Concursos não foram totalmente afetados pelo corte fiscal
Com a corte de gastos que atinge os setores da economia brasileira, concurseiros se sentem inseguros quanto à tão sonhada estabilidade
Com o atual cenário econômico brasileiro, muitos concurseiros estão desgostosos com a perspectiva do setor público. Há os que relaxaram nos estudos, crendo que as aberturais de editais demorarão a acontecer. Outros, ainda se mostram perseverantes e na espera de realizar boas provas, seja quando for.
Apesar da situação de incerteza nos certames, as dicas dadas por especialistas é que os concurseiros se mantenham focados no objetivo: entrar no setor público. Pois, a instabilidade econômica não afetará a realização de provas. O que pode existir seria o retardo na nomeação dos candidatos.
Segundo a professora de direito Cristina Costa, do NUCE Concursos, o momento é mais foco, ainda, nos certames. “O momento de crise que o poder executivo enfrenta não atinge os poderes judiciário e legislativo, já que cada um deles tem sua autonomia. A situação é bem mais branda do que se estava anunciando”, comenta Cristina.
Ela ainda explicou que quem pretende um lugar no setor público pode ficar contente porque a perspectiva é de mais vagas. “Com a possível corte no abono permanência, quem tem a idade para se aposentar não vai ter estímulo de continuar na ativa. Então, essas pessoas vão sair do quadro de funcionários, causando, logicamente, mais vagas para novos trabalhadores”, explica Cristina Costa.
Confira o vídeo com dicas e detalhamentos da professora Cristiana Costa:
O professor de direito constitucional do Espaço Herber Vieira, Douglas Rafael, também partilha de ideia de que a crise não impede a realização de novos concursos, principalmente nos poderes judiciário e legislativo, em todas as esferas. “Foram criadas novas varas no Tribunal Regional Federal (TRF), Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Tribunal Regional do Trabalho (TRT), juntamente com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Assim, têm novos juízes, mas falta servidor para trabalhar”, explica.
O especialista em certames ainda diz que os concursos como Polícia Militar, Polícia Civil e nas áreas de educação e saúde podem ser postergados, mas irão acontecer. Além disso, ainda há a questão da nomeação. “Os concursos públicos podem ser realizados, entretanto, não podem não haver nomeações imediatas. Portanto, é importante que os concurseiros continuem a estudar porque quando os certames acontecerem, a concorrência será grande”, disse o professor Douglas Rafael.
No cenário pernambucano, Douglas Rafael disse que é provável que sejam lançados certames das áreas de educação e da PM. “Depois do da divulgação do concurso da Facepe, uma área pouco explorada, tudo indicada que outras seleções públicas existirão”, detalha.
Quem ainda não desistiu
Mesmo com os comentários de maus tempos para o setor público, há ainda quem não desiste do sonho de ingressar na carreira de estabilidade. O concurseiro Thiago Moura, 25, estava na espera do concurso da Polícia Civil para delegado, mas acabou frustrado. “Com o cancelamento do que eu queria, decidi tentar vários outros certames da minha área [direito]”, disse
Sobre a instabilidade econômica que “atingiu” ou certames, ele é certo: “agora, com esse clima de incerteza, fica difícil saber que rumo tomar, mas mesmo assim estou esperançoso para que, quando o concurso acontecer, seja quando for, eu estarei totalmente preparado para ele”, comentou confiante.