Entenda o que é a resolução “4K"

Novo padrão de vídeo tem imagens com resolução quatro vezes superior ao Full HD

idgnowpor Naiane Nascimento seg, 10/09/2012 - 15:09
Flickr (cc) Pop Culture Geek Alguns modelos de TV com qualidade 4K podem chegar a custar US$ 22 mil Flickr (cc) Pop Culture Geek

Você acha que “Full HD” é o máximo em imagem digital? Pois está enganado. A resolução dos sistemas de vídeo atuais ainda está longe do que pode ser obtido com um filme de 35 mm. Para chegar mais próximo à qualidade da película, precisamos de mais pixels. E é aí que entra o próximo passo em vídeo digital, a resolução “4K”.

Os números

Ao aumentar a resolução em uma imagem digital, você aumenta a nitidez e o nível de detalhes. O melhor padrão atualmente em uso oferece uma resolução de 1920 x 1080 pixels, também conhecida como “1080p” ou “FullHD”.

Este diagrama dá uma idéia na diferença no tamanho da imagem entre diferentes padrões

A resolução 4K quadruplica o número de pixels na imagem. O nome vem da largura (em pixels) da imagem, cerca de 4 mil pixels. Note que ao falar de 4K o ponto de referência muda: vídeo em HD é indicado pela resolução vertical (720 ou 1080 pixels), mas 4K é a resolução horizontal. A resolução vertical é de cerca de 2 mil pixels.

Fala-se “cerca de” porque os detalhes ainda estão sendo definidos. Um proposta mantém a proporção de imagem em 16:9 das TVs HD, com resolução de 3840 x 2160 pixels, chamada Quad Full High Definition (QFHD) ou 2160p. Outro opera a 4096 x 2160 pixels, e usa a proporção das telas de cinema. De qualquer forma o resultado são mais de 8 milhões de pixels, quatro vezes mais que em uma TV Full HD.

Tecnologia de cinema

Pode ser que você já tenha assistido um vídeo em 4K, no cinema. Filmes recentes como O Incrível Homem-Aranha e Prometheus foram filmados com câmeras 4K e exibidos nessa resolução em muitas salas com sistemas de projeção digital.

Isso porque um vídeo em Full HD pode parecer ótimo em sua sala de estar, mas a nitidez vai embora quando se estica a imagem para cobrir uma tela de 12 metros. O padrão 4K resolve esse problema. Mas se você estiver sentado no fundo de uma sala de cinema com uma tela pequena, pode nem notar diferença na qualidade de imagem.

Em breve em casa

Alguns fabricantes já estão anunciando as primeiras TVs 4K, mas infelizmente há uma falta de conteúdo para estes aparelhos. É como nos primórdios das TVs e Players de Blu-Ray 3D: a escassez de filmes no formato acabou prejudicando sua adoção.

O único vídeo “doméstico” em 4K encontrado pela nossa equipe é TimeScapes, um documentário que está disponível em um pendrive por US$ 100. Já estão em desenvolvimento discos Blu-ray com quatro camadas e capacidade de armazenamento suficiente para um filme em 4K, entretanto muitos analistas acreditam que, quando os vídeos em 4K se tornarem mais populares, serão distribuídos principalmente via Internet.

Mas a largura de banda pode ser um grande obstáculo na distribuição. Os arquivos são imensos: a versão digital 4K de TimeScapes, que tem 52 minutos de duração, tem 25 GB. Um filme como O Incrível Homem Aranha, com 136 minutos de duração, teria 65 GB. Um absurdo se considermos que muitos planos de banda-larga doméstica no Brasil tem um limite de tráfego de 80 GB em um mês inteiro.

Mesmo que se tenha um arquivo de vídeo em 4K, precisa de um aparelho capaz de exibir imagens nessa resolução. Como dissemos, fabricantes como a LG, Sony e Toshiba já anunciaram TVs 4K, embora o preço seja incrivelmente salgado: US$ 22 mil pelo modelo de 84” da LG, que deve chegar às lojas em ainda este mês. Um dos poucos aparelhos já nas lojas é um projetor da Sony, o VPL-VW1000ES SXRD 4K, que custa a bagatela de $25,000.

Mas a indústria do entretenimento doméstico está pronta para a chegada das telas 4K. Novos receivers de áudio e vídeo e players de Blu-ray já oferecem upscaling pra 4K, processando a imagem vinda de fontes em Full HD para que seja exibida corretamente nas novas telas. Não é 4K de verdade, mas é melhor do que exibir uma imagem Full HD sem processamento algum. A mais nova versão do padrão HDMI, a 1.4a, também está pronta para o 4K e é capaz de transmitir sinais nessa resolução, desde que os aparelhos necessários sejam compatíveis.

Vale a pena?

A principal questão é: será que você vai sequer notar a resolução extra? Na maioria dos casos, provavelmente não. Mesmo hoje em dia só é possível notar a diferença entre uma imagem em 720p e uma em 1080p numa TV de 42 polegadas se você não estiver a mais de 1.8 metros de distância da tela. Com o 4K, você precisaria de uma TV de 55 polegadas e ficar ainda mais perto da tela. Se a distância for maior os olhos não conseguem distinguir os detalhes, e a resolução extra é “desperdiçada”.

E antes de pensar em investir suas economias em equipamento 4K, saiba que o passo seguinte já foi dado. Peter Jackson está filmando “O Hobbit”, que será lançado em dezembro deste ano, na resolução de 5K, e 8K já está a caminho. É provável que 4K seja só um “meio termo” no caminho para sistemas com resolução ainda maior.

COMENTÁRIOS dos leitores