Aulas na UFRPE serão retomadas na segunda-feira (24)
Professores da Rural votaram pelo fim da greve na manhã de hoje
Por Carlos Alberto Prado
Os docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), seguindo o Comando Nacional de Greve (CNG), anunciaram na manhã desta segunda-feira (17) o fim da greve mais longa das universidades públicas brasileiras. A categoria se reuniu na Associação dos Docentes da UFRPE (Aduferpe), no bairro de Dois Irmãos, no Recife, e votou a favor, com apenas um voto contra, pelo encerramento da paralisação, que nesta segunda completou 124 dias.
A paralisação foi suspensa hoje, contudo a UFRPE terá até a próxima sexta-feira (21), para definir o novo calendário letivo. Assim o indicativo de retorno das aulas é para a próxima segunda-feira (24).
A greve teve início dia 17 de maio e completaria quatro meses nesta segunda. Entre as reivindicações estavam a criação de um plano de carreira e também a adoção de percentuais de acréscimo salariais de acordo com a titulação e regimes de trabalho. O governo autorizou um aumento de 15,8% dividido em três parcelas, pagas até 2015.
Já o plano de carreira, a principal reivindicação dos grevistas, segue em análise no projeto de lei (PL) 43680/12, em regime prioritário por comissões de trabalho, mas ainda passará por várias fases, até a definição do texto, que só deve acontecer em novembro.
Entre os pontos levantados durante a assembleia, Hélio Cabral, representante do Comando Local da Greve (CLG), defendeu que a paralisação foi muito positiva, ainda que não tenham sido alcançadas todas as reivindicações. “Encerramos sabendo que a luta será mantida.”
Hélio ainda destacou a necessidade de continuar a cobrança em alguns pontos, ainda sem resposta do governo, como por exemplo as obras nos campus de Serra Talhada e Garanhuns, além da necessidade de novas contratações e principalmente a definição da PL. “O governo iniciou a greve prometendo não negociar conosco. Hoje, encerramos sabendo que tivemos grande êxito, mas precisamos lembrar que a grande luta é pelo plano de carreira e pela qualidade de ensino”, completou o sindicalista.
O estudante Rodrigo Cavalcante, aluno de Física, apoiou a greve e lembrou que pouco foi alcançado. “É um descaso com a educação e com a figura do professor. Foi tempo demais e benefícios de menos”, destacou o aluno do curso de Física.
Entretanto para alguns professores, é importante lembrar que a união da classe foi um ganho. “Certamente nossa caminhada, daqui para frente, será diferente”, destacou o professor João Morais. Durante a assembleia ainda foi decidido uma nova reunião para a próxima semana, sem data definida, para discussão de outros assuntos da pauta.
Confira o vídeo com Hélio Cabral: