Exibição de "Febre do Rato" lota o Cine São Luiz
Cláudio Asss fez críticas aos gestores da cidade do Recife
Por Mayra Rodrigues/Especial para o LeiaJá
“Não tenho a noção, dentro do meu corpo, dentro de mim, da emoção que é trazer esse filme para Recife”, com estas palavras, o diretor Cláudio Assis dá início ao IV Janela Internacional de Cinema do Recife, fewstival já consolidado na cena cinematográfica da cidade. O cineasta pernambucano trouxe seu filme "A Febre do Rato", vencedor de oito prêmios no Festival de Paulínia, para exibição no Cinema São Luiz, pela primeira vez no Recife. O festival de filmes, que este ano homenageia o cineasta Stanley Kubrick, começou nesta sexta (4) e segue até o próximo dia 13.
"A Febre do Rato" foi o filme escolhido para marcar a estreia do quarto ano do evento. Com direção de Assis, fotografia de Walter Carvalho e roteiro de Hilton Lacerda, a película foi apresentada para cerca de 1.300 pessoas, que lotaram o cinema à espera do longa. A atuação de Irandhir Santos, Matheus Nachtergaele e Nanda Costa foram aclamadas e os dois primeiros marcaram presença na estreia no Recife.
Vinte e nove pessoas, entre equipe, elenco e amigos subiram ao palco, chamados por Cláudio, para agradecer ao convite de virem até a cidade divulgar o filme. Nas palavras de Walter Carvalho, “Há dois momentos sublimes para o cineasta: o primeiro, a realização das filmagens; o segundo, quando entregamos ao público”. Já o ator Matheus Nachtergaele confessa, de costas para o público (segundo ele, como o Caboclo de Lança do Maracatu), que era a sua primeira vez vendo o filme como expectador. Em um apelo ao comprometimento e ao respeito com o Recife, Cláudio expressa que “Essa cidade é bonita, mas é maltratada”, sendo ovacionado pelo público, que concorda com ele. Antes do filme começar, até brincou em relação à aprovação do longa por parte do público: “Se não gostarem, depois podem dar porrada em mim”.
Com duração de 110 minutos, o filme começou por volta das 21h30, após a exibição do curta “La Palmas”, de Johannes Nyholm. Apesar da demora e do calor, quem foi não se arrependeu. O cineasta foi aplaudido pelo público, que considerou o filme “Ousado, corajoso e livre”.