UFRPE aprova auxílio de higiene menstrual para estudantes

O benefício será concedido a quem participa de programas de assistência estudantil

por Rachel Andrade sex, 01/10/2021 - 20:24
Pixabay Produtos de higiene menstrual Pixabay

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), por meio da Pró-Reitoria de Gestão Estudantil e Inclusão (Progesti), lançou, na quarta-feira (29), o auxílio higiene menstrual, voltado para assistir às pessoas que já recebem outros benefícios dos programas de assistência estudantil da instituição. De acordo com a publicação, o objetivo é ajudar na higiene pessoal durante os ciclos menstruais, provendo os insumos necessários.

Os recursos serão repassados uma vez por semestre. Segundo Mar Domingo Soares, estudante da licenciatura em química e participante do Conselho Universitário da UFRPE, a proposta veio da Progesti para que fosse criada uma minuta de resolução voltada para o auxílio. “Em uma reunião na Câmara de Assistência Estudantil, onde participou a Progesti, o Serviço Social da Universidade e discentes, debatemos sobre a importância da minuta, porque ao debater dignidade e higiene menstrual, estamos falando da permanência da pessoa discente, que entra na universidade, e que precisa concluir seu curso, e que, por demandas sócio-econômicas e de vulnerabilidade social, elas não conseguem permanecer. Então, foi pensado nesse adendo ao auxílio, para que conseguissem obter os insumos necessários para alcançar a dignidade menstrual”, ela relata.

O debate foi aberto à toda comunidade, pensando na inclusão de todas as pessoas que menstruam, entre mulheres, homens transsexuais, pessoas não-binárias, entre outros gêneros. “Nesse processo, eu, enquanto pessoa trans não-binária, trouxe a pauta da importância de se pensar na corporalidade para além do binarismo de gênero. Precisamos romper com essa ditadura de corpos em que nos são colocados desde o nascimento, e pensar que corpos que menstruam vão para além do corpo da mulher cisgênera. Então, temos, por exemplo, homens trans, trans masculines, pessoas trans não-binárias, que por vezes, a partir do seu processo de hormônio terapia, ou por ter decidido não fazer a transição de terapia hormonal, continuarão seu processo menstrual”, ela explica.

A discente ainda reconhece o apoio oferecido pela instituição como forma de abrir o diálogo e tornar a universidade um ambiente mais plural. “Gigante o passo dado pela UFRPE, em pensar diferentes corpos, que eles ocupam a universidade, que acabaram de entrar a partir de um processo de ingresso na universidade pública, e que precisam permanecer nela. E pensar permanência é pensar nessas diferentes estampas, os diferentes corpos presentes na universidade. É fazer com que as instituições de ensino superior sejam redes de apoio, entreguem seguridade para os e as discentes”, comenta.

COMENTÁRIOS dos leitores