Nem só de números vive um economista
O profissional também deve ter um estudo aprofundado da história social e política da região onde irá trabalhar
Uma profissão que, a princípio pode assustar quem não se identifica com a área de exatas. Mas olhando de perto e pesquisando sobre o curso de economia, os estudantes se surpreendem ao saber que se trata de uma graduação no campo das ciências sociais.
A grande função de um economista é analisar o ambiente econômico, executar planejamentos, examinar projetos e, para isso, é preciso um embasamento teórico da sociedade onde irá aplicar esses preceitos. O crescimento econômico do Brasil e a numerosa demanda de exportações fez surgir grandes oportunidades nessa área.
FORMAÇÃO
A graduação é feita em quatro anos, mas o profissional precisa estar sempre se atualizando. O curso engloba as disciplinas de introdução à economia, estatística, introdução às ciências sociais, cálculo, sistemas econômicos, entre outras. O professor Ziomam Lins, coordenador de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) afirma que a profissão foi reconhecida em 1948, mas no decorrer dos anos, os cursos sofreram mudanças para acompanhar o crescimento mundial.
Os profissionais formados podem escolher duas vertentes para se especializar: a macro ou a microeconomia. Essas disciplinas juntas formam os dois pilares mais fortes do curso. Quem escolhe a macroeconomia pode se dedicar às relações econômicas e financeiras internacionais de um país, de uma região ou de uma comunidade. Mas quem prefere o caminho da microeconomia vai se deparar com planejamentos econômicos e financeiros do negócio, controlando gastos e custos e fazendo previsões sobre o mercado.
Mas antes de tomar a decisão de que área da ciência econômica irá se dedicar, o estudante deve saber que o curso não oferece só um estudo dos números. História foi a disciplina que surpreendeu e atraiu a atenção de Barbara Luz, estudante do 7°período de economia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). A universitária explica que a decisão pela profissão veio por acaso. “Eu costumava fazer testes vocacionais e o resultado sempre dava economia, então decidi procurar mais sobre o curso e me surpreendi ao me deparar com história, disciplina que sempre gostei”, conta Barbara.
Os profissionais podem, ainda, optar em trabalhar desde a área de finanças até os campos culturais de uma região. De acordo com o professor da UFPE, Ziomam Lins, a economia visa uma “formação humanística, de acordo com a realidade do país”, por isso se faz necessária uma instrução mais aprofundada sobre as outras disciplinas da área de humanas.
Sendo única mulher da sala, Bárbara se diz confiante no futuro da profissão e faz planos para trabalhar com câmbio e bolsa de valores. “Gosto da macroeconomia e é nela que vou investir apesar dessa formação oferecer um leque muito grande de possibilidades no mercado de trabalho”, declara. Os economistas graduados possuem uma diversidade de opções na hora de escolher onde investir profissionalmente. Setor público, empresas de consultoria, bancos e instituições financeiras, iniciativa privada, instituições de pesquisa e organizações não governamentais são só algumas áreas que necessitam desse graduado.
Valdeci Monteiro, sócio-diretor da Ceplan, empresa de consultoria econômica, explica que a profissão está novamente em ascensão. “Depois da crise econômica mundial e o esvaziamento dos cargos de setor publico, o investimento do Brasil no mercado interno está trazendo mais oportunidades para os profissionais de economia”, declara. Monteiro ainda lembra do grande “bum” econômico do estado de Pernambuco. O investimento em construção civil, na construção de Suape e do Estaleiro Atlântico Sul fez com que a região crescesse economicamente até mais do que o próprio País. De acordo com o profissional, o estudante deve investir no que gosta para se destacar no mercado. “Um economista hoje em dia, pode trabalhar em muitos campos, basta escolher e sempre investir no estudo”, orienta.
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