Cinetoscópio de Thomas Edison completa 130 anos

No aniversário do invento cinematográfico, artistas da cidade de Guarulhos lembram a revolução que as imagens em movimento causaram no mundo do cinema

por Alfredo Carvalho qui, 20/05/2021 - 17:58
Flickr/Jim Wall Flickr/Jim Wall

Uma das grandes inovações do cinema, o cinetoscópio, completa hoje (20) 130 anos de criação. O aparelho foi concebido pelo engenheiro William Dickson (1860-1935), que atuava na Edison Laboratories do empresário Thomas Edison (1847-1931) em 1889. O invento era capaz de capturar imagens em movimentos e com isso, se tornou um precursor dos longas-metragens. 

 O fundador do Cineclube Incinerante da cidade de Guarulhos (SP), Edson Murata, lembra que registrar imagens em movimento era um sonho antigo de artistas e cientistas. Com o cinetoscópio, foi possível ir além das imagens  estáticas capturadas pela fotografia. “Depois da ampla disseminação deste aparelho, o mundo das artes, dos espetáculos e do entretenimento nunca mais foram os mesmos porque, a partir dela, foi edificada uma gigantesca indústria cultural e popular”, recorda. 

Para Murata, o cinetoscópio também pode ser considerado o precursor da televisão, dos aparelhos de videocassetes, DVDs e blu-rays. “Até mesmo dos serviços de streaming, pois o que antes era uma apreciação individual de imagens móveis se tornou a exibição de filmes em espaços domésticos e não apenas nas salas de cinema”, explica. 

De acordo com Murata, a cultura contemporânea vive a era do audiovisual e não seria possível imaginar um mundo sem as sensações causadas pelas imagens em movimento, ou pelo som. “Os avanços na linguagem cinematográficas foram extraordinariamente rápidos nestes 130 anos e ainda estão em constante evolução e expansão iniciada por Thomas Edison,  cujo legado e influência são incalculáveis”, realça.

A diretora cinematográfica Janaína Reis, de Guarulhos (SP), acredita que o fato do cinetoscópio não ter sido patenteado possibilitou que a ideia de imagens em movimento fosse aperfeiçoada por outras pessoas, como foi o caso do cinematógrafo, dos irmãos Auguste Lumière (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948). “A partir daí a evolução foi constante e também as formas de usar isso, seja um registro do cotidiano ou de uma história de ficção, como feito por Alice Guy Blache (1873-1968) em 1896 e Georges Meliès (1861-1938), em 1902.  Fato é que a paixão pelas imagens em movimento sempre esteve junto da humanidade, é um fascínio”, destaca. 

Todas as evoluções cinematográficas, que incluem a concepção do cinetoscópio, contribuíram para tornar o cinema o que é hoje. O mesmo ocorre quando a tecnologia muda do analógico para o digital, que facilitou desde as grandes produções até as gravações de filmes caseiros. “Podemos gravar várias vezes a mesma cena e só vamos nos preocupar com espaço no cartão de memória, antes isso era muito difícil pois custava caro rodar filmes em película”, relata Janaína. 

Embora existam diversas evoluções tecnológicas na produção de filmes, Janaína destaca que cinema é arte e necessita de pessoas para existir. “As técnicas mudam, tecnologias avançam, mas o cineasta e seu olhar curioso sobre o mundo estão sempre lá”, afirma.

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