Pernambucano é medalhista na Olimpíada de Matemática
Victor Reis, de 16 anos, estreou na competição e volta da Colômbia com medalha de prata
Entre 528 competidores de 27 países, o pernambucano Victor Reis, de 16 anos, foi um dos medalhistas da 54ª Olimpíada Internacional de Matemática (IMO, na sigla em inglês), em Santa Marta, na Colômbia, no último final de semana.
Além dele, Rodrigo Sanches Ângelo (SP) e Rafael Miyazaki (SP) foram os mais bem colocados do Brasil, conquistando as medalhas de prata, enquanto Franco Severo (RJ), obteve o bronze. Os estudantes, Alessandro Pacanowski (RJ) e Victor Bitarães (MG) receberam menções honrosas no certame. Com este resultado o Brasil ficou em 28° lugar entre os países participantes. A equipe foi liderada pelos professores, Edmilson Motta (SP) e Onofre Campos (CE).
Antes de viajar à Colômbia, a delegação brasileira participou de um período de treinamento intensivo, realizado nas cidades de São Paulo e Brasília, que incluiu a realização diária de simulados das provas, sessões de problemas e aulas de preparação para a competição.
A competição
A Olimpíada Internacional de Matemática, que ocorre desde 1959, é a mais prestigiada e concorrida competição do gênero no mundo. Os objetivos do evento são descobrir, estimular e desafiar jovens talentos para a matemática, fomentar relações internacionais de amizade e criar uma oportunidade para o intercâmbio e informação sobre o estudo da disciplina entre os países participantes.
Nesta edição, participaram estudantes dos ensinos fundamental e médio com idades entre os 15 e 18 anos. Durante a competição, os jovens enfrentaram duas provas realizadas nos dias 23 e 24 de julho. Em cada dia, os concorrentes tiveram quatro horas e meia para resolver três problemas de matemática, inéditos, propostos pelos países participantes e selecionados por um júri internacional, composto por 95 professores líderes. Os problemas da prova incluíram as disciplinas da álgebra, teoria dos números, combinatória e geometria. Cada problema vale sete pontos, que somados dão a pontuação final para a obtenção das medalhas. Este ano não houve nenhum estudante que atingisse os 42 pontos, pontuação individual máxima possível na disputa.
Durante os dias 25 e 26 o tribunal de coordenação, integrado por 51 especialistas que foram indicados pelo país organizador, realizou as correções dos problemas resolvidos pelos competidores. Esta correção de exames implica que os líderes e vice-líderes de cada delegação avaliem e defendam as soluções dos seus estudantes ante o tribunal, trabalho que foi fundamental na obtenção dos resultados da equipe brasileira.
Brasil participa da competição desde 1979 e acumula desde então um total de 105 medalhas, sendo 9 de ouro, 30 de prata e 66 de bronze, o que o torna o país latino-americano com maior número de medalhas na competição. No próximo ano o evento acontecerá na cidade de Cape Town, África do Sul.
Como participar da IMO
Os estudantes que representam o Brasil na IMO são selecionados pela Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), competição realizada anualmente nas escolas públicas e privadas em todo o país. Para integrar a equipe, os jovens passam por um intenso processo de seleção, que considera a colocação conquistada na disputa nacional, além dos resultados obtidos em cinco provas seletivas e de listas de exercícios que são resolvidas ao longo de seis meses.
Para participar da OBM, o cadastro deve ser feito pela escola diretamente no site da competição, entre os meses de março e abril de cada ano. Depois, os alunos interessados devem fazer a inscrição com o professor responsável em cada escola.
A Olimpíada Brasileira de Matemática é um projeto conjunto do Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (IMPA) e da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), que visa estimular o estudo da matemática, contribuir para a melhoria do ensino no país, identificar e apoiar estudantes com talento para a pesquisa científica e selecionar e preparar as equipes brasileiras que participam das diversas competições internacionais de matemática. A iniciativa conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), do Ministério de Educação (MEC) por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Matemática (INCT-Mat).
Com informações da assessoria