Saiba tudo sobre o curso de ciências da computação

De acordo com o Censo de Educação Superior de 2017, 63.668 mil estudantes ingressaram no curso e 6.259 mil concluíram a graduação no mesmo ano

por Fábio Filho qui, 17/01/2019 - 10:06
LeiaJáImagens Bruno Marques é graduando no curso LeiaJáImagens

O curso de ciência da computação é um dos mais concorridos na área de tecnologia computacional. Um cientista computacional é responsável pela criação de programas de informática, bem como, aplicativos, sistemas de processamento de informações e até mesmo softwares. O curso tem tempo mínimo de quatro anos, podendo ser do tipo licenciatura ou bacharelado, e habilita profissionais recém-formados a atuar em indústrias, instituto de pesquisas ou qualquer empresa que utiliza tecnologia para desenvolver suas atividades.

De acordo com o Censo de Educação Superior de 2017, 63.668 mil estudantes ingressaram no curso e 6.259 mil concluíram a graduação no mesmo ano. O levantamento realizado pelo Ministério da Educação (MEC) aponta que 376 cursos de ciências da computação são oferecidos no país. Ainda segundo o Censo, 281 faculdades e centros universitários oferecem a graduação, sendo 98 desse total em instituições privadas e 183 nas públicas.

Segundo a coordenadora do curso de ciências da computação da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau, Andreia Phillip, o curso proporciona uma visão ampla e sólida da área. “O curso está disposto em quatro anos com oito períodos. A cada período, a composição das disciplinas se dá com o foco no desenvolvimento de competências, o que dá ao candidato a autonomia de participar no desenvolvimento de projetos sempre com a expectativa de estar buscando novos conhecimentos. Além disso, a graduação aborda disciplinas que permitem a perfeita atuação no mercado de trabalho com conhecimento nas áreas técnicas e de gestão”, destaca.

Mercado de Trabalho

O cientista computacional Thiago Pereira Rocha destaca que o mercado aponta uma tendência na demanda por profissionais que trabalhem no modelo home office. Segundo Rocha, esse tipo de atuação pode render uma remuneração acima da média do mercado. “É um trabalho que exige tanto quanto qualquer outro, só que a remuneração é bastante elevada. Se você conseguir produzir e manter essa produção, os salários são expressivamente acima da média”, afirma.

De acordo com Thiago, algumas áreas estão em crescimento contínuo e a demanda por profissionais em todo país aumenta significativamente. “A área de computação gráfica, que é uma área muito comum em jogos, cresceu muito nos últimos anos. Recife é um polo de profissionais especialistas nessa área, temos aqui grupos fortes a nível nacional, que trabalham com computação gráfica nesse sentido de jogos e também em centros de pesquisas, realizando inovações no ramo da tecnologia”, ressalta.

Dividir experiências dentro dos negócios da tecnologia também é uma das possibilidades para aqueles que entram no curso. O graduando Bruno Marques ainda nem se formou e já faz parte do time da PagueBem Brasil, startup residente do centro de inovação Overdrives. Confira depoimento sobre a experiência dele no curso e dentro do mercado:

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Salário

Ciência da computação é uma das áreas mais bem remuneradas do país e como o setor tecnológico não para de crescer, as oportunidades para os cientistas computacionais são bastante amplas, apresentando índices consideráveis de empregabilidade no mercado de trabalho.

Em média, um profissional recém-formado recebe um a remuneração salarial no valor aproximado de R$ 3 mil reais, atuando em uma empresa de pequeno porte.  Esse montante pode aumentar no decorrer da carreira, variando entre R$ 6 mil e R$ 9 mil.

O cientista computacional Thiago Pereira Rocha destaca que as remunerações pagas a profissionais que atuam no Nordeste do Brasil estão abaixo da média em comparação com o salário de profissionais atuantes nas demais regiões do país. “Temos alguns polos que empregam bastante aqui no Nordeste, entretanto, os salários pagos em Recife são inferiores as demais remunerações pagas em outras regiões do país. Por isso, é muito comum nós perdemos os profissionais para outros lugares do Brasil”, aponta.

Trajetória Acadêmica

Para o professor Lucas Figueiredo, o curso desenvolve o aluno em todas as áreas de atuação que um cientista computacional pode trabalhar. “Para entrar no curso o aluno deve ter uma afinidade com as disciplinas de exatas, em especial raciocínio lógico. No decorrer da graduação ele pode seguir por algumas opções, podendo desenvolver maior aptidão na área gerencial, aprendendo as metodologias dos desenvolvimentos de softwares e sendo gerente de projetos de TI", diz. Ele garante que, dentro da universidade, é possível encarar uma pluralidade de funções. "Também é possível seguir por uma área de programação, ser desenvolvedor, criar programas. Aprender como solucionar problemas computacionais é essencial para um profissional, por isso, durante o curso o aluno também tem bastante conteúdo na área de inovação. As áreas de atuação são vastas e com dedicação e aptidão, o dissente tem tudo para se tornar um bom profissional”, pontua.

Para o estudante Ivan Diniz, de 25 anos, que está no quinto período da graduação, o curso mistura a teoria com prática. Diniz afirma que a busca por novas soluções tecnológicas é uma atividade cotidiana na vida de um discente de ciências da computação. “O curso é muito bem estruturado, você realmente aprende a ser um cientista e desenvolver algo que não existe. Essas são os principais desafios durante a vida acadêmica e acredito que posteriormente com o mercado de trabalho também. Durante a graduação, o aluno vai desenvolver soluções tecnológicas e lidar com novos ramos da tecnologia, por isso é preciso ter muita paciência, gostar de ler sobre o assunto por que você precisa conhecer uma gama de tecnologia. É preciso ler e colocar a mão na prática, não adianta apenas ler e não fazer nada, tem que arriscar a criar”, diz.

 

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