Páscoa, chocolates e oportunidade de lucro

Neste período, empresários aproveitam para comercializar doces que rendem um bom dinheiro. Porém, é preciso saber investir para que o comércio continue bem durante todo o ano

por Camilla de Assis qui, 02/04/2015 - 11:30

A época da Páscoa tem como característica ovos de chocolate e doces diversos. Não se trata apenas de um período para ganhar quilos a mais na balança, mas também é uma fase para lucrar. É por isso que muitas pessoas resolvem investir na produção dessas sobremesas, porém, é preciso ter cuidado no investimento e conhecer o produto para obter sucesso no ramo. Além disso, para conseguir ter uma empresa de sucesso o ano todo, o empresário também deve saber se reinventar e adaptar as receitas pascais para todo o ano.

O analista de orientação de empresas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Victor Abreu, aconselha que os empresários do ramo do chocolate devem ter claro o objetivo da produção. “Quem for abrir um negócio nesse meio precisa saber se vai ser só durante aquela época ou se quer prolongar pelo resto do ano”, disse. O especialista afirmou, ainda, que é necessário que o investidor saiba o que a Páscoa requer de produtos em cada ano, já que os ovos estão sempre se reinventando com os diversos recheios, formatos e opções de sabores. 

Mais além dos ovos, Abreu afirmou que geralmente os investidores pegam o engajamento da Páscoa para trabalhar com o chocolate, mas não ficam apenas nos ovos. “O empresário que faz o ovo também é o que faz a trufa, o brownie, as tortas, os doces para festas. E isso mantém a demanda para todo o ano”, explicou. Gerencialmente falando, o analista recomendou que o empreendedor invista e planeje sempre. “Ele (o investidor) precisa saber o quanto vai gastar e o quanto espera obter de retorno”, orientou Abreu. 

Pensando no bom retorno do investimento culinário, a empresária Libralda Oliveira abriu uma empresa especializada em chocolate. A história começou em 2013, quando a filha de Libralda quis ir a um show gospel. Então a mãe resolveu fabricar brigadeiros para a menina vender na escola e arrecadar o dinheiro para ir ao evento. O negócio deu tão certo que em pouco tempo elas já tinham o dinheiro suficiente para comprar os ingressos. “A partir disso, perguntavam se eu poderia fazer uns doces para vender, para umas festas e eu disse que sim”, contou a mulher. Hoje, a Belodoce Confeitaria fornece brownies, doces e palhas italianas para quatro estabelecimentos comerciais no Recife.

 

Durante a Páscoa, os pedidos crescem muito. “No primeiro ano foram 30 encomendas. Já no segundo, pediram 64. Este ano eu fiz 294 caixas, tendo em cada uma delas oito miniovos de chocolate”, contou a empresária. Na Páscoa deste ano as encomendas foram estagnadas apenas para a fabricação dos mais de dois mil ovinhos. Tudo é feito de forma caseira. Segundo Libralda, o ramo é um meio muito produtivo porque dá para obter grandes lucros. “Eu recomendo que invistam porque dá dinheiro”, aconselhou a empresária. Libralda não revelou quanto é seu lucro, mas, garantiu que o retorno é bastante positivo.

A chef pâtisserie do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Tânia Bastos, afirmou que o mercado informal dos ovos de chocolate compete muito bem com as grandes empresas. “Este ano houve uma queda na produção dos ovos de chocolate das fábricas. E em compensação, aconteceu um acréscimo na venda do mercado informal, como chamamos”, explicou. Isso se deve, segundo a especialista, por conta dos diversos sabores e recheios e pelo custo mais barato. 

 

COMENTÁRIOS dos leitores