Executivo reduziu mulheres na franquia 'Assassins Creed'
Serge Hascoët teria interferido no desenvolvimento dos jogos da Ubisoft e foi demitido após acusações de assédio sexual e comportamento abusivo
De acordo com uma reportagem publicada pela Bloomberg na última terça (21), o ex-executivo da empresa de jogos Ubisoft Serge Hascoët teria diminuído o desenvolvimento de personagens femininas nos jogos da franquia "Assassins Creed". A justificativa seria, na visão do empresário, a de que mulheres não vendem jogos.
O relato foi feito por vários desenvolvedores e ex-funcionários da empresa. De acordo com eles, a prática ocorria desde "Assassins Creed Syndicate" (2015), onde o jogador pode controlar dois irmãos, Jacob e Evie, mas o tempo de Evie foi reduzido em comparação ao do irmão.
Algo parecido aconteceu em "Assassins Creed Origins" (2017). De acordo com os ex-funcionários, o protagonista Bayek morreria em algum ponto da história, e o jogador assumiria o controle de sua esposa, Aya, durante o resto do jogo. A ideia foi descartada, e a personagem esteve disponível apenas em um pequeno trecho do game.
O caso mais recente aconteceu no último jogo da franquia, "Assassins Creed Odyssey" (2018). No game, a personagem Kassandra estava sendo planejada como única protagonista, mas Hascoët não teria aprovado a ideia e os desenvolvedores tiveram que adicionar a opção do jogador escolher entre a Kassandra e Alexios.
A prática de escolher entre um personagem masculino ou feminino foi mantida para o próximo jogo da série, "Assassins Creed Valhalla", que com lançamento programado para 17 de novembro. Ao que tudo indica, os motivos são os mesmos da versão "Odyssey".
Hascoët foi demitido da Ubisoft em 11 julho após acusações de assédio sexual e comportamento abusivo.