão, o Cruzeiro luta para não passar pelo vexame de disputar a Série B pela primeira vez na história. A equipe tem 36 pontos, um a menos do que o Ceará, o 16.º colocado, e terá pela frente uma tabela muito complicada. Nos três jogos restantes, o clube mineiro vai enfrentar fora de casa Vasco e Grêmio para depois receber o Palmeiras na rodada decisiva.

Curiosamente, o comandante escolhido para tentar salvar o Cruzeiro é Adilson Batista, que até quinta-feira comandava o concorrente direto na luta contra a queda. O ex-zagueiro teve passagem positiva no comando do clube entre 2008 e 2010, com destaque para a campanha de finalista da Copa Libertadores de 2009, quando perdeu a decisão para o Estudiantes, da Argentina.

Ao explicar a saída, Abel comentou que não se via mais em condições de fazer o time evoluir na tabela de classificação. A equipe acumula seis rodadas seguidas sem vitória, com quatro empates e duas derrotas. Neste Brasileirão, o Cruzeiro vai agora para o quarto treinador diferente. O clube começou o campeonato com Mano Menezes, depois teve Rogério Ceni, Abel Braga e, agora, Adilson Batista.

O atual presidente do Conselho Deliberativo e ex-mandatário do clube Zezé Perrella lamentou o momento ruim da equipe e detalhou a grave crise financeira do Cruzeiro, que está com dois meses de salários atrasados. "A verdade é que quebraram o Cruzeiro, nessa gestão passada. O Cruzeiro hoje tem R$ 60 milhões de dívida na Fifa para estourar a qualquer momento. Não tem ninguém mágico", explicou.

O governo do presidente Michel Temer deu continuidade às mudanças promovidas em cargos de segundo e terceiro escalão, que estão sendo feitas nos últimos dias, em meio às negociações para a votação da reforma da Previdência.

No Ministério dos Esportes, foi exonerado do cargo de secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor Gustavo Henrique Perrella Amaral Costa. Gustavo é filho do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Para seu lugar, foi nomeado André Luis Argolo Ribeiro, atual diretor do Departamento de Futebol.

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Foi nomeado ainda o diplomata Carlos Alberto Franco França para o cargo de chefe de Cerimonial adjunto do gabinete pessoal de Temer. No Ministério da Justiça foi nomeado diretor de Políticas Penitenciárias Joel Amaral Júnior, que substitui Josué Filemom Ribeiro Pereira, exonerado.

No Ministério da Ciência e Tecnologia, foi exonerado o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Jailson Bittencourt de Andrade. No Ministério das Cidades, foi nomeado Ériton Orlando de Oliveira Beckenkamp chefe de gabinete do ministro Alexandre Baldy.

O novo diretor de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação e Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) será Fabiano Mezadre Pompermayer.

Na Secretaria Nacional de Juventude foi nomeado coordenador-geral de Políticas Setoriais Helber Augusto Reis Borges, que entra no lugar de José Antonio de Melo Filho, exonerado. Na Secretaria de Governo, foi nomeada Paula Araújo Corrêa para o cargo de assessora.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou há pouco a soltura do irmã e do primo do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), presos desde o mês passado em Belo Horizonte.  Frederico Pacheco e Andreia Neves são investigados no Supremo a partir das delações da JBS. Com a decisão, ambos passam a cumprir prisão domiciliar.

A decisão foi tomada após o colegiado também determinar a libertação de Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), acusado de intermediar o recebimento de propina enviada pelo empresário Joesley Batista, da JBS.

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Mantendo o mesmo entendimento do julgamento anterior, a maioria dos ministros entendeu que a prisão dos acusados pode ser substituída por medidas cautelares, como entrega de passaporte e recolhimento domiciliar.

Em seguida, os ministros devem julgar pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para prender o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), também envolvido nas investigações da JBS.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - órgão ligado ao Ministério da Fazenda responsável por rastrear transações suspeitas - comunicou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o filho do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), Gustavo Perrella, sacou R$ 103 mil no dia 13 de abril da conta da Tapera Participações e Empreendimentos Agropecuários, empresa da qual Gustavo é sócio.

O levantamento do dinheiro ocorreu um dia depois da entrega de mala de R$ 500 mil da JBS a um primo de Aécio Neves, Frederico Pacheco, que repassou o montante ao assessor de Perrella, Mendherson Souza. O órgão flagrou Mendherson provisionando a retirada do valor suspeito, em espécie, da conta da Tapera, em um banco, que foi sacado posteriormente por Gustavo.

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A PGR suspeita de que a Tapera tenha sido a destinatária de parte dos R$ 2 milhões solicitados por Aécio a Joesley Batista, da JBS. O relatório do Coaf é mais um dos indícios levantados pelos procuradores de que o montante tenha ido parar na empresa do filho de Perrella.

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que defende Gustavo e Perrella, afirmou que "há um erro evidente de interpretação" do Coaf. "Gustavo nunca fez nenhum saque e nenhum depósito na Tapera."

Uma conversa grampeada pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Patmos, divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), revela um diálogo criminoso entre o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o senador Zezé Perrella (PMDB-MG), seu aliado políico. Durante a gravação, Aécio se mostrou irritado e cobrou fidelidade de Perrella após ele ter concedido uma entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, se gabando de não estar na lista de Janot e no “mar de lama” do país.

A conversa foi interpectada no dia 13 de abril pela PF, dois dias após a queda do sigilo da delação da Odebrecht. "Acho que não preciso provar o quanto sou seu amigo na vida, né cara. Então vou te falar como amigo, com a liberdade de amigo. Poucas vezes vi uma declaração tão escrota, Zezé, como essa que você deu na rádio Itatiaia", disse Aécio, que junto com o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) são suspeitos de receber dinheiro via caixa 2 da Odebrecht.

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Apesar do tom pacífico da conversa, é possível perceber que há uma cobrança de aliança política. Aécio diz que ele e Perrela pertecem ao mesmo partido e foram financiados pelos mesmos meios. "Como é que você acha que você chegou ao Senado? Sua campanha foi financiada do mesmo jeito que a minha, e corretamente", afirmou o tucano.  

"Você jogou todo mundo na lama, você me julgou, nos igualou ao campo do PT, dos picaretas todos, como se você tivesse sido eleito, Zezé, por uma ação divina, ou financiado pela semente lá sua, ou pela quentinha do Alvimar. Pô, a nossa campanha foi a mesma, Zezé", explicou Aécio.

“Qual a maneira que eu encontrei de rebater essas coisas que eles falam de mim do helicóptero até hoje?”, questiona Zezé. Em 2013, um helicóptero pertencente à Limeira Agropecuária, de Gustavo Perrella, foi flagrado pela Polícia Federal com 445 kg de cocaína.

Em um trecho da conversa grampeada Perrela faz uma revelação. "Eu não faço nada de errado, eu só trafico droga”. É possíver ouvir as risadas de Aécio no áudio. Confira a gravação completa:

Em resposta a uma interpelação da Câmara dos Deputados, a ex-deputada e ex-candidata à Presidência pelo PSOL Luciana Genro afirmou que o senador Zezé Perrella (PDT-MG) e seu filho, o ex-deputado estadual Gustavo Perrella (SD-MG), não foram presos na operação da Polícia Federal que apreendeu um helicóptero da empresa da família Perrella com 445 quilos de cocaína por serem "blindados pelas suas relações com o poder".

"É notório que tal fato (apreensão do helicóptero com cocaína pela PF) não ensejou a prisão do senador, nem de seu filho, proprietário da empresa e deputado estadual (na época da operação, em 2013). Estes ficaram fora do alcance punitivo da guerra às drogas, blindados pelas suas relações com o poder", afirma a ex-deputada no documento de sete páginas encaminhado nesta terça-feira, 8, à Câmara dos Deputados.

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Na resposta, Luciana Genro ainda discorre sobre as consequências da guerra às drogas em todo mundo e cita um estudo da London School of Economics com critica à política de combate ao consumo de drogas. Ao final, ela anexa uma reportagem sobre a apreensão do helicóptero dos Perrella em 2013. "O fato de um helicóptero da família do senador ser apreendido com 450 kg de cocaína é uma evidência que sustenta de forma concreta a suspeita de que os grandes traficantes não estão nas favelas e sim, inclusive, no Congresso Nacional", conclui Luciana Genro.

Twitter

A polêmica com a ex-parlamentar do PSOL começou no dia 19 de agosto, quando Luciana Genro questionou a política de combate às drogas no Brasil e afirmou em seu Twitter oficial que "a guerra às drogas atinge os pequenos traficantes. Os grandes não estão nas favelas, mas estão, inclusive, no Congresso". Na ocasião, o Supremo estava julgando a descriminalização do porte de drogas para consumo próprio e a deputada foi logo respondida por Marco Feliciano na rede social:

"@lucianagenro Esta acusação é gravíssima. Pode citar os nomes? Com provas irrefutáveis?", questionou o deputado que foi logo respondido na rede social. "Acho que o @MarcoFeliciano esqueceu que um helicóptero da família do senador Zezé Perrela foi apreendido em 2013 com 450 kg de cocaína!"

A partir de então, Marcos Feliciano recorreu ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tomar providências sobre o episódio. Na semana passada, Luciana Genro recebeu uma notificação extrajudicial da procuradoria da Câmara cobrando que ela se explicasse por escrito sobre suas declarações polêmicas em cinco dias úteis.

Procurado pela reportagem, a assessoria do senador Zezé Perrella informou que ele está avaliando as medidas judiciais cabíveis contra a ex-deputada.

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF 2), no Rio de Janeiro, reformulou decisão de primeira instância e determinou a devolução para a família do senador Zezé Perrella (PDT-MG) do helicóptero apreendido com 443 quilos de cocaína, em novembro do ano passado, no Espírito Santo.

A decisão contrariou parecer do Ministério Público Federal, que defendida que o embargo deveria ser mantido até o trânsito em julgado do processo e que a apreensão da aeronave interessaria à instrução criminal.

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A ação tem como réu o piloto Rogério Almeida Antunes, ex-funcionário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que havia sido indicado para o cargo pelo deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), filho do senador e um dos sócios da empresa na qual a aeronave está registrada.

Em janeiro, a Justiça Federal no Espírito havia indeferido pedido da defesa e determinado que o helicóptero modelo Robinson 66 ficasse à disposição do governo estadual e da Polícia Federal. Em decisão cautelar, o juiz Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa entendeu que o confisco do bem atendia ao "interesse público no combate ao narcotráfico".

Recurso

Há uma semana, no dia 12, o TRF 2 acolheu a tese apresentada pelo advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que representa a família Perrella. A defesa alegou que não havia provas de envolvimento dos donos da aeronave com o transporte da droga. O recurso foi acatado por 2 votos a 1.

Pela decisão do TRF 2, a empresa dona do helicóptero, Limeira Agropecuária e Participações, fica proibida de alienar ou se desfazer da aeronave até o final da tramitação do processo. A empresa foi constituída por Zezé Perrella, que, posteriormente, doou as cotas para três herdeiros, entre eles Gustavo, candidato a deputado federal nesta eleição. "Meu cliente foi vítima de apropriação indébita. Em nenhum momento havia o mínimo indício da participação dele com o episódio", disse Kakay.

A PF apreendeu o helicóptero em uma fazenda no município de Afonso Cláudio (ES). Segundo o inquérito da PF, um dia antes da operação policial a aeronave esteve no Paraguai. Além do piloto foram presas outras três pessoas. Elas foram denunciados por tráfico internacional de drogas. Como Gustavo possui foro privilegiado, o processo que o citava foi remetido para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, que, por sua vez, mandou arquivar o procedimento por falta de provas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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