Homem denuncia golpe de R$ 143 mil após roubo de celular

Quantias altas foram transferidas durante um retorno e bloqueio lentos das empresas envolvidas

por Vitória Silva sex, 06/05/2022 - 18:23
Reprodução/Twitter Golpistas chegaram a alterar limite do Pix da vítima para R$ 90 mil Reprodução/Twitter

O agente de talentos Bruno de Paula, conhecido como VanDep, relatou em suas redes sociais o susto que levou após ter o celular roubado em Guarulhos, na capital paulista, enquanto realizava o trajeto de volta para casa, em um táxi local, na sexta-feira (29) passada. Apesar da frustração e do medo causados pelo crime, o que veio a seguir acabou sendo bem pior: o autônomo teve R$ 143 mil roubados pela suposta quadrilha em posse de seu aparelho telefônico. 

De acordo com a vítima, as coisas começaram assim: ele retornava de uma viagem de três semanas em Barcelona, na Espanha, onde foi acompanhado da namorada. No caminho de volta, saída do aeroporto de Guarulhos, uma pessoa deu um "bote" no celular pela janela do táxi onde Bruno estava. O suspeito não pôde ser alcançado ou identificado à ocasião. Segundos depois, a vítima lembrou que o aparelho celular estava desbloqueado, mas que os seus aplicativos bancários exigiam reconhecimento facial e, em tese, só permitiriam acesso sob sua presença, mas não foi o que aconteceu. 

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Ao chegar em casa, Bruno usou um aparelho antigo e com acesso liberado às suas contas, para tomar as providências necessárias, e notou que já havia perdido R$ 27 mil em pagamentos feitos pelo aplicativo do Nubank. R$ 5 mil, R$ 8 mil, R$ 5 mil e R$ 9 mil, respectivamente, em apenas minutos. 

Bruno alega ter denunciado a situação ao Nubank, "que nada fez", e também ter solicitado o bloqueio do chip e do aparelho telefônico à operadora Claro, que garantiu a medida. Ainda de acordo com o denunciante, o PagSeguro e Mercado Pago, que operam os boletos bancários pagos, também não ajudaram. 

Um boletim de ocorrência foi aberto para o caso, já sob responsabilidade da Delegacia de Crimes Virtuais da Polícia Civil. No dia seguinte, Bruno foi acordado pela namorada, que recebeu uma mensagem de "bom dia mor" do número antigo. Ou seja, a quadrilha ainda se passava por Bruno e tinha acesso ao número antigo e ao celular. 

No aparelho reserva, chegaram mais notificações de uma continuação do golpe. Desta vez, transferências através do aplicativo do Bando do Brasil. Dois empréstimos, duas transferências tipo TED e um pix, todos somando o montante de R$ 116 mil. 

"Não consigo explicar o que eu tava sentindo nessa hora. É uma violação tão grande, um vírus que invadiu minha vida e fiquei sem o que fazer. Mexeram em tudo e nenhuma empresa ajudou", escreveu Bruno. 

A vítima compartilhou ainda compras feitas pelos criminosos e conversas em um aplicativo de entrega. "Passei as próximas horas absorvendo tudo isso e ligando pras empresas de novo. Achei que o inferno tinha acabado, até começar a receber ligação de entregador do iFood p*to que eu não aparecia. Os fdp pediram 7 garrafas de whisky, cada uma de R$329. Fizeram uma festinha", continuou. 

Na última segunda-feira (2), Bruno de Paula foi à agência do Banco do Brasil onde tem conta e chegou a ser atendido, mas não teve uma resposta imediata. Até essa quinta-feira (5), os dados e recursos do agente seguiam sob acesso dos golpistas. "Toda vez que chega e-mail, acho que tão tentando invadir. Acordo de hora em hora pra olhar. Não tenho paz, não tô comendo nem dormindo. Só quero que acabe", lamentou. 

Nas respostas dos bancos, o procedimento foi padrão, como o de qualquer outra ocorrência. No Nubank, Bruno chegou a receber uma mensagem automática, apesar da gravidade do crime e dos valores subtraídos.  

Após a repercussão do caso nas redes, o autônomo publicou que recebeu resposta dos bancos e foi garantido sobre o ressarcimento dos valores. O caso passará por apuração interna nas instituições bancárias e deve ser investigado pela Polícia Civil. 

Confira o fio com a história completa: 

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