Sisu: Quase metade dos estudantes é cotista
Mais de 800 mil estudantes optaram por concorrer à reserva de 12,5% das vagas
Depois de divulgar o resultado da primeira chamada do Sistema de Seleção Unificado (Sisu), o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, avaliou como positiva a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Sisu. "Estamos encerrando um ciclo que começou com o Enem. Tivemos um avanço expressivo em relação às nossas experiências anteriores", considerou.
O número de estudantes cotistas também surpreendeu o MEC, já que 864.830 inscritos optaram por concorrer à reserva de 12,5% das vagas, como determina a Lei de Cotas. "Esse foi um salto extraordinário. E estamos satisfeitos porque esse é um sistema novo que estamos querendo implantar. E ter quase a metade de inscritos da escola pública é um passo importante", frisou o ministro. "Permitir que o estudante concorra a cursos em várias instituições através de um mesmo processo é muito positivo. Antes, a mobilidade só existia para quem tinha dinheiro e podia fazer vários vestibulares", destacou.
Entre os estudantes cotistas, 349.904 declararam ser pretos, pardos ou indígenas e terem renda familiar per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo. Outros 193.238 entraram no recorte racial independentemente da renda. Sobre a renda específica, 168.243 concorreram por terem renda familiar per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e outros 153.445 optaram pela cota, independentemente da renda.
Para Mercadante, as políticas afirmativas e o investimento em qualidade da educação pública têm dado resultado. "Percebemos uma diminuição na diferença das notas de corte dos alunos de escola privada e pública. A escola pública ainda tem a nota um pouco inferior, mas esse é um bom começo", salientou. "Mas não é nada que nos faça cruzar os braços e descansar. O MEC tem que continuar trabalhando para que a escola pública seja tão boa quanto a privada", completou.
Cinco universidades federais foram as mais procuradas: do Ceará, do Rio de Janeiro, Fluminense, Rural de Pernambuco e de Alagoas. Também estão na lista de mais buscadas: a Universidade Estadual do Piauí, a Universidade Federal de São Carlos, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo e a Universidade Federal de Mato Grosso.
O curso mais concorrido foi o de gestão pública do Instituto Federal de Brasília, com 12.221 inscritos para 45 vagas. Os cursos de medicina das universidades federais de Juiz de Fora, ceará e do Acre também estiveram no ranking dos mais concorridos.
Sobre a demanda, Mercadante avalia que a procura é equilibrada em todas as regiões. "Não existe uma demanda maior numa região. Claro, que na região Sudeste e Sul muitas instituições não aderiram ao Sisu, mas a demanda é equilibrada", disse.
Desde a edição de 2010 do Sisu, houve um aumento no número de inscritos e oferta de vagas. Em 2010, 890.902 pessoas se inscreveram para quase 48 mil vagas em 1.319 cursos. Em 2013, foram 1.949.958 inscritos para 129.319 vagas ofertadas em 3.752 cursos de 101 instituições públicas do ensino superior. "Infelizmente, muita gente vai ficar de fora. Mas é por isso que oferecemos outras opções - como o ProUni, o Fies e o Pronatec - para quem deseja continuar estudando", finalizou o ministro.
Processo - Os estudantes já podem conferir o resultado da primeira chamada do Sisu na internet. As matrículas deverão ser feitas dos dias 18 a 22 de janeiro. O resultado da segunda chamada sai no dia 28 deste mês, com matrículas entre os dias 1º e 5 de fevereiro. Se sobrarem vagas, as instituições convocaram os estudantes que estiverem nas listas de espera. O período de adesão vai de 28 de janeiro a 8 de fevereiro e a convocação pode ocorrer a partir de 18 de fevereiro.