Enem: Colégio do Ceará vai entrar na Justiça contra o MEC

por Dulce Mesquita qui, 27/10/2011 - 10:30

O Colégio Christus, de Fortaleza (CE), pretende entrar na Justiça contra a decisão do Ministério de Educação de anular a Exame nacional do Ensino Médio (Enem) dos 639 alunos da instituição. O MEC anunciou ontem (26) que os estudantes irão refazer a prova nos dias 28 e 29 de novembro.

Em nota, a direção do colégio considerou que a medida é “ilegal e abusiva”, já que o próprio ministério informou que não houve vazamento da prova e que as questões constavam num pré-teste do Enem, realizado em 2010. “A medida legalmente aplicável seria a anulação das questões coincidentes, e não a submissão dos alunos do colégio a novos exames, especialmente porque a divulgação, 10 dias antes da prova do Enem, alcançou o público em geral, não tendo sido restrita aos alunos do Colégio Christus”, constava a nota.

Segundo o colégio, a decisão do Ministério da Educação não resolve o problema e pune os estudantes que não cometeram nenhum ato ilícito. O procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho, informou que vai pedir a anulação da prova para todos os candidatos.

REDES SOCIAIS
A notícia da anulação da prova do Enem para os alunos do colégio do Ceará foi tema de vários comentários de internautas no Twitter e Facebook. Para boa parte deles, o correto seria cancelar a prova para todos os estudantes. “Quem garante que outras pessoas não tiveram acesso às questões?”, indagou Priscila Ferreira. Já há quem prefira que as questões em discussão sejam anuladas. “Não dá pra fazer todo mundo passar por isso de novo. É um absurdo”, protestou Caio Silva.

O CASO
Os itens vazaram durante a fase de pré-testes do Enem, da qual participaram alunos da escola cearense em outubro do ano passado. O pré-teste é feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para avaliar se as questões em análise são válidas e qual é o grau de dificuldade. Os cadernos de questões do pré-teste deveriam ter sido devolvidos após a aplicação e incinerados pelo Inep. A direção do Colégio Christus acredita que os estudantes devem ter repassado esses itens para um banco de questões próprio da escola, usado para confeccionar material preparatório.

Para o MEC, o fato configura quebra de isonomia e, por isso, há a necessidade de aplicar uma nova prova para os alunos do colégio. O ministério informou ainda, em nota, que, em caso de envolvimento da instituição de ensino ou de terceiros, “manifesta desde já sua intenção de processá-los civil e criminalmente”. A Polícia Federal continuará investigando o caso.

A denúncia de vazamento de questões do último Enem começou a circular nas redes sociais – Facebook e Twitter – depois que candidatos que tiveram acesso a uma apostila distribuída pelo Colégio Christus perceberam que cerca de dez questões eram idênticas às cobradas na prova do fim de semana.

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