Geologia: o estudo da terra
Profissionais da área têm grande facilidade de ingresar no mercado de trabalho
Estudar a origem, a formação, a estrutura e a composição da terra e de outros elementos naturais, esse é o trabalho de um geólogo. O profissional investiga a ação das forças das natureza, como por exemplo o tempo, e sobre o planeta, para isso, é preciso uma análise de materiais encontrados no solo, como fósseis e minerais. O objetivo de tanto trabalho é encontrar subcídios para uma utilização mais sustentável desses elementos.
O curso de graduação em geologia está sendo cada vez mais procurado em universidades e faculdades em todo o país, e muitas instituições, como o Centro Universitário Maurício de Nassau (UniNassau), estão lançando o curso devido a grande demanda de estudantes interessados. O vice-coordenador de geologia da Universidade Federal de Pernambuco, Gelson Fambrini, afirma que a graduação recebe cerca de 40 alunos por ano, sendo 20 em cada entrada do vestibular. Fambrini explica que o currículo acadêmico do curso é formado por três blocos: o ciclo básico, onde os alunos pagam as cadeiras junto com os demais estudantes do Centro de Tecnologia e Geociência (CTG); o ciclo formador, quando são aplicadas disciplinas voltadas para o estudo da geologia como petrografia (descrição e análise de rochas), sedimentologia e paleontologia; e o ciclo profissionalizante, quando o aluno escolhe as cadeiras eletivas de acordo com o que pretende direcionar a sua carreira. “Para cursar essa última fase da graduação, o estudante já deve ter uma bagagem e saber o que vai querer dali pra frente”, aconselha Fambrini. O curso é composto por dez períodos, totalizando cinco anos de formação.
O professor Gelson Fambrini conta que o aluno desse bacharelado possibilita muito trabalho de campo. “Geologia é um curso misto, usamos o laboratório e temos que saber da teoria, mas na substitui o campo”. Considerada uma ciência exata da terra, os vestibulando que optarem pelo curso encontraram algumas cadeiras de cálculo logo no ciclo básico. “Tínhamos um número grande de desistências nos primeiros períodos por causa das disciplinas de exatas, mas isso já vem diminuindo. Tentamos formar um aluno o mais completo possível para que ele possa ser desde um cientista a um consultor”, afirma o docente.
Devido a grande abrangência que tem a carreira, estudantes acabam descobrindo um curso diferente dos tradicionais. O universitário do 8° período de geologia da UFPE, Paulo Brandão, afirma que nunca tinha pensado em fazer e foi influenciado por alguns amigos. “Na época do meu vestibular, alguns amigos falavam sobre a graduação e como eu me indentificava com disciplinas como geografia e física, resolvi arriscar”. Paulo está a um ano para entrar de cabeça no mercado de trabalho, conta que várias empresas disponibilizam incentivos a alunos da graduação como bolsas do CNPq. O estudante que seguirá na área de sedimentologia, explica que os graduandos devem estar abertos à oportunidades de trabalho em outros estados, não só em Pernambuco, que também está crescendo graças aos investimentos como o Porto do Suape, com atividades como estudo de impacto ambiental.
O mercado de trabalho está bastante aquecido para o geólogo, não só pela descoberta de petróleo na camada do pré-sal, mas também por causa de obras que estão sendo realizadas no país. O profissional Tiago Siqueira, trabalha com geologia estrutural em reservas de petróleo, um dos campos mais procurados por estudantes em início de carreira. Siqueira explica que os graduados podem optar por uma formação em geofísica, geologia ambiental, geologia do petróleo, hidrogeologia e mineração. Ele também pode ser requisitado por laboratórios de pesquisa científica e tecnológica. Ministérios públicos federais e estaduais também são órgões que solicitam profissional em geologia forense - contratado para fazer perícias baseadas nas técnicas da geologia. Também doutorando da área, Siqueira afirma que acima de tudo, o trabalho de um geólogo faz parte de um conjunto. “Trabalhamos diretamente com engenheiros, biólogos e outros profissionais e dependemos uns dos outros para um trabalho bem feito”, conta Siqueira, que ainda explica que o “nosso trabalho é conversar com as rochas, saber da origem delas e desfrutar corretamente disso. Na verdade, elas conversam com a gente, nós só temos que entender”.