5G: veja quais as maiores novidades da nova tecnologia

Especialista projeta como deve ficar o cenário tecnológico e o mercado de trabalho com o upgrade da internet móvel

por Rafael Sales seg, 08/11/2021 - 15:47
Lickr/Agência Brasília - Foto: Paulo H. Carvalho Lickr/Agência Brasília - Foto: Paulo H. Carvalho

Novembro já começou com diversos lançamentos e novidades sobre a quinta geração da tecnologia móvel, já que o Governo Federal realizou na última semana o primeiro leilão 5G, evento promovido pelo Ministério das Comunicações e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Ao todo, o leilão rendeu cerca de R$ 46 bilhões, e assim, diversas operadoras e empresas levaram consigo lotes de frequência. A nova tecnologia vai passar a ser ofertada no mercado brasileiro a partir de julho do próximo ano. Mas afinal, o que é o 5G, e quais as maiores novidades em relação a sua tecnologia?

De acordo com Flávia Cruz, coordenadora da divisão técnica, telecomunicações e conectividade do Instituto de Engenharia de São Paulo, a tecnologia que envolve o 5G vai trazer para os usuários maior velocidade de resposta no aspecto da comunicação móvel. “Ou seja, ficará bem mais rápido fazer downloads de filmes e vídeos, a baixa latência [tempo de espera para um dispositivo responder ao comando] permitirá o uso remoto de tecnologias, além da comunicação máquina-a-máquina, base da automação e aplicação do IoT [Tecnologia das Coisas] e das Cidades Inteligentes”, explica.

Vale lembrar que a quinta geração de internet móvel não vem apenas para ser uma nova tendência entre os consumidores, já que do ponto de vista do mercado de trabalho ainda podem surgir novas ofertas e demandas. Segundo Flávia, é possível que haja uma descentralização cada vez maior quando se trata da força de trabalho, visto que muitas aplicações, ainda que sejam críticas, poderão ser executadas de maneira remota.

A especialista completa dizendo que diante desse cenário envolvendo tecnologia móvel, grandes computadores e notebooks ainda vão continuar sendo usados, mas entre os jovens, estes serão itens cada vez menos utilizados. “Embora os smartphones possam ter potência de processamento e internet tão bons quanto, falta ainda a memória no celular, neste ponto, a computação em nuvem será impulsionadora do uso cada vez menor de aparelhos exclusivamente dedicados à computação”, projeta.

Acessibilidade

De acordo com dados da Anatel, mesmo com a tecnologia do 4G em voga, mais de 33 milhões de brasileiros ainda utilizam a geração anterior, o 3G. Por conta disso, há a discussão sobre o quanto os novos recursos tecnológicos são democráticos, e se eles podem abranger parte da população que ainda não possui ferramentas para utilizá-los. Para a especialista em tecnologia, a democratização dos recursos já está sendo feita, principalmente pelas empresas que adquiriram lotes que têm como requisito o fornecimento da tecnologia 4G em localidades que ainda estão com o 3G.

Assim, é importante desmistificar que a nova geração não vai ser a responsável por tornar as outras tecnologias mais escassas, mas sim o desenvolvimento de aplicações suportadas por tais tecnologias. “Com o tempo, os desenvolvedores deixarão de atualizar os aplicativos, e eles não serão mais suportados. Os celulares que funcionam com tecnologias anteriores continuarão funcionando na rede 5G, apenas não aproveitam dos benefícios do baixo tempo de resposta por conta da configuração de antenas e processar”, esclarece.

 

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