O espírito empreendedor universitário nas empresas júnior
Estudantes, mesmo trabalhando como voluntários, afirmam que essa é a melhor forma de adquirir experiência mercado
A visão empreendedora de um jovem é um dos maiores benefícios do início de uma carreira. A vida profissional se inicia quando os estudantes frequentam as salas das universidades. Para os estudantes, o ingresso em uma empresa júnior é a melhor forma de aliar a teoria vista no dia a dia das aulas à prática de participar ativamente de uma empresa. Além disso, para os visionários acadêmicos empreendedores, o Brasil pode ser mudado para melhor por meio da fomentação da criação de empreendimentos, transformando seus membros e, consequentemente, o meio onde vivem.
A Confederação Brasileira de Empresas Juniores é a representante do Movimento Empresa Júnior (MEJ), uma organização especializada em estimular e dar suporte às empresas juniores de todo o Brasil. Em várias localidades do País, as empresas estão presentes. Os estudantes têm a oportunidade de participar das atividades básicas de uma empresa e até mesmo de chegar à presidência de uma companhia.
O estudante Abelardo Melo, 21, está no quarto período do curso de administração da Universidade de Pernambuco (UPE) e é presidente da FCAP Jr. Consultoria, da UPE. A FCAP Jr. oferece consultoria a pequenas e médias empresas a baixo custo.
“Os membros gerem a empresa, ou seja, são totalmente responsáveis por ela”, conta Melo. Todos os integrantes são voluntários e não recebem nenhuma remuneração pela participação. “Todos nós aqui somos estudantes universitários voluntários. Nosso objetivo é, além de crescer profissionalmente, desenvolver profissionais capazes na sociedade”, afirma. Para ele, mesmo sendo voluntário, estar em uma empresa júnior é muito melhor do que estagiar em uma empresa convencional. “Eu abdiquei de estagiar remuneradamente para estar na empresa júnior. Foi a melhor coisa que eu fiz do ponto de vista do aprendizado”, diz.
A estudante de administração Nathália Alecrim está no quarto período de administração na UPE e também faz parte da FCAP Jr., ocupando o cargo de gerente de projetos. Ela acredita que o fato de participar de uma empresa, na prática, é o melhor meio de aplicar o que aprendeu teoricamente. “A diferença em participar de uma empresa júnior é que eu posso ocupar cargos primordiais dentro dela”, conta. Para a estudante, o Movimento Empresa Júnior é de fundamental importância no crescimento profissional do futuro administrador. “O MEJ dá muita oportunidade de o estudante se desenvolver profissionalmente”, completa.
O ideal de mudança partindo do indivíduo é um dos princípios do jovem Thiago Castelo Branco. O estudante do sétimo período de administração da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) já trabalhou na empresa de consultoria da UFPE – ACE Consultoria – e atualmente é presidente da Federação de Empresas Juniores do Estado de Pernambuco (FEJEPE). Segundo o estudante, ainda há muito o que se fazer no Estado para garantir melhorias na área empreendedora juvenil. “A FEJEPE lança programa de visitas em todo o Estado para disseminar e fazer o conceito de empresa júnior crescer na Região Metropolitana do Recife e no interior de Pernambuco”, destaca. De acordo com Thiago, a capital pernambucana abriga cerca de 90% de todas as empresas juniores do Estado. “Existem cerca de 30 a 40 empresas júnior em Pernambuco e a maioria está concentrada em Recife. O objetivo da FEJEPE é espalhar o conceito do movimento”, completa.
Para abrir uma empresa júnior, os interessados precisam necessariamente estar matriculados em uma instituição de ensino superior, que por sua vez deve oferecer uma sala onde funcionará o escritório e uma linha telefônica. Mais informações podem ser obtidas por meio do edital do Selo Empresa Júnior, publicado pela Brasil Júnior.