Pais devem ficar atentos ao excesso de jogos eletrônicos

Psicóloga explica que é necessário acompanhar toda as atividades que envolvem o mundo virtual

por Alfredo Carvalho qui, 14/05/2020 - 17:02
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Durante isolamento social gerado pelo coronavírus (Covid-19), muitas crianças e adolescentes têm usado os jogos eletrônicos como principal fonte de entretenimento. "Antes eles tinham muitas atividades físicas, mas por conta da pandemia estamos com as opções limitadas", conta a gerente de operações Thaís Yazlle, 45 anos, mãe dos gêmeos Carolina Yazlle e Eduardo Yazlle, 7 anos. "Tentamos oferecer para eles algumas opções, como jogos de cartas ou convidá-los para cozinhar junto comigo", complementa.

A gerente de operações Thaís Yazlle com os filhos | Foto: arquivo pessoal

Quando a opção for os jogos eletrônicos, a orientação é de que os pais protejam seus filhos dos riscos do uso descontrolado dos aparelhos e da internet. Thaís acredita que é importante manter um controle, mas que não é contra os jogos eletrônicos. "Graças a eles, meus filhos ainda conseguem ter alguma interação com os amigos durante o isolamento social. Só colocamos um controle para eles não viverem apenas nessa realidade virtual e esquecerem que existe um mundo real", comenta.

A fisioterapeuta pediátrica Daniela Arduz, 37 anos, mãe da Gabriela Arduz, 8 anos, e do Gustavo Arduz, 3 anos, conta que estabeleceu horários: os filhos jogam uma hora no período da manhã e mais uma hora durante a tarde. "Acho que é importante eles brincarem com outras coisas para trabalhar a criatividade. Ofereço materiais de tinta, papel, papelão e os próprios brinquedos para que eles possam trocar a tela do celular por outras atividades", conta.

A fisioterapeuta Daniela Arduz com a família | Foto: arquivo pessoal

De acordo com a especialista em psicologia escolar e professora do curso de Psicologia da Universidade Guarulhos (UNG) Maria Marques, os pais devem acompanhar os filhos em todas as atividades que envolvem o mundo virtual. "As mensagens subjetivas na construção do universo psicológico transcendem os espaços virtuais para a percepção do que é real e do que deve ser mantido apenas na esfera da imaginação", explica.

A psicóloga comenta que os pais precisam conscientizar os filhos sobre o uso da tecnologia e orienta a buscar por profissionais, caso sintam dificuldades. Ela também explica que limitar o acesso pode funcionar com crianças, mas esse procedimento deve ser repensado no momento em que esses jovens se tornarem adolescentes. "Isso se estabelece mais como uma ação coercitiva de controle do que a real conscientização do próprio usuário. Para jovens e adolescentes não representa uma alternativa com grande probabilidade de êxito, pois existem meios de 'burlar' estes controles", finaliza.

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