Frango frito à moda coreana agora quer ganhar o País

Negócio vai na linha de um movimento atual, que é o da cozinha étnica

ter, 18/11/2014 - 08:10

No Brasil, a Coreia do Sul é associada a carros, celulares e outros itens de tecnologia. Agora, um grupo de empresários pretende mudar esse cenário com uma aposta na culinária. Mas, em vez de difundir a cozinha tradicional do país, como fizeram japoneses e italianos, eles investem em um prato que caiu no gosto do sul-coreano nos últimos 50 anos: o frango frito.

A K-Pop Chicken, dos sócios Sun Kwon Kim, Rafael Shu, Renato Dianese e Gabriel Asakura, é uma das primeiras a surfar essa onda. "Queremos mostrar essa nova cara da Coreia, que é rica e moderna", explica Shu, cujo restaurante-laboratório está localizado a duas quadras do metrô Santa Cruz, na zona sul de São Paulo.

Eles entraram em contato com uma das principais fornecedoras da cadeia do frango frito na Coreia, de quem adquiriram não apenas informações sobre o processo, mas também importaram maquinários e até a farinha usada para empanar o produto - a receita completa do frango frito, aliás, leva 17 ingredientes. O restante do menu mistura cozinha coreana, brasileira e americana.

Do planejamento até a abertura, no fim do ano passado, foram cinco anos de preparação e R$ 3 milhões em investimentos. Hoje, os sócios contabilizam um público de 6 mil pessoas e faturamento médio de R$ 180 mil por mês.

Desde novembro, uma consultoria de franchising prepara a expansão do modelo. Antes de iniciar esse processo, eles pretendem abrir outros três modelos de loja para testar as possibilidades do negócio.

Concorrência

Outra empresa que aposta no frango frito é a BBQ Chicken, uma das maiores marcas coreanas, com mais de 4 mil unidades no mundo. Na América do Sul, o responsável é Thomas Choi, que adquiriu a franquia master para a região. Com uma unidade aberta no fim de 2012 também na zona sul da capital paulista, Choi passou dois anos adaptando o cardápio ao gosto brasileiro e, agora, começa a expansão. "Achamos que a região tem potencial para 2 a 3 mil unidades, metade no Brasil."

Para o consultor Sergio Molinari, especialista em food service, o negócio vai na linha de um movimento atual, que é o da cozinha étnica. "É o que fazem os foodtrucks, sensação em São Paulo." Por outro lado, o especialista observa que, enquanto o paulistano é afeito a novas tendências, o mesmo pode não ser verdade para outras regiões do País, o que pode ser um desafio à expansão. "Mas a proposta é bem fácil de se encaixar no gosto brasileiro. Afinal, estamos falando de frango frito." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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