Por que a prova de ética foi o 'terror' da XXVIII OAB?

Professor de direito explica o que tem mudado ao longo das edições da OAB

por Lorena Barros seg, 18/03/2019 - 10:50
Creative Commons Primeira fase da OAB XXVIII foi aplicada no domingo (17) Creative Commons

Expectativa, nervosismo e insegurança. A maioria dos alunos e bacharéis de direito, que realizaram a prova do XXVIII Exame de Ordem dos Advogados do Brasil, no último domingo (17), não ficou feliz com as questões de ética cobradas no certame. Teve muita gente reclamando que, além de extensas, as questões estavam mais difíceis que o restante da avaliação. Para ajudar o aluno a entender melhor o que foi pedido pela FGV o professor de direito Bruno Vasconcelos explica o que tem mudado ao longo das edições do exame e dá suas impressões sobre a prova.

É preciso interpretar

“Há um bom tempo ética deixou de ser aquela disciplina que a pessoa estudava uma semana antes e acertava 80%”, explica o professor. Para ele, desde a 22º edição do certame, o nível das questões vem aumentando e a exigência da interpretação do texto se tornando cada vez mais crucial na hora de responder corretamente.

De acordo com o professor, antes a FGV tinha uma cultura que explorava apenas o estatuto e, por causa disso, o aluno tinha um costume de estudar ética às vésperas do exame. Porém, havendo uma mudança de estratégia, a OAB passou a explorar temas como o estatuto somado ao código de ética e o regulamento geral, itens que costumam ser pouco explorados pelos alunos.

“O corpo da questão da FGV é diferente das tradicionais provas de concurso. Ela dá um caso concreto e você tem que absorver a intenção do examinador”, explica o professor, apontando que, mesmo com surpresas, o certame manteve a tradição de focar em atos privativos, como cai toda OAB, “Deu ênfase nas inovações - que caiu o artigo 22, parágrafo 6º do estatuto”, diz.

Difícil, mas nem tanto

Apesar das mudanças que vêm acontecendo durante a aplicação da prova, Bruno afirma que essa edição não foi uma das mais complicadas. “Achei a edição anterior mais difícil. De zero a dez daria seis e meio para o grau de dificuldade”, comenta. Ele aponta que, em linhas gerais, a pergunta que mais repercutiu foi sobre honorário, assunto pouco trabalhado nos cursinhos preparatórios. “Os professores, em sua maioria, não deram bola para o assunto”, analisa.

Às vésperas da prova da OAB, a Uninabuco realizou um aulão gratuito sobre ética e direito tributário. A aula foi transmitida ao vivo pelo Vai Cair na OAB. Confira e se prepare para a edição XXIX da prova clicando neste link.

*Esta matéria foi publicada originalmente no site institucional da UNINABUCO

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