O Mundial de League of Legends fará um tour pela Europa

qui, 25/07/2019 - 10:37

A cada dia que passa, o cenário de eSports no Brasil e no mundo fica cada vez mais forte. Demonstrações de força já são feitos que passam quase despercebidos pelos que estão envoltos nesse mundo.

Mas esse não é o caso do mundo dos negócios, que vê com muito bons olhos um mercado que pode chegar a movimentar 1 bilhão de dólares neste ano. Negócios esses que a própria Riot Games, dona do que pode ser o maior carro-chefe do eSports, League of Legends, tem pulso firme. A Riot Games juntamente com a Ubisoft enviaram recentemente uma carta ao Senado brasileiro, de forma a apoiar a regulamentação do eSports no Brasil e continuar o debate acerca do PL 383/2017.

Ainda que o lançamento de Teamfight Tactics – que pode ser acompanhado pelo lançamento de uma versão para celulares de LoL – tenha tomado um foco bem grande do mundo de notícias relacionadas aos jogos de batalhas online, League of Legends continua sendo o principal produto da empresa norte-americana. Algo que foi demonstrado recentemente pelo anúncio da Riot em fazer um “tour” pela Europa para o Mundial de LoL deste ano, que será disputado entre outubro e novembro.

Por onde o LoL vai passar?

A fase preliminar, também chamada de “play-ins”, reunirá os times que não se classificaram diretamente para a fase de grupos do Mundial. Entre eles estará o futuro campeão do Campeonato Brasileiro de League of Legends, que enfrentará times de vários cantos do mundo com a esperança de colocarem o Brasil de volta nos grupos do Mundial – algo que não ocorre desde 2016, quando a INTZ chegou a esse estágio da competição.

Esta fase será disputada nos estúdios da Riot para o Campeonato Europeu de LoL em Berlim, na Alemanha. Uma vez definidos os quatro times que se juntaram aos doze diretamente classificados para a fase de grupos, as dezesseis equipes se manterão na capital alemã. Dessa vez, o palco será o Verti Music Hall, com capacidade de até 4.350 espectadores.

Oito times sairão da fase de grupos para jogarem as quartas de final e as semifinais no Palacio Vistalegre, que fica em Madrid, na Espanha. A arena, que foi construída no lugar de uma antiga praça de touradas da capital espanhola, tem espaço para 15.000 pessoas.

E nas finais, os dois times que se provaram capazes de disputar o posto de melhor time de League of Legends do mundo se enfrentarão na AccorHotels Arena em Paris, na França. O estádio com capacidade de 20.300 espectadores será um dos palcos das Olimpíadas de 2024.

Quais times estarão no Mundial?

Por hora, não existem ainda times classificados à competição uma vez que os campeonatos regionais só terminam em meados de setembro. Mas já existem favoritos ao título em seus respectivos cenários que tem grandes chances de marcarem presença nesse tour pela Europa!

O time europeu G2 surpreendeu o mundo com sua vitória no Mundialito de LoL, disputado em maio desse ano no Vietnã e em Taiwan. No dia 11 de julho, a Betway colocava a super-força europeia como favorita ao título do seu campeonato regional com chances de 1,65. E ganhar o campeonato regional no verão do hemisfério norte significa garantir uma vaga direta à fase de grupos do Mundial.

Outro time europeu que ganhou destaque em tempos recentes foi a Fnatic. Eles que colocaram a Europa de volta na final do Mundial no ano passado, perdendo a disputa para a Invictus Gaming da China, tiveram uma demonstração de força memorável no Rift Rivals que colocou os melhores times europeus frente a frente contra os melhores times norte-americanos.

Após o impacto de perder o jogador da rota do meio Rasmus Borregaard "Caps" Winther para a G2 no fim do ano passado, o time conseguiu se reajustar nesta segunda metade do ano para se tornar um time para fazer frente à super-favorita G2. Tanto que na disputa entre G2 e Fnatic no Campeonato Europeu antes da ida para os Estados Unidos para o Rift Rivals, o ex-time de “Caps” foi quem se sagrou vencedor.

Ainda na Europa, outro time que tem mostrado ar de excelência é a Origen. O time criado por Enrique "xPeke" Cedeño Martínez, que marcou época jogando pela Fnatic – e também ganhando o primeiro Mundial da história de League of Legends, disputado em 2011 – tem levado o estilo marcadamente agressivo da G2 a um patamar mais criativo. O efeito foi sentido tanto no Rift Rivals, quanto no Campeonato Europeu onde eles são a terceira força a ser reconhecida.

A continuação das grandes audiências e feitos são algo notável nos eSports mundialmente, como reunir 15.000 torcedores na Alemanha para uma final de Counter-Strike: Global Offensive ou atrair 523 mil de espectadores no mundo inteiro em jogos de Dota 2. No Brasil, em Belo Horizonte, o Counter-Strike: Global Offensive chegou mesmo a receber a competição mundial em 2018 . Evento que teve um prêmio de US$ 200 mil para o primeiro lugar e que reforçou a posição do Brasil no cenário dos jogos.

Passando para o outro lado do Atlântico, a coisa fica um pouco mais confusa. O cenário norte-americano teve um certo choque de realidade no Rift Rivals, com seus melhores times, Team Solo Mid, Team Liquid e Cloud 9, perdendo seis dos nove confrontos na fase de grupos da competição e ganhando apenas um jogo na melhor de cinco para definir a região campeã do torneio intercontinental.

Enquanto times como a Cloud 9 parecem ter aprendido bastante com as lições da Europa, esse não tem sido o caso para seus pares. Tanto a TSM quanto a Liquid ainda estão entre as favoritas para se classificarem ao Mundial. Mas surpresas sempre podem acontecer.

O mesmo vale para o cenário brasileiro, que não possui vaga direta à fase de grupos como é o caso da Europa e da América do Norte. Hoje, Flamengo e Kabum lideram a tabela do Campeonato Brasileiro, empatados com nove vitórias em doze jogos. Mas ainda temos nove jogos no horizonte, além da fase de mata-mata onde alguns times como o próprio Flamengo têm tido problemas crônicos de confirmarem seu favoritismo apesar de terem no papel uma equipe muito superior aos seus oponentes.

De qualquer forma, muita água há de rolar até outubro. Isso inclui mudanças no próprio jogo com os patches da Riot que podem mudar o “meta” – ou a base do jogo – de uma semana para a outra. Até lá, nós como fãs continuaremos com olhos bem atentos para o que acontece tanto aqui quanto lá fora!

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